Sorry to You escrita por MihChan


Capítulo 14
Férias like a shoujo


Notas iniciais do capítulo

Volteeeei~
Como eu disse, estou postando agora porque tava chovendo e a internet tava caindo e voltando, então tive que esperar, mas até meia noite ainda é hoje, certo?
Bom, não tenho muito o que falar, apenas que acho que só vou postar outro no próximo fim de semana T^T
Agradeço a RebecaSennna por ter favoritado e já comentado a fic. Muito obrigada ❤
Espero que gostem. Boa leitura ~>



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Férias de verão, sinônimo de festival.

As férias de verão começaram a uns cinco dias e ao invés de eu estar morfando na escola, eu estou morfando no sofá da sala. Eu consegui passar na prova, mas agora estou meio arrependida. Devia ter errado algumas de propósito. O que eu vou fazer em casa? Meus amigos me abandonaram, meu irmão não encrenca tanto mais comigo, não tenho dinheiro pra comprar doces, meus pais não param em casa e, evidentemente, eu não tenho um namorado. Eu nem queria mesmo, hunf!

– Aoi! Você já tá criando teia aí, monstrenga!

É, parece que meu onii-chan babaca e irritante voltou das profundezas.

– Me deixe ser mumificada e morrer! – escorreguei de forma dramática para o chão, levando uma almofada junto e me encolhi aos pés do sofá.

– Credo! Por acaso seu namoradinho te esqueceu, é? – ele se sentou no sofá e me encarou com um sorriso zombeteiro.

– Pode ser...

– O que? – a expressão dele mudou completamente – Que história é essa de namorado? Eu conheço esse desgraçado por acaso? Você é só uma criança! Não pode namorar com essa idade! – ele começou a se queixar.

– Sabe que a Alice tem a mesma idade que eu, né? – eu continuava na mesma posição, despreocupada.

– Ãhn, bom... A Alice não tem nada a ver com isso. – fez bico. Segurei o riso.

– E por quê não? – sentei-me cruzando as pernas uma em cima da outra.

– Porque eu sou um ótimo rapaz e não vou fazê-la sofrer. – revirei os olhos – E porque você é minha irmã... – murmurou e desviou o olhar.

– Eh?

Okay, isso me surpreendeu um pouco, mas depois do incidente que envolve Ishikawa Raku, meu irmão vem me tratando muito mais delicadamente. Entender seus motivos não é muito fácil. Eu sempre fui chorona então não há motivos pra tanta bajulação.

Ryuuji deu dois passos e se sentou na minha frente. Me encarou e sorriu calorosamente. Franzi o cenho levemente. Meu irmão não agia assim com frequência. Normalmente ele agia feito um idiota. Até quando éramos menores ele quase nunca me deixava segurar em sua mão enquanto andávamos, coisa que eu gostava de fazer, me deixava mais segura ao meu ver.

– Você é muito importante pra mim, Aoi. – ele disse me despertando dos meus pensamentos.

– Onii-chan, você... – desconfiei-me.

– Escute! – repreendeu-me fazendo uma expressão irritadiça – Eu não quero te ver chorando por nenhum babaca. Só se esse babaca for eu, claro! – se gabou e eu fiz careta – Você chora bastante, disso todo mundo sabe, mas chorar por garoto, eu nunca tinha visto.

Começou a me deixar deprimida. Funguei e o fuzilei como quem diz: “certo e onde você quer chegar com isso? Quer me ver chorar de novo?” Ele riu e bagunçou meus cabelos.

– Você é mesmo uma idiota. – sorriu de novo.

– Como assim, hein? – protestei – Fala um monte de coisas fraternais e depois me chama de idiota?!

– Cala a boca, pirralha. – fez descaso da minha insignificância, se levantando e indo em direção à cozinha.

– Eu não sou pirralha!

– Você sempre vai ser a minha pirralha. – deu ênfase no “minha”, mostrou a língua e eu corei levemente.

– Ryuuji! – choraminguei.

– Ei, não se atreva!

Mas eu já tinha pulado nele, o abraçando.

Depois disso ele me obrigou a lavar a louça, como sempre. Sabia que estava bom demais para ser verdade. Ele estava apenas me enrolando. Eu protestava baixinho enquanto lavava os pratos com um avental que o meu pai tinha personalizado especialmente pra mim. A garota do papai era o que se lia no mesmo.

Ryuuji fazia o almoço e me lembrava vez ou outra que o chão da cozinha não fazia parte da pia, já que eu estava molhando tudo ao meu redor. Não tenho culpa dessa água ter vida própria!

Ouvimos a campainha tocar. Ryuuji gritou que atenderia, mesmo eu estando do seu lado e ser a única na casa além dele, e seguiu para abri-la. Ouvi a voz de Alice, Chiyoko e Ayu. Sorri instantaneamente.

