Sorry to You escrita por MihChan


Capítulo 12
Tentativa fail de conquista: Pelo estômago não deu... Quais são as outras opções?


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei, eu sei. Me desculpem! Juro que não foi minha intenção, mas eu estava enrolada com assuntos do colégio que eu entrei agora. Então, eu fiz aquela prova e consegui passar! Yey~
Agora eu estou no paraíso dos unicórnios felizes! A linda da Pon-chan recomendou, gente! A cada palavra dela eu abria um sorriso maior ainda no rosto. Acho que fiquei a cara do Coringa quando terminei de ler a recomendação e.e Obrigada mesmo, Pon-chan ❤ E mesmo dizendo que não era boa pra recomendar, você foi maravilhosa. Sério, eu amo vocês TTuTT
Bom, aí está o capítulo ~>



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Provas! Sim, hoje. E se eu não passar vou ter que ficar manguando toda as férias de verão na escola para recuperar a minha nota. Ui, agora a coisa ficou séria!

Semanas se passaram. Ishikawa reage normalmente à Alice, apesar de todos terem notado um clima tenso da parte dele no começo, e continua uma mula comigo. Está me ajudando com o baixo e eu estou pegando o jeito. Eri-san aparece as vezes no clube e me ajuda também, mas ele disse que seu forte é a guitarra. Yuu-chan resolveu entrar no clube de música, sabendo tocar bateria, para ficar de olho em mim. Qual é a dele, hein? Agora virou um agente 007 do meu pai? Katsukasa Yukito, também entrou no clube. Lembra do nerdzinho bonitão? Sim, ele mesmo. Mas só entrou porque foi obrigado pelo Fukuda-sensei que alegou que ele estudava demais e que um dia iria se arrepender e, ainda pendurou ele na minha cola dizendo que eu era uma pessoa muito divertida e seria perfeita para ajudá-lo a não ser um mala sem alça. Mereço. A que antes não suportava um garoto, agora vive rodeada deles. Sorroco, Deus! Alguém aí me salve desses delinquentes!

Nem parece que o tempo passou tão rápido e antes que eu pudesse ver, estou me relacionando muito melhor com as pessoas. Não que eu tenha uma vida social descente, mas agora eu falo com as pessoas sem correr e me esconder, quer dizer, na maioria das vezes.

Eu consegui me acostumar a todos os garotos do clube, digo, quase. Ser a única garota não ajuda muito, mas é muito legal aprender com eles e ouvir coisas que, com certeza, minha mãe não gostaria que eu ouvisse e é desnecessário. Nada é perfeito. Mas as vezes jogamos jogos muito legais e fazemos charadas, logicamente, quando o Kimio-san não está olhando.

Enfim o tempo das provas chegaram e todas aquelas aulas que eu não prestei atenção, quase sempre por culpa do Raku, estão me fazendo falta.

– Aoi! – ele gritou, entrando na sala e atraindo a atenção de todos. Desviei o olhar e fingi que não era comigo que aquele ser estava falando. – Por que você me ignorou quando falei com você? – ele andou pisando duro e parou em frente a minha mesa, se apoiando com uma das mãos na mesma.

Se referiu a mais cedo quando cheguei ao bicicletário e larguei minha bicicleta lá, só que ele estava lá também, falou comigo e eu não respondi. Eu não fiz por mal, apenas estava com preguiça.

– Ora! Porque eu estava com vontade. – respondi.

– Você é de lua ou alguma coisa assim, sua esquisita? – ele perguntou, arqueando um sobrancelha.

– E você tem que parar de ser um babaca se não quiser que eu repita esse ano e me torne uma repetente largada, entre para uma gangue e comece uma guerra pelo domínio do mundo. – ralhei.

Eu falo demais. Já estou espalhando até os meus planos.

– Retardada. – e suspirou pesadamente, como se aceitasse aquilo com pesar e me deu um peteleco na testa.

– Ei! – protestei, levemente corada.

