Open Your Heart escrita por Ally Faria


Capítulo 23
Me perdoa?


Notas iniciais do capítulo

Oi amores da minha vida ♥
Desculpa não ter publicado antes, mas é que eu não consegui terminar o capitulo mais cedo.
Obrigada a todos pelos maravilhosos comentários... amo vocês!

Bom esse vai ser um capitulo bem inteso e... quer saber? Se quiserem saber o que tem no capitulo vão ter que ler rsrsrsrs

Ele é muito grande porque a minha princesa Larinha me pediu que fizesse um capitulo com 10.000 palavras de prenda de Natal pra ela. E eu sei que já passou o Natal mas o que conta é a intensão, né? É prenda pra todo o mundo ihihih

E quem daí já viu a prenda dos R5 para todos os R5ers? O video da musica smile tá perfeito.

Bom chega de papo... aproveitem o capitulo e depois digam o que acharam dele nos comentários.



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– Claro que eu aceito Brady. É o que eu mais quero. – Fala ela me abraçando. Me irmã e Austin nos encaravam curiosos e eu apenas fiz um sinal de que tudo tinha dado certo… e parece que eles entenderam a mensagem porque logo pularam de alegria e se abraçaram como dois doidos. Esses dois são loucos um pelo outro, mas vivem se machucando. Mas chega de falar sobre esses dois, agora eu só quero curtir esse momento de felicidade.

POV Ally

Imagine isso… Dois babacas bancando uma de cupidos pra tentar juntar duas pessoas, quando na verdade quem eles deveriam tentar juntar era… eles mesmos. E sim, eu tou falando de mim e do Austin. Não dá mais pra negar, eu tou completamente louca por aquele loiro idiota, mas ele me irrita tanto! Urgh e agora ainda tem essa jumenta loira atrás dele. Já não me bastava a Vakira, não?!? Eu hein, porque tem de ser tudo tão complicado?

Se bem que eu não sei se quero ter alguma coisa com ele… é muito arriscado e doloroso pra mim. E aparentemente, ele não gosta tanto de mim assim, se ele gostasse não tinha aceitado sair com a Cassidy. Ui, fiquei com vontade de vomitar só de falar o nome dela!

Concluindo… mais uma vez, eu tou me confundindo a mim mesma. Explicar as coisas que eu sinto, é quase como explicar as cores para um cego e o pior é que nem eu me entendo!

Nesse momento eu e o Austin estamos parados feito idiotas, esperando que o Brady termine de falar com a Rydel para saber se ela aceitou sair com ele ou se ele desistiu antes de perguntar alguma coisa pra ela.

–Porque ele está demorando tanto tempo? – Perguntei impaciente.

–Oh coisa apressada. Provavelmente seu irmão tá se declarando pra ela. Você não mandou ele ser cavalheiro? Então! – Fala Austin sem desviar o olhar do casalinho, mas eu pude perceber ele revirar os olhos enquanto falava.

–Eu mandei ele ser cavalheiro sim, mas ele não precisa demorar um século pra fazer uma declaração ou precisa? – Perguntei batendo freneticamente com pé no chão.

–O que você tem contra o amor, hein? Seu irmão tá querendo fazer as coisas bem feitas, deixa ele. – Pergunta ele me encarando indignado.

–Pra mim o amor é uma patetice, só serve pra iludir as pessoas. As pessoas acabam por sofrer, sentir dor. A partir daí a pessoa passa a não acreditar mais no amor. Tenta se isolar de tudo e de todos para não se decepcionar novamente. Por isso… o que eu tenho contra o amor? Nada, só não estou afim de ser mais uma idiota a sofrer no mundo. – Falei tudo sem nem parar para respirar e ele passou a me olhar com os olhos arregalados. Não acredito que eu falei isso tudo pra ele. O que deu em mim?

–Ally…– Fala ele, mas logo eu o corto quando vejo a cena mais fofa que eu já presenciei nesse mundo.

–Olha, eles estão se abraçando. – Falei dando pulinhos de alegria. Ficamos parados de novo à espera que Brady dissesse alguma coisa e assim foi. Ele fez um sinal dizendo que tudo tinha corrido bem. – Ela aceitou? Ela aceitou Austin… Aahhh! – Falei pulando nos braços dele. Porque eu fiz isso? Não faço ideia! Mas surpreendentemente, ele me abraçou sem hesitar.

–É Ally, ela aceitou. – Fala ele escondendo o rosto na curvatura do meu pescoço. A sua respiração quente batendo na minha pele me fazia arrepiar de forma absurda. Ficamos assim por um bom tempo e parece que nenhum de nós estava disposto a desfazer aquele maravilhoso abraço. – Ally, porque você falou todas aquelas coisas sobre o amor? – Pergunta ele me deixando sem saber o que dizer.

–Eu… Bom é o que eu sinto. – Falei quase que num sussurro. Ele se afastou minimamente de mim, mas o suficiente para puder encarar os meus olhos de forma intensa.

–O amor não tem só coisas ruins. Quando o amor entre duas pessoas é real, você se sente forte, como se nada pudesse abala-la, como se com aquela pessoa você pudesse ultrapassar todas as dificuldades… como se o seu mundo fosse ela. – Fala ele me deixando perplexa. O Austin tá querendo me matar, porque se for ele tá conseguindo facilmente. O meu coração tá batendo tão forte que é como se ele me fosse perfurar o peito e sair disparado a qualquer momento. Reuni as poucas forças que ainda me restavam e respondi o mais verdadeiramente possível.

– O problema é quando uma das pessoas não ama a outra de forma tão intensa e verdadeira como diz. Você nunca pode afirmar nada em relação ao amor, porque você não sabe o que vai na cabeça e no coração da outra pessoa. – Falei olhando bem no fundo dos olhos castanhos dele, porque era isso que eu sentia em relação a ele. Eu não sei o que vai naquela cabeça loira dele e muito menos o que vai no seu coração, então como é que eu vou saber se o que ele diz é realmente verdade? Não posso saber… e é isso que me preocupa e me deixa angustiada.

–Mas eu sei o que vai na minha cabeça e no meu coração … e isso pra mim basta. – Fala ele se aproximando de novo, mas desta vez em direção ao meu rosto. O nosso momento foi atrapalhado por uma risada alta vinda do casalinho sensação do momento. Sorri ao ver aqueles dois, ver meu irmão assim me deixa muito feliz. – Fazemos uma boa equipe! – Comenta ele olhando também para Rydel e Brady.

–Tenho que admitir que sim. – Falei suspirando.

–Se você diz que não acredita nessas coisas do amor, porque ajudou seu irmão com esse lance da Rydel? – Pergunta ele me olhando de novo, mas eu continuei observando os dois sorrindo um pro outro.

–Porque ele é meu irmão e eu amo ele acima de tudo. E se ele está feliz, eu estou feliz. E eu conheço a sua irmã e se há alguém verdadeiro, honesto, bondoso e capaz de fazer meu irmão feliz… esse alguém é a Rydel. – Falei sorrindo carinhosamente quando meu irmão me olhou com um sorriso malicioso, porque eu e Austin ainda estávamos meio que abraçados.

–Parece que afinal você não é só uma louca psicopata suicida… você é uma louca psicopata suicida com bom coração e que apesar de não o demonstrar muitas vezes, é a menina mais amorosa desse mundo. – Fala Austin sorrindo divertido, pois minha cara não ficou nada boa quando ele me chamou de louca psicopata suicida. Eu não falei que ele é idiota, tem sempre que estragar tudo.

–Imbecil. – Falei tentando me desenvencilhar dele, o que foi em vão porque ele é do dobro do meu tamanho e muito mais forte do que eu.

–Calma esquentadinha. Não sei se você percebeu, mas eu também elogiei você. – Fala ele me prensando mais contra seu corpo.

–Olha, esquentadinha é a sua avó. Agora me solta ou eu juro que bato em você. E pra que conste eu não preciso de seus elogios, tá?! – Falei irritada.

–Pra além de esquentadinha é ingrata! – Fala ele arqueando a sobrancelha. Porque ele tem sempre que fazer de tudo pra me irritar?

–Você quer fazer o favor de me largar? – Perguntei bufando de raiva.

–Porquê, não aguenta ficar assim pertinho de mim? – Pergunta ele de forma sedutora. Aguenta firma Ally… aguenta firme!

–Não, eu não aguento ficar perto de você, porque você me tira do sério Austin. E eu juro que se eu passar mais um minutinho que seja aqui, você não vai sair vivo pra contar a história. – Falei de em um tom ameaçador.

–Ótimo! Você pode ir embora quando quiser, porque eu também não quero ficar perto de você. – Fala ele agora um pouco mais sério, mas me puxando ainda mais para perto dele.