– Nee, cadê a Aoi? – vi Alice surgir na cozinha me procurando. Corri e a abracei.

– Ela deve estar no quarto... – Chiyoko apareceu também, segurando sua bolça em um dos ombros.

Alice-chan se virou para ela, que sorriu.

– Eu acho que já a encontrei. – sorriu de volta.

Gritei o nome da ruiva e pulei nela também. Ficar longe da Chiyoko não era algo muito legal e ela tinha me esquecido e meu orgulho estava ferido. A soltei repentinamente.

– Eh? – ela soou confusa.

– Você me esqueceu. Eu fui largada. Já estava pensando em me empanturrar de doces e morrer de overdose. – fingi um desmaio.

– Mas não se morrer de overdose comendo doces, acho. – Alice argumentou com o jeito fofo dela de ser. Abri meus olhos e ergui a cabeça, continuando deitada no chão como uma perfeita morta.

– Então eu morreria de diabetes. – fechei os olhos de novo.

Alice e Chiyo-chan trocaram olhares e começaram a rir. Sentei-me irritada. A ruiva se abaixou ao meu lado e afagou meus cabelos enquanto sorria.

– Certo, certo. Eu sou uma péssima amiga, okay? – ela choramingou.

– Era exatamente isso que eu queria ouvir. – me levantei, animada.

– Você nunca vai mudar, né? – Chiyoko murmurou, sorrindo.

– Hu? – perguntei. Ela apenas balançou a cabeça negativamente e sorriu.

Fomos até a sala. Ryuuji chamou Alice para ver algumas fotos dele no ginasial, sentados no tapete da sala, como um perfeito casal de apaixonados. Ayu, que eu só vira agora, havia achado uma raquete que tinha uma bolinha presa por uma cordinha e estava muito interessada naquilo. Agora entendi porque só a vi agora...

– Aoi! – ela exclamou ao me ver, mas logo fui esquecida e ela voltou a sua interessante atividade.

Logo, Chiyoko se juntou a Alice e Ryuuji para ver as fotos com eles. Eu sentei no sofá ao lado de Ayu que, em um surto, me abraçou rapidamente e me soltou mais rápido ainda, voltando ao seu épico “toc, toc, toc” frequente. Vi que meu celular estava em cima da pequena mesinha de centro na sala e um luzinha branca piscava. Era um e-mail.

Levantei-me bruscamente e peguei o celular, assustando uma pobre garota ao meu lado. Segurei-o com força entre as mãos. Não comentei de Ishikawa, mas também sinto sua falta. Quer dizer, não sinto, não. Ou sinto...? Não me confunda, consciência idiota!

Abri o aparelho e realmente tinha um e-mail mas o mesmo era dos meus pais.

“Você quer algo? Passamos no mercado de novo, já que você se queixou que não compramos nada de bom.”

“Eu quero macaron, um pote de algodão doce de framboesa, chocolates e pocky.”

Respondi animadamente.

“Tá doida? Só vamos levar pocky.”

“Mas mãe...”

“Nem mais um piu!”

– END –

– Piu. – revirei os olhos.

Achei melhor não discutir senão eles não trariam nem pocky. Suspirei derrotada e encarei a tela do celular. Pensei em Raku e em como ele é um mala sem alças e sem rodinhas. Pensei no porquê de gostar dele. Na real, o que ele tem de interessante? Fala sério.

“Me mande uma mensagem qualquer dia desses.”

Lembrei-me do dia na biblioteca. Encarei o celular de novo. Sem pensar muito, procurei o seu contato e foi muito fácil de achar, considerando que eu não tenho tantos contatos assim. Pensei um pouco.

“Como estão as férias?”

– O que é isso? O que eu acho que estou fazendo? Parece mensagens daquelas tias chatas... – murmurei – Só me falta acrescentar “e as namoradinhas?”... Apesar de eu querer saber sobre isso também... Argh! – bati com o celular na testa.

Apaguei o que tinha escrito e encarei o campo em branco. Eu queria enviar-lhe uma mensagem mas não sabia o que dizer. Algo como “E aí, poste-ambulante? Me apresenta para o seu irmão qualquer dia desses.”

– O que está fazendo? – Chiyoko pulou no sofá, me assustando, e fazendo o celular voar da minha mão e bater certeiramente na cabeça de Ryuuji.

Ele pegou o celular e encarou a tela por alguns instantes, prendi a respiração quando ele virou-se pra mim com os olhos em chamas.

– Quem é Ishikawa Raku? – perguntou.

– Não faço ideia. – respondi.

– Está no seu celular.

– Puro engano.

– Você ia enviar uma mensagem.

– Justamente para perguntar quem era o ser. – menti muito bem e ele me devolveu, relutante, o aparelho.

Chiyoko reprimiu o riso, me deu uma piscadela e disse algo me encorajando a mandar a bendita mensagem. Eu não devia me importar tanto com isso. Que tal um... “como vai seu dia?”

