No Need to Say GoodBye escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 20
O Relato de Guaia


Notas iniciais do capítulo

Não vou colocar no capítulo que o pov é da Guaia, pq acho desnecessário repetir algo que o título já disse. Mas para o caso de ainda restar dúvidas, o pov é da Guaia, tá, kkkk



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Assim que o nome "Valentiny" saiu de meus lábios, Rainha Lúcia convocou um conselho. Dizia ela que não queria ser a única testemunha de algo tão avassalador. Em pouco menos de vinte minutos, o salão se encheu de nobres e reis, e muitos deles eu mesma pude reconhecer, das histórias, lendas e canções que meu pai contava para mim: Rei Franco e Rainha Helena, os primeiros reis de Nárnia; Lorde Diggory e Lady Polly, os primeiros filhos de Adão a chegarem a Nárnia; Lorde Eustáquio; Lady Jill Pole; e é claro, os três reis, Rei Tirian e Rei Rilian, que já estavam aqui, e Rei Caspian X, que chegou depois com meu pai. Depois que todos estavam bem acomodados e atentos, a ordem de começar o relato foi dada pelo Rei Franco, e logo acatada por mim.

***

Era uma manhã comum, dessas de fim de inverno, quando o calor da primavera já se fazia presente. Depois de um café da manhã reforçado a base de cenouras e aveia, eu trotei para fora do estábulo, ansiosa. Os reis estavam ainda terminando de tomar seu café matinal, e logo todos voaríamos para o Jardim da Lady Aurora.

– Pare quieta, Guaia! Parece até que tem formigas nas ferraduras! - ouvi meu irmão mais velho, Magnus, falar.

– Eu quero é voar! Problema é de vocês se não quiserem! - eu respondi.

– Deixa ela, Pétrio. Ela não é profissional como nós. - ouvi Pétrio rir.

– Há há há! Não achei graça! Não esqueçam que vocês voam há tanto tempo quanto eu! - eu retruquei.

– Eu não. - Magnus falou, de dentro do estábulo - Eu tenho nove minutos a mais que você!

– E eu, sete! - Pétrio apoiou.

– Nossa, me impressionei! - eu debochei. - Grandes coisas, nove minutos!

– É muito, sim, tá! - Magnus brigou - E eu já nasci voando!

– Coitada da mamãe então! - eu falei, e Pétrio riu.

– Quietos! Tem alguém vindo! - Pétrio alertou.

Quando eu olhei, era uma figura estranha. Usava um capuz, para esconder o rosto, e tinha uma espada atada ao cinto. Estranho alguém manter uma espada junto de si aqui na Nárnia Eterna, onde a paz impera...

– Muito bem, Guaia. - eu a identifiquei como a Lady Valentiny, assim que ela se aproximou de mim - Eu preciso que me leve para além das montanhas.

– Não senhora. - eu dise, lembrando das regras - Fui treinada para ser apenas da Rainha Lúcia.

– Tá, tá, eu já ouvi essa história. - ela retrucou - Eu preciso que me leve e bem depressa.

– Não, a senhora não entendeu! - eu me alarmei - Eu não posso...

– Eu tenho permissão, tá bem? - Valentiny sussurrou - Eu tenho permissão da Lú... da Rainha Lúcia, para você me levar.

– Tem mesmo? - eu perguntei, desconfiada.

– Tenho, agora vamos logo. - Valentiny montou - E silêncio.

Como ela disse ter a permissão da Rainha Lúcia, eu permiti que ela me montasse, e ergui voo. Durante o tempo de voo, eu percebi que ela estva meio nervosa. Parecia... clandestina. Quando sobrevoamos os arredores do Jardim, eu comecei a me preparar para pousar. Então, senti ela cravar os calcanhares em meus rins, forçando-me a voar com mais velocidade. Ela não me permitiu pousar. Nós alcançamos as Montanhas Externas, e eu senti meu coração gelar de medo. O outro lado era coberto de névoas densas, que carregavam o ar, e dificultavam a visão. Ela me fez pousar, depois de algum tempo, em uma clareira.

Lá embaixo, em solo firme, o luga não parecia tão assustador. A grama era verde, e se estendia em todas as direções. Porém, não se podia ver nenhuma árvore, ou ser vivo. Também não se ouvia muitos sons, a não ser o de nossos corações batendo, e o vento assoviando. Mas, ainda assim, aquele lugar era tenebroso.

– Pai! - Valentiny começou a gritar - Paaaaai! Lorde Sobespian! Pai!

A voz dela ecoava no vácuo, fazendo um eco que se propagava por todo o vale. Ela continuou a grital, chamando por ele. Mas não se ouvia nada, além da voz dela.

– Vamos, Guaia! Temos que achá-lo! - ela ordenou.

Eu cavalguei por aqueles campos. Tudo era muito claro, mas ao mesmo tempo muito escuro. Assustador, mas sem perigo iminente. Era um local para enlouquecer qualquer mente sã. Mas Valentiny não se deixou abater por isso. na verdade, ela parecia nem notar. Quanto mais adávamos, mais o dia parecia se tornar noite, mesmo sem escuridão. A visão do vale era que eu conhecia aquele lugar, não conhecendo. Como quando nossa mente identifica que estamos andando em círculos, e que já passamos por aquele local antes. Mas isso era impossível, já que eu estava cavalgando em linha reta. Qunato mais eu cavalgava, mais parecia que eu deveria cavalgar, e mais eu me esforaça. Porém, ela não me deixou voar em momento algum.

De repente, ela me forçou a parar. Na nossa frente, havia um enorme rio caudaloso. Ele estava agitado, como o mar em tempos de tempestade, de tal forma que formavam-se ondas altas, de dois metros de altura. A água desse rio era negra e turva, e não permitia que se olhasse atavés dela em momento algum.

– Pai! - ela tornou a gritar, descendo da cela.

Havia um homem naquele mar pequeno. Ele lutava contra a correnteza e contra as ondas, tentando se manter na superfície. Mas não conseguia. Algo parecia puxá-lo devolta toda vez que ele emergia.

– Papai! Não! - ela se desesperou.

***

– Pode me dizer se aquele era mesmo o pai da Valentiny? - Rei Pedro perguntou, de repente.

– Não, senhor. - eu falei. - Eu apenas conheci Lorde Sobespian pelas histórias de meu pai. Não conheço seu rosto, sua voz, nada. Portanto, não sei dizer se aquele era mesmo o pai dela ou não. Porém, ela parecia ter absoluta certeza de que era ele.

– Por favor, prossiga. - Rei Franco pediu.

***

Ela retirou seu manto, sua espada e sua bolsa, e se preparou para saltar. Ela precisava fazer isso, ou ele morreria.

– Eu não faria isso se fosse você. - uma voz nos assustou.

Era uma moça, que parecia ter mais ou menos a idade da Valentiny. Ela tinha os cabelos negros como a noite, bem como suas roupas, que tinham um certo brilho verde. Mas a sua pele era tão clara, que a princípio eu julguei ser um fantasma.

– É o meu pai! Não posso deixá-lo ali! - Valentiny retrucou.

– Eu não pularia. Esse é o Lago das Almas, um dos piores castigos de Aslan. Seu pai deve ter sido um dos piores renegados, pra ser castigado assim. - ela falou docemente.

– Meu pai não é um renegado! - Valentiny se exaltou - Todo mundo merece uma segunda chance!

– Acho que ele talvez não. - a moça pensou um pouco - Ou talvez sim.

– Que quer dizer? - Valentiny arqueou a sombracelha.

– Eu conheço uns truques, posso ajudar, se quiser, é claro! - ela se ofereceu, gentil.

– Lady Valentiny, eu não faria isso! - eu sussurrei.

– Não se meta, Guaia! - ela rosnou.

– Mas, minha senhora! Ela não é confiável! A gente nem deveria estar neste lugar! É proibido! - eu alertei.

– Ela tem razão, sabe. Deveria escutar sua cavalinha. - a moça debochou.

– Consegue mesmo libertar meu pai? - Valentiny perguntou.

– Se é o que quer...

– Então ajudarei! - Valentiny disse.

A moça estendeu a mão, e Valentiny apertou firme. Quando fez isso, ela gemeu, e eu vi uma gota de sangue escorrer de sua mão, fazendo a moça sorrir. Valentiny retornou para perto de mim.

– Vamos, precisamos conversar com uns amigos. - a moça a puxou suavemente, fazendo-nos segui-la - A propósito, meu nome é Vera!

– Sou Valentiny. - ela respondeu, enquanto caminhávamos.


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Notas finais do capítulo

Hum... suspeita essa moça...



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