–Se você me largar eu vou embora. – Falei como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, porque na realidade era mesmo. Ele me encara furioso e logo me solta com cara de emburrado. – Obrigada. – Respondi sorrindo sinicamente.

–Não tem de quê! – Fala ele sorrindo do mesmo jeito que eu. Me virei pra ir embora e ele falou em um tom de repulsa. – Vai lá ter com o seu amiguinho, vai!

–Que amiguinho? – Perguntei encarando ele novamente.

–O… Como é mesmo que você lhe chama? Ah sim! O Dallitos. – Fala ele com cara de nojo.

– E se eu for ter com ele? Você não tem nada haver com isso! – Falei cruzando os braços.

–Não, você tem razão. Eu não tenho nada haver com isso. Vai lá, se diverte com o seu amiguinho. – Fala ele ironicamente. O que esse garoto tem na cabeça?

–Austin, você é bipolar por acaso ou só não tem nada na cabeça mesmo? – Perguntei fitando ele.

–Olha garota vai encher o saco de outro. – Fala ele irritado.

–Vai você encher o saco de outra… ou melhor, de outras né?! Agora você tem duas. A Vakira e a jumenta loira. Fora aquelas que eu ainda não tive a oportunidade e o azar de conhecer. – Falei também irritada e logo ele começou a sorrir de lado.

–Oi? Isso é tudo ciúmes Allyzinha? – Fala ele me provocando.

–Não. Só estou constatando um facto. Se você é galinha problema seu. – Falei fingindo não me importar com o que ele faz.

– Do que você me chamou? – Pergunta ele indignado.

–Eu chamei você de galinha! Você quer que eu escreva num bilhetinho? Ou desenhe pra você? Pra além de galinha é burro.

–Nossa eu tinha razão…você só dá patada mesmo! – Fala ele me fazendo relembrar de nossa discussão hoje de manhã, o que me fez ficar ainda mais irritada.

– Patada quem dá é cavalo igual a você, eu apenas respondo a perguntas idiotas. – Falei.

–Meu santo panqueca. Primeiro me chama de galinha, agora de cavalo. Tá querendo abrir um zoológico é? – Pergunta ele sarcasticamente.

–Uhm, que culpa eu tenho que você seja tudo isso e muito mais? – Falei me fazendo de inocente.

–Tudo bem, tudo bem. Mas me responde a essa pergunta e me diz se ela é idiota ou não? Porque a gente não consegue ficar 5 minutos sem brigar feito loucos? – Pergunta ele agora mais calmo.

– Porque provavelmente a gente não nasceu pra se dar bem. – Falei em um tom baixo.

–Ou será antes, porque NÓS somos teimosos de mais pra aceitar o que está bem diante dos nossos olhos? – Pergunta ele se aproximando de novo de mim e enfatizando o “Nós”.

–Nós? Desde quando existe “nós”? – Perguntei enquanto também me aproximava dele. Mais uma vez meu cérebro “desligou”, deixando que meu corpo agisse por livre vontade.

–Desde que nos conhecemos. O “Nós” entre a gente foi e é inevitável. – Fala ele agarrando a minha cintura delicadamente fazendo nossos corpos se chocarem mais uma vez.

–Nós? – Perguntei num sussurro mas ele entendeu e respondeu colocando uma mão em meu rosto.

–Nós. – Sussurra ele docemente antes de fechar seus lindos olhos castanhos. Mantive os meus abertos por meio segundo, mas logo fechei eles e fui me aproximando também. Faltavam uns míseros milímetros para que nossos lábios se encontrassem, mas uma certa jumenta descolorada veio atrapalhar o momento.

–Austin vamos… Interrompo alguma coisa? – Pergunta ela me olhando feio. Eu não acredito nisso, agora que os lindos lábios do Austin estavam prestes a tocar nos meus, essa garota tinha que aparecer. Me afastei rapidamente e antes que o Austin pudesse fazer ou dizer alguma coisa, eu dei um tapa nele.

–Por que você fez isso sua louca? – Pergunta ele com os olhos arregalados e com a mão no rosto.

–Primeiro você me insulta e depois tenta me beijar? Ah faça me o favor! – Falei empurrando a Cassidy para ir embora.

–Sua louca… – Gritam eles dois em uníssono.

–Ai que fofo, o casalinho até fala ao mesmo tempo. – Falei me fazendo de comovida.

–Ally você não bate bem dessa sua cabeça pois não? – Pergunta Austin… quer dizer… o loiro oxigenado.

–Ah vai chatear outra seu imbecil…– Resmunguei em alto e bom som.

–Deixa ela Austin. Não vê que ela é louca? Até pensa que você queria beijar ela, olha isso?! Vê se pode?! – Fala Cassidy acariciando o rosto de Austin no lugar onde eu dei o tapa. Ai que ódio… que raiva… que tudo!

–É, eu sou louca mesmo, por isso é melhor você ter cuidado. – Falei com ódio. Sai disparada da sala de convívio e virei no primeiro corredor que encontrei. Enquanto andava murmurava coisas que nem pra mim faziam sentido, mas enfim. E quando eu achava que o dia não podia ficar pior, alguém bate contra mim e eu caio bem de bunda no meio do chão. O chão deve ter alguma atração por mim, tou sempre caindo nele.

–Ai meu deus. Você tá bem Ally? – Pergunta Riker enquanto me ajudava a levantar.

–Tou ótima. – Falei curta e grossa.

–Sozinha? – Pergunta ele olhando para os lados.

– E pretendo continuar assim. – Falei ainda do mesmo jeito. Ele levantou meu rosto e respondeu sorrindo docemente.

–Ei, sou eu o Riker lembra? Não precisa falar assim pra mim.

–Eu sei, foi mal. Mas é que eu tou irritada. – Falei me desculpando.

–Tudo bem. Até acho que já sei o motivo de você estar assim. Foi o meu irmão não foi? – Pergunta ele.

–Foi mas eu não quero falar sobre isso.

–Tudo bem. Mas agora você tem que vir comigo. – Fala ele sorrindo sapeca.

–Tenho que ir onde e porquê? E porque você tá me olhando assim? – Perguntei.

–Onde? No jardim. Porquê? Porque eu quero. E porque eu tou te olhando assim? Não sei. Mas agora chega de papo e vamos lá. – Fala ele sem me dar nem tempo pra falar alguma coisa, porque ele saiu logo me puxando. Assim que chegamos no jardim ele me fez sentar num banco e ficou em silêncio por longos minutos. – Isso fica bonito à noite, não fica? – Fala ele se referindo ao jardim que agora estava todo iluminado, fazendo o verde da grama brilhar.

–Fica lindo mesmo. Mas não foi por isso que você me trouxe aqui ou foi? – Perguntei me virando pra ele.

–Não. – Ele pára e vira pra mim, pega minhas mãos e volta a falar.– Sabe, eu esperei praticamente um mês para conhecer você. Eu andava louco pra conhecer a garota que fascinou todos. A Rydel, a Trish e o Dez passavam o tempo todo dizendo o quanto você é incrível, linda, maravilhosa, engraçada… e eu só pensava se você seria mesmo isso tudo. Eu criei imensas versões de você na minha cabeça… algumas é melhor eu nem falar. – Fala dando uma risada sem graça. – Minha irmã nem sequer me deixa ver fotos suas, ela dizia que primeiro eu tinha que conhecer você pessoalmente.

–Sua irmã é louca mesmo. – Falei dando uma risadinha baixa.

–É, ela é louca sim, mas ela tinha razão em relação a você. Todos eles tinham… você é realmente incrível Ally. Tudo em você é incrível! A sua beleza, o seu sorriso, os seus olhos, o seu cabelo com pontinhas loiras, a sua voz de anjo… você é aquilo que chamam de perfeição em pessoa. E eu sei que nos conhecemos à pouco tempo e eu não quero parecer um louco desesperado ao dizer isso, mas… eu acho que eu tou gostando de você. – Fala ele olhando em meus olhos a todo o momento. Eu tenho que admitir que eu não estava à espera disso… Eu fiquei perplexa a olhar pra ele. – Sabe, você não precisa dizer nada, mas também não precisa ficar olhando assim pra mim. – Fala ele corado. Esse garoto é muito lindo, doce, me faz rir a todo o momento e é um bom amigo e tudo mais, mas eu nunca pensei em vê-lo de outra forma. E agora?

–Riker eu… sinceramente eu não sei o que dizer. Você é um garoto incrível, mas… – Comecei mas logo ele me cortou.