Depois do meu irmão voltar a ver o álbum junto com Alice e Chiyoko, as fotos que pareciam infinitas, finalmente, acabaram e ele começou a reclamar e a perguntar sobre Yuuto. O garoto nem mesmo estava ali, mas ele se queixava para Alice e perguntava o que ela achava sobre aquilo. Ela sorria sem graça a cada pergunta que ele lhe fazia.

– Ryuu-kun, eu acho que você precisa de uma água com açúcar.

E dito isso, ela seguiu para cozinha para fazer o calmante caseiro e tentar acalmá-lo de verdade. Acho que ele está tenso por causa das partidas de basquete. Elas andam ficando mais acirradas e eles ganharam por pouquíssimo muitas das vezes.

Chiyoko estava bem alienada ao olhar as fotos, o que me fez pensar que eu devia estar por fora de algo. Chamei a ruiva e lhe perguntei o que estava acontecendo, a mesma corou e disse que Yuu-chan havia descoberto sobre a declaração que ela fez ao Fukuda-sensei.

– Nani?! – gritei – Como assim você... – ela tapou minha boca antes que eu terminasse e olhou para os outros sorrindo amarelo, que logo voltaram a não prestar atenção em nós.

– Claro que não! – sussurrou – É uma longa história... E ele não sabe quem é realmente a pessoa que eu citei, mas sabe que eu fui rejeitada por alguém.

– Rejeitada? E como assim Yuu-chan não sabe quem é a pessoa? Me explique isso direito! – exigi.

– Hai.

Subimos para o meu quarto. Chiyoko olhou na direção da escada antes de entrar e trancar a porta. Suspirou. Ela me contou sobre como suas férias de verão não tinham começado nada bem. Me senti um pouco mal por achar que ela tinha me abandonado quando na verdade quem precisava de alguém era ela. Me contou também que acabou encontrando com Yuu-chan quando estava aos prantos e não conseguiu controlar a vontade de desabafar. Me pediu desculpas por eu não ter sido a primeira a saber sobre. Mas disse que Yuuto não sabe quem é o cara da questão, mas agora ela tem outros assuntos pendentes com ele. A encarei, desconfiada.

– Outros assuntos pendentes? – preguntei com um tom acusatório.

– Nada de mais. Se der em algo, eu te conto. – não deu importância.

Resolvi não insistir. Ela parecia abalada e eu nunca vi a Chiyoko de tal maneira. Sempre achei que ela fosse radiante por natureza, mas vejo que ela se esfoçar pra isso.Achei que ela fosse chorar mas quando percebeu a tensão, sorriu e mostrou dois polegares em sinal de que estava tudo bem. Se jogou pra trás, deitando-se na minha cama, onde estávamos sentadas.

Levantei-me quando ouvi passos e abri a porta. Ayu entrou, sem nem mesmo minha permissão, ainda com os olhos vidrados no seu novo mais adorado brinquedo.

– Bati meu recorde! – comemorou e suspirou de cansaço, se jogando no tapete.

Chiyoko riu. Depois disso nós descemos. Ayu foi ajudar meu irmão a fazer o almoço já que não conseguia parar quieta. Alice incentivava e dava apoio moral mas Ryuuji não a deixava ajudar. Enquanto isso a Chiyoko via umas fotos antigas minhas no ginasial e até mesmo quando era bebê. Ela dizia “kawaii” a cada foto.

– Matta ne! – acenei da porta enquanto elas iam embora depois do almoço.

...

Vimos nossos pais estacionarem o carro. Corri até eles. Meu pai fechou a porta do carro e enquanto minha mãe entrava em casa, foi até o porta-malas e tirou de lá alguma sacolas. Meus olhos brilharam. Eles tinham reclamado mas acabaram trazendo tudo que eu pedi. Depois me perguntam porque eu sou mimada... Tá, eu não sou. Talvez só um pouco.

– Só não morra. – Izumi sorriu e me entregou a sacola.

Pulei de alegria e corri para o meu quarto para me empanturrar de doces, criar teias, ser mumificada, morfar e só ser descoberta daqui uns vinte anos e mesmo assim estar jovem e diva. Pera... Eu teria que me congelar pra isso, né? Dane-se, isso vai dar muito trabalho.

...

– Eu não vou! – protestei enquanto uma doida tentava me arrancar da minha linda e doce cama.

Já estávamos quase no fim da férias de verão.

– Aoi-chan! – Ayu chamou – Vamos logo, solte essa cama!

Ela continuava a me puxar.

– Não, não e não. Nego até a morte. Vocês não vão conseguir fazer eu vestir aquilo! – fiz cena.

– Aoi, você não é obrigada a vestir aquilo! – minha mãe entrou no quarto e começou a ajudar Ayu a me tirar da cama.

– O que é exatamente “aquilo”, hein? – Ryuuji se manifestou.

– Um yukata! – Chiyoko entrou o quarto, sorridente.

– Por acaso minha casa virou a casa da mãe Joana? – protestei de novo.

– Virou! – Yuu-chan riu entrando no meu quarto também.

Eu havia visto Yuu-chan apenas algumas vezes durante as férias. Ele tinha viajado para Nagoya para casa de uns tios e, justamente por circunstancia disso, eu o não o vi muito. Meu irmão o encarou. Seus olhares se cruzaram e pude jurar ver faíscas.

– Mãe! – ralhei.

– Aoi! – ela se irritou.

Soltei-me da cama e me deixei ser levada como uma ovelha para o matadouro. Queriam ver se o antigo yukata da minha mãe me servia para um festival de fogos hoje a noite. Eu não quero ir! Sentem a aura desses festivais? Na maioria dos shoujos que li, as garotas convidavam seus respectivos “príncipes encantados” e se declaravam para eles nesses benditos festivais. Tudo bem que eu não sou obrigada à isso, mas ficar de vela também não é uma opção boa. Aliás eu nem tenho um tostão furado para levar. Tudo bem que eu tenho mãe pra isso mas... Eu só não quero ir.

– Acho que estou com dor de cabeça. – falei, enquanto me vestiam.

– Vocês estava bem agorinha à pouco. – Ayu falou.

– Estou com dor de barriga.

– Por isso não vamos lhe comprar mais doces. – Chiyo-chan disse e, provavelmente eu fiz uma expressão engraçada, elas riram.

– Pare de inventar desculpas, Aoi-chan. – Alice apertou um laço atrás.

– Ai! – soei.

– Gomen. – ela afrouxou um pouco.

Fiquei inventando desculpas mas em nenhum momento alguma delas acreditou em mim, no final apareci na sala vestida com aqueles panos estranhos e que faz ficar difícil de se movimentar. Protestei por não ter bolsos. Onde eu colocaria meu celular?

– Pra isso que existem as bolsas! – minha mãe, sorridente, trouxe uma pequena bolsinha e me entregou. Fiz careta. Não gosto de andar com bolsas por causa de uma vez ter soltado-a sem perceber em algum lugar e quase perder meu celular.

Me elogiaram e disseram que eu estava fofa, mas eu sabia que não estava, não. Corri e tirei o yukata de qualquer jeito ouvindo Ai me repreender e dizer que iria me dar uns puxões de orelha.

Foram embora dizendo que nos encontraríamos no caminho que eu tanto gostava, no desvio que eu sempre pego no caminho da escola. Assenti me sentindo uma guerreira derrotada. Fechei a porta e subi para o quarto.

Me joguei na cama e encarei o celular. As férias de verão já estavam acabando e eu não tivera coragem para enviar uma mensagem para o Raku. O que será que ele ficou fazendo todo esse tempo?

O celular vibrou e quase o joguei no chão com o susto. Sentei-me na cama e abri o celular vendo um e-mail de Chiyoko:

“Nee, Ao-chan... Você ainda está pensando no Raku-kun? Lhe enviou alguma mensagem durante as férias?”

Corei um pouco e inflei a bochechas, irritada.

“Não mande e-mail com coisas desse tipo, sua ruiva!”

Respondi.

“Wah! Você é tão fofa! Me deixe apertar suas bochechas até ficarem vermelhas!”

“Kowai!”

“É muito amor ;P”

– END –

Suspirei, derrotada. Eu tenho mesmo que começar a me esforçar se quiser ser notada por ele. Parar de ser tão boba e chorona. Essas não parecem ser “qualidades” que o atraem... Qual será o tipo de garota que ele...? Alice!

– Mas como eu vou agir igual a Alice? – murmurei – Ela é tão fofa que me dá vontade de vomitar mil arco-íris.

E enquanto comia meu algodão doce de framboesa, fiquei pensando sobre essas possibilidades meio impossíveis.

...

Ryuuji havia saído mais cedo para ter um pouco de tempo a sós com Alice então eu teria de ir sozinha pelo caminho até o ponto marcado. Vesti o yukata com a ajuda de senhora Ai, que estava parecendo uma velha enquanto dizia o quanto eu cresci e que agora eu não cabia mais no colo dela. Bom, seria estranho se, com quinze anos, eu coubesse no seu colo, certo?

Saí de casa com aquelas sandália estranhas que me deixavam ainda mais desajeitada. Devo ter topado em coisas imaginárias o tempo todo, só que fui esperta dessa vez e andei pelo cantinho da calçada me segurando nas paredes dos muros.

Cheguei ao ponto marcado e não tinha ninguém. Será que eu saí muito cedo? Encarei o celular e vi que a hora estava certa.

– A não ser que eu tenha adiantado meu celular sem querer... – murmurei.

