A Protetora escrita por Swimmer


Capítulo 5
Descubro minha madrasta que me odeia


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas o/
Talvez que eu tenha demorado um pouquinho... demais, mas pelo menos terminei.
Boa leitura



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Descubro minha madrasta que me odeia


P.O.V. Jenn

No meu sonho eu estava em um grande salão. Olhei em volta, era tudo detalhado, as paredes eram revestidas por diferentes tipos de pedras.

No centro salão consegui distinguir duas pessoas, que pareciam discutir. Olhei o local novamente e constatei ser um palácio. Cheguei mais perto deles.

O homem usava um terno preto e tinha uma pele tão pálida que eu só havia visto duas vezes na vida, uma em Nico e a outra em mim mesma. Ele estava sentado num trono.

A mulher era bonita ela estava andando pela sala enquanto falava com o homem, usava um vestido branco com mangas amarelas que ia até os pés com detalhes em flores nas pontas, era simples e sofisticado ao mesmo tempo. Ela tinha cabelos loiros levemente ondulados.

–Chega Hades! Eu deveria ter ouvido minha mãe, maldita hora em que comi a droga daquela romã! – ela disse.

–Perséfone se acalme querida, já discutimos isso – disse o homem, Hades.

–Calma? Primeiro aqueles... aqueles dois. Como se o garoto magricela não fosse o suficiente agora aparece a garota Hades? Poupe-me.

–Querida... – ele disse com calma.

–Não insista. Estou indo para o Olimpo – ela estalou os dedos e várias malas apareceram ao seu lado – Dê-me um bom motivo pra continuar aqui Hades!

–Primeiro, você não pode sair daqui. Segundo, se você sair daqui Zeus irá atrás de Jennifer e acho que nenhum de nós quer isso.

–E por que eu não iria querer? – ela perguntou cruzando os braços.

Seria possível eles estarem falando de mim? Bom acho que sou a única Jennifer nesse sonho, mas por que Zeus viria atrás de mim?

–Pense na raiva de Zeus, ele iria perseguir não só a ela como também a Nico e a nós. Independente de qualquer coisa no passado eu não estou aqui? – Hades disse.

Agora eu tinha certeza de que eles falavam de mim, mas por quê?

–Está aqui porque é sua obrigação e eu também não me importo com o garot...

Um guarda entrou correndo e olhou para Hades, que acenou com a mão para que ele se aproximasse. O guarda disse algo que não consegui ouvir e a expressão de Hades mudou tão repentinamente quanto a de Nico quando saímos da lanchonete.

–Se preparem! – Hades gritou.

–Jenn! Acorda – disse Nico me sacudindo.

–O que? – falei me sentando rapidamente.

–Chegamos – Nico estendeu a mão pra mim.

Olhei pra fora e realmente estávamos na frente do meu prédio. Virei a cabeça pra frente, o motorista não estava lá.

–Cadê o motorista? – perguntei segurado sua mão e me levantando.

Percebi que havia parado de chover.

–O Jules-Albert não gosta muito dos, ahn... vivos. Vamos?

–Espera aí, o que?

Ele sorriu.

–Não se levante – falou pegando algo na mochila, alguns cubinhos que pareciam bolo, e me entregou.

–O que é dessa vez? – falei levando um pedaço à boca.

–Ambrosia. Mas não exagere.

–Por quê?

–Você viraria cinzas. Está melhor?

–Sim – falei.

Ele me ajudou a me levantar e pegou minha mochila.

–Conhece Perséfone? – falei me apoiando em seu ombro.

–Talvez. Por quê?

–Ela não gosta de você.

–Agora conte uma novidade... – ele disse.

–Hum... ela não gosta de mim também.

–Não me admira, mas de onde tirou isso?

–Eu tive um sonho.

Ele olhou pros lados várias vezes antes de entrarmos.

–Sonhos na maioria das vezes não são apenas sonhos, Jenn. Não pra nós.

–Como assim não pra nós?

Passamos pela portaria e pegamos o elevador que por sorte estava vazio.

Por sorte não encontramos nenhum vizinho no caminho.

–Me dá a bolsa – falei me encostando na parede ao lado da porta do apartamento.

–Pra que? – Nico perguntou.

–A menos que você saiba atravessar portas precisamos da chave pra entrar!

Comecei a mexer na mochila até encontrar o bolso com a chave dentro.

Abri a porta.

–Mãe? – gritei – Alex?

Não houve resposta. Ou elas já tinham saído ou nem tinham vindo, isso acontecia na maioria das vezes.

–Entra – falei vendo a hesitação de Nico em entrar. – Juro que não escondo Perséfone em casa.