–Não fala nada, é sério! Eu sei que você não sente o mesmo que eu, mas eu não quero que você se afaste de mim por causa do que eu sinto. Mas também não quero que você me impeça de tentar ter algo mais com você. Eu realmente sinto algo forte por você… algo que eu nunca senti antes e eu vou lutar pelo que eu sinto… vou lutar por você. – Fala ele me olhando seriamente e através de seus olhos eu pude perceber que tudo o que ele dizia era verdade. Ele foi se aproximando lentamente e quando eu pensei que ele fosse beijar meus lábios, ele desviou e beijou minha bochecha, mais propriamente o canto da minha boca. – Vem, está quase na hora de irmos para os quartos.

–Eles devem pensar que a gente é criança, só pode. – Resmunguei enquanto me levantava.

–Deixa de ser rezingona. – Fala ele rindo de mim.

–Pensei que tudo em mim fosse incrível. Agora você quer que eu deixe de ser rezingona? Tá bom, tá. – Brinquei me fazendo de ofendida, ele gargalhou e me abraçou de lado.

Entramos de novo no colégio, e assim que chegamos às escadas que vão dar aos dormitórios, nos separamos e fomos cada um para seu lado, visto que a ala das meninas é do lado oposto da dos meninos. Entrei no meu novo quarto e as minhas “novas” companheiras já estavam lá.

–Onde você se meteu menina? – Pergunta Rydel enquanto secava os cabelos com uma toalha.

–Tava lá fora no jardim. – Falei me sentando na minha cama.

–Sozinha? – Pergunta Trish com um sorriso malicioso.

–Não… estava com o Riker. – Revelei deixando elas de boca aberta.

–O QUÊ? – Gritaram elas ao mesmo tempo.

–Podem continuar a gritar, eu tou querendo ficar surda mesmo. – Falei ironicamente.

–O que você tava fazendo com o meu irmão em vez de estar com o meu outro irmão? Você sabe, aquele meu irmão que gosta de você. – Fala ela me deixando toda confusa.

–Eu só entendi: “irmão… não sei o quê… irmão”. – Falei e Trish concordou.

–O que você tava fazendo com o Riker em vez de estar com o Austin? – Repete ela como se eu e Trish fossemos burras.

–Conversando. – Falei.

–Sobre o quê? – Pergunta Trish curiosa.

–Nada de especial. – Falei desviando o olhar delas. Digamos que eu não consigo mentir se estiver olhando directamente para a pessoa.

–Ela desviou o olhar Rydel. Você tá mentindo pra gente dona Ally?! – Fala Trish com um falso olhar reprovador.

–N-não.

–Você gaguejou. – Fala Rydel agora. Porque essas duas têm que me conhecer tão bem!?!

–Tá bom, tá bom. O Riker meio que se declarou pra mim. – Falei já tapando os ouvidos.

–O QUÊ? – Gritaram elas de novo ao mesmo tempo. É que eu já sabia.

–PAREM DE GRITAR SUAS LOUCAS! – Gritei também.

–E o que você vai fazer? – Pergunta Rydel se sentando ao meu lado.

–Não sei, mas ele disse que não vai desistir de mim.

–E o Austin? – Pergunta Trish.

–O que é que tem esse idiota? – Perguntei cruzando os braços.

–Nem vem com essa Ally, eu vi muito bem vocês dois abraçados. – Fala Rydel.

–E o que é que tem? – Perguntei tentando não dar importância ao assunto.

–Como assim o que é que tem? Eu quero saber de tudo que aconteceu antes, durante e depois do abraço. – Fala Rydel toda entusiasmada.

–Antes do abraço estávamos apenas à espera que o Brady falasse com você. Durante o abraço conversamos sobre o amor. E depois do abraço a gente brigou, quase nos beijamos, eu dei um tapa nele e depois brigamos de novo.

–Como é que em tão pouco tempo vocês podem fazer tanta coisa assim. – Fala Trish impressionada.

–Cá pra mim você e meu irmãozinho são dois bipolares, isso sim. – Fala Rydel e logo eu a fuzilei com o olhar.

– A culpa foi daquela jumenta loira. – Falei e elas me olharam confusas, então eu expliquei. – A Cassidy… a culpa foi da Cassidy porque ela atrapalhou o nosso momento.

–Ai que lindo. Você queria beijar meu irmão. – Fala Rydel batendo palmas feito uma retardada.

–Queria, mas isso agora não importa. Por mim esses dois podem ficar juntos e serem muito felizes. Os dois não, os três… a Vakira que vá fazer companhia ao casalzinho vómito. E depois elas duas vão ficar grávidas e você vai ter muitas mini jumentas e jumentos, e mini vacas e bois como sobrinhos Rydel, já viu que lindo. – Falei fazendo elas duas rirem, mas não sei porque elas tão rindo, eu tava falando sério.

–Você não diga isso nem a brincar. – Fala Rydel com cara de escandalizada.

–O que eu faço? Eu gosto do Austin, mas ele me irrita e é um babaca do pior. E o Riker gosta de mim e ao contrário do babaca loiro, ele me faz bem, me faz sorrir. – Falei enterrando meu rosto na almofada.

–Eu não sei o que diga amiga. Apenas tente fazer o que você acha que está certo e tente não se magoar. – Fala Trish acariciando meu cabelo.

–Eu prefiro não dizer nada, porque meus dois irmãos estão metidos no meio. Então…

–Eu entendo Rydel. E você já ajuda só por estar me ouvindo. – Falei sorrindo para as duas garotas que conquistaram totalmente a minha confiança. – Vou tomar banho.

–Ei, eu tava primeiro. – Fala Trish indignada.

–Não está mais. – Falei e corri pro banheiro. Tomei banho, fiz minhas higienes, vesti meu pijama e fui pra cama. A Trish foi tomar banho e eu e a Rydel ficamos conversando sobre coisas banais, até ela começar a falar do meu irmão sem parar. Comecei a ficar entediada e a sentir os meus olhos pesar e se fecharem lentamente.

–Ai, ele é tão romântico, tão fofo, tão querido… Ally o seu irmão é maravilhoso. Ally? Ally? ALLY VOCÊ ADORMECEU? – Grita ela indignada. Suspirei frustrada e respondi.

–Não Rydel, eu não adormeci. – Falei com revirando os olhos. Não adormeci, mas quase.

–Ai não, então porque você tava com os olhos fechados? – Pergunta ela cruzando os braços.

–Porque eu tava em modo económico. Tem-se que poupar energia amiga. – Falei me virando para o outro lado.

–Ai é?

–É e agora DORME. – Falei gritando a última parte.

–TÁ BOM SUA CHATA. – Grita ela.

–PORQUE VOCÊS ESTÃO A GRITAR DESSA VEZ? – Grita Trish saindo do banheiro já de pijama.

–QUEM É QUE ESTÁ GRITANDO AQUI? – Perguntei me fazendo de desentendida.

–É, NÃO TEM NINGUÉM A GRITAR AQUI. – Grita Rydel enquanto se deitava na cama e se cobria.

–VOCÊS SÃO DUAS LOUCAS. – Grita agora Trish também se deitando.–Boa noite.

–Boa noite. – Responde Rydel de volta.

–BOA NOITE. – Respondi eu ainda gritando.

–PÁRA DE GRITAR. TÁ QUERENDO ACORDAR O COLÉGIO INTEIRO? – Pergunta Trish.

–EU NÃO TOU GRITANDO. Tá bom, agora eu gritei. Boa noite. – Peguei meu celular e digitei uma mensagem de boa noite para o meu lindo irmãozinho e depois dormi.

POV AUSTIN

Triin Triin Triin

Acordei assustado com o som do despertador, estiquei o braço na tentativa de jogar o maldito despertador contra a parede como eu sempre faço, mas fui impedido por dois idiotas que saltaram para cima de mim aos gritos.

–FICA QUIETO SEU ASSASSINO DE DESPERTADORES. – Ordena Dez enquanto pegava o despertador de minhas mãos.

–É, CHEGA DE PARTIR DESPERTADORES. – Grita Riker bem perto de meus ouvidos.

–Tá querendo me deixar surdo seu idiota? – Perguntei irritado.

–Tou querendo que você pare de acordar de mau humor. Se bem que hoje está bem pior que o costume. – Fala Riker se sentando em cima da minha barriga.

–Saiam de cima de mim, seus gordos. – Falei empurrando os dois para o chão.

–Eita que mau humor danado. – Fala Dez massajando a cabeça por conta do tombo. Não falei mais nada, apenas me levantei e fui pro banheiro. Fiz minhas higienes, vesti uma calça preta, uma regata branca e um casaco preto de couro por cima. Saí do banheiro e o Riker entrou nele. O Dez sentou na cama dele e ficou me olhando e sorrindo feito doido.

–Nunca me viu? – Perguntei meio incomodado com a situação.

–Já, mas essa sua cara de mal humorado só quer dizer uma coisa… você brigou com a Ally.– Fala ele cantarolando.

