We Are Demigods II escrita por Alice Kirkland, The duck next door


Capítulo 7
Wish to depart with you - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito, eu sei, podem jogar seus sapatos na minha cara. DESCULPA, SÉRIO, EU ESTAVA NA SEMANA SE PROVAS FINAIS, MAS FINALMENTE ACABOU... TO LIVRE, VOU PODER ESCREVER DIREITO E EM PAZ AGORA!



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SCORPIUS

Sinceramente? Ter que contar bolinhas de gude era menos irritante que isso. Merlin, eu não queria ficar trocando de corpo toda hora! Eu gosto do meu corpinho loiro (tá que a Cat também é loira, mas dá pra entender. Meu loiro é diferente!), lindo e sexy! E Catherine sente fome toda hora, é desconfortável.

– E então... O que a gente vai fazer? - perguntei para Angeline. Todos estávamos no corujal, sentados (menos Angel, ela estava em pé) em círculo, então, pela lógica, ela que deveria liderar a discussão.

– Isso aconteceu primeiro na aula de História da Magia, certo? Depois voltou ao normal e só foi acontecer de noite... E pelo visto isso acontece sem nenhum padrão... - de repente, os olhos de Angel perderam o foco e ela ficou com uma cara de nada pior que eu na aula.

– Angel? - Cat perguntou. Angeline se virou para ela, ainda com a expressão morta e começou a falar.

– Olá. A amiga de vocês não está aqui no momento, estou usando o corpo dela "emprestado" para falar com vocês. - ok, isso era estranho. E aquela voz era muito mórbida, parecia que alguém tinha acabado de acordar e cheirado pó de flu - Quem está fazendo vocês trocarem de corpos sou eu.

– O QUE????? ANGEL, EU ACHEI QUE VOCÊ ME AMAVA! - Tony gritou dramaticamente ao se jogar no chão (e bater com a cabeça ao perceber que a blusa dele sujou com cocô de coruja).

– Essa não é a Angel! Você não percebeu? - Catherine falou encarando Tony.

– Bem, eu percebi, mas gosto de um bom drama! - ele respondeu. Merlin...

– Err... - falei, me virando para a Angeline-não-Angeline - Quem é você?

– Eu sou o Cardiospermum.

– Cardiospermum... É uma planta, não é? - Catherine comentou - Eu já vi esse nome em algum lugar...

– Então, Sr. Cardiospermum, por que você está fazendo isso? - Tony perguntou. Uau, não sabia que ele era tão educado! Cardiospermum deu de ombros e virou a cabeça um pouco.

– Tédio. - T-TÉDIO???? ELE ESTÁ FAZENDO ISSO POR TÉDIO? QUANDO SE ESTÁ COM TÉDIO VOCÊ COME, COMPRA MEIAS OU EXPLODE COISAS!

Depois disso, Angel voltou ao normal e nós falamos para ela o que havia acontecido. Merlin, por que mesmo eu não podia ter uma uma vida normal? Ha, mentira, eu gosto da minha vida estranha, ter uma vida normal deve ser chato!

UMA SEMANA DEPOIS

Sabe aquele momento super agradável em que você está humildemente sendo superior a todos e de repente troca de corpo com alguém? E esse alguém estava lendo e tentou te matar porque você sem querer desmarcou o livro? Se você não sabe, é muito sortudo. Cara, a Angel tem menos de um metro e sessenta! Como ela pode ser tão forte? E ela sabia a página em que parou!

Pelo menos essa coisa estranha está parando. Desde ontem eu estou no meu corpo e nada estranho - quer dizer, mais estranho que o normal - tem acontecido, ainda bem.

Agora, eu estava sendo uma pessoa muito má e matando aula... MENTIRA! Eu sou um aluno exemplar, por favor, as aulas desse dia já tinham acabado. Eu estava no salão comunal da Sonserina comendo batata frita que eu peguei na cozinha e tinha que aguentar uma garota com mais maquiagem que aquela Gremlin fêmea me pedindo batata.

– Não! Eu já disse, é batata, batata não se divide!

– Deixa de ser egoísta, me da essa batata! - Egoísta? EGOÍSTA É O ESCAMBAU, VOCÊ QUE É PREGUIÇOSA E NÃO LEVANTA PRA COMER! EU VOU TACAR ÁGUA NA SUA CARA, ISSO SIM!

– Não! E eu nem sei o seu nome, por que eu te daria uma batata?

– Porque sim! Anda logo!

– Não mesmo! - Então me virei de costas, comi mais uma batata e peguei meu chá, porque eu sou chique e chá é bom. Tinha esfriado um pouco, mas ainda estava quente, então... Chá!