Ouvi passos apressados e me virei para onde estava vindo o barulho. Minha respiração parou e o coração entrou em ritmo de escola de samba. Era Raku. Ele estava com uma calça jeans preta, blusa branca, um colete jeans por cima e um tênis meio surrado. Tinha presilhas prendendo um lado do cabelo o que o deixou muito mais bonito. Que...?! desviei o olhar dele. Desde quando eu penso assim sobre ele?!

– Desculpe por fazê-la esperar! – parou na minha frente, ofegante.

– Me fazer... esperar? – fiquei confusa e ele me encarou mais confuso ainda.

O celular vibrou. Era a ruiva.

“Ganbatte, Ao-chan!”

“Como assim? Que história é essa?”

Perguntei e Ishikawa me encarava enquanto eu digitava. O encarei de esguelha e corei bastante. Era a primeira vez que eu o via com roupas assim e em quase um mês.

“Convidei o Raku-kun para ir também e disse à ele para que te encontrasse aí.”

“Sua traíra T^T”

“Você vai me agradecer depois. Agora, venham logo.”

– END –

– Eto... Vamos? – perguntei sem graça e ele limitou-se a assentir com a cabeça.

Eu andava encarando meus pés e rezando para que não caísse. Não havíamos falado nada durante todo o caminho. As ruas estavam meio agitadas e a maioria das pessoas estavam indo para o festival que já havia começado.

Comecei a pensar em como isso estava saindo do meu controle. Eu queria conquistá-lo de alguma forma, mas como fazer isso se quando estou perto dele quase entro em colapso nervoso?

Chegamos perto da fonte que eu usei de palco para minha idiotice. Caminhei até ela sem dizer nada e me sentei, colocando um dos pés em cima do joelho e examinando um calo. Que perfeito!

Raku andou até mim e parou na minha frente. Fucei na bolsa da minha mãe e achei um band-aid. Ouvi o garoto de pé segurar o riso. O encarei raivosa e ele desviou o olhar.

– Te olhando assim até parece que você é uma garota. – comentou.

– Eu sou uma garota, seu insensível! – toquei na ferida dele, não literalmente, claro... Ah, você entendeu.

– Não, não é.

– Ora!

Me levantei e tentei acertar seu rosto enquanto ele dava passos para trás, segurando meus pulsos e dando risada. Sentei-me novamente. Sentia meus pés latejarem. Aquelas sandálias não pareciam ser próprias par andar grandes distancias.

Raku sentou-se ao meu lado. Abaixei o olhar para meus pés, que não dava para ver por causa do yukata. Ouvi o garoto suspirar pesadamente e o fitei de esguelha. E se eu usar dos clichês para me declarar agora?

Virei meu tronco, bruscamente, e o encarei, decidida. Ele se assustou no primeiro momento e depois voltou a sua expressão de nada enquanto me encarava.

–...

Acabei me empolgando e inclinei meu corpo demais, perdendo o equilíbrio e me jogando em cima e seu peitoral. Corei e não ousei me mexer ou encará-lo. Ele colocou uma das mãos ao lado a boca e gritou:

– Ei, seu guardinha! Estou sendo abusado por uma doida aqui!

Arregalei os olhos. O guarda não parecia ter ouvido mas meus sentidos estavam aguçados e eu não queria ser presa, ser dada como deliquente, ser influenciada e acabar virando yakusa.

Me levantei o puxei pela mão correndo para bem longe e para o lado errado do que deveríamos ir. Por que isso sempre acontece comigo? Paramos em um ponto que eu achei longe o suficiente para que eu não fosse encontrada.

– Pff! – encarei o poste-ambulante que tinha uma das mãos na boca tentando reprimir uma risada.

– O que...? – franzi o cenho.

– Estava com saudades de você. – me encarou.

Corei muito e fiz uma expressão assustada. Ele estava com... saudades de mim? Como assim, produção? Ninguém me informou que isso estava no script!

– Digo... – ele pigarreou e desviou o olhar – Estava com saudades das suas palhaçadas. – riu, nervoso.

– Ah, claro. – ironizei – Todas as terças no circo Fujitaka, meu bem.

– Baka! – deu uma batida de leve no topo da minha cabeça e sorriu.

Começamos a andar de novo para o festival e conseguimos chegar antes que os fogos começassem, na verdade ainda tínhamos tempo, mas Chiyoko deu a louca e disse que devíamos estar fazendo algo muito legal para eu tê-la deixado só por tanto tempo.

– Por acaso a levou para a Fantástico Fábrica de Chocolate? – ela agarrou o colete do Raku – Porque se foi isso, eu nunca vou te perdoar! Eu que tinha que levá-la! – ficou chorosa.

Depois eu sou a única dramática aqui. Estou feliz que ela pareça bem de verdade agora.

Começamos a andar e eu saí experimentando de tudo. Coisas que eu nunca tinha comido nos festivais por sempre dar mais valor aos doces e no final deixar meus pais sem nenhuma grana para outras coisas.

Ayu topava qualquer jogo que visse e saía distribuindo os prêmios que conseguia entre nós porque, segundo ela, ela não é fã de pelúcias.

– Essas coisas, com esses olhos vazios, parecem querer nossas almas para eles. – justificou-se.

Ryuuji tentava chegar perto do que Ayu conseguia, mas não tinha a mínima chance. No final sempre acabava trambicando com Ayu e fingindo que conseguiu uma pelúcia para Alice, que caia nos fingimentos dele ou fingia muito melhor.

– Ei! Por que não me avisaram que viriam de casais? – Ayu choramingou enquanto andávamos.

– Eh? – Alice perguntou.

– Repare bem. Você está com seu namorado, Chiyoko está de rolo com o Yuu mas não está afim de admitir e a Aoi, bom, se ela e o Raku resolverem dar as mãos: Bum! Outro casal! Eu fiquei sobrando. – soltou um muxoxo – Vocês são tão cruéis.

– Nós não somos um casal! – eu e Raku nos queixamos em oníssono.

– E eu e o Yuu... Não temos nada! – Chiyoko disse e Yuu-chan fingiu que não tinha escutado nada, assoviando.

– Claro... – ela falou com sarcasmo, enquanto Alice e Ryuuji tentavam animá-la.

Continuamos andando, mas depois do comentário de Ayu ficou um clima tenso. Chiyo-chan veio andar ao meu lado quando antes andava ao lado de Yuu-chan e Raku fez a mesma coisa.

Passamos por aquele típico jogo de pegar o peixinho e Ayu caiu de cara, não literalmente, quem fez isso fui eu. Tentei pegar algum peixe e acabei me enganchando naquela terrível roupa e indo de cara. Fiquei toda molhada? Correto. Riram de mim? Correto. Mostraram compaixão para com a minha pessoa? Nem um pouco.

Apenas pediram para Raku me levar até umas torneiras que haviam por ali, onde as pessoas enxiam garrafas e lavavam a mãos normalmente, alegando que se eu fosse sozinha poderia acabar me afogando. Há, muito engraçado.

Lavei meu rosto e peguei uma pequena toalha na bolsinha que a minha mãe me obrigou a trazer. Até que foi útil. Sentei em um canteiro qualquer e suspirei com uma pelúcia de uma urso de pijama em mãos que Ayu tinha me dado.

– Está tudo bem? – Raku perguntou parecendo preocupado.

– Não aja dessa maneira. – fiz careta – Nem parece aquele mesmo idiota! Eu ficarei com medo.

Ele riu.

– Sabe Aoi, você até pode achar estranho, mas você está muito fo...

– Aoi-san! – ouvi alguém gritar meu nome antes que Raku terminasse sua frase. Olhei na direção do grito e vi dois garotos conhecidos e um outro que eu nunca tinha visto mais magro na minha vida.

– Eri! – sorri e me levantei – Kimio-san! – cumprimentei-os quando eles se aproximaram o suficiente.

– Sem formalidades, pupila! – Kimio sorriu.

– Não me chame assim. – pedi pela centésima vez e ele riu. Havia começado a me chamar assim por ter se oficializado meu mestre na arte de me ensinar a tocar um baixo, o que se tornou um desafio de ninja.

– Yo. – Raku disse sem muito ânimo.

– Yo! – Kimio fez uma pose estranha, meio hippie, e os dois ao seu lado riram.

– Sou Sanada Fuuma. – o garoto desconhecido-agora-não-mais disse. Seus cabelos eram vermelhos sangue, parecia que ele curtia pintar. Tinha uma pequena parte solta atrás e a parte de cima estava presa com um amarrador de cabelo.

– Ele é um amigo de sala e do clube de artes. – Eri disse e Sanada-san acenou e sorriu. Sanada franziu o cenho ao perceber como eu o encarava com estranheza e uma leve pitada de insegurança, ou um balde da mesma.

– Oi... – dei um passo pra trás de modo que consegui me esconder atrás de Raku.

Sanada olhou para os outros garotos como se perguntasse se tinha feito algo errado.

– Não ache que é pessoal. – Kimio riu – Ela é bem tímida, principalmente com garotos.

– Ela é uma boboca. – Raku disse, desviou o olhar e sem que ninguém percebesse, entrelaçou seu dedo mindinho no meu.

– Eh...?

– Podemos andar juntos agora? – Eri sugeriu encarando Raku, que deu de ombros.

Começamos a andar e Raku soltou seu dedo do meu, colocando as mãos nos bolsos. Fiquei parada, imóvel, por algum tempo até que percebi que me perderia deles se não agilizasse. Corri e segurei a blusa de Raku fazendo-o parar. Péssima escolha! Esse é outro clichê de shoujos! Preste atenção no que você está fazendo, Aoi!

– O que foi? – ele perguntou me encarando por cima do ombro.

Mexi minhas mãos, nervosa. Ele pareceu entender o recado e sorriu torto novamente.

– Percebi que tinha ficado nervosa então resolvi tentar te passar confiança. Terei errado? – perguntou.

– É claro que sim! – murmurei – Só me deixou mais nervosa.

– Fale pela boca! Não consigo entender. – bagunçou meus cabelos.

– Ah, não! Eu levei tempão fazendo isso! – tentei arrumar.

– Mas não deu muito resultado, né? – zombou.

– Ora, seu...!

Antes que eu pudesse xingá-lo, vimos nossos amigos e os que estavam conosco nos chamando. Acabamos por andar todos juntos. Um grupinho bem grande pra mim. Continuamos rindo e fazendo coisas que adolescentes não tão normais fariam. Eri ficou ao meu lado enquanto andávamos e me perguntava como estavam indo minhas aulas para aprender a tocar o baixo. Ele andava tão ocupado com seu clube titular que quase nunca aparecia no clube de música. Raku parecia incomodado com alguma coisa.

– Aoi. – ouvi Raku me chamar – Por favor, posso conversar com você? - segurou meu antebraço. Eri o encarou e sorriu pra mim.

– Tudo bem, Aoi-san. – falou e caminhou para junto de seu colega de sala.

– O que você quer? – perguntei indiferente, ou eu tentava parecer assim.

– Bom... – ele coçou a nuca.

– Tem a ver com Alice? – adivinhei.

–... – ele me encarou – Hum. – afirmou logo depois.

– Você disse que iria superar, não disse? – perguntei. Aquilo era difícil, sabe? Já tinha se passado tempo o suficiente para que ele a esquecesse. Acho que ele gosta de verdade dela.

– Hunf. – ele murmurou e virou a cara, emburrado – E esse Inoue?

Nós andávamos longe o suficiente para que não nos ouvissem. Dei de ombros e não respondi o comentário dele. Ouvimos um fuzuê e uma garota com cabelos longos e pretos correu e se agarrou ao pescoço do Raku. A encarei e franzi o cenho. Tá, quem é essa garota? Outra das fãns malucas do Raku-salvador-de-pobres-coelhinhos-indefesos-diante-alcateias-de-lobos?

– Me solta, Gina! – ele protestou e a garota desceu de suas costas e fez uma expressão de ofendida.

– Você me abandonou! – ela dramatizou.

– Pare com isso, por favor. – Raku bateu de leve na própria testa.

– Quem é a moça bonita? – Kimio e os outros chegaram. Gina sorriu.

– Sabe que falou isso alto, certo? – Sanada-san comentou.

– Sério? – Kimio pareceu surpreso.

– Tudo bem. – a garota disse e sorriu gentilmente.

– Sim, mas quem é você? – Chiyoko perguntou.

– Gomen pela indelicadeza dela. – Alice pediu e cutucou chiyoko, que desviou o olhar, envergonhada.

– Eu sou irmã mais velha do Raku e vocês? São amigos dele? – ela disse.

Para tudo! Nem preciso dizer que todos ficamos de queixo caído. Então ele era o caçula dela. “O Ishikawa primeiro” por quem eu queria me apaixonar para esquecer “o Ishikawa junior” é uma garota. Que decepção... Tive vontade de me jogar novamente na bacia de peixes e morrer afogada.

Antes que pudéssemos fazer várias perguntas e eu indagar onde ela tinha comprado o crepe que tinha em uma das mãos, os fogos de artifício começaram a festa no céu. Ou eles capricharam esse ano ou é apenas a magia do amor. Credo, eu to parecendo a chiyoko com essas filosofias estranhas.

– Sugoi! – Ayu exclamou.

– Esse é o primeiro festival juntos. – Alice sussurrou e Ryuuji sorriu pra ela.

Desviei o olhar rapidamente.

Olhei Raku de esguelha. Ele estava sendo enforcado por sua irmã enquanto ela dizia o quanto ele era cruel por não ter deixado ela vir junto. Quando ela percebeu que eu olhava, o soltou e fez cachos em uma mexa do longo cabelo. Dei risada.

Fomos até o templo depois disso. Sim, o templo Inoue da família do Eri. As pessoas bem supersticiosas entravam aflitas e saiam cheias de penduricalhos e chaveiros da sorte, do amor ou de outras coisas.

– Você devia pegar um desses... – Gina, a garota que eu acabara de conhecer, me entregou um saquinho com o kanji de amor gravado. Corei ao extremo.

– Não! – balancei as mãos em frente ao rosto – Pra que eu preciso disso?

– Você não é a namorada do meu irmão? – ela pareceu confusa.

– Não... – falei notavelmente envergonhada.

Tinha esquecido que todos na família Ishikawa acham que eu namoro o mais novo “dos senhores”. Menos o próprio.

Ela pegou minha mão e depositou o chaveiro na mesma. A encarei e ela me mandou um sorriso que parecia dizer “eu sei que você gosta dele, então pegue logo isso e use como um amuleto da sorte porque do jeito que você age, não vai conseguir nunca. Só com ajuda divina mesmo.” Pode não ter sido isso, mas foi assim que eu interpretei. Chiyoko fez que estava chorando.

– Chiyo-chan? – chamei-a.

– Eu também queria estar entre família. – falou – A Alice está com seu irmão e você está quase com o irmão dela. – se referiu a Gina - E eu aqui, sozinha. – chorou.

– Sabe, eu sou quase irmão da Aoi também... – Yuu-chan insinuou fazendo Chiyoko parecer sentir um choque.

Ouvimos alguém gritar o nome da Chiyoko e correr para perto dela. Era jun. Estava de yukata e estava bem engraçado. Segurei o riso. Raku chegou logo depois e fez o mesmo que eu.

– Chiyoko-chan! Que saudade de você minha musa! – fez reverência e a ruiva e o loiro fizeram careta – Quem é ele? – Jun perguntou sobre Yuu-chan.

– Seu rival, talvez? – Yuu provocou e Chiyoko corou mais ainda.

– Não, não, jovem gafanhoto. – Jun fez sinal de rendição – Eu nunca quis mesmo.

– Como é que é? – Chiyoko se irritou e saiu correndo atrás de Jun. Yuu encarou Raku.

– Eles sempre fazem isso. – o poste esclareceu e Yuu concordou.

Começaram a andar juntos. Continuei parada. Aquela sandália tinha começado a incomodar de verdade. Passei um pé no outro e comecei a andar de novo. Estavam todos parados em frente a um omikuji*. Não sabia que tinha um desses aqui. Corri até eles.

Chiyoko bateu as mãos e fez uma curta oração. Girou uma pequena roleta e todos esperaram cair um papelzinho. Chiyoko cruzou os dedos e fechou os olhos murmurando “boa sorte, boa sorte, boa sorte!”. Quando o papel caiu ela leu, fez careta e correu para amarrar nos arames onde tinha mais um bocado de papeis amarrados.

– Sua sorte não foi boa, Okada-san? – Eri perguntou.

– Mais ou menos, mas não quero correr o risco. – ela respondeu e suspirou pesadamente.

Encarei o omikuji e achei melhor não tentar. Talvez eu pegasse uma maldição impossível de ser revertida nem que eu amarrasse o papel no dedo do monge do templo. Me arrepiei com o pensamento.

– Está bonito aqui, Eri. – Alice comentou e, por algum motivo, Eri olhou pra mim.

Olhei ao redor e ele riu e balançou a cabeça positivamente, como se afirmasse que estava olhando pra mim.

– Tem alguma coisa no meu rosto? – balbuciei e ele afirmou. Me desesperei. Será que eu deixei algum pedaço de algodão doce por aqui? Ele riu novamente.

Me aproximei dele enquanto todos andavam mais a frente.

– Eri-kun, está brincando com a minha cara? – fiz bico.

– Mas tem algo no seu rosto. – afirmou, despreocupado.

– E o que é? – perguntei – Devia mesmo ter pego aquele espelho! – queixei-me.

– Você está linda.

– o que isso tem a ver com...?

– É isso que tem no seu rosto: beleza. – explicou-se. Corei um pouco.

– Ora, pare de fazer esses momentos embaraçosos e...

– Aoi-san! – ele me chamou e eu o encarei, me calando – Por favor, não me odeie, mas eu vou me odiar se não tentar.

– Eh?

Antes que eu pudesse dizer algo, ele dirigiu uma das mãos até o meu rosto e me beijou. Arregalei os olhos. Eu só posso estar sonhando! Essas coisas não acontecem na vida real. Hahaha. Lembram-se que eu dou risada quando estou nervosa? Pois é.

– Gomen. – ele me encarou ainda com a mão no meu rosto – Eu gosto de você, Aoi-san.


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Notas finais do capítulo

*Omikuji = Literalmente, significa Loteria Sagrada. É feita uma pequena oferenda ao templo pela pessoa que quer uma sorte, a mesma gira uma alavanca, remexe em uma caixa ou algo do tipo, e vai ter uma sorte na tira de papel que sair. A sorte pode ser boa ou ruim. Se for ruim, é amarrada no arame para que assim seja impedida de se realizar.

E aí? O que acharam? Estão muito curiosas? O que a Aoi vai dizer sobre isso? Provavelmente, só no fim de semana que vem. Não me joguem pedras TuT Então~ Comentem e me digam o que acharam, estou sentindo falta de algumas pessoinhas nos comentários ;^;
Beijos *3*



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