Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 18
Capítulo Dezessete - A menina que não pode ser amada.


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez, espero que gostem e boa leitura!



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— Há há! Ela destruiu você!
Armin segurava firme o controle preto entre as mãos, apesar de rir descontroladamente. Alexy tinha o sorriso desmanchando aos poucos.
— Eu falei que não sabia jogar! — Alexy largou o controle no colo e cruzou os braços. — Isso é ridículo, Armin!
Natsumin sorria.
— Um Fatality em menos de 2 segundos? — Armin estava desacreditado. — A Natsumin é demais! — Armin ria de Alexy, enquanto olhava de soslaio para Natsumin.
— Obrigada, rapazes. — Natsumin levantou-se, fazendo uma reverência, como se tivesse acabado de terminar uma apresentação de Ballet. — Mas acho que já está na hora de ir.
Armin olhou Natsumin por inteiro. Ela era tão linda. E hoje, por sinal, estava ainda mais linda. Ela havia trocado os tênis converse pretos por uma sapatilha vermelha. Usava uma saia jeans curta e desfiada nas pontas e uma blusa branca de alças que, a propósito, marcava sua cintura fina e valorizava seu belíssimo corpo. Suas madeixas negras estavam presas em um rabo de cavalo alto, enrolado em uma fita vermelha, que formava um laço. Ela conseguia estar ainda mais linda do que o normal.
— Ainda está cedo, Natsumin! — Armin parecia decepcionado, mas abriu um sorrisinho. — Vamos, acho que Alexy vai querer a revanche, não é mesmo? — ele olhou para o irmão, tentando força-lo a responder.
— Nada disso! — Alexy abriu um sorriso enorme, em seguida esfregou a nunca. Ele deu um abraço forte em Natsumin e implantou um beijo no topo da sua cabeça. — Armin vai te levar na porta. — ele deu uma piscadela nada discreta para o irmão, em seguida bateu com o seu ombro no dele. — Tenho que separar minha roupa para amanhã.
— Oh, vocês vão ao aniversário da Melody? — Natsumin indagou.
— Claro! Acha que eu perderia uma festa?
Natsumin riu daquele menino engraçado, observando-o sumir no fundo do corredor. Não havia ninguém como Alexy.
***
Castiel caminhava pela rua escura. Sozinho. Seu cabelo rubro, embora ofuscado pela escuridão noturna ainda tinha um certo brilho, em razão da lua minguante que parecia ainda mais amarga do que o gosto que ele tinha na boca. Havia passado da sua dose de tequila. Não era para ter bebido tanto assim. Por isso, ele havia saído do bar. Não poderia se meter em confusão de jeito nenhum. Já eram onze horas da noite daquela sexta-feira cinzenta. Só tinha mais o sábado e o domingo. Depois, ele ganharia a aposta e Natsumin moraria com ele.
Natsumin. Ele soltou um breve suspiro, chutando as pequenas pedras soltas no asfalto, que ricochetavam ao longo da rua. Uma casa, a que estava à sua esquerda, pequena, mas bem iluminada, teve a porta da frente aberta. Por um momento, ele parou de andar e olhou para trás, do seu lado esquerdo. O moleque novo, viciado em jogos, foi quem abriu a porta. O nome dele era Armin, não era? Tanto faz.
Ele ia continuar a andar, mas logo depois de Armin mais alguém passou pela porta, que agora, estava entreaberta. Era Natsumin. Castiel arqueou as sobrancelhas e cerrou os punhos. Armin estava com o rosto perto de mais do dela e ela... Ela estava absurdamente linda. Como sempre foi.
***
— Foi muito bom. — Natsumin sorriu, passando pela porta branca. — Obrigada, Armin. Eu me diverti muito.
Armin deu um sorriso fraco e Natsumin percebeu sua aflição.
— Está acontecendo alguma coisa? — Natsumin colocou a mão no ombro dele, num gesto reconfortante. — Tem algo que queira me contar?
— Eu? — Armin abriu um sorriso largo, ainda nervoso. Seu coração disparava. — N-não... Não que eu não queria falar com você, mas é que eu não tenho nada para falar mesmo , mas...