–E se tiver brigado com ela? Isso não é da sua conta. – Falei me atirando na cama.

–É da minha conta quando você descarrega seu mau humor em mim. – Fala ele se achando o dono da razão.- Mas me fala o que aconteceu dessa vez.

–Não tou com vontade de falar disso agora. – Falei tentando acabar com aquela conversa. Tudo bem que ele é meu melhor amigo, mas eu ainda acho que ele gosta dela.

–Você gosta dela! – Fala ele me surpreendendo.

–Isso foi uma pergunta ou uma afirmação? – Falei me sentando de frente pra ele.

–Afirmação e pergunta. Eu sei que você gosta dela, mas eu quero ouvir isso da sua boca.

–Que gosto dela o quê? Tá maluco? Eu não suporto essa garota. – Falei mentindo à descarada.

–Que feio… mentindo para o melhor amigo, onde é que já se viu? Eu conheço você Austin e eu sei que você tá completamente caidinho pela minha pequena. – Fala ele sorrindo. Porque ele tá sorrindo? Pensei que ele gostasse dela.

–Você deve estar me confundindo. Eu acho que você é que gosta dela. – Falei esperando que ele confirmasse minhas suspeitas.

–Maluco tá você agora! A Ally é como uma irmã pra mim. Porque você acha que eu chamo ela de minha pequena? Eu admito que eu gostava dela no início, mas depois esse amor se transformou numa bela amizade que eu não quero perder nunca. Eu amo aquela menina sim, mas apenas na base da amizade. – Fala ele me fazendo suspirar de alívio. – Viu? Falei que você gostava dela.

–Tá bom, eu gosto dela. Mas é complicado… ela é complicada.

–Vocês dois são complicados. Mas já rolou alguma coisa entre vocês? Um beijinho, um abraço, um carinho especial? – Pergunta ele todo curioso e a partir daí eu fui contando tudo o que aconteceu até agora, incluindo a noite anterior. – Nossa! – Fala ele quase como se não acreditasse.

–Pra você ver…

–Eu não acredito que não vi ela dando um tapa em você. – Continua ele com cara de emburrado.

–Sério? Depois de tudo o que eu contei pra você, a única coisa que você captou foi o tapa que ela me deu? – Perguntei indignado.

–Pra além dos beijos e das brigas, esse foi o momento mais emocionante. E quer saber minha opinião… vocês dois tão sendo infantis. – Fala ele me olhando seriamente.

–Quem é que tá sendo infantil? – Pergunta Riker saindo do banheiro.

–Ninguém, esquece isso. – Falei normalmente.

–Tem certeza? – Pergunta ele desconfiado.

–Claro que ele tem e eu também tenho. Você não tem? Porque você não tem? Mas porque você tá fazendo tantas perguntas logo de manhã? Isso não é um julgamento.– Fala Dez todo nervoso. Ele correu pro banheiro batendo a porta com força deixando eu e Riker completamente boquiabertos.

–Que deu nesse menino? – Pergunta Riker ainda encarando a porta.

–É que não faço ideia.

5 minutos depois Dez saiu do banheiro e nós fomos tomar o café da manhã. Mal saímos do quarto demos de cara com a Ally e o Brady conversando animadamente. E como sempre ela tava deslumbrante… nossa que coisa mais cafona!

–Bom dia. – Fala Brady assim que nos vê.

–Bom dia. – Respondemos nós três em uníssono.

–Bom dia meu ruivinho lindo. – Fala Ally abraçando Dez que respondeu sorrindo abertamente. Logo ela separou o abraço e direccionou seu olhar para Riker que sorriu timidamente para ela, o que é muito estranho porque o Riker é tudo menos tímido. – Bom dia loirinho.

–Bom dia moreninha. – Fala meu irmão abraçando ela. Assim que eles se separam ela olha pra mim de forma divertida.

–Bom dia Mónica. Tá melhor do rosto? – Fala ela fazendo Riker e Brady ficarem confusos e eu furioso.

–Tou melhor sim, obrigada pela preocupação. – Falei entrando no jogo dela.

–Que bom.

–Que aconteceu com o seu rosto? – Pergunta Riker todo curioso.

–Pergunta pra essa louca. – Falei encarando a morena com os olhos semicerrados.

–Que foi que você fez? – Pergunta Brady já se preparando pra o que vinha aí. Essa garota só apronta.

–Digamos que minha mão deslizou acidentalmente e violentamente para o rosto do Austinho. – Fala ela debochando de mim.

–Ai e ainda tira onda com a minha cara. – Falei bufando de raiva. – E você não tem mais nada que fazer, se não andar por aí passeando na ala dos meninos? É proibido estar aqui sabia?

– Sabia e sim eu tenho mas que fazer, mas não é da sua conta. – Fala ela grossa como sempre.

–Cadê os outros? – Pergunta Dez se referindo ao resto dos irmãos Moon.

– Já foram pra cantina. – Responde Brady.

–Então vamos indo também? – Pergunta Riker.

–Vamos lá gente. – Fala Brady e todos começamos a andar, com exceção da Ally que ficou parada com cara de quem vai fazer besteira.

–Você não vem? – Perguntei fazendo a atenção de todos se voltar pra ela.

–Vou sim, mas continuem a andar. – Fala ela misteriosamente. Do nada ela começa a correr e pula nas costas de Brady que quase caiu de cara no chão.

–Você tá louca Ally? Quer me matar? – Pergunta Brady se recompondo e pegando nas pernas da garota para ela não cair. E que pernas meu pai… mente perversa Austin? Que é isso cara?

–Sempre fui louca, você é que nunca percebeu. E agora anda pra frente. – Fala ela como se dizer aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

Fomos pra cantina e rapidamente tomamos o café da manhã. Logo as aulas começaram e cada um foi para as suas respectivas salas.

Finalmente as aulas terminaram, já estava cansado de aturar a Kira e a Cassidy a brigar por mim. E cansado de ver o Dallas e o Riker a competir pela atenção da Ally. Sério, eu nunca vi meu irmão assim. Nem se dá ao trabalho de disfarçar nada. Agora sim tá na cara que ele gosta dela.

Acabamos de jantar e fomos mais uma vez para a sala de convívio. Estávamos todos a conversar numa boa e pela primeira vez desde que chegamos aqui a Ally se dirigiu a mim.

–Loirinho aguado a gente precisa terminar o trabalho. – Fala ela me relembrando do trabalho, que eu posso ou não ter esquecido! Tá bom, eu esqueci mesmo. Vida complicada gente, fazer o quê?

–Claro, mas você que ir agora? – Perguntei.

–Claro, já é para entregar o trabalho amanhã.

–Tá bom. Então vamos lá. – Falei me levantando.

–Mas você não pode ficar mais um pouquinho? – Pergunta Riker segurando uma das mãos da garota. Que é isso? Ele tá parecendo um desesperado.

–Não Riker, dessa vez não vai dar. A gente precisa mesmo terminar esse trabalho. – Fala ela toda carinhosa pra ele. Sério gente, o que é que eu perdi? Porque essa aproximação dos dois não é normal, não mesmo.

–Vamos logo. – Falei puxando ela pra fora dali e como já é habitual ela me xingou por isso.

Chegamos na sala de música, sentamos em uma das mesas e começamos a discutir sobre o tema do trabalho.

–Eu acho que a gente devia falar de um músico que já morreu. – Falei olhando pra ela que me encarava pensativa.

–Eu não acho. – Fala ela.

–Você só está dizendo isso pra me contrariar.

–Não seu idiota. Pensa bem… todo o mundo vai fazer sobre músicos que já morreram, é obvio. Por isso a gente podia falar de um músico da actualidade. Alguém que nos inspira, alguém que ainda podemos conhecer e alguém com quem nós ainda podemos vir a conviver. – É engraçado como ela não consegue passar 2 minutos sem me insultar.

–Boa ideia. Mas de quem a gente fala? – Perguntei me sentando mais perto dela.

–Não sei. – Fala ela se afastando ligeiramente.

– De que músicos você gosta? – Perguntei me aproximando mais um pouco.

–Uhm… Bruno Mars, Maroon 5, Fifth Harmony, One Direction, Taylor Swift, The Vamps, 5SOS, Ariana Grande, Demi Lovato…

–Pode parar aí. Que acha de fazermos da Demi? – Perguntei esperançoso, porque sinceramente eu acho essa cantora incrível.

–Gostei, eu amo a Demi. – Fala ela sorrindo. Começamos a fazer o trabalho no meu notebook e a pesquisar imagens e coisas do género… bem pertinho um do outro. Só falei.

POV ALLY

–Que você acha? – Pergunta Austin acerca do tipo de letra do trabalho.

–Por mim…– Falei indiferente.

–Não vai dar um palpite? – Pergunta ele admirado.