Chiyoko balbuciou algo como eu estar nervosa por causa das provas para o indíviduo e ele concordou, então começaram uma conversa feliz sobre como eu não sou muito inteligente e que devia mesmo me preocupar com as minhas notas. Esse povo é tão legal.

Minha sorte é que as provas só seriam depois do horários de intervalo, nas aulas da tarde, o que queria dizer que eu tinha todas as aulas da manhã e o intervalo inteiro para estudar. Isso me deixou totalmente confiante, como se eu fosse conseguir gravar todo conteúdo em algumas horas, claro que eu conseguiria. Só que não.

Passei as aulas totalmente concentrada nas minhas anotações e nas anotações de todos, principalmente da Alice, que por querer se candidatar a presidente do conselho tinha que ser uma aluna exemplar.

Raku me irritou ainda, mas depois ele desistiu de bater seu record de babaca e foi viver no mundo dos garotos com seus amiguinhos.

...

– Eu não vou conseguir, Chiyo-chan! – eu chorava agarrada a ruiva – A prova vai estar difícil e ela vai me massacrar diante dos meu pobres sonhos. – dramatizei e olhei em direção ao céu, que nem dava pra ver por estarmos em um dos corredores da escola.

– Ela é sempre assim? – Ayu perguntou sorrindo.

– Sim. – Alice sorriu sem graça.

Elas começaram a me incentivar e a dizer que eu ficasse de recuperação, pelo menos eu veria a Ayu todos os dias, porque ela com certeza ligava mais para os esportes do que para os estudos. Só que ela foi ameaçada. Se ela não conseguir passar nesse teste com pelo menos 85 pontos, ela vai ser tirada do clube até recuperar as suas notas.

– O que estão fazendo? – Jun perguntou, brotando na nossa frente e assustando Alice.

– Nada que te interesse! – Chiyoko falou, ríspida.

– Chiyo-chan, eu adoro o seu jeito tsundere. – ele a provocou.

– Jun...! – ela correu atrás dele enquanto gritava que não era tsundere porque nunca seria meiga ou amável com ele.

– Ei, Aoi! Pode vir comigo? – Raku se pronunciou e eu percebi que ele tinha chegado junto com o Jun.

– Não quero! – choraminguei e me abracei na Alice, que retribuiu o abraço começando a afagar minha cabeça – Eu vou rodar nessas provas. Não quero que você me deixe ainda mais alienada com os seus assuntos idiotas.

E bota idiota nisso! Semana passada ele interrompeu a aula da Ako, professora de ciências – que não gostou nem um pouco -, pra me mostrar um besouro que tinha entrado pela janela e estava no parapeito da mesma. Eu, obviamente, gritei e acabei tendo que dar uma passada na diretoria.

Ele não ligou nem um pouco para o que eu disse, pegou em minha mão e saiu me puxando pelo corredor. Eu sabia que fazer qualquer coisa seria inútil, então somente deixei que ele me levasse para onde quer que ele estivesse me levando.

Mas as pessoas nos olhavam por onde passavamos. Estávamos andando de mãos dadas e aquilo estava ficando contrangedor. Corei um pouco e apertei levemente sua mão. Eu lembrei que gosto dele, contato físico, mãos dadas... Acho que eu quero vomitar.

Passamos em frente a sala do Eri-san e eu olhei lá dentro para ver se o via, mas aparentemente, ele não estava na sala. Descemos as escadas e eu percebi que estávamos indo na direção da biblioteca.

– Fujita-san! – alguém segurou minha mão desocupada e eu parei fazendo Raku parar também.

– Eri-san! – sorri e ele retribuiu.

Ele olhou para Raku e depois olhou para as nossas mãos, que estavam dadas. Logo soltou minha outra mão, que ainda segurava, e me encarou meio confuso. Antes que ele pudesse dizer algo, eu percebi o que ele pensava.

– Nós não estamos namorando. – suspirei.

