Ellsworth - Uma nova Chance escrita por 1FutureWriter


Capítulo 2
Ellsworth


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!!!
Queria agradecer a todos que disponibilizaram um pouquinho do seu tempo para ler essa nova história.
Amei cada comentário que vocês me deixaram!
Um beijo e boa leitura a todos!



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Pouco mais de duas horas. Esse foi o tempo suficiente para que eu arrumasse minhas malas. Os móveis ficariam na casa. Papai se encarregou de arrumar uma imobiliária para locar a casa por um tempo determinado, dessa forma se eu quisesse voltar a morar em Nova Iorque, eu teria onde ficar e teria algum dinheiro guardado.

Estava levando somente o suficiente: minhas roupas, objetos pessoais e meus livros que tanto amava.

O caminho era um pouco longo. Três horas de viagem de avião até a capital do Kansas, e mais três horas de carro até Ellsworth, a pequena cidade onde morava o que restava da minha família.

Essa segunda parte da viagem foi até um pouco divertida. Papai tentava me animar contando piadas sem nenhum sentido, e histórias engraçadas sobre os amigos dele. O que era engraçado não era a história em si, mas o jeito como ele contava. Pelo que pude perceber, ele devia ser bem querido na cidade.

Durante toda a minha infância e adolescência, eu não tive muitas oportunidades de visitá-lo. Na verdade dava pra contar nos dedos às vezes que fui a Ellsworth. Mal lembrava como era o lugar, ou as pessoas que ali moravam. Na certa ninguém devia saber quem eu era também.

Ellsworth é uma cidade extremamente pequena. É o tipo de lugar onde todo mundo conhece todo mundo, onde só existe um estabelecimento de cada segmento. É completamente diferente de onde eu vim. Em Nova Iorque, em um único quarteirão existe concorrência máxima entre os comerciantes, e aqui parece ser tudo muito pacato.

Enquanto andávamos pela cidade, as pessoas olhavam para dentro do carro, na curiosidade de saber quem eu era.

Eu sabia que meu pai tinha uma condição financeira legal, mas não imaginava o quanto. A casa em que ele morava era enorme, talvez a maior da cidade. E foi só quando estacionamos o carro na calçada que pude entender o porque.

Um senhor que provavelmente era seu vizinho o cumprimentou de forma muito educada.

– Boa noite senhor prefeito - Disse o senhor com um sorriso no rosto.

– Boa noite Senhor Castle. – Ele respondeu. Mas espera, eu havia entendido direito?

– Você é o prefeito da cidade, e nunca me contou? - A essa altura uma das minhas sobrancelhas já estava arqueada, igualzinho como ele fazia.

Ele afirmou, e disse que nunca contou por que não havia necessidade de muito alarde. Era uma coisa comum para ele, e isso não o tornava melhor que ninguém. Tá, isso até poderia ser verdade, mas ele era o prefeito. Eu era a filha do prefeito.

Ótimo, estava em uma cidade em que eu não conhecia ninguém, mas todos me conheceriam por que simplesmente eu era a filha "forasteira" do prefeito Sullivan.

[...]

O fato de a casa ser enorme me reconfortou um pouco, pois não precisaria dividir um quatro com a minha irmã Audrey. Seria ainda pior se isso acontecesse.

O único que realmente se animou com a minha chegada foi o Johnny.

Assim que me viu, me deu um abraço tão forte que me tirou do chão.

– Eu não acreditei quando o papai contou que você viria morar aqui em Ellsworth com a gente! - Ele disse ainda no seu abraço de urso.

Johnny foi o único que fez eu me sentir bem naquela casa. Na verdade só ele e o papai. Eles me mostraram todo o lugar e o quarto em que eu ficaria. Era um quarto de hóspedes que ficava no mesmo corredor que o quarto do Johnny e o da Audrey no segundo andar da casa. Não era gigante, mas também não era pequeno, e a parte boa era que tinha um banheiro só pra mim. Meu pai disse que eu poderia deixar do jeito que eu quisesse, era só escolher como eu queria, que ele mandaria fazer.

– Desse jeito está bom. - Respondi ainda meio sem graça.

– Bom, eu vou descer e ver se falta muito para o jantar. Sinta-se em casa, minha filha. - Ele disse, depositando um beijo na minha testa, e descendo logo em seguida.

Johnny me ajudou a desfazer as malas, e chegou a se assustar com a quantidade de livros que eu tinha.

– Uau! Você assaltou uma biblioteca? - Perguntou maroto, enquanto tirava os exemplares da mala, e os colocava em cima da cama.

– Não engraçadinho! – Respondi no mesmo tom. - E fique sabendo que ler faz muito bem a saúde.