– Anda logo, criatura! - a pessoa que me lembrou um Gremlin continuou pedindo, mas agora estava me balançando. Hey, o meu chá pode derramar! Ou então eu posso jogar o chá nela, urgh.

... O QUE?! EU FALEI QUE PODIA JOGAR O CHÁ, NÃO QUE IA!

– DESCULPA! EU NÃO QUERIA JOGAR! QUER DIZER, EU QUERIA, MAS NÃO IA E...

Não pude terminar minha explicação. Dois segundo após eu começar a falar a criatura tirou seus sapatos e jogou na minha cara. ISSO DÓI, TÁ LEGAL?

TONY

A melhor sensação do mundo, na minha opinião, é quando é sexta feira e as aulas acabam (bem, compete com quando as maçãs acabam, já que eu sempre achei maçãs um pouco suspeitas, mas a sexta depois da aula ganha). FINALMENTE! EU ESTOU LIVRE! LIBERDADE!

Estava me dirigindo para o salão comunal da Sonserina quando escutei passos apressados e então... Quase fui atropelado por uma Angeline Vellar selvagem e descabelada.

– Oi Tony, tudo bem? Como vai a vida? Eu estou sendo perseguida por alguns professores porque aparentemente é contra as regras da escola sair passeando por ai com uma cobra gigante, um cão infernal e um escorpião voador gigante, mas eu fiquei com vontade e fiz. Adeus!

– Ade... Espera, você tem esses animais de estimação? - perguntei. Meus pais nem me deixam comprar um guaxinim!

– Tenho! A cobra é a Nanny, o cão é o Tony e o escorpião voador gigante é o Kevin! - Angel falou, parecendo muito feliz.

– Espera, Tony? Seu cachorro tem o meu nome?

– Sim, sim, mas isso é não é o mais importante agora!

– Tem razão, você ainda tem que se esconder dos professores... Fala sério, são animais de estimação! Eles são gente também, não deveriam expulsa-los! - falei. Eu ainda tenho trauma da vez em que, aos meus cinco anos de idade, achei uma ratazana na rua e levei pra casa. Ela se chamava Griselda é era uma ótima conselheira, não sei o motivo pelo qual meus pais não gostaram!

– Concordo! E no acampamento o Quiron me xinga quando eu apareço com todos... Qual o problema dessas pessoas?!

– Muitos!

Conversamos por mais uns dois minutos sobre como as pessoas não nos deixarem andar por ai com animais de estimação era um absurdo, mas então um professor apareceu. Angel já estava se preparando para voltar a fugir quando, por algum motivo, eu virei pra ela e falei:

– Angel, você quer ir em Hogsmead comigo?

(CARA, EU PERGUNTEI ISSO MESMO, NÃO SEI COMO EU CONSEGUI, MAS EU FIZ, EU SOU INCRÍVEL, NÃO SOU? MEREÇO ATÉ UMAS BATATAS! MAS... AI MEU MERLIN, EU PERGUNTEI ISSO MESMO! E EU NEM ESTAVA PENSANDO NA HORA!)

O professor nos encarou um pouco, depois virou de costas e saiu.

– Uh, ainda bem que ele foi embora! E, Tony, eu não sabia que você era tão bom para improvisar coisas assim! Valeu!

Espera... Improviso? Eu não estava pensando quando falei isso, mas tenho certeza que não foi improviso! Eu queria falar isso... Não queria?

– Er... De nada. - falei. Depois que eu falei isso, uma pessoa vestida de dinossauro roxo (oi?) apareceu.

– Yo, Angel, Tony. - o dinossauro roxo tirou a cabeça da fantasia, revelando ser apenas a Cat.

– Barney! - Angel exclamou - Quer dizer, Cat! Por que você está vestida de Barney?

– Fiquei com vontade. - Cat disse dando de ombros, o que fez Angel tentar dar um tapa nela.

– Então, quando você chegou aqui? - perguntei.

– Uns dois segundos depois da Angel? Eu estava seguindo ela enquanto ela fugia dos professores, vocês não perceberam?

– Nem eu te percebi dessa vez, como você espera que o Tony perceba? - Angel respondeu. Hey, ofendeu... Eu acho.

– Ah, aqui está o livro em que eu achei a palavra "cardiospermum". - Cat entregou o livro para Angel, que em seguida decidiu que era hora de voltar para o corujal.

E adivinha quem foi o sortudo que teve que buscar o Scorpius? Isso mesmo, eu.

***

– Bem, cardiospermum é um gênero botânico da família Sapindaceae. Essas plantas são lianas, ou seja... - Catherine começou.

– São nativas de regiões tropicais, sobretudo nas regiões neotropicais, como no Brasil, onde 11 espécies são encontradas. - Angel completou, fechando o livro.

– Isso não faz sentido. - Scorpius comentou - Nós estamos na Inglaterra, isso não faz o menor sentido!

– E por isso, meu caro, que eu estou aqui. Situações que não fazem sentido são minha especialidade! - Angel exclamou.

Nós estávamos sentados no chão do corujal tentando achar uma resposta, mas nada vinha na minha cabeça (ou na de Scorpius. Já na de Catherine e Angel eu não sei).

– Isso está me irritante de verdade. - Scorpius voltou a falar - Primeiro, nós trocamos de corpos, depois começamos a fazer coisas que ficamos com vontade do nada! Eu joguei chá em uma pessoa que nem conhecia, Tony finalmente chamou Angel para sair, Cat saiu vestida de dinossauro pela escola e Angel apareceu com um monte de bichos de estimação. Isso não faz nenhum senti...

Scorpius parou de falar. Sua expressão se tornou tediosa e morta, assim como sua voz.

– Isso não está me entretendo. Não está interessante. Mas eu tive outra ideia. - Scorpius-Sr. Cardiospermum se virou para mim - Quem sabe isso seja mais interessante.

E então a expressão de Scorpius voltou ao normal. Achei que o Sr. Cardisopermum fosse finalmente nos deixar em paz, mas estava enganado. Quando me virei, encontrei duas crianças no lugar de Angel e Cat.

– Que diabos...? - comecei. Então escutei um bebê chorando. Me virei novamente e no lugar de Scorpius, havia um bebê.

Eu não tinha irmãos e tinha poucos primos, nunca havia cuidado de um bebê na minha vida, então, deixei a criatura chorando no chão. Depois, me virei para onde Cat estava.

– Qual o seu nome? - perguntei para a criança de aproximadamente doze anos que estava na fantasia do Barney.

– Qual o seu nome? - ela perguntou.

– Eu sou o Anthony.

– Catherine. - Espera... Catherine... Ela é igualzinha a Cat, só parece menor... ESPERA, O CARDIOSPERMUM MUDOU A IDADE DELES? COMO ISSO É POSSÍVEL?!

– C-certo... - falei. A Cat de doze anos ficou me encarando de um jeito desconfiado, então me virei para a Angel. - Qual o seu nome?

Ela demorou um pouco para responder, mas quando o fez foi com um inglês terrível e com muito sotaque francês. QUE FOFO, UM BEBÊ COM SOTAQUE!

– Angeline Vellar. Por que eu não estou no México? Eu tenho certeza de que eu deveria estar lá!

Ignorei a parte sobre o México.

– Quantos anos você tem, Angeline?

– Quatro.

– Ah, sim. Tudo bem, você não está no Méxic... - o bebê Scorpius começou a chorar mais ainda. Eu não sei o que fazer, tá legal?

– Por que eu não estou em Manhattan e estou em uma fantasia do Barney...? Eu tenho certeza de que não morri, e se tivesse, acho que não tem tantas corujas assim no Mundo Inferior. - Cat perguntou. Ela balançou a cabeça e se começou a encarar o Scorpius bebê.

– Tio, por que esse bebê tá chorando? - Angel com o péssimo inglês falou.

– Eu não sei.

– Você sabe por que eu não estou no México?

– Não.

– Você sabe de alguma coisa?

– Não. Espera, sei sim!

Estava difícil pensar ali. Tinha um bebê chorando, uma criança de quatro anos fazendo perguntas e uma criatura me encarando (aparentemente, Cat havia parado que encarar Scorpius-bebê). Angel voltou a fazer perguntas e Scorpius continou chorando muito. Ah... Ah... AH!

– SR. CARDIOSPERMUM! - gritei - SE VOCÊ ESTÁ ENTEDIADO, EU TE EMPRESTO MAMA MIA! É INTERESSANTE É VAI T TIRAR DO TÉDIO, EU PROMETO!

E então, alguns segundo depois, todos voltaram ao normal. Expliquei o que tinha acontecido para eles, Cat e Angel falaram algo como "faz sentido" e Scorpius ficou me julgando por não ter segurado ele-bebê. Cardiospermum realmente sumiu depois disso, mas nunca mais achei meu exemplar de Mama Mia... Aquele maldito! Roubando os filmes de pessoas gentis alheias! Não se rouba o filme favorito de ninguém, sabia? É falta de educação!


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Notas finais do capítulo

Então, o anime era Kokoro Connect :B