Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 32
Capítulo Trinta e um - O Herói Oculto


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/550248/chapter/32

Castiel direcionou a mão à maçaneta. Um turbilhão de pensamentos o rondava e todos eles se relacionavam à Natsumin. Ele mataria quem fizesse algo contra ela. Exterminaria com todas as suas forças. Ele gostava dela. Não, ele não gostava dela. Ele não a odiava, é claro, mas... Castiel gostava da companhia dela, era diferente. Natsumin não era como as outras garotas. Ela não merecia seja lá o que estivessem fazendo com ela. Mas, vindo da união de Viktor e Ambre, não seria nada bom.
          Com a ira tomando seu peito, Castiel girou rapidamente a maçaneta.
          Mas a porta estava trancada. Castiel preparou-se para dar um chute e arromba-la, mas... Tudo havia ficado escuro. Em seus pensamentos, o que ele mais queria era acordar e matar quem quer que seja que o tenha atingido.
                                                      ***     
          Brad fuzilou Cathy com o olhar.
          — Como você consegue ser tão imbecil? — ele empurrou-a para trás, ganhando olhares curiosos dos outros alunos no corredor.
          — Eu fiz o que achei certo fazer. — ela respondeu, os olhos azuis estavam atentos.
          — Assim como quando traiu a novata? — ele indagou, irônico.
          Cathy ficou quieta. Não tinha mais como falar nada. Ela sentiu os olhos arderem e correu. Para onde ninguém pudesse vê-la. Para onde Castiel não a visse.
          Brad cruzou os braços e olhou para o ruivo, que direcionava a mão à maçaneta. Ele se aproximou vagarosamente e observou, no chão, o pedaço de madeira que cobria o esconderijo da chave do porão. A escola começava a ficar vazia e no corredor só estavam ele, Ian e um grupo de garotas fofoqueiras que já se preparavam para sair, lideradas por Peggy.
           Ele prendeu a respiração e se aproximou do ruivo, lembrando-se do que ele havia feito a ele e Viktor no vestiário. Brad se abaixou e viu que o ruivo estava tão nervoso que sequer percebeu que ele estava ali. Ele pegou o pedaço de madeira no chão e acertou Castiel com toda a força que tinha. O ruivo caiu no chão e Brad olhou para os lados, certificando-se de que não havia ninguém por perto. Ele segurou uma das canelas do ruivo e arrastou seu corpo pelo chão.
           Brad sentiu o sangue pulsar mais forte por conta do nervosismo. Ele sabia que não havia matado o ruivo, mas também sabia que se o ruivo acordasse e o visse por ali, com certeza o mataria. Ele soltou a perna de Castiel, jogando seu corpo ao lado do porão, em um espaço vazio, onde se guardavam produtos de limpeza. Ele agachou-se na frente de Castiel e acertou-lhe um soco na maçã do rosto, entre os olhos e a boca, a fim de descontar a surra que Castiel havia dado nos dois, no vestiário. O ruivo soltou um som gutural e Brad sentiu o peito apertar de pavor. Com certeza Castiel o mataria.
           E era por isso que ele precisava sair dali o mais rápido possível.
                                                            ***     
           Natsumin tentava se concentrar. Não podia deixar que a vissem chorando. Ela esfregou os olhos rapidamente, segurou as lágrimas e prendeu a respiração, deixando o nó em sua garganta ainda maior, ainda mais sufocante. Não importava quem estava na porta, ela simplesmente não conseguia esquecer. Não importa para onde ela olhasse, tudo o que ela via eram fotos dela, fotos que a lembravam dos pais, fotos dos pais, fotos do acidente... Ela não conseguia resistir. Havia se deixado entregar, havia se deixado ser vencida pelas lágrimas depois de tanto tempo. E agora não conseguia mais controla-las.
           — Natsumin! — a voz era bem conhecida por Natsumin. A pessoa correu em sua direção, agachando-se em sua frente, abraçando-a rapidamente, permitindo que ela chorasse em seus ombros. Ele tentava ao máximo deixa-la confortada, mas ela não conseguia. Ela podia jurar que era Castiel na porta. E agora, não entendia porque estava decepcionada por não ser ele.         
           — Vai ficar tudo bem. — a pessoa pronunciou com os lábios no topo da cabeça de Natsumin. A menina deitou o rosto no peito do rapaz e se deixou chorar pelo menos dessa vez. Ela foi se acalmando aos poucos, respirando fundo e tentando esquecer as imagens, os flashbacks que trouxeram de volta tudo o que ela havia passado todo esse tempo tentando esquecer. 
           — Olha para mim. — o rapaz segurou o rosto dela com as duas mãos. Natsumin já não tinha mais a visão tão turva e as lágrimas caíam mais tímidas, mais fracas. Ela piscou os olhos azuis, que se encontraram com os olhos dele de mesma cor. Era Armin. Armin a consolava naquele momento. Foi Armin quem chegou ali, quem a abraçou. Era ele ali. — Eles são uns monstros. — Armin completou. — Monstros terríveis. Não se deixe levar por eles.
           — Não me deixei levar, Armin. — Natsumin agora já tinha força para falar, estava bem mais calma e deixara de soluçar. Ela procurava se esquecer de tudo aos poucos, tentando apenas focar-se na imagem de Armin. Do gentil e velho Armin que ela conhecera e que era seu amigo.
           — Tudo bem. — ele a aninhou em seus braços. — Não precisa mais dizer nada.       
           Natsumin ainda chorava, quando ele a afastou de seu peito e segurou novamente seu rosto para que ela o olhasse.
           — Pode contar comigo, Natsumin. — ele encostou a testa na dela e ela fechou os olhos, apreciando o afeto, valorizando o consolo.
           Armin observou Natsumin como ele nunca a havia visto antes. Vulnerável. Ela nunca fora vulnerável. Sempre foi tão forte, tão... Perfeita. Ele sabia que aquele seria o momento perfeito. Ele ansiara por isso desde o primeiro beijo dele nela.
           Hesitante, Armin foi abaixando os lábios e puxando o rosto dela para o dele. Ele percebeu que Natsumin parecia não perceber o que ele estava prestes a fazer. Ele não notou nervosismo, ou qualquer outra alteração nela. Ela apenas continuava com os olhos fechados, perdida. Ele pousou os lábios nos dela, pressionando-os com vontade, enquanto segurava a respiração para apreciar aquele momento. As lágrimas salgadas não paravam de cair do rosto dela, como se ela estivesse chorando por mágoas de uma vida inteira. Ele não sabia o que Brad e Ambre havia feito, mas viu quando o ruivo segurou Kentin pela camisa e indagou sobre o paradeiro de Natsumin. Ele estava na sala de aula B quando Brad acertou o ruivo com a madeira e jogou o corpo dele ao lado do porão. Mas ele não havia feito nada. Sabia que aquilo era errado. Mas, também sabia que se Natsumin ainda estava no porão e, sozinha, ela estava mais vulnerável. Então, ele poderia ter momentos como esse. Natsumin poderia aceita-lo, sabendo que foi ele quem foi consolá-la quando ela mais precisava. O ruivo não poderia consolá-la. Ele sequer tem coração, que dirá sensibilidade para consolá-la! Era bem capaz do ruivo se aproveitar de Natsumin.
            Assim como ele estava fazendo agora.
            Armin tentou dissipar o sentimento de culpa, mas queria pensar que estava certo. Ele não queria imaginar o ruivo tocando-a, abraçando-a a beijando-a assim como ele estava fazendo agora. Não suportaria ver uma cena dessas. E ele confiava em Natsumin. Se ela disse que não tinha nada com o ruivo, então não tinha.
           Só que uma coisa o incomodava. Sabia que, na verdade, Castiel era quem tinha que receber os créditos. Era Castiel quem deveria estar no lugar dele. Não porque ele merecia, mas porque ele ia fazer isso se não fosse por Brad acertando-o.
           Mas Natsumin não poderia saber disso. Ele esconderia isso. O ruivo não poderia ser o herói. Ele não merecia uma garota como Natsumin. 
            Armin separou os lábios, delicadamente, permitindo que os lábios dela também se abrissem com a pressão dos dele. Natsumin parecia fraca, abria os lábios muito devagar, como se não quisesse aquele beijo.
            Natsumin tinha os olhos fechados e podia sentir os lábios de Armin tocarem e deslizarem delicadamente sobre os dela. Ela não sabia o que pensar, não tinha ideia do que fazer. Mas ela não tinha forças para resistir. Ela deixou-se ser beijado, ser tocada, acariciada por Armin que, novamente, cometia o erro que ela tanto desprezara. Sabia, agora mais do que nunca que não poderia, não deveria ser amada.       
                                                                     ***       
             Castiel sentiu uma forte dor na cabeça. Ele esfregou os olhos com os nós dos dedos, em seguida, sentou-se e olhou ao redor. Estava ao lado do porão, no final do corredor de Sweet Amoris. Ele passou as costas das mãos pelo canto da boca, que sangrava. Em seguida, deixou a cabeça tombar nas palmas das mãos, enquanto procurava se lembrar do que havia acontecido.
             O ruivo arregalou os olhos e levantou-se rapidamente, o que causou-lhe uma dor ainda mais insuportável. Ele observou a porta do porão entreaberta e se aproximou. Natsumin. Era por isso que ele estava li. Precisava vê-la. Aqueles filhos da mãe a tinham magoado. Ele não permitiria...
             Ele abriu a porta.
                                                            ***   
             Natsumin abriu os olhos imediatamente, observando uma figura aparecer atrás da porta. Seus lábios congelaram, enquanto Armin insistia em mover os seus sobre os dela. Era Castiel. Ela tinha certeza, era ele. O ruivo parecia não ter expressão alguma no rosto quando deu de ombros e partiu.
             — O que houve? — Armin indagou, intrigado, observando a expressão assustada de Natsumin.               
             Castiel havia visto o beijo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, recomendem, favoritem e deixem seu comentário! É muito importante! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diamante Bruto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.