Natsumin piscou os olhos, confusa.
— É-é que eu gostei. Gostei de você ter vindo. — ele finalmente falou.
— Eu também. — Natsumin sorriu, dando um abraço nele. — Até amanhã!
Armin segurou o pulso dela.
Imediatamente, ela se virou por reflexo e Armin puxou-a rapidamente para si, pousando os lábios delicadamente nos dela. Os lábios dele eram suaves e doces e seu beijo mais ainda. Natsumin não tinha como reagir, mas não correspondeu ao beijo, forçando o corpo para trás enquanto empurrava Armin. Quando seus corpos se separaram, seus olhos azuis encontraram o azul profundo dos dele.
— Me desculpe. — foi tudo o que ele conseguiu dizer.
No meio da rua, fundido à escuridão, Castiel cerrava os punhos ainda mais forte. Ele havia visto o beijo. Seu coração disparou e a raiva cresceu em seu peito. Ele não podia perder a cabeça. Não hoje.
Natsumin não sabia o que falar. Tudo o que ela conseguiu fazer foi se distanciar ao máximo dele e seguir sozinha para sua casa, a uns cinco quarteirões dali. Ela andaria muito, com certeza, mas não conseguiria ficar ali nem mais um minuto.
Amor, beijos. Nada disso poderia existir para ela. Nunca mais. Aquilo não podia estar acontecendo. E justo Armin. Armin! Armin era seu amigo, não podia estragar a amizade, o sentimento puro que tinha por ele. Um sentimento só de amizade.
Ela sentiu seus olhos lacrimejarem enquanto dava de ombros e começava a andar, apressando os passos para logo em seguida correr e sumir dali o mais rápido que podia. Aquilo não poderia estar acontecendo. Ela não poderia ser querida. Ela não poderia ser amada. Ela não merecia. E nem queria.
Ela não ligava para o que Castiel fazia porque sabia que ele estava apenas brincando com ela. Ele só queria feri-la assim como fez com as outras garotas, ou “conseguir o que ele não poderia ter”, ou ainda, brincar com ela para depois humilhá-la, assim como a primeira vez que ela pensou que ele iria beijá-la e ele retrucou, dizendo: “Acha que eu beijaria uma tábua de passar como você?” Ou algo do tipo.
Agora Armin não. Armin era sincero e verdadeiro. E ela não queria nada disso, não merecia. Ela havia prometido a si mesma que não deixaria mais ninguém amá-la. Ela não merecia! Ela havia matado os pais! Seus sonhos, suas paixões tudo isso havia matado seus pais. Se alguém a amasse, ela teria que ir embora, teria que afastar essa pessoa, assim como fez com suas amigas, Tsubaki e Ayuminn. Ninguém poderia amá-la, ninguém! Não poderia permitir que alguém se apaixonasse por ela. Ela era apenas uma miserável que ainda não conseguia se livrar do seu passado. Uma garota que não conseguia se achar bonita, que não gostaria de ser querida, amada. Não gostaria de ter uma família. Uma garota que deveria se isolar de tudo e de todos para nunca mais machucar ninguém. Para nunca mais aceitar o amor.
Droga! Ela tinha quer ter rejeitado o convite! Aquilo não podia acontecer!
O olhar negro de Castiel concentrou-se no corpo magro de cintura fina e absurdamente bonito, que corria para o lado oposto ao de seu caminho. O idiota do Armin fechou a porta. Ele olhou para os lados e viu a rua vazia. Natsumin estava chorando. Por que diabos a garota estaria chorando?
Droga. Ele tinha vontade de socar aquela porta e esperar Armin atender. O que ele queria era socar a cara daquele garoto, queria... Droga, ele queria mata-lo!
***
— Muito obrigado, Alexy. — Armin deixou-se tombar de bruços, com o rosto entranhado no tecido do sofá. — Ela me odeia agora.
Alexy tinha os olhos de íris rosadas preocupados.


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Notas finais do capítulo

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