Amsterdã, os Ossos Maneiros, o Balanço Ligeiramente Pedofílico, o Grupo de Apoio, os quadros motivacionais, Hazel. Daria tudo viver tudo aquilo novamente. Um último cigarro, uma última música do The Hectic Glow, qualquer coisa.

Mesmo com o câncer, bêbados pranteadores, comidas de café da manhã e pequenos infinitos, Augustus gostava de tudo, era uma boa vida.

Visitava Hazel. Deus, ela ainda era tão linda. Seus olhos, seu cabelo, suas unhas pintadas de azul escuro. Aquela garota tinha esse efeito nele, e nem a Times Square brilharia mais que ela. Estava milhas longe dela, mas mesmo assim, sentia que estava ao seu lado. Via ela olhando para os cigarros quando abastecia o carro com sua mãe, ou até mesmo na escultura de ossos no parque. Havia noites em que ela simplesmente não segurava as lágrimas. Como ele não estava lá para secá-las? Apesar de tudo, ela tentava superar. Seria só ele que não conseguiria fazer o mesmo? Ficar vendo todos viverem suas vidas, mas sem seguir, continuar?

Via Isaac, jogando videogames para cegos, e até mesmo com uma nova namorada. Ele seguira em frente.

Via seus pais, jantando juntos, ás vezes rindo, outras chorando. Sua mãe ainda ia no seu quarto, e apenas por um momento, esquecia de que seu filho morrera, apenas para logo em seguida lembrar de tudo. Seu pai tentava ser forte, apoiando a mãe.

Mas algum dia, todos acabariam por esquecê-lo, ou tentar pelo menos. Era inevitável.

Afinal, não era ela que foi minha granada. Eu fui a dela.

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A UTI era um lugar horrível. Médicos correndo em todo lugar, com pacientes em todos os estados. Não era possível que Hazel estava lá. Assim como não era possível que Augustus não estava lá para segurar a mão dela.

Dessa vez, não foi má oxigenação. O líquido nos pulmões da garota estava em uma quantidade enorme. O Falanxifor já não era o suficiente.

Hazel já não era a mesma adolescente, ela tinha crescido, se tornado uma mulher inteligente, com ideias próprias e muito decidida. Vivia feliz, pois sabia que era o que Augustus iria querer.

– Eu aceito, Augustus. - Murmurou ela, lembrando da carta de Gus em meio a dor sufocante em seu corpo. Sua cabeça explodia em dor, e seus pulmões queimavam. As pálpebras pesavam, e Hazel só via o branco do teto de sua sala na UTI. Não alcançou o botão para chamar a enfermeira, nem sabia se queria.

Hazel sabia o que vinha em seguida. Abraçou a escuridão, lembrando de seus pais segurando a sua mão. Não era uma granada, afinal.

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Como era bom ter Hazel em seus braços novamente. Conversavam sobre qualquer coisa, não importava. Estavam juntos, e andariam até uma nova fase juntos, aquele túnel com uma luz no final que todos tanto falam que existe.

– Se você soubesse que acabaria assim, você ainda falaria com o garoto virgem de uma perna só do grupo de apoio? - Perguntou Augustus, com um sorriso no rosto. Era ótimo ver Hazel novamente. Nunca se cansou de sua beleza.

– Como disse, sou eternamente grata por nosso pequeno infinito. - Riu ela.

Mil estrelas sangrariam por essa risada. E todas as estrelas da América não superam a constelação de pensamentos que passavam pela mente de Augustus ao ver aquela menina que ele amava tanto. E ela estava ali, com ele. Juntos, assim como as pessoas que deixaram para trás. E juntos, Hazel e Augustus caminhariam para o desconhecido.

Ambos aceitavam suas escolhas.