–Pra mim qualquer um serve.

–Mas você pode dar pelo menos uma opinião e dizer qual prefere. Vai que depois você não gosta do resultado ou o professor não gosta. – Fala ele todo nervosinho.

–Exatamente. – Falei fazendo ele ficar confuso.

–Não entendi.

– O bom do trabalho de equipa é que se algo der errado, você sempre pode culpar alguém. E no meu caso, esse alguém é você. – Falei rindo da cara dele.

–Sabia que não ia vir coisa boa daí. – Fala ele rindo também.

–Cala a boca Mónica. – Falei para provocar ele.

–Já vai começar?

–Desculpa, mas é que é muito engraçado um garoto ter nome de menina. Quem foi o génio que decidiu te chamar assim? – Falei rindo cada vez mais da cara de emburrado dele.

–Minha mãe, porque segundo os médicos, ela ia ter gémeas. Ou seja, durante toda a gravidez a minha mãe pensou que ia ter duas meninas. Ia ser a Rydel e a Mónica. Médicos idiotas. – Explica ele com um olhar furioso, o que faz a cena se tornar mais engraçada.

–Tadinho, você tinha a coisinha tão pequenininha que eles até confundiram você com uma menina. – Falei debochando dele que me fuzilou com o olhar no mesmo instante.

–Mas pra compensação, agora ela é grande até de mais. – Fala ele me fazendo arregalar os olhos e ele rir da minha cara.

– Eu podia viver muito bem sem saber dessa informação totalmente desnecessária. – Falei bem nervosa.

–Não precisa ficar nervosa Allyzinha. – Fala ele agora me provocando.

–Fica quieto e vamos terminar esse trabalho logo.

–Com certeza. – Fala ele rindo disfarçadamente.

Tava demorando muito tempo pra terminar o trabalho e na última vez que eu chequei as horas eram meia-noite e meia.

Era o Austin quem estava a fazer a maior parte do trabalho, eu só dava dicas, opiniões ou ideias. Comecei a ficar com sono e o meu corpo começou a ficar pesado e depois de alguns minutos em meio de bocejos… acho que apaguei.

POV Austin

Eu e Ally já estávamos à horas a fazer o trabalho e tenho que admitir que tava ficando bem legal. Eu estava tão concentrado no que estava a fazer que nem reparei quando a morena ao meu lado apagou. Coloquei delicadamente sua cabeça em meu colo e terminei de fazer o trabalho.

Pousei o notebook em cima da mesa e foquei toda a minha atenção na morena.

–Você é tão linda. – Sussurrei enquanto acariciava o rosto da garota. – Tão perfeita, tão louquinha… tão especial. – Sorri ao ver a garota suspirar levemente enquanto dormia feito anjo. Levantei devagar, sempre segurando a garota em meus braços. E quando já estava totalmente em pé, peguei nela em estilo noiva e a carreguei até ao seu quarto com facilidade, porque ela é bem leve. Abri a porta sem fazer barulho e a deitei na cama vazia lá do quarto que obviamente era a dela. Retirei seus sapatos e cobri seu pequeno e delicado corpo. Me sentei no chão ao lado da cama dela e fiquei a observando por muito tempo até me assustar com um ronco vindo de uma certa loira que se diz minha irmã. Decidi que era melhor ir para meu quarto, ia ser bem estranho se alguma delas acordasse e me visse aqui. Voltei minha atenção para a morena e meus olhos automaticamente pararam em seus lábios. Eu sei que é errado beijar alguém que não sabe o que está a acontecer, mas eu preciso sentir os lábios dela nos meus novamente. Me aproximei devagar e depositei um leve e demorado beijo em seus perfeitos lábios rosados.

Em seguida fui até minha irmã e depositei um beijo em sua testa e repeti a mesma ação com Trish que é praticamente minha irmã. Fui até a porta, mas antes de sair de vez do quarto dei mais uma olhando na morena da minha vida e depois saí.

POV Ally

Acordei à hora do costume… bem cedo… olhei em volta e me apercebi que estava no meu quarto, mas o estranho é que eu não me lembro de ter vindo pra aqui. Só me lembro de estar a fazer o trabalho com o Austin, mas depois não me lembro de mais nada.

Me levantei devagar para não acordar minhas duas princesas, peguei minha roupa pra hoje, minha mala de maquiagem e fui pro banheiro. Fiquei um tempo me encarando no espelho, eu ainda estava com a roupa de ontem… será que eu adormeci e o Austin me trouxe pra cá?

Que estranho isso, mas o mais estranho ainda é esse “formigueiro” que eu sinto nos lábios… eu só senti isso quando… quando o Austin me beijou. É como se eu conseguisse sentir o doce sabor dos lábios de Austin na minha boca. Toquei em meus lábios e fiquei pensando o que terá acontecido depois que eu adormeci lá sala de música. Sorri com o pensamento de que o Austin poderá ter me beijado e não sei porquê, mas isso me deixou muito feliz.

Entrei na box e tomei um banho relaxado, saí enrolada na toalha e me encarei mais uma vez no espelho. Hoje é o dia da apresentação do trabalho, eu e Austin vamos cantar pela primeira vez juntos em frente de outras pessoas. Deixei meus pensamentos de lado e comecei a me arrumar. Vesti umas calças jeans bem clarinhas e um top preto rendado, coloquei dois brincos pretos em forma de coração, um colar preto também em forma de coração e uma pulseira com relógio. Calcei umas botas a condizer e penteei meu cabelo prendendo a franja com um grampo. Fiz uma maquiagem básica, mas bonita e prontinho! Assim que sai do banheiro os despertadores de Trish e Rydel começaram a tocar ao mesmo tempo e as duas preguiçosas começaram a resmungar coisas sem sentido.

–Bom dia. – Falei chamando a atenção delas.

–Você já acordou? – Pergunta Trish.

–Você já tá pronta? – Pergunta Rydel logo em seguida.

– Sim já acordei e sim já estou pronta, suas sem educação. – Falei sentando na cama da Rydel.

–Foi mal. Bom dia. – Fala a minha loirinha sorrindo com carinha de sono.

–É foi mal Ally e bom dia pra vocês duas. – Fala Trish do mesmo jeito que Rydel.

–Meninas, vocês sabem como é que eu vim para o quarto? – Perguntei fazendo elas me encararem como se eu estivesse louca.

–Andando! – Fala Trish me olhando como se eu fosse o ser mais burro desse mundo.

– Não eu…

–O quê? Você veio voando? – Pergunta Rydel me interrompendo.

–Não, eu não vim voando. Esqueci de pedir a vassoura emprestada à Kira. – Falei fazendo elas duas rirem. – Mas é sério meninas, eu não me lembro de ter vindo para o quarto.

–Você bebeu? – Pergunta Trish com os olhos arregalados.

–Lógico que não. É que eu acho que adormeci lá na sala de música, enquanto fazia o trabalho com o Austin.

–Então relaxa, porque foi meu irmão que te trouxe pra cá. Fala Rydel esfregando a cara.

–Mas vocês não viram nada? – Perguntei.

– Não, mas porque isso agora Ally? Tá tudo bem com você… tá se sentindo bem? – Pergunta Trish me olhando de novo daquele jeito.

–Tou, tou ótima… deve ser só nervosismo por causa da apresentação.

–AI MEU PAI AMADO, eu esqueci completamente da apresentação. E agora que roupa eu vou vestir? Eu não posso fazer má figura, porque eu vou cantar com o Brady. – Fala Rydel pulando da cama e correndo para o armário.

–Puft, pra mim não interessa que roupa eu vou vestir, minha apresentação é com o Dez mesmo. – Fala Trish entrando no banheiro. Me deitei na cama da Rydel e do nada um sapato bateu na minha cara.

–RYDEL! – Gritei irritada.

–Foi mal, ele escapou das minhas mãos!– Fala ela continuando a jogar roupa pra tudo quanto é canto. Depois de minutos que pareceram mais horas, ela grita animada. – Achei. Achei a roupa que eu vou usar hoje.

Logo Trish saiu do banheiro vestida com uma saia preta rodada e um top com estampa de flores, umas botas pretas parecidas com as minhas e uma maquiagem também básica e simples. Ela estava bem bonita.

–“Pra mim não interessa que roupa vou usar, minha apresentação é com o Dez mesmo.” Sei, claro. – Falei imitando ela e Rydel riu.. – Pra quem disse isso, você tá muito bem produzida.

–Que foi? Agora uma pessoa não se pode arrumar mais um pouco, porque cai logo toda e gente em cima. – Resmunga ela se fazendo de inocente.

–Minha vez. – Fala Rydel correndo pro banheiro com uma bolsa gigante de maquiagem e produtos pro corpo e cabelo.