Ele me ajudou a entrar e eu joguei a bolsa no sofá.

–É melhor você ligar pra sua mãe – Nico disse assim que me ajudou a me sentar no sofá.

–Claro, e o que eu diria? Oi mãe! Uma garota com uma perna de metal me fez torcer o pé no caminho pra casa. Poderia vir pra casa e me trazer uns salgadinhos? Por que não?

–Tá e o que vai fazer?

–Primeiro você vai me explicar por que uma “empousa” tentou nos matar e, principalmente, quem são Hades e Perséfone. Sem esquecer do motivo de esse colar – levei a mão ao pescoço e para minha surpresa ele estava lá, mesmo eu tendo certeza que havia derrubado - ...desse colar ter virado uma espada!

–Então... fica pra outro dia. Tem ambrosia na sua bolsa, deveria tentar...

–Nem pense nisso! – gritei – Você não vai a lugar algum antes de me explicar palavra por palavra ou eu vou atrás de você, e se eu morrer a culpa vai ser sua.

–Deixe de ser dramática – Nico disse, mas se sentou no sofá ao meu lado.

–Não sou dram...

–Ela queria nos matar porque os monstros são assim, sempre foram. Ela só devia querer uma “vingança” pelo último semideus que a mandou pro Tártaro, mas é sempre assim.

–Não entendi uma palavra mas prossiga...

–Bom... quanto a Perséfone, ela é a deusa das ervas, flores, frutos e essa frescura toda... Hades é seu marido, deus do Mundo Inferior e...

–Deuses? Eu sonhei com deuses.

–...E dos mortos. Agora conte o sonho – disse ele jogando a embalagem com ambrosia pra mim.

–Por que eu faria isso? – cruzei os braços.

–Porque eu estou aqui te explicando uma coisa que você provavelmente acha que é mentira e porque se não contar não explico mais.

Bufei e contei o sonho com Hades e Perséfone.

–Por que não me espanto com isso? Perséfone tem esses chiliques toda semana, não preocupe.

–Tá, mas por que Zeus viria atrás de mim? – perguntei.

Nico abriu a boca para responder mas foi interrompido.

–Por você ser filha de Hades, Jenn.

Alexia estava parada na porta me olhando fixamente.

A ambrosia que eu mastigava ficou presa na garganta. Até agora eu não havia acreditado em uma palavra, tinha pensado que talvez estivesse sonhando e que acordaria a qualquer momento com uma grande pizza esperando por mim.

As dúvidas que eu tinha a esse respeito começaram a fervilhar na minha cabeça. Eu esperaria uma coisa louca assim de qualquer um, menos Alex, ela era quase sempre séria, alerta.

Me levantei me pondo de frente pra ela, achei que cairia por causa do pé machucado, mas para a minha surpresa só senti uma dor horrível ao apoiar meu peso na perna esquerda.

–Alex, até você? Acredita nisso? Sabia disso e não me contou? – falei encarando-a e em seguida me jogando no sofá – O que mais eu não sei?

–Que parece uma criança fazendo birra? Não vai me apresentar seu amigo? – disse Alex vindo até nós.

–Nico, Alexia, minha prima escondedora de fatos. Alexia, Nico, o garoto maluco que me salvou de um garota de pernas estranhas – falei encarando a parede.

–Obrigado pelo hum... elogio, mas acho que não era preciso, – disse Nico – como eu já disse, já nos conhecíamos.

–Mais um item que devo acrescentar a lista de coisas que eu não sabia.

Eles trocaram um olhar.

–Sem birra – disse Alexia se sentando ao meu lado e me forçando a encará-la e começou a falar.

Ouvi sem dizer uma palavra mas quando ela terminou não me contive.

–E você, - apontei Alexia - vocês dois esperam que eu acredite que sou filha de um deus grego, ou melhor, o “deus dos mortos” – fiz aspas com os dedos – e que por isso monstros estão atrás de mim? – respirei fundo antes de continuar – Tudo bem, onde estão as câmeras? Já descobri, uhul. Agora parem com isso por favor? Obrigada.

Eles se entreolharam e depois me encararam.

–Tudo bem, continuem com o joguinho de vocês – fui para o quarto bufando (e mancando).

Passei os minutos seguintes pensando em como eles podiam mentir pra mim desse jeito. Mas após algum tempo me dei conta de que fazia algum sentido. Por exemplo meu pé ter se curado de uma hora pra outra, mas isso não teria acontecido se a garota – afinal, era ou não uma garota? – não tivesse quase me matado.

Uma ideia começou a se formar em minha mente. Fiquei com a cabeça enterrada no travesseiro até adormecer.


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