– Livros são chatos, não tem figuras. Eu prefiro os quadrinhos.

– Isso é porque você nunca leu um livro que realmente gostasse. - Ele deu de ombros, mas continuou prestando atenção em mim. - Eu lembro que quando era pequena, a mamãe... - parei a frase subitamente no mesmo instante. Era tão fácil falar dela, mas tão difícil aceitar a minha nova realidade. Johnny que era extremamente inteligente percebeu de cara a minha mudança repentina, e começou a falar sobre futebol americano. Eu não entendia absolutamente nada, mas ele era doido pelo esporte e sonhava em um dia ser um grande quarterback do time.

Só paramos de conversar quando meu pai nos chamou para jantar.

Eu realmente pensei que o clima ruim seria somente no momento em que eu havia chegado, mas estava enganada. Na mesa o clima estava ainda pior. Todos comiam calados. Audrey mal falava, e Jenny não olhava pra outro lugar a não ser para o seu próprio prato.

Já estava me sentindo mal, e se não fosse pelo respeito que tenho pelo meu pai, teria me retirado no momento em que cheguei.

Quando eu já estava prestes a realmente dar adeus a minha educação e sair, meu pai quebrou o clima horroroso que estava, e começou a perguntar como havia sido o dia de cada um.

Jenny e Audrey falaram apenas que havia sido normal como todos os dias.

Dava pra notar o quão incomodo estava àquela situação para todos, e eu estava certa que o final daquele jantar não seria nada agradável, mas então Johnny começou a contar como o dia dele havia sido, e sobre como ele estava feliz por me ver ali, e foi realmente bem engraçado ouvi-lo. Ele é o tipo de pessoa que gosta de contar as histórias nos mínimos detalhes, e quando começa a falar não para até que tenha terminado.

[...]

Assim que terminei meu jantar, pedi licença e subi para o meu novo quarto.

Tomei um banho morno, coloquei uma roupa folgada, prendi o cabelo de qualquer jeito, e fui arrumar o resto das minhas coisas.

Terminava de arrumar os livros em cima de uma pequena estante de madeira quando ouvi duas batidas na porta.

– Querida posso entrar?

– Claro pai! - Ele adentrou ao quarto e sentou na beirada da enorme cama, e ficou a me olhar por alguns minutos. - O que foi?

– Nada. Só estava reparando o quanto você está parecida com a sua mãe quando ela tinha a sua idade. - Não pude deixar de sorrir com suas palavras.

– Pai, posso lhe fazer uma pergunta? - Ele assentiu, e eu continuei. - você...você amou a minha mãe de verdade?

Ele deu um longo suspiro antes de responder. Baixou a cabeça por alguns instantes, e passou a mão pelos cabelos que já começavam a se tornar grisalhos.

– Haley, a sua mãe foi a mulher que eu mais amei na minha vida.

– Então porque se separaram?

– Simplesmente porque eu era muito infantil e não estava preparado para assumir uma família. De todas as coisas que eu fiz, essa é a única que me arrependo.

Dava pra ver em seus olhos que o que ele havia dito era verdade, então dei o assunto por encerrado.

– Como você está se sentindo? - Ele perguntou, mudando completamente o assunto.

– Não me adaptei ainda.

– Isso é normal. Amanhã pela manhã você conhecerá a cidade, mas não será comigo por que tenho reuniões durante todo o dia, e também não será com seus irmãos por que eles tem aula.

– Então com quem? Não me diga que será com a Jenny, por favor...

– Não, não. Acabei de falar com um dos meus funcionários de confiança. Ele está encarregado de lhe mostrar tudo, enquanto eu não puder fazer isso. - ele explicou calmamente.

– Tudo bem. - Dei de ombros. - já que não tem jeito. E qual o nome dele?

– Michael, e ele passará aqui pela manhã. Bem, deixarei você dormir. Boa noite, minha filha.

– Boa noite pai - Ele depositou um beijo na minha testa como sempre fazia antes de se despedir, e saiu.

Terminei de arrumar um pouco das roupas que ainda estavam na cama e tentei dormir.

Haviam dois pequenos problemas em tentar dormir ali, um deles eram os mosquitos que insistiam em querer me picar, e o outro, o barulho dos grilos. Eu estava no segundo andar da casa, e mesmo assim conseguia ouvi-los. Aquela cacofonia irritava meus ouvidos de uma forma absurda. Precisei colocar um travesseiro grudado no rosto para abafar o barulho e finalmente conseguir dormir.

O que resumiu a minha primeira noite naquela casa? Um inferno!


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Notas finais do capítulo

e ai o que acharam??
No próximo capítulo conheceremos o Michael
Beijinhos S2