– Não? – ele me encarou e eu afirmei. Dirigiu seu olhar ao Raku que tinha uma expressão ameaçadora.

– Vamos, Aoi. – ele começou a me puxar.

Eri correu um pouco e me alcançou. Perguntou para onde íamos e eu disse que não sabia. Ele encarava nossas mãos e eu comecei a achar que aquilo estava incomodando-o de alguma maneira, mas tentei soltar minha mão e a aura ameaçadora de Ishikawa amentou um pouco.

– O que estamos fazendo aqui? – perguntei assim que entramos.

– Eu vou te ajudar a estudar. – ele mostrou uma das mesas com vários cadernos que pareciam suas anotações – Por que ele veio junto? – encarou o garoto desenhista.

Ele já estava pensando em estudar ou fez isso porque percebeu que eu estava nervosa em relação aos estudos?

– Eu também posso ajudar se você quiser. Eu sou bom em outras coisas além do desenho. – ele sorriu meigamente.

– Por mim tudo bem, Eri-san. – achei uma ótima ideia.

Péssima ideia. Encarei Raku e ele me fuzilou. O que diabos aconteceu entre esses dois, hein? Alguma treta maligna no mundo das ninfas cantoras de hip hop? Que coisa!

– Vamos logo com isso. – Raku disse parecendo irritado, já estando sentado.

De repente a porta de correr se abriu com um estrondo e uma garota loira entrou, desesperada. Akane!

– Como assim você me larga na enfermaria e vem pra cá?! – ela se agarrou no pescoço do Eri – Eu estou preocupada com você. Você anda muito distraído, Eri-san!

– Akane... – ele suspirou e ela o soltou.

Olhou na minha direção e na de Raku e pareceu finalmente perceber a nossa presença. Nos matinhamos desconfortáveis com aquela cena.

– Ah, oi, rival no amor. – ela sorriu casualmente pra mim – Oi, garoto que eu não faço a mínima ideia de quem seja. – sorriu para Raku da mesma forma.

Me aproximei e sentei de frente para Raku, que tinha permanecido sentado, e Eri sentou-se ao meu lado mas foi empurrado para o lado de Raku e Akane ocupou o lugar ao meu lado. O garoto a minha frente, me encarou e começou a explicar que sua letra não era das melhores, mas que ele traduziria caso eu não entendesse algo. Peguei algumas de suas anotações e descobri que ele é muito inteligente! Não sei como, já que é rara as vezes que o vejo prestando atenção na aula.

– Sugoi! – exclamei.

– Você é muito inteligente, Ishikawa. – até Eri se surpreendeu.

– Não mais que o Eri-san, claro. – a loira comentou.

– Você entendeu mesmo essa fórmula? – mostrei-o do que eu estava falando, muito surpresa.

– Sim.

Depois de ele explicar como era que eu usaria aquela fórmula, o pequeno grupo de estudos virou um campo minado e eles pareciam competir para ver quem era mais inteligente, e não me ajudar a estudar. No final acabei aprendendo bem pouco e somente com as anotações de Raku. Akane me falava como Eri era incrível e como era gentil, mas confirmava que com ela era diferente e que ele sentia algo só não sabia ainda.

– Temos que voltar para nossas salas. – me levantei assim que o sinal soou.

– Já?! – perguntaram juntos e surpresos.

– Sim, porque vocês dois pareciam mais estarem brigando do que me ajudando. – mostrei a língua – E você não parou de falar do Eri o tempo todo. – encarei Akane que deu de ombros.

– Porque ele é incrível! – ela disse e o garoto mencionado corou.

– Gomen ne, Fujita-san. – Eri coçou a cabeça.

– Me chama de Aoi. – sorri.

– Aoi-san... – ele corou bastante.

– Não fiquem tão íntimos. – a loira pareceu apavorada.

– Tanto faz. – Raku desviou o olhar.

Dei um tapa em sua barriga e ele protestou enquanto dizia que eu tinha que ser mais delicada. Não comece com isso! Eu já sou delicada o bastante.

Depois de eu ficar depressivamente depressiva por saber e estar na cara que eu ficaria de recuperação e teria que estudar nas férias de verão, ter sido sequestrada para estudar e ter aprendido o começo de algumas coisas, voltamos para a sala e seguimos diretamente para os nossos lugares.

Fukuda-sensei chegou e uma certa ruiva correu para cumprimentá-lo. Ele sorriu e deu duas batidinhas na cabeça dela a mandando ir se sentar para que pudéssemos começar as provas logo. Ela correu novamente e se sentou. Todos foram para os seus devidos lugares e ele falou algumas das regras que estávamos carecas de saber só para depois nos integrar a dita cuja.

A prova estava do mal. Sério. Aquilo nunca que seria do bem, da luz ou coisa assim, estava longe disso. Olhei de esguelha pra Chiyo-chan e ela fez um positivo e sussurrou um “Eu acredito em você.”

Voltei minha atenção para a prova e tentei de novo. No momento, eu não conseguia nem lembrar meu nome.

...

– A minha mãe vai me matar!

– A minha senpai vai me matar!

Eu e Ayu choramingávamos o quanto éramos inúteis. Isso mesmo. eu não consegui passar na prova. 43 pontos de 100. Não consegui nem a metade. Eu vou estar morta quando chegar em casa, sério. Acho que vou fugir para o interior e trabalhar nos plantios de arroz.

Ayu estava aos prantos, imaginando como sua senpai ficaria quando soubesse que ela seria tirada temporariamente do clube de atletismo. E a sua senpai era também a líder do clube, considerando isso e mais um pouco, a minha amiga Ayu está ferrada.

– Não se desesperem ainda. – Fukuda riu.

– Não tem graça. – protestei.

– Vocês poderão fazer uma segunda prova amanhã e se forem bem não vão precisar ficar estudando como condenadas durante as férias. – sorriu – Se esforcem então. Agora estão todos dispensados. – e o sinal soou.

– Okay. Ainda temos chance, Aoi-chan! – ela parecia decidida enquanto andávamos pelos corredores da escola.

– Eu não estou tão segura assim. – murmurei pra baixo.

Vi Ryuuji acenar para nós, já que sua namorada estava conosco. Alice sorriu quando se aproximou dele e deram as mãos, meus olhos lacrimejaram, mas não por causa daquela cena muito shoujística e sim porque, ele é alguém bem próximo de mim e nesse momento eu estou precisando de apoio.

– Aoi? Não me diga que está voltando aos velhos hábitos, realmente. – ele suspirou e logo depois sorriu de maneira acolhedora – Por que está chorando?

– Ela não foi bem na prova. Terá que refazê-la amanhã e se não for bem, vai ficar de recuperação durante as férias de verão. – Chiyoko explicou enquanto eu chorava e esfraga os olhos com uma das mãos.

– Aoi, você não tem jeito. – ele disse e acariciou minha cabeça – Vai ficar tudo bem. Não se preo-

– O que houve com a minha Aoi? – Yuu-chan interrompeu meu irmão com seus gritos, enquanto vinha correndo. Me abraçou.

– Ela não foi bem na prova e blábláblá. – a ruiva explicou novamente, ou quase isso.

– Está tudo bem. – ele me consolava – Não se preocupe.

Meu irmão bufou em descontentamento. Alice colocou uma das mãos em frente a boca e riu, desviando o olhar de nós.

– Essas palavras são minhas, Yuuto! – Ryuuji protestou.

– Me deixe em paz! – Yuu-chan retrucou.

Eles vivem como gato e rato desde sempre, por Yuu-chan me tratar como uma irmãzinha pra ele e Ryuuji ser o verdadeiro irmão, mas no fundo são amigos, ou eu espero.