–Essa menina é obcecada por beleza. – Comenta Trish se deitando ao meu lado.

Muito tempo depois, Rydel finalmente saiu do banheiro e ela também estava muito linda. Ela tinha vestido uma calça branca e um top vermelho com detalhes em renda preta. Tinha um relógio e pulseiras a condizer, e uma bolsa muito fofa da Hello Kitty.

–Vamos? – Pergunta ela toda animada.

–Por mim sim, mas a Trish adormeceu enquanto esperávamos você. – Falei observando a Trish que nesse momento estava a babar a almofada de Rydel.

–Trish? Ai não, ela tá babando minha almofada. TRISH ACORDA AGORA! – Grita ela toda irritada.

Já acordei, já acordei. – Fala Trish saindo meia desnorteada da cama.

–Vamos gente? Tou morrendo de fome! – Falei esfregando as mãos e mordendo o lábio.

–Isso é uma injustiça. – Fala Rydel toda indignada. – Você come toneladas de comida por dia, eu como um simples prato de comida e engordo logo, sei lá quantos quilos.

–Até parece né Rydel. – Falei.

–Eu digo o mesmo que a Rydel. Não sei pra onde vai tanta comida. – Fala Trish me analisando.

–Que vocês pensam? Essa beleza toda custa a manter. – Falei me achando.

–Ih, a humildade mandou lembrança. – Fala Rydel rindo.

–E eu mando um beijo pra ela. – Falei mandando um beijo no ar e saindo rebolando pela porta fora, sendo acompanhado por Trish e Rydel que riam de mim feito loucas. Andamos mais um pouco até que fomos paradas por uma certa loira que me está atravessa na garganta até agora.

–Ora, ora se não é a Ally Dawson. – Fala Cassidy passando a mão por meus cabelos de forma provocadora.

–O que você quer Cassidy? – Pergunta Trish se movendo para ficar do meu lado e esquerdo.

–Nada demais… só bater aqui um papo reto com a vossa amiguinha. – Fala ela sem desviar o olhar de mim.

–Fala. – Disse me aproximando dela.

– Eu falo quando nós estivermos sozinhas, portanto manda as suas amiguinhas sair.

–A gente não vai a lado nenhum. Seja o que for que você tiver pra dizer à Ally, vai faze-lo na nossa frente. – Fala Rydel com uma voz firme e decidida.

–Tudo bem, como queiram. É só pra avisar você Ally, pra se afastar do Austin. Ele é meu e eu quero ver você bem longe dele, entendeu bem? E se você pensa que eu comprei aquela história de que ele ia te beijar, está muito enganada. Se afasta dele e isso é só um aviso. – Fala ela com um olhar ameaçador e logo voltou a desaparecer por entre os corredores do colégio.

– Essa menina é completamente louca. – Fala Trish ainda perplexa pelo que acabou de ouvir.

–Ela tem é uma obsessão gigante pelo Austin. Tadinho do meu irmão. – Fala Rydel.

– Tadinho coisa nenhuma. Ele que aceitou sair com ela, se ele não lhe tivesse dado esperanças, provavelmente ela não estaria agindo assim. – Falei encarando elas duas seriamente.

– Verdade. Mas agora vamos comer, porque quem já está ficando com fome sou eu. – Fala Rydel nos empurrando para andarmos.

Assim que chegamos na cantina eu avistei Austin e meu irmão conversando e fui ter com eles.

–Oi. – Falei por trás de Austin.

–Ah, oi Ally. – Fala ele se virando pra mim com um sorriso lindo.

–Oi maninha.

–Austin eu posso falar com você? – Perguntei encarando ele.

–Claro. – Concordou ele prontamente.

–Eu vou ter com a Rydel.– Fala meu irmão saindo apressado assim que viu Rydel.

–Austin o trabalho…– Comecei mas ele me interrompeu.

–Eu terminei ele. Você adormeceu e tava tão fofinha lá dormindo que eu fiquei com pena de acordar você. – Fala ele ficando com as bochechas ligeiramente rosadas.

–Own, obrigada mas não era preciso. Você devia ter me acordado, não é justo você ter feito fazer o trabalho praticamente todo sozinho. – Falei me sentindo culpada por ele ter ficado com o trabalho todo.

–Ei relaxa. Quando a gente compôs a canção, também foi você que teve a maior parte do trabalho, por isso?! – Fala ele.

–Mesmo assim… obrigada. – Falei e ele sorriu mais uma vez em resposta. Me virei para ir pra fila para pegar o café da manha, mas me voltei de novo para o Austin… eu não tava aguentando, eu tinha que perguntar. – Austin, como é que eu fui pro quarto? Porque eu não me lembro de ter ido pra lá.

–Uhm… eu levei você. – Fala ele meio sem jeito. Que fofo!

–Valeu e desculpa pelo trabalho que eu dei pra você. – Falei sorrindo como agradecimento. Eu ainda estou com aquela sensação estranha nos lábios, mas não vou chegar agora à beira de e falar: “Austin, você me beijou?” Seria muito estranho.

–Trabalho desse eu não me importava de ter todos os dias. – Fala ele me deixando surpresa. – Porque você fica realmente muito fofa dormindo e você é muito levezinha… para alguém que come tanto até admira.

–Você também com isso? Tá parecendo a Rydel e a Trish. E sinceramente eu não entendo o vosso drama… umas pessoas gostam de amor, outras de sair, já eu gosto de comer. – Falei e ele soltou uma risadinha gostosa.

–É tão bom quando a gente fala assim numa boa. – Comenta ele sem olhar nos meus olhos.

– Pena que são tão poucas as vezes que isso acontece. – Falei honestamente e ele concordou.

–Mas é sempre bom quando acontece. – Fala ele agora com os olhos vidrados nos meus.

–Bom, mas e aí? Tá pronto pra apresentação? – Perguntei tentando acabar com aquele climinha de conto de fadas, porque a qualquer momento o Riker podia chegar e eu não quero ver eles dois brigados por minha causa. E também porque eu não estou pra aturar mais nenhuma crise de ciúmes da Kira e da Cassidy.

–Eu nasci pronto. – Fala ele sorrindo convencido.

–Sei, claro. Vou pegar meu café da manhã. Até já. – Falei indo pegar meu café da manhã.

–Eu vou com você. – Fala ele correndo atrás de mim.

Pegamos nossas coisas e sentamos na mesa. Estávamos conversando animadamente e logo o resto do pessoal sentou com a gente e tava tudo bem até uma certa emplastra se sentar na NOSSA mesa.

–Bom dia loirinho mais lindo da minha vida. – Fala Cassidy dando um beijo no canto da boca do Austin que se assustou com o ato dela.

–Bom dia Cassy. – Responde ele sorrindo fraco.

–Bom dia pro resto do pessoal. – Fala ela sorrindo pra todos nós. Um sorriso falso já agora. Essa garota é tão sínica que até assusta, pelo menos a Kira mostra quem realmente é.

–Bom dia. – Responderam todos sem animação nenhuma.

–Bom dia emplastra loira. – Falei sorrindo falsamente.

–Ah você também tá aqui. – Responde ela me olhando com nojo.

–É eu tou, mas sinceramente eu preferia não estar. Assim não tinha que ver mais uma vez essa sua cara de jumenta descolorada. – Falei fazendo o Riker se engasgar com o suco que estava bebendo e todos rirem da cara de raiva que a Cassidy ficou. Até o Austin riu… disfarçadamente, mas riu.

–O que você disse? – Pergunta ela elevando o tom de voz.

–Oh, você ficou ofendida? Que pena que eu não ligo. – Falei me levantando para ir embora. Mas Riker puxou meu braço me fazendo sentar de novo.

– Onde você vai? – Pergunta ele.

– Embora daqui… essa mesa ficou muito mal frequentada. – Falei olhando directamente para Cassidy. Antes de ir embora me aproximei da Cassidy e sussurrei no seu ouvido para que só ela ouvisse. – Só pra que você saiba, eu não tenho medo das suas ameaças. – E voltei a andar em direção à porta.

–Espera, eu vou com você. – Grita Riker correndo pra me alcançar. Conversamos um pouco e alguns minutos depois bateu o sinal de entrada e cada um de nós foi para as suas salas.

A primeira aula passou tão lentamente que eu peguei no sono logo nos primeiros 5 minutos. Sorte a minha que eu me sento no fundo da sala e o professor não me viu. Acordei sobressaltada por conta da maldita campainha que tocava o sinal de saída da aula. Arrumei minhas coisas e me direcionei pra saída.

–Allycia! Espere um pouquinho. – Pede o professor quando eu estava prestes a sair da sala.

–Claro. – Falei e fiquei à espera que ele falasse alguma coisa. Ele se virou pra mim com um olhar bravo e a primeira coisa que eu pensei foi: “Aí vem a bronca.”

–Da próxima vez que decidir tirar um cochilo na minha aula... tenta não roncar muito alto, desconcentra o meu raciocínio. – Fala ele com um pequeno sorriso nos lábios.

–Pode deixar. Espere… eu não ronco. – Falei ofendida. Ele riu e respondeu.

–Não foi o que me pareceu.

–Pois mas o senhor se confundiu. Eu não tava roncando… tava respirando alto. – Falei fazendo ele gargalhar.

–A sua lógica é muito interessante Allycia. – Fala ele sorrindo como se estivesse impressionado.

–Ally… Allycia é nome de velha. – Falei e sai porta fora sem nem esperar ele responder. Gostei desse professor é muito legal e até que é bem bonitinho. Que foi? É verdade. Ele é um cara alto, de pele bem braquinha, cabelos negros e olhos azuis penetrantes. E ele é bem jovem… jovem de mais até. Continuando…

Como eu já esperava os meus amigos já me esperavam do lado de fora da sala.

–Demorou tanto porquê? – Pergunta Dez todo curioso.

–O professor queria falar comigo. – Falei e mal eu terminei de dizer a última palavra o Brady perguntou logo.

–O que foi que você fez dessa vez? – Pergunta ele com um olhar reprovador e os outros palhaços riram da minha cara de indignada.

–Até parece, né Brady? Tirei um cochilo durante a aula, só isso. – Falei fazendo pouco caso do assunto.

–Só isso? Você é completamente sem noção. Qual foi o castigo? – Pergunta já se preparando pro pior.

–Nenhum. – Falei surpreendendo todos.

–Nenhum? Aquele professor é o maior fera. No mínimo eu apanharia uma suspensão de 3 dias. – Fala Rocky com os olhos arregalados.

–Estranho. Ele até foi bem legal comigo. Tirando na parte em que ele disse que eu ronquei atrapalhando o seu raciocínio. – Falei fazendo cara feia e eles riram. – Parem de rir isso não tem piada.

–Só gostava de ter visto sua cara nessa hora. – Fala Ryland em meio de risos.

–Ai que lindo viu!? Você tá muito saidinho da casca senhor Ryland. – Falei pondo as mãos na cintura e ele riu e me abraço de lado. E assim se passou o intervalo, porque logo tivemos que voltar para as aulas.

…Algumas horas depois…

POV Austin

As aulas da manhã já terminaram e eu não acredito que eu vou dizer isso, mas eu nunca estive tão ansioso pra voltar pra sala de aula. Hoje é a apresentação do nosso trabalho de música e eu e a Ally vamos faze-lo juntos. E hoje de manhã a gente até teve um momento legal juntos, pela primeira vez não brigamos por motivos absurdos como de costume.

Estava andando até à sala de convívio com um sorriso bobo no rosto, mas assim que cheguei lá meu sorriso desapareceu. Me deparei com a cena que eu menos esperava nesse momento. A Ally e a Cassidy estavam brigando feio e a coisa que mais me chocou foi o tapa que a Ally deu na Cassidy fazendo ela cair no chão. A Cassidy ia falar alguma coisa, mas assim que me viu correu até mim e me abraçou forte.

–O que aconteceu aqui? Falei alternando meu olhar entre a Cassidy e a Ally.

–Foi essa garota Austin. Ela me bateu do nada. – Fala Cassidy soluçando por conta do choro.

–Mentirosa, porque você não fala pra ele o que você me disse, ha? Fala! – Fala Ally com um olhar furioso estampado na cara.

–Cassidy o que foi que você disse pra ela? – Perguntei separando a loira de mim e olhando em seus olhos.

–Nada Austin. Eu só desejei boa sorte para a vossa apresentação de hoje e do nada ela começou a me xingar e a bater. – Fala ela chorando cada vez mais e aquilo me partiu o coração. A abracei de novo e encarei a Ally com raiva. Como ela pode fazer tudo isso?

–Você pirou de vez? – Gritei com raiva.

–Austin eu não fiz nada disso, essa garota tá mentindo. – Fala ela se aproximando de mim, mas eu me afastei dela violentamente.

–Pára Ally. Chega de mentira… eu vi muito bem o que aconteceu, eu vi o tapa que você nela.

–Sim, mas isso foi no fim. Se você estivesse aqui desde o início ia entender porque eu fiz isso. – Fala ela se fazendo de inocente. Eu não acredito que me apaixonei por uma garota dessas. E eu a pensar que ela era especial… perfeita. Parece que me enganei profundamente.

–Entender o quê? Você sempre arranja briga Ally, não se faça de inocente. – Falei da forma mais grossa possível. A essa hora minha camisola tava toda molhada de lágrimas, mas eu não tava me preocupando com isso.

–Eu não tou me fazendo de inocente. E eu tava brigando com você por acaso?

–Não brigou comigo, mas brigou com a Cassidy e ela é minha amiga. Eu não vou deixar que você trate ela desse jeito, não vou mesmo. – Falei com um olhar ameaçador e raivoso.

–Se não foi com você, então não se intromete. – Fala ela indo embora com uma expressão de raiva.

–E eu a pensar que você era uma boa pessoa. – Falei em um tom um pouco mais baixo.

– As aparências enganam... e em alguns casos assustam. Mas acredite que não é no meu caso. – Fala ela e logo depois sai a correr pelas escadas que vão dar ao seu quarto. A Cassidy continuava a chorar e eu já não sabia o que fazer.

–Ei calma… tá tudo bem. – Falei levantando o rosto dela e limpando as lágrimas que escorriam por ele.

–Obrigada Austin, por tudo. – Fala ela com a voz meio rouca.

–Tudo bem. Agora vai lavar essa sua carinha linda, porque a sua maquiagem tá toda borrada. – Falei sorrindo carinhosamente.

– Ai que vergonha. – Fala ela escondendo o rosto.

–Vergonha de quê? Você continua linda. – Falei tirando as mãos da frente do rosto dela. Ela me olhou com aqueles seus grandes olhos azuis e me deu um selinho inesperado.

–Te vejo depois. – Fala ela sorrindo abertamente. Fiquei um tempo parado e sem reacção. Até Trish, Rydel, Dez e Brady chegarem a correr e a falarem todos ao mesmo tempo me deixando ainda mais confuso.

–Calma gente. Um de cada vez. – Falei tentando calar eles.

–Tá bom, eu falo. Cadê a Ally? – Pergunta Rydel com cara de preocupada.

–Ah essa daí. Sei lá, deve ter ido pro quarto. – Falei indiferente.

– Como assim essa daí?– Pergunta Rydel como se não acreditasse no que eu acabei de falar. Apenas bufei e fingi não ter ouvido a pergunta. – Você por acaso sabe o que aconteceu aqui?

–Sei e muito bem por sinal. A vossa amiguinha deu a maior surra na Cassidy do nada, assim sem mais nem menos. – Falei fazendo retornar meu olhar de raiva.

–Quem é que falou isso pra você? – Pergunta Dez com cara de surpreendido.

–A Cassidy me falou, mas eu também vi o tapa que a Ally deu na Cassidy.

–E o que você fez? – Pergunta Trish.

–Ajudei a Cassidy e briguei com a Ally. Essa garota passou dos limites… ela tá completamente doida. – Falei com ódio por ter me apaixonado por essa doida.

–Você é muito idiota mesmo. – Fala Brady me olhando com raiva e logo começa a correr em direção ao quarto da Ally.

–Que deu nele? – Perguntei confuso.

–Que deu em você? Tá maluco? Você devia ter defendido a Ally não a Cassidy. – Fala Dez furioso.

–Ela deu um tapa na Cassidy bem na minha frente. – Relembrei.

–E deu bem dado. O que a Cassidy fez à Ally foi horrível. – Fala Rydel.

–Do que vocês tão falando?– Perguntei.

–A Cassidy chegou aqui provocando a Ally e depois começou a dizer coisas absurdas sobre a mãe da Ally. A dizer que nem a mãe da Ally quer saber dela e não sei o quê. E depois disse pra todo o mundo ouvir… que a mãe da Ally tinha abandonado a Ally e o Brady, porque ninguém aguenta ficar perto da Ally por muito tempo. – Explica Trish me deixando sem palavras. Como é possível que a mesma garotinha que estava aqui ainda agora, chorando indefesa, tenha sido capaz de falar todas aquelas coisas horríveis? Eu tou me sentindo um lixo por ter gritado com a Ally. Ai meu deus, eu sou um idiota.

–Eu não sabia de nada disso. A Cassidy me mentiu? – Falei ainda sem acreditar que tudo isso possa ter realmente acontecido.

–Mentiu Austin e você magoou a minha amiga por ela. – Fala Trish antes de ir embora em direção ao quarto.

–Austin, você já vez muita borrada nessa vida, mas essa foi a pior de todas. – Fala Dez correndo atrás da Trish. Olhei para Rydel quase como se tivesse pedindo “Socorro” e ela me respondeu friamente.

–Nem vem Austin. O que você fez com a Ally foi horrível. Primeiro você aceitou sair com a Cassidy só pra provocar a Ally… porque eu sei que foi por isso, eu te conheço. Mas você foi idiota, porque justo nesse hora a Ally tinha ganhado coragem pra falar o que ela sente por você. Só que como sempre você estragou tudo. E agora isso?! Austin você tá fazendo tudo errado cara. Se você gosta dela de verdade, então pára de machuca-la. – Fala Rydel me fazendo sentir ainda pior.

Eu sei. Me abraça? – Perguntei como uma garotinha indefesa. Ela sorriu e me abraçou calorosamente.

POV Ally

Eu não acredito que o Austin me vez uma coisa dessas. Ele que diz gostar de mim, prefere acreditar naquela jumenta loira do que em mim. E agora todos sabem que a minha mãe me abandonou… agora vão começar de novo os olhares de pena voltados pra mim. Ela não tinha o direito de fazer isso, não tinha. Meu coração tava doendo, era como se aquele ferida do passado tivesse voltado a abrir, mas dessa vez de forma mais violenta e dolorosa.

Entrei no quarto com o rosto todo molhado e com milhões de lágrimas a escorrer por ele. Peguei meu violão que estava em baixo da cama e peguei também o meu livro de canções. Abri na última pagina escrita e lá estava ela… a canção que eu fiz a pensar na minha mãe, aquela que eu escrevi um dia antes de vir para esse colégio. Pousei o violão no meu colo e comecei a dedilhar a melodia que eu tinha escrito. Essa canção se chama Everybody Hurts.

Everybody Hurts

Don't know, don't know if I can do this on my own
Why do you have to leave me?
It seems I'm losing something deep inside of me
Hold on, on to me

Now I see
Now I see

Everybody hurts some days
It's ok to be afraid
Everybody hurts
Everybody screams
Everybody feels this way
And it's ok
La di da di da da, it's ok

It feels like nothing really matters anymore
When you're gone, I can't breathe
And I know, you never meant to make me feel this way
This can't be happening

Now I see
Now I see

Everybody hurts some days
It's ok to be afraid
Everybody hurts
Everybody screams
Everybody feels this way
And it's ok
La di da di da da, it's ok
La la la la la

So many questions, so much on my mind
So many answers I can't find
I wish I could turn back the time
I wonder why...

Everybody hurts some days
Everybody hurts some days

Everybody hurts some days
It's ok to be afraid
Everybody hurts
Everybody screams
Everybody feels this way
And it's ok
La di da di da da, it's ok

La la la la la, it's ok

Everybody hurts somedays
But it's okay to be afraid

Everybody hurts some days
Yes, we all feel pain
Everybody feels this way
But it'll be ok
Can somebody take me away
To a better place?
Everybody feels this way
It's ok

La di da di da da, it's ok
La la la la la, it's ok
La di da di da da, it's ok
La la la la la, it's ok

Terminei de cantar e ouvi alguém batendo palmas, olhei pro lado e vi meu irmão apoiado na porta e me olhando com os olhos marejados. Me levantei e corri para abraça-lo.

–Calma, tá tudo bem. – Fala ele afagando meus cabelos.

–Você já sabe…– Falei mas ele me cortou continuando.

–Já, mas fica calma. Eu não gosto de ver você assim macaquinha. – Fala ele beijando a minha testa. Ficamos um bom tempo abraços e logo apareceu Trish e Dez com cara de preocupados.

–Ally você tá bem? – Pergunta Trish segurando minhas mãos.

–Tou. – Falei com um sorriso quase imperceptível.

–Ei, essa não é a Ally que eu conheço e tanto amo. Cadê seu sorriso lindo, hein? – Pergunta Dez me fazendo cosquinhas. Logo eu comecei a rir e ele sorriu satisfeito. Eles três me abraçaram carinhosamente me fazendo sentir verdadeiramente amada. A dor que eu estava sentindo naquele momento diminuiu, mas ainda existia cá dentro, bem lá no fundo do meu coração.

Bateu o sinal de início das aulas da tarde. Respirei fundo e me preparei para sair do quarto.

–Ally se você não quiser, não precisa ir. A gente inventa uma desculpa qualquer. – Fala Brady e Dez e Trish concordaram.

–Não… eu vou! Eu não vou deixar que isso me abale. Eu sou forte e determinada e não vai ser uma jumenta loira descolorada que me vai deitar abaixo. – Falei com determinação.

–Essa é a minha macaquinha… quer dizer, garota! – Fala Brady me abraçando mais uma vez.

Fomos pra sala e quando lá chegamos o Austin correu pra minha beira com um olhar culpado no rosto. Gelei quando ele ficou frente a frente comigo. Porque ele tem de ser tão lindo?

–Ally me perdoa…

–Cala a boca Austin. Você já falou demais por hoje. – Falei passando reto por ele.

Os meus amigos se sentaram ao pé de mim e não tocaram mais no assunto. O professor de música entrou na sala e começou a falar sobre os trabalhos. Uma pessoa de cada grupo entregou o trabalho escrito e depois começaram as apresentações em dupla das canções. Algumas eram realmente boas, principalmente a de Rydel e Brady.

–Ally e Austin agora é a vossa vez. Vocês vão ser os últimos, por isso espero que me surpreendam pela positiva. – Fala o professor fazendo a atenção de todos se voltarem pra nós. Me levantei sem olhar para o Austin, mas pude perceber o seu olhar sobre mim a todo o momento.

Subimos para o palco e entregamos as partituras para os garotos que iam tocar.

A melodia começou e eu respirei fundo me deixando envolver pela música.

Don't Look Down

Austin:

Yeah
Woah
I'm walking on a thin line
And my hands are tied
Got no where to hide

I'm standing at a crossroads
Don't know where to go
Feeling so exposed

Ally:

Yeah I'm caught in between
Where I'm going and where I've been
But I know, there's no turning back
Yeah

Austin e Ally:

It’s like I’m balanced on the edge
It’s like I’m hanging by a thread
But I’m still gonna push ahead
So I tell myself
Yeah, I tell myself

Don’t look down, down, down, down
Don’t look down, down, down, down
Don’t look down, down, down, down
Don’t look down, down, down, down
Don't Look Down

Austin:

I'm holding on by my fingertips
Never lose my grip
I can handle this
I'm so strong I'm unbreakable
You can push and pull
You can't make me fall

Ally:

So I'm caught in between
Where I'm going and where I've been
But I know, I'm not turning back
Yeah

Austin e Ally:

It’s like I’m balanced on the edge
It’s like I’m hanging by a thread
But I’m still gonna push ahead
So I tell myself
Yeah, I tell myself

Don’t look down, down, down, down
Don’t look down, down, down, down
Don’t look down, down, down, down
Don’t look down, down, down, down

Austin:

It’d be so easy
Just to run
It’d be so easy
To just give up

Ally:

But I'm not that girl who go turn my back
There’s no turning back

Austin e Ally:

No turning back

Ally:

It’s like I’m balanced on the edge

Austin:

It’s like I’m hanging by a thread

Ally:

But I’m still gonna push ahead
So I tell myself
Yeah I tell myself

Austin e Ally:

Don’t look down, down, down, down
(Ally: Dooowwwnnn!)
Don’t look down, down, down, down
Don’t look down, down, down, down
(Austin: Don't look down! Don't look down!)
Don’t look down, down, down, down!

A medida que a música avançava eu ia me entregando mais a ela, deixando que todo aquele sentimento de dor desaparecesse. A meio da música eu e Austin já estávamos frente a frente sem desviar o olhar um do outro. A música acabou e todos aplaudiram fortemente. Do nada a cortina do palco se fechou e os garotos que tavam tocando os instrumento correram para fora do palco me deixando confusa. Me virei para ir embora mas o Austin me impediu.

–Ally desculpa. É sério, por favor! Eu errei, eu errei feio… mas eu preciso que você me perdoe. – Fala ele com a voz tremula e com um olhar sincero.

–Austin, você me machucou muito. Você preferiu acreditar na jumenta loira do que em mim. – Falei e ele riu, mas parou logo em seguida quando viu meu olhar sério.

–Eu sei Ally. Mas me perdoa. Eu sou um idiota e faço tudo errado, mas eu gosto de você de verdade. Como eu nunca gostei de ninguém em toda a minha vida. Você me tira do sério, me deixa furioso e com raiva… me deixa louco a todo o momento, mas é isso que eu mais gosto em você. