Glacial escrita por Tcroagunk


Capítulo 2
Perigo




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O urso castanho avança. Sua fúria é implacável e aquela casa pequena demais. Com apenas uma patada ele destrói uma das paredes. O homem e a mulher que nela viviam tentam escapar, mas o urso os morde e mata.

Em sua ira, o monstro termina de destruir o resto da casa e foge pela rua. Pobre daqueles que ele encontra em seu caminho, são mordidos e pisados. Ele continua correndo para os limites da cidade.

Dois caçadores com armas em punho o seguem. Aquele urso dará um belo prêmio pois sua pelagem é totalmente diferente da encontrada nos ursos polares que vivem próximos de Alpania.

O urso continua correndo em direção a uma floresta e nenhum dos caçadores consegue encontra-lo, pois com o nascer do sol o urso não é mais um urso mas sim um filho que matou seus próprios pais.

Rivail acorda suando no meio da madrugada. Não é a primeira vez que sonha com esse urso castanho cheio de ódio mas é a primeira na qual ele sabe que é o urso. Mesmo sabendo ser um sonho ele começa a chorar por ter matado tantas pessoas.

Ele escuta uma batida na porta e se depara com sua mãe, Tristana, no batente.

– Que houve filho? Porque está chorando? Mais um daqueles pesadelos?

Ela chega mais perto dele e Rivail seca suas lágrimas. Ele se acha bobo por ter chorado por um sonho como se fosse um menino de oito anos novamente.

–Sim mas, por favor, não conte nada ao papai. Não quero que ele saiba que sou tão fraco assim.

– Filho, todos temos pesadelos, alguns mais outros menos. Não se preocupe pois sei que algum dia os seus irão passar.

Ela dá um abraço no filho. Rivail aceita esse abraço como se fosse sua única âncora, um modo de esquecer aquele sonho terrível que parecia tão real.

–Tente voltar a dormir pois hoje visitaremos os seus avós.

Tristana larga seu filho e sai do quarto, mas Rivail sabe que se fechar os olhos vai continuar vendo as garras e os dentes sujos de sangue do urso. O sangue que ele tinha derramado. Então preferiu ficar acordado pensando o quanto estava com saudades de seus avós e esperando que o café da manhã não fosse carne seca de veado.


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