Fomos todos andando juntos para casa. Eu vi Eri e ele acenou pra mim, sorrindo, e seguiu para a direção oposta, a que sempre pega todos os dias. Não vi mais o Ishikawa e nem Jun. Perguntei a algumas garotas, as admiradoras dele, e disseram-me que eles já tinham ido. Vi Kimio-kun e ele correu até mim e me cumprimentou. Descobri que ele é amigo do meu irmão e são da mesma classe.

Depois de passarmos na casa de Alice para o namorado exemplar deixá-la, chegamos no nosso querido lar. Eu teria vindo sozinha desde o começo, mas meu onii-chan estava verdadeiramente procupado comigo e não me deixou ir na frente. Fiquei segurando vela durante todo o caminho. Nossos pais não estavam em casa e Ryuuji preparou algo para comermos.

– Itadakimasu! – falamos juntos e começamos a comer.

Depois de alguns instantes Ryuuji me encarou e desviou o olhar, irritado. me olhei e olhei ao meu redor. Roupa decente? Confere. Boca fechada enquanto come? Confere. Estou segurando o hashi da maneira certa? Pera. Agora sim. Confere.

– Aquele garoto quer levar você de mim, Aoi! – ele murmurou sem me encarar.

– Eh?

– Eu sou o seu irmão. Ele não tem que se intrometer.

– Yuu-chan só queria me ajudar. – falei, sem dar importância.

– Você prefere ele do que a mim? – ele fez uma cara chorosa.

Meu irmão bancou o ofendido e me obrigou a lavar a louça, alegando que eu teria que amá-lo mais do que a qualquer outro. Credo, esse menino tá precisando de um psiquiatra.

Ele saiu depois de alguns minutos e se despediu de mim com um beijo na testa, que me lembrou quando éramos menores. Então sorri instatâneamente. Apesar de tudo, ele ainda é meu irmão. Foi para o treino.

Fiquei sozinha. Me joguei no sofá quando terminei da lavar a louça. Comecei a passar os canais sem nada muito mais interessante pra fazer. Alguém tocou a campanhia e eu corri para atender, deslizando no tapete e caindo sentada no pequeno batente. Levantei-me rapidamente e abri a porta.

– Você é mesmo desastrada. – Raku suspirou.

– O que faz aqui, seu caloteiro? – ele riu.

– Vim te ajudar a estudar. – sorriu e eu fiz careta.

O chamei para entrar, me esquecendo completamente que estava sozinha em casa. Que lindo. Nós dois sozinhos em uma casa e já está ficando escuro. Não que isso tenha importância pra mim, mas meus vizinhos tem a língua maior que a boca. Sentamos no chão da sala e ele abriu a mochila que trouxe consigo.

Dessa vez, ele me explicou o que eu não havia entendido e eu me recuso a acreditar que ele é tão inteligente. Meu coração batia acelerado toda vez que ele me encarava e eu desviava o olhar, rezando para não corar.

– Você está bem? – ele perguntou, percebendo minha tensão.

– Você tem um onii-chan, certo? – disparei.

Ele pareceu surpreso e me perguntou como eu sabia disso. Lembrei-le do dia que fui em sua casa e que uma das mulheres que estava lá, havia jogado por alto que ele era o caçula da família. Raku pediu desculpas lembrando-se também do que me disse naquele mesmo dia.

– Isso não interessa. – disse apenas isso.

– Ele não mora com você? – insisti.

– Está morando com meus avós em Tokio. – respondeu e eu confirmei.

Encerramos o assunto e voltamos a estudar.

...

– Eu consegui! – comemorei, me levantando e dando pulinhos.

Fukuda-sensei havia dado a todos os alunos que não foram bem nas provas, um canderno com questãos parecidas para que pudéssemos fazer em casa e estudar com isso para ir bem na segunda tentativa.

– Finalmente. – Raku suspirou e continuava sentado no tapete da sala.

– Como posso te agradecer? – perguntei-lhe sorrindo. Ele corou levemente.

– Hum... Nada. Isso é o meu agredecimento por ter me ajudado, apesar de eu não ter conseguido nada. – sorriu de lado.

É mesmo. agora eu não vou ganhar mais meus doces porque o nosso trato acabou. Ah não! Eu preciso fazer outro trato com alguém urgentemente!

Ele foi embora um pouco antes do meu irmão chegar para evitar que ele rodasse a baiana e fizesse um barraco daqueles por estarmos só nós dois na minha casa. Essa gente só pensa besteira dos adolescentes? Claro, os hormônios a flor da pele e tal, mas eu sou apenas uma pura e inocente criança!

Subi para o meu quarto quando meus pais chegaram, ainda antes de Ryuuji. Eles me fizeram perguntas sobre as provas e eu disse que tinha ido bem, mas que faria a prova de novo para ir super bem. Eles acreditaram e eu livrei minha pele. Tenho mesmo que ir bem nessa segunda chance.

No outro dia, eu acordei cedo e fui para a escola só com uma maçã, o que fez minha mãe reclamar um pouco. Eu faria a limpeza novamente e dessa vez seria com o Raku. Se ele não for e eu tiver que fazer tudo sozinha ele estará morto ao amanhecer de amanhã.

Chegei a escola e o vi sentado em sua carteira lendo algo. Olhei em volta. Já estava tudo arrumado e só a louza ele não havia limpado, provavelmente deixou pelo menos algo para que eu fizesse.

Ele não olhou na minha direção nem com o barulho da porta sendo arrastada, nem quando eu coloquei minha mochila em minha carteira, ao seu lado, e muito menos com os barulhos dos meus pulos para alcançar mais em cima na louza. Isso é muito alto. Que exagero!

O encarei e ele continuava lendo o livro, com os barulhos das viradas de páginas ás vezes. Inflei as bochechas e peguei o outro apagador que estava largado na louza, me aproximando dele. Bati os apagadores um com o outro bem em cima dele, o sujando todo de pó de giz e me sujando um pouco também. Ele olhou para trás assustado e se levantou, eu dei alguns passos para trás dando muita risada e escondendo os pagadores nas costas.

– Você é doida? – perguntou irritado.

– Talvez... – fiz uma careta engraçada e ele riu, desfazendo a cara emburrada.

Partiu pra cima de mim tentando pegar os apagadores da minha mão. Tropecei em uma cadeira e caí no chão, mas não bastava cair no chão sozinha, puxei ele junto. Agora ele estava por cima de mim com cada um dos joelhos de um lado do meu corpo e as mãos, igualmente, na altura da cabeça.

Lembrei-me da excursão, do pudim, daquele estranho ato dele e de como tudo começou a mudar a partir dali. Corei. Ele continuava a me encarar como se estivesse se perguntando se minha cara podia ficar mais vermelha que aquilo.

Ouvimos a porta ser arrastada e um Chiyoko entrou. Ela nos olhou. Reparou no apagador jogado em algum lugar. Nos olhou. Percebeu nossa situação. Continuou nos olhando.

Dobrei meu joelho tão rápido na tentativa de me levantar, que esqueci que tinha um ser em cima de mim e meu joelho o acertou na barrida. Ele se contorceu e se jogou para o lado. Levantei na melhor atuação de que nada daquilo aconteceu.

– Você está sonhando - comecei a murmurar para ruiva - Isso é apenas um sonho muito ruim.

Ela correu até nós, levantou Raku de qualquer jeito, e pegou em nossas mãos com os olhos castanhos mel brilhando.

– O fio! – disse – O fio está de volta! – ela comemorou, eu corei e Raku ficou confuso.

Saímos para nos limparmos antes que a professora de inglês chegasse. Raku começou a falar frases em inglês e esfregar na minha cara que ele fez mais de trocentos cursos por aí. Ele não disse isso, mas tenho certeza que pensava.

– Tem como calar a boca? – perguntei irritada.

– Nope! – me mostrou a língua, travesso.

– Você é terrível.

– Você também.

Começamos a brigar feitos crianças do primário e só paramos quando o sinal soou e fomos obrigados a voltar para a sala. Todos já estavam lá. As pessoas que não precisariam fazer as provas de novo, iriam para o seu clube mais cedo do que o normal, enquanto os outros fariam a mesma.

Estudei mais um pouco e revisei algumas coisas durante as primeiras aulas. Depois do intervalo, voltei para sala com todos que fariam a prova de novo e Ayu estava uma pilha de nervos, mas ela estudou com a Alice.

– Wah! Estou tão cansada! – Ayu colocou as mãos atrás da nuca enquanto andávamos para a biblioteca.

– Eu não aguento mais. – suspirei derrotada.

– Nada disso! – Chiyoko parou na nossa frente e apontou o dedo indicador – Se esforcem ao máximo! – fechou o punho – E você, dona Aoi, pare de reclamar se não quiser sentir minha fúria. – sorriu meigamente.

– E se eu não passar, hein? – choraminguei de novo.

– Aí minha vingança será maligna. – ela bateu cabelo e seguiu rindo escandalosamente.

Só tenho pessoas doidas ao meu redor.

Alice e eu acenamos para Ryuuji quando o vimos ele acenou de volta, sorrindo, e seguiu seu caminho feliz para a casa da vovó da Chapeuzinho Vermelho. Mentira, ele só foi para o vestiário porque, aparentemente, tiveram aula de educação física antes do intervalo. Ele estava com o uniforme da aula.

– Venham logo! – Ayu nos chamou mais a frente, com Chiyoko.

– Hai! – acenei e começamos a nos aproximar delas.

Chegamos a biblioteca e tratamos de nos tornar a turma do bairro em uma missão secreta. Sério. Estava mesmo parecendo, mas só estávamos trabalhando nos panfletos de Alice para sua campanha para presidente do conselho. Sussurrávamos para que ninguém escutasse, mas seria algo bem tradicional pra mim.

– O que acha de os ganharmos pela barriga? – Ayu perguntou.

– Eh? – soamos.

– Podíamos fazer bolinhos e dá-los junto com os panfletos. Tenho certeza que todos iam querer pegar. – ela parecia relaxada.

– Mas eu quero ganhar por ser alguém digna do cargo. Por merecer estar lá. Fazer isso parece injusto e jogo sujo. Não quero! – Alice fez toda uma dramatização e Chiyoko riu.

– Minha mãe sempre diz para conquistarmos a pessoas que gostamos pela barriga. Achei que podia funcionar para isso também. – Ayu finalizou o assunto.

Elas continuaram conversando algo que eu não ouvi porque estava pensando eu outra coisa.

Conquistar pela barriga... Conquistar pela barriga... É isso!

Voltei a conversar com elas na maior empolgação, como se tivesse tomado um choque de ânimo. Elas estranharam e a Chiyo-chan riu de novo. Ás vezes eu acho que ela lê pensamentos.

Fizemos alguns modelos de panfletos, cada uma em um computador e mostramos para ver qual Alice escolheria. Ela acabou escolhendo o dela só que acrescentou um pouco do que estava nos nossos.

Também imprimimos alguns cartazes com uma foto de Alice. A mesma foi obrigada a fazer isso. Ela estava dando uma piscadela, na foto, tinha um sinal de positivo na mão direita e a esquerda estava na cintura. Uma foto um tanto engraçada. Ela quase não nos deixou usar.

Voltamos para a sala e eu colei um dos cartazes ao lado da lousa, assim quando entrassem na sala já dariam de cara um cartaz. As pessoas foram chegando e comentando sobre a foto. A maioria eram elogios e diziam que votariam nela. Estou feliz por Alice. Ela está radiante.

Os alunos que não fariam a prova foram dispensados e foram para seus devidos clubes. Raku me desejou boa sorte com um tapa de leve na cabeça. Virou mania agora fazer isso? Chiyo-chan e Alice, também desejaram boa sorte para mim e para Ayu, saindo da sala.

Fukuda-sensei nos olhou de esguelha quando entrou na sala. Nos cumprimentou e distribui as provas com um ar bem sério. Será que aconteceu algo? Ele parecia até meio nervoso.

...

– Eu consegui! – vim correndo para o pátio e me joguei nos braços da Chiyoko.

– Quantos pontos? – Alice perguntou empolgada.

– 90! – gritei.

– Calma. Não precisa me deixar surdo. – Raku também estava com elas.

– Eu não vou ficar de recuperação! – ri de maneira estranha, tipo um “muahahaha”.

Fomos para casa, por já ser tarde não dava mais tempo para o clube de música. Me despedi deles no cruzamento. Eu seguiria reto, Alice iria para esquerda com Raku e Chiyoko iria para a direita.

Cheguei na minha casa super empolgada. Esperava que minha mãe estivesse em casa para que eu pudesse fazer o que tinha em mente mas, para o meu azar, ela não estava, havia saído.

– Droga. – me joguei no sofá, derrotada.

Mas eu posso tentar fazer sozinha. Já vi minha mãe fazendo tantas vezes. Corri para a cozinha e peguei uma panela, enchi de água do filtro e coloquei no fogão para ferver.

Fiz arroz, tarefa difícil. Peixe, mais difícil ainda. E cozinhei legumes. Peguei uma vasilha no armário e tratei de arrumar direitinho. Ficou com uma cara bonita, só resta saber se o gosto está bom.

Outro dia – Escola – Intervalo:

Estávamos todos sentados na sala de aula. Havíamos juntado umas mesas e nos sentamos juntos para comer. Cada um estava com o seu bentô, menos o Raku e eu achei a chance perfeita para não dar bandeira do que eu estava fazendo.

– Já que só você não trouxe... – mexi na minha mochila – Eu posso te dar o meu reserva. – estendi a vasilha para ele.

– Por que você tem um bentô reserva? – ele pareceu desconfiado.

– Aceite logo! – ralhei.

Ele pegou a vasilha e a abriu, vendo minha bela obra de arte. Eu caprichei mesmo. Ficou muito bonito e gosto também deve estar impressionante. Hoje eu vou te conquistar pela barriga, Ishikawa Raku!

– Sugoi! – todos disseram e a vasilha pareceu até brilhar. Me senti orgulhosa.

Ele pegou o hashi e levou um legume cozido a boca, mastigou e aparentemente estava bom, mas as coisas complicaram quando ele comeu o arroz e o peixe.

– Por acaso você quer me matar? – ele gritou se levantando, bruscamente, e oscilando de verde para roxo.

– Eu exagerei no sal? – perguntei para mim mesma, virando-me para direção oposta a ele.

– Você nem experimentou o que estava fazendo? E sal? E isso nem está com gosto de comida! – ele pareceu indignado. Os outros riam.

– Precisava...? – perguntei sinceramente.

– Você é uma inútil. – ele deu uma batida na minha cabeça com o punho fechado e com as costas da mão.

–... Eu não faria isso se fosse você. – Yuuto, que estava conosco, avisou enquanto comia tranquilamente.

– Pff! Tenho pena de quem vai se casar com você. – ele sorriu zombeteiro.

Meu sangue ferveu. Eu não consegui conquistá-lo pela barriga. Peguei o bentô e me levantei, peguei o hashi e o encarei. Ouvi raios soarem, mesmo estando um céu limpíssimo lá fora. Enfiei a comida toda goela abaixo dele enquanto ele protestava e eu o xingava. Os outros riam e Yuu-chan tentava impedir minha ira.


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Notas finais do capítulo

O especial não saiu, novamente, mas não me matem. Ele vai sair shuashaus
Espero que tenham gostado ^^ Comentem~



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