Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 58
Capítulo Quinze - Dilemas


Notas iniciais do capítulo

Maratona!♥



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— Se fosse o tipo de pessoa que opta por deduções, eu diria que está assim por causa dela.
Castiel ainda tinha o rosto no travesseiro. A cabeleira rubra caía para frente, tapando inclusive as laterais de seu rosto. Estava sem camisa, o braço direito estava estendido, a mão acima da cabeça agarrava com força o apoio da cama. Usava a tradicional calça de moletom preta e o cobertor o cobria da cintura para baixo. Quando ouvira a voz de Lysandre já estava acordado e ao se virar notou as expressões marcadas do rapaz, as sobrancelhas duramente franzidas e os lábios firmes em linha retilínea. Os braços estavam cruzados e ele sequer passara da porta. Havia acabado de voltar de Sweet Amoris, as aulas haviam terminado e Leigh esperava no carro com Rosa e Ayuminn.
— Pois está muito enganado. — Castiel desvencilhou-se do cobertor e sentou-se na cama, esfregando a cabeça rubra que parecia poder explodir a qualquer momento.
— Pode ser que esteja certo, mas quase nunca me engano. — Lysandre ultrapassara a porta e aproximou-se a passos lentos de Castiel. O amigo nunca iria admtir e Lysandre sabia disso muito bem. Mas não podia continuar apoiando a ideia de deixar que Castiel começasse a se comportar daquela maneira por causa da garota que um dia o fez sofrer.
— Se é quase, mesmo que mínima, ainda tem como se enganar. — Castiel abriu um sorriso irônico. Sabia que Lysandre não responderia à altura, como Natsumin fazia, mas... Calma aí; POR QUE DIABOS ELE ESTAVA PENSANDO NA NATSUMIN?
Quanto tempo não a via direito? Quanto tempo não falava com ela? Esfregou a mão na testa com força, não podia pensar em Natsumin enquanto conversavam sobre Debrah.
— Estava sendo sutil com o “quase”. — Lysandre tinhas as expressões duramente sérias no rosto. Sempre tinha razão, para falar a verdade. E não era convencimento, apenas sempre tinha cautela antes de falar ou fazer suposições que possam ser falsas.
Castiel levantou o rosto e revirou os olhos antes de se levantar. Dirigiu-se à cabeceira da cama e abriu a gaveta de cor marrom escura. Os pés descalços pisavam no tapete persa de cor vinho ao pé da cama. De lá, retirou uma folha de papel branca dobrada ao meio.
— Ela me fez uma proposta. — o rosto do ruivo era muito sério e sob a franja rubra havia sobrancelhas duramente franzidas. A mão estava estendida para frente, oferecendo a folha à Lysandre.
Lysandre pegou o papel e desdobrou. Leu tudo, incluindo as letras miúdas e Castiel vagou as duas cabeceiras nas laterais da cama à procura de cigarros. Estava querendo parar, mas com a cabeça confusa dessa maneira e toda essa... Toda essa merd*, não tinha outro jeito, precisa fumar.
— Terá que sair da cidade e fazer turnê pelo país. — Lysandre dobrou a folha novamente e estendeu-a para Castiel. — É um contrato de três anos.
— Se está escrito aí, então é porque é. — Castiel encontrou o cigarro e agora procurava o isqueiro.
— Pergunto-me se sequer sabe como ela está. — Lysandre tinha os braços cruzados, os olhos eram serenos, mas temia saber que por três anos teria de perder um velho amigo. Não daria uma opinião fixa, sabia que Castiel queria aquilo, do contrário, rejeitaria de imediato. Castiel não era do tipo que pensava em uma decisão. Ele já a tinha em mente, mas precisava de tempo. Principalmente por causa de alguém em especial.
— Debrah está ótima, não vê? — Castiel balançava os ombros, como se a resposta fosse estupidamente óbvia. — Tem uma carreira sólida e ainda me ofereceu uma ótima proposta. — Castiel ainda buscava o isqueiro e segurava o cigarro apagado nos lábios.
— Me referia à Natsumin. — As mãos do ruivo pousaram dentro da gaveta sem isqueiros. O coração estúpido ousou palpitar.
***
— Vamos, senhor estúpido, vai ser mole. — Tsubaki tinha uma sobrancelha levantada e estava confiante enquanto adentrava a porta da academia Amoris.
— E aí, Nathaniel! — O professor de educação física em Sweet Amoris também era dono da academia e agora o cumprimentava. — E você também, Tsu!
— Fala aí Boris! — Tsubaki acenou com largo sorriso e notou Nathaniel acenar discretamente. Bem discretamente mesmo. Naquele momento reparou sua falta de atenção. Boris também cumprimentara Nathaniel.
— Peraí vocês se conhecem? — Tsubaki franziu o cenho se virou para encarar o loiro.
— Ele... — Nathaniel ruborizou e tentava encontrar as palavras enquanto apoiava a testa na mão direita. — Ele é o professor de educação física de Sweet Amoris. — ufa, como pôde se esquecer?
— Sério? — Tsubaki ainda não tinha tido aulas de educação física no colégio.
— É, você vai encontra-lo por lá. — Nathaniel quase deixou escapar um suspiro.
— Tá bem, mas agora ai vai a surpresa. Vista isso. — ela foi até um armário de uniformes e entregou-o à Nathaniel. — E eu também vou me vestir. Vamos à luta, representantezinho.
— Tsubaki, e-eu... — Nathaniel olhava em volta para os rostos que o conheciam. Ficaria difícil guardar um segredo com a novata descobrindo-o de cara.
***
Quando chegara à casa, a consciência estava pelo menos um pouco mais tranquila. O peito estava um pouco menos pesado, já conseguia respirar melhor. Os olhos azuis ainda estavam um pouco marejados, mas suspirava de alívio por não encontrar ninguém em casa. Não conseguira falar com as duas por hoje, precisava de tempo. A mente fazia divagações aos poucos, encontrava-se perdida. Encarou a solidão ao deparar aquela sala escura. Ligou as luzes, o sofá da tia era branco, mas havia almofadas de cor rosa sobre este, o que não era novidade. Bastava olhar para o rabo de cavalo róseo de Ágatha para todos perceberem suas preferências.
Abriu a porta do seu quarto, após subir as escadas marmóreas de cor bege. Girou as chaves com cuidado e alegrou-se por encontrar uma pequena bola de pelos que correra em sua direção dando baixos miadinhos antes de acariciar sua perna. Ou melhor, seu pé, visto o tamanho da criaturinha. Pegou-o no colo, encostou o rosto ao focinho dele e ouviu-o ronronar feliz. Deixou escapar um sorriso, desceu com ele nos braços e sentou-se naquele sofá macio.

 — Você é muito gato. Não é difícil dizer isso, Natsumin, aquele homem está te encarando há, sei lá, horas?
Tsubaki falava tão alto que, se duvidasse, o próprio homem escutaria.
— Fala mais baixo, Tsu. — Ayuminn aproximara-se com as bebidas, como sempre fazia, e entregara uma à Natsumin e outra à Tsubaki. Aquela era mais uma férias de verão e Ayuminn, como morava em uma região praiana, optava por passar as férias no bairro em que Tsubaki e Natsumin moravam. Elas se conheceram quando crianças e estudaram juntas por quase dez anos, quando Ayuminn teve que ir morar com os pais na casa de praia e, bem... As coisas começaram a acontecer.
Só que esse dia não. Nesse dia tudo estava indo muito bem, as três eram ainda mais amigas do que antes. Compartilhavam sonhos, expectativas, bebiam, dançavam, “Young, Wild and Free”. Um lema.
— Quer que eu dê um empurrãozinho? — Tsubaki tinha um sorriso intimidador no rosto. O bar estava lotado, ficava nos fundos de uma casa de luxo, era de madeira e as três estavam sentadas em bancos forrados de veludo, de frente para um barman supergato e Tsubaki provavelmente começaria a dar em cima dele em poucos minutos. Não, Tsubaki não fazia isso com todo mundo, mas ela se apaixonava rapidamente e já vinha frequentando esse bar há meses só para mira-lo.
— Ok, ok, eu falo com ele. — Natsumin virou o copo de vodca de uma vez para tomar coragem. Sabia que era errado beber daquela maneira, mas não estava aguentando a pressão em casa, precisava de uma maneira para extravasar. E eram os pais que estavam enchendo sua paciência até o topo.
Além disso, o homem a lembrava de alguém. Os olhos eram castanhos, seriam aqueles, os mais lindos do universo? O cabelo era negro como aquela noite, ele era muito alto e tinha ombros largos e braços fortes.
— Calma, espera. — Tsubaki puxou-a pelo braço, abaixou um pouco a sua blusa, para que o decote ficasse maior e bagunçou suas madeixas que naquele dia estavam pintadas de cor rosa claro. Naquela época, Natsumin viva pintando os cabelos. — Agora sim. — Natsumin ia se virar para seguir.
— Caaalminha. — Ayuminn puxou-a pelo braço também. — Abra a boca. — espirrou algo com gosto de menta em sua boca. Natsumin ia andar, mas a mesma segurou-a novamente. — Trident. — Ayuminn colocou o pacote em suas mãos. — Quando for beijar, não se esqueça.
Natsumin começou a ficar um pouco nervosa. Abriu o pacote de Trident, retirou um e pôs na boca. Não estava tão acostumada a se aproximar de rapazes. A não ser que estivesse muito bêbada. Usava um vestido vermelho que traçava as belas curvas de seu corpo e não passava da metade das coxas, sentia o coração acelerar enquanto andava.
— Oi? — ela abriu um sorriso sem graça e não fazia ideia de como ficava linda sorrindo daquela maneira.

 
***
— O que tem ela? — a negritude atingiu os olhos de Castiel naquele momento. O peito nu respirava longamente e demasiado rápido. Lysandre notara.
— O conheço, Castiel. — Lysandre ainda tinha a expressão séria, mas as sobrancelhas começavam a ficar brandas. — Natsumin é diferente para você de certa forma.
— Lysandre, algo aconteceu com ela, senão você não estaria aqui. — ele direcionou-se à janela do quarto de arrastou as cortinas para olhar para baixo. — E ainda com Leigh esperando-o.
— Rosa a viu indo embora aos choros . — Lysandre tinha a mão no queixo. — Só não me recordo de quando.
— Grande novidade você não se recordar de qualquer coisa. — Castiel cruzou os braços e Lysandre franziu o cenho.
— Creio que ela não está bem. — Castiel sentiu o coração ousar acelerar naquele momento, as mãos apertavam a própria pele para se conter e os dentes trincados faziam com que os lábios apertassem o cigarro com força. O que poderia fazer, afinal? Correr atrás dela, descobrir o que estava havendo? Poderia ser um ciuminho bobo afinal, não? Natsumin sabia de Debrah?
— Como sabe? — Castiel também tinha o cenho franzido e a voz estava mais alta.
— Rosa não falou nada, mas Natsumin fingiu que estava doente. — Lysandre notou o olhar de Castiel mudar um pouco, ele retirou o cigarro da boca, afinal não adiantava nada se não tinha isqueiro e jogou-o no chão.
— Por que esteve aqui, afinal? Só para dar especulações? — Castiel tinha o tom sarcástico novamente.
— Nunca especulo. — Lysandre tinha as expressões brandas e já se preparava para ir embora. — Só conhecendo-o como conheço, sei que gostaria de saber. — deu de ombros, respeitando a necessidade de Castiel de ficar sozinho.
Enquanto perdia-se nos próprios pensamentos, Castiel procurava possibilidades e especulações, mas sabia que, na verdade, queria vê-la. Queria toca-la, queria... Merd*, o que estava acontecendo com ele?
***
— Vamos, loiro.
L-Loiro? Nathaniel estava desconcentrado, desconcertado e desconcentrado. Sim, muitos “des”; os olhos mel olhavam-a sob aquele traje, os shorts brancos curtos, o busto em um top vermelho, a barriga à mostra, a cabeça dentro de um capacete vermelho. As mãos pequenas estavam posicionadas, uma delas mais à frente.
Droga, como ele era lindo.
Tsubaki apertava os olhos para se concentrar, embora observar um representante daqueles não ajudasse muito. Nathaniel estava estonteante naquela bermuda branca e o cabelo loiro sob o capacete azul. Ele tinha as mãos posicionadas corretamente até demais para quem lutava pela primeira vez.
— Vai perder, Tsubaki. — Genna, a garota que havia liderado o bando para que roubassem suas roupas sorriam largamente. As mãos estavam apoiadas na base fora do ringue, o cabelo castanho estava em duas marias-chiquinhas pequenas, os olhos eram castanho-avermelhados e o corpo espalhava bastante abundância de gordura. A mãe dela era tão gorda que quando estava grávida de Genna o cordão umbilical transportava gordura no lugar de sangue.
Ok, aquilo na verdade era uma piada interna — bem interna mesmo, dela para ela mesma — ao estilo Michel Kyle. Ela nunca diria aquilo para Genna. Se só por sua existência ela já roubava suas roupas, imagina se Tsubaki resolvesse reagir. Estaria numa lápide.
— Quem é a garota? — Nathaniel reparava que Genna, a menina que ele já conhecia, mas fingia o contrário, acenar e mandar beijos para ele. Ele apertava o maxilar e olhava Tsubaki firmemente. Era quase impossível olha-a com seriedade porque ela estava linda.
— A mesma que roubou minhas roupas. Pois é, longa história. — Tsubaki revirava os olhos e girava o pescoço para se concentrar. Não olhe para o rosto lindo dele, muito menos para o abdômen. Jesus Cristo, havia tanquinho sim, concentre-se, Tsubaki, concentre-se.
— Nathaniel! Tsubaki! — Havia muitos gritos com o nome dos dois e Tsubaki não entendia porque todos sabiam o nome dele. Tudo bem que ela fora transferida de sua academia em outro bairro para essa, mas, se ele fizesse qualquer coisa por aqui ela saberia, não?
Tomara que não. Nathaniel apertava os olhos. Tomara que ela não descubra, ninguém pode saber...
— E... lutem! — Boris sorria com orgulho dos dois melhores alunos.
***

— Não a conheço de algum lugar?
Ele havia reparado aquele sorriso e ela reparou que ele reparou. Fazia sentido? Pouco importava, ele era tão lindo. Principalmente enquanto sorria.
— Provavelmente não. — ela sorriu novamente. — Mas, se acha que sim, eu diria que daqui. Minha amiga está apaixonada pelo barman e cria coragem para dar em cima dele há quase um mês, então... Bem, estamos aqui praticamente todos os finais de semana.
Ele sorriu; — Não tenho muita certeza, mas pode ser que esteja certa.
A conversa não durou muito. Natsumin revirou os olhos, um pouco incomodada com o silêncio repentino.
— Você é linda. — ele tinha um sorriso sincero no rosto, não mostrava os dentes enquanto a encarava com o olhar apertado. — E me lembra alguém por quem... — ele parou de falar e tomou mais um gole da bebida que segurava. Provavelmente estava começando a falar algo que não deveria.
— Por quem você se apaixonou. — Natsumin completou-o.
— Como sabe? — as expressões dele ficaram curiosas, o cenho franzido, os olhos atentos.
— Shh..... Posso falar um segredo? — ela colocou o indicador nos lábios dele, a bebida a deu pelo menos um terço dessa coragem. — Por isso que também vim aqui. — o rosto dela estava tão próximo do dele que podia beija-lo naquele momento.

***

— Castiel! Eu juro que te mato!
Rosa adentrou como um tufão pela porta do quarto do ruivo e Lysandre teve que segura-la pelos braços para que não agarrasse o pescoço dele. — Leigh surgira em segundos na porta e agora os dois a seguravam. Ayuminn permanecera no carro, a pedido do patrão.
— O que você fez com ela? — as sobrancelhas prateadas de rosa estavam duramente franzidas e os lábios entreabertos mostravam os dentes que chegavam a morder o lábio inferior.
— Aqui virou festa por um acaso? — Castiel tinha a voz rude e as sobrancelhas duramente franzidas e agora cruzava os braços diante de Rosa. — Eu não faço ideia do que você está falando. Estão parecendo um bando de loucos!
— Rosa, vamos, você não sabe o que está acontecendo, não pode culpa-lo. — Leigh tinha a voz grossa calma e puxava a namorada para fora e se ela persistisse, a pegaria no colo mesmo contra sua vontade.
— Alguém sensato além de Lysandre. — Castiel revirou os olhos.
— Me soltem, não vou matá-lo por enquanto. — ela olhava para Leigh e Lysandre com os olhos cor de mel apertados. — Ela está escondendo algo, ruivo, me escute. E ela não irá contar a ninguém.
— Então o que vieram fazer aqui? — Castiel estava com raiva e a voz grossa era rude. — Se não há jeito, deixem-na em paz, afinal! — o ruivo deu de ombrose novamente caçava nas gavetas. Onde estava a merd* do isqueiro?
— Porque você é o único que entende boa parte dela. — Rosa tinha as expressões mais brandas e já dava de ombros junto ao namorado e Lysandre. — E você sabe disso.
Castiel respirou fundo.
***
Arquejos.
Havia uma dúzia deles na frente daquele ringue. A academia era de tons pasteis, mas tinha detalhes em vermelho e azul. Daí as cores dos capacetes. Só que a quantidade de pessoas que apareceram na frente daquele ringue coloriam o piso quase branco de tão encerado. Eram uivos de alegria, “Olés” e suspiros quando Tsubaki caía para trás e Nathaniel a ajudava a se levantar. Suspiros dela, principalmente..
Ele ainda tinha a mente confusa e os paparazzis notavam cada mínimo movimento seu. Nathaniel era como uma celebridade naquela academia e raramente perdia alguma luta. Seu pai não era muito fã daquele tipo de ideia, carrasco, regia leis próprias e acreditava que todos deveriam segui-las. Principalmente o filho, é claro. Nathaniel tinha que fazer o papel de um representante careta e maduro, aquele que não sabia se divertir, aquele que nunca poderia ficar de mau humor, aquele altamente disciplinado. Ambre não era assim, fazia o que bem entendesse e continuava sendo a filhinha do papai. Ele não tinha meios de escape senão a biblioteca da escola, os romances policiais e, é claro, a luta.
E o pai faria de tudo para acabar com isso, se descobrisse.
Por isso guardava o segredo. Amava o que fazia, tinha paixão pela adrenalina, por aqueles movimentos bruscos e acentuados, ali sentia tudo o que não poderia em um ambiente acadêmico e monótono. Por isso não culpara tanto Tsubaki, ele de fato apreciava a organização, mas quando pequeno sempre fora tão livre de julgamentos, tão... ele. Nathaniel escondia uma pessoa dentro de si, a pessoa que ele realmente era.
— Ohhhhhhh!
Nathaniel acertou Tsubaki no rosto, estava tão entretido na adrenalina e em seus pensamentos que sequer pensou direito. A garota caiu para trás, as costas iam bater duramente no chão, mas Nathaniel conseguiu pega-la a tempo, ela ficara cambaleante e tonta antes de cair para trás.
— E Nathaniel vence! — Genna tinha um sorriso enorme no rosto.
— Tsubaki, fala comigo. — Nathaniel dava leves batidas no seu rosto, o nariz próximo ao dela. — Tsubaki, me perdoe, eu..
— Leve-a à enfermaria, Nathaniel, por favor. — Boris pedia com a voz calma. Esse tipo de coisa sempre acontecia.
— T-tudo bem. — Nathaniel pegou o corpo desacordado nos braços e começou a andar a passos largos e rápidos.
***

 Os olhos encontravam-se com uma ternura que ela nunca antes havia presenciado em ninguém. Provavelmente ele teve o coração partido recentemente. O coração de Natsumin se apertava com a proximidade e a adrenalina, algo nela a lembrava alguém muito próximo. Alguém que foi... Droga, estava difícil lembrar com o rosto dele se abaixando para o dela, os olhos castanhos se fechando aos poucos enquanto o nariz tocava o dela. Natsumin fechou os olhos, o rapaz pousou os lábios nos dela, deixando-os ali por um momento. Estranhamente aqueles lábios também pareceram familiares.
— Uhuuuuuuuuuuuuuuuuulll!! — Tsubaki dera um grito e Natsumin separou-se daquele beijo para virar o rosto para trás e lança-la um olhar assassino. Tsubaki acenava e disparava um foi mal tão baixo que só foi identificado pela leitura labial. Quando voltou o rosto para ele, o rapaz ainda tinha um doce sorriso no rosto.
— Me desculpe por isso. — ela deixou a cabeça tombar no peito dele, envergonhada.
— Sem problemas. — ele sorriu e iniciou o beijo mais uma vez.

 
Os pensamentos de Natsumin foram interrompidos naquele momento. Ouviu o toque do celular no bolso. E inclusive Kovu que dormia em seu colo assustou-se.
***
— Finalmente, Tsubaki.
Ele suspirava aliviado por finalmente encontrar aqueles olhos amarelos novamente. Não saberia o que faria consigo mesmo se a tivesse machucado de verdade. E tudo porque se distraíra com seus pensamentos egoístas, se distraíra com a beleza dela.
— Você deu um belo soco, representante. — Tsubaki deu um sorriso leviano, não forçara muito porque sua cabeça doía e o nariz sangrava um pouco.
— Consegue se sentar? — ele pôs- ao pé da maca, um dos joelhos apoiados na pequena escada de metal.
— Vamos ver. — ela inclinava o corpo para frente a Nathaniel ajudou-a no primeiro impulso, empurrando levemente seu corpo para cima.
Nathaniel suspirou de alivio ao vê-la sentada e a cabeça loira tombou no colchão fino da maca. — Eu sou um idiota, me desculpe.
— Ah, para de tirar vantagem, que eu te deixei ganhar. — a menina deu um leve soco no ombro dele.
Nathaniel levantou o rosto e sorriu.
— Espere. — ela ia deitar o corpo mais uma vez, mas Nathaniel reparou que seu nariz sangrava. Pegou um pouco de gaze e molhou na água, ainda enquanto segurava o ombro dela para que não se virasse. Pousou a gaze levemente no ferimento e foi tirando o sangue aos poucos e com calma. Aquela proximidade do rosto com o dela rapidamente fizera o coração de ambos disparar. Tsubaki já podia sentir as mãos frias.
— O-brigada. — ela estava muito corada quando ele terminou.
— Mais do que minha obrigação depois do que fiz. — Nathaniel manteve a aproximação e não se afastou nem um pouco. Muito menos ela.
— Não, não é não.
Tsubaki segurou o pescoço dele com as duas mãos e num ímpeto ágil, puxou-o para um beijo terno. Os lábios se tocaram e se afastaram aos poucos, as peles grudavam se afastavam lentamente. Sentiu que a expressão de Nathaniel continuara branca, mas ele ruborizava. O loiro estava sentado sobre a maca e ela enrolou as pernas na cintura dele, iniciando um beijo mais lento e menos inocente. Abriu os lábios dele com os seus, Nathaniel finalmente demonstrara que estava vivo depois que tocou o rosto quente dela de tão rubro com uma das mãos. Uma das mãos dela desceu, pousando-se no peito nu dele, a aproximação tornou-se mais quente, ambos podiam sentir o calor um do outro. O beijo apressou-se, mas quando as línguas dispuseram-se a tocar-se, a porta foi aberta.
— Tsubaki? — Boris abriu a porta com calma, mas estava tão distraído que sequer reparara os corpos juvenis separarem-se, os rostos não se encaravam, os corações disparavam, as respirações eram altas e entrecortadas; ofegantes. — Seus pais vieram busca-la.
— T-ta bem. — o rosto dela estava rubro como os cabelos de Castiel. — A-até, N-nat-thaniel. — afastou-se sem virar para trás.
***
— O que diabos está acontecendo com você?
A voz de Castiel era rude no telefone, o ruivo praticamente gritava. Natsumin podia ouvir o silêncio após ele ter terminado de falar e já podia imagina-lo sozinho em casa, usando a calça de moletom preta e uma das mãos sendo arrastada da testa para a nuca, trazendo junto a franja rubra.
— O-o que? — ela não entendia muita coisa, mas o motivo de ele ligar para ela era a pior de todas. — Castiel, você está louco?
— Por que não abre a porta da sua casa e diz isso na minha cara, então?
Ela imaginava um sorriso de coiote e o rosto ficou rubro naquele momento. Virou-o para trás, observou a janela às suas costas. Ele tinha os braços cruzados, um deles com o pulso levantado, a mão na orelha com o aparelho celular. Mas o rosto, ah, aquele belo rosto, tinha um olhar assassino.


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Notas finais do capítulo

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