POV. Jason

Que diabos deu em mim hoje? Estou louco pela Rachel? Acho que é muita sedução....

Mas e agora? Eu realmente me declarei? E o que vai ser de agora em diante? To perdido... Cavem meu túmulo por favor, lá vão escrever “Aqui morreu um idiota que era idiota”...

Por que eu estou tendo um mini surto? Agora a Rachel será minha propriedade... Acho que posso me acostumar com isso.

O que? Não me julguem, nunca fui o tipo de cara que namora, só que fica sem compromisso. Mas agora, bem, Acho que eu vou calar a boca antes que calem por mim. Espera... eu estou pensando isso, não falando!

– Será que dá pra parar de resmungar seu inútil? Se continuar vai dormir no chão... – Resmungou Rachel do meu lado. Eu estava abraçado nela e dessa vez deu meio que um frio na barriga por causa de bem... você sabe.

– A cama é minha sua rabugenta, fique quietinha e sonhe com o bob esponja enquanto eu resmungo o quanto quiser porque o quarto é meu! – Falei e recebi um belo de um tapão na cara.

– Jason eu quero um beijo. – E o arco íris volta a minha mente. E agora uma pergunta importante: Você está dormindo? Bebeu? Fumou? Está sonhando?

– E daí? – Perguntei dando risadinhas para mim mesmo (isso foi assim meio gay eu sei...) Ela se virou de frente pra mim e me depositou um selinho. Depois começou a mexer no meu cabelo e acariciar meu rosto. Eu já estava rindo porque tenho quase certeza de que ela estava sonhando.

– Eu te amo. Nunca me deixe Jason, caso contrário eu mato você! – Resmungou de olhos fechados e depois tombou a cabeça no meu peito. Psicopata até sonhando, acho que preciso tomar cuidado...

Passei o braço envolto em sua cintura e logo peguei no sono. Está na cara, ela consegue me deixar calmo mesmo quando eu estou tendo um surto sobre ela.

(...)

Era de manhã, e acordei alone na cama. Aconteceu um milagre da vida, Rachel acordou antes que eu! Será que aconteceu algo e estamos fazendo cover do filme “Se eu fosse você” ??? Trocamos de corpos? Ah, não, eu ainda sou eu mesmo, ufa!

Levantei e peguei uma roupa e caminhei até o banheiro. Quase tive um ataque cardíaco quando vi o estado de Rachel. Ela havia feito mechas...Azuis, roxas e rosa. Sem contar que não ficou aquele cabelo perfeitinho lisinho como nos filmes, na verdade parecia feno de cavalo, sei lá! O pior de tudo é que aquela praga continua muito gata.

– Ta olhando o que com essa cara de gatinho assustado? – Perguntou saindo do banheiro e mascando um chiclete. Pera aí, partiu mascar chiclete como uma vaca.

– Está fazendo uma homenagem para as vacas? – Perguntei escorado na porta do banheiro.

– Não, porque essa pergunta idiota? – Rebateu se virando para mim.

– Está mascando isso aí igual a uma vaca pastando. – Disse e ela me encarou fuzilando os olhos. – O que foi, está na TPM? Deveria te deixar quieta ou algo parecido? Porque não vai rolar...

– Obrigada por começar os elogios logo cedo pela manhã. Não sabe como eu estou feliz. – Respondeu com a voz calma e com uma cara assustadora. – Se eu estou de TPM ou não, acho que o problema é meu!

– Era brincadeira Rachel, vem cá leãozinho, só cuide para não me atacar com sua juba! – Puxei ela pra perto, mas me empurrou e saiu do quarto.

Tomei meu banho e depois desci correndo para tomar café. Rachel não estava em parte alguma daquela casa. Comi uma grande parte da barra de chocolate de Rachel porque estou muito vândalo hoje. Ri sozinho com meu próprio pensamento. Meu pai entrou na cozinha e me encarou sorrindo com uma sobrancelha arqueada.

– Qual é o motivo desse sorriso de orelha a orelha Jason? Deixe-me adivinhar, Rachel! – Falou e eu cuspi metade de um pão fora (não se ofenda pão! Você tem miolos, sobreviverá... Isso não fez o mínimo sentido). Tirei o sorriso da cara, peguei minha mochila e me mandei dali. Fui de skate até a escola e quando cheguei vi que toda aquela gente não estava perto de Rachel e sim de uma garota que eu não faço a mínima ideia de quem seja.

Vi Harry parado na porta da escola meio tenso. Decidi ir até ele já que não tenho nada melhor para fazer agora.

– O que foi Harry? – Perguntei um pouco surpreso.

– Nada, tudo lindo e normal como sempre. Viu se Rachel está ai? Ela veio mas saiu daqui toda perturbada e tensa. Estou preocupado. – Quando perguntou fiz que não com a cabeça e quando terminou de falar saiu corredor a dentro. Fiquei no vácuo e agora estou profundamente ofendido.

Rachel perturbada e tensa? Acho que nunca a vi nesse estado. O que será que aconteceu e eu fiquei de fora...abandonado e excluído da vida?

Fiquei ali encostado na parede mexendo nos cabelos entediado. Definitivamente eu queria que Rachel estivesse aqui, primeiramente porque eu quero uma explicação de tudo isso e segundo porque eu preciso incomodar alguém urgentemente. Acho que acordei muito Happy hoje.

A garota desconhecida saiu daquele grupinho e começou a caminhar em minha direção. Ela tinha cabelos castanhos ondulados, olhos azuis e era alta. As afeições do rosto pareciam familiares para mim. Quando chegou até mim abriu um grande sorriso.

–Olá, me chamo Jenny. Sou nova aqui, será que você poderia me mostrar o colégio? – Perguntou. No começo fiquei meio assim, mas estava entediado então, quem liga?

– Olá sou Jason Derulo. – Dei um sorriso bobão porque eu sou um bobão... e um grande exemplo de humildade só por xingar a mim mesmo.

– Acredite, está longe disso! – Rimos e entramos na escola. Vejamos ela é muito engraçada e legal. Acho que seremos grandes amigos... ou não! Mostrei a escola e agora estávamos no refeitório. Ela sentou em uma das mesas e começou a puxar papo. – Quantos anos você tem Jason? Sempre morou aqui? Tem namorada? Quais são seus hobbies?

– Nossa, não sabia que chegaria na escola e seria bombardeado por uma entrevista surpresa! – Amo ironia. Já percebeu? Eu não, sou muito ingênuo... – Mas enfim, Tenho 18, estou aqui faz pouco tempo, não tenho certeza se tenho uma namorada ou não, gosto de cantar.

– Como assim não sabe se tem ou não? Isso não faz o menor sentido! – Falou rindo com as minhas respostas.

– Bom, saiba que eu não faço sentido. – Falei.

– Anotado. E quem seria essa garota sortuda? – Perguntou e me senti honrado, eu acho.

– Sei lá, eu e Rachel somos complicados. – Falei e vi uma cara de surpresa e raiva contida em seu rosto. Ignorei porque vai saber o que se passa na mente de uma garota. Elas são um mistério.

– Rachel? Interessante. Katie... Achei você! – Ela cochichou a última parte e saiu me deixando boiando na merda porque eu não entendi nada. Terceira vez que sou abandonado sem mais nem menos no dia. Será que estou fedendo? Ah, esquece. Está todo mundo na TPM será?

Entrei na sala e me sentei no fundão do lado da janela. Coloquei os fones e esperei a chatice começar. O professor chegou com Jenny ao lado na sala. A apresentou e disse para ela sentar na classe ao lado da minha. Ela sorriu e veio. Mas que diabos, o lance de sorrir é meu ok?

– Parece que o destino nos uniu. – Falou e sorriu.

– Uau que poética. – Ironizei e ela sorriu de novo não se incomodando como que eu falei. Pare de sorrir diaba.

– Acho que seremos bons amigos. – Afirmou e se virou para me fitar.

– Beleza então. – Respondi e coloquei de volta os fones. Fiquei um tempão admirando a janela até que o professor veio até mim.

– Senhor Jason, eu mandei sentar em dupla com a colega nova para dividirem o livro. Se mexa rapaz! – Me liguei pra vida e juntei as mesas. Ficamos jogando conversa fora a aula inteira e no recreio veio sentar comigo e Harry. Vi que Harry estava quieto e aparentemente não simpatizou com Jenny. Eu estava de boas e continuei a bater papo. No fim ela tinha razão, seremos bons amigos.

– Tem planos de tarde Jason? A gente podia sair para tomar um sorvete e passear. Não conheço a cidade ainda. O que acha? – Perguntou e eu dei de ombros. Harry continuava quieto e não comeu nada, apenas saiu da mesa e me puxou.

– Não vai sair com ela Jason, eu quero que vá lá em casa com a Rachel pra gente jogar videogame. – Falou sério.

– Não, eu estou afim de sair mesmo. Não quer ir junto? – Perguntei e ele me deixou, de novo. O que aconteceu com essa galera hoje? O que eu tenho que as pessoas não me querem mais? Parece que tem um limite de minutos que podem ficar perto de mim, caso contrário seriam envenenados! Qual é, eu sou purinho! Não tenho nenhuma doença contagiosa.

No fim da aula, Jenny me encontrou no portão da escola e começou a me puxar.

– O que foi garota? Pare de me puxar! – Falei e ela apenas se virou e sorriu meio que diabolicamente.

– Vou te levar para casa, quero que você e sua amizade colorida seja lá o que for isso vá junto conosco. Eu mesma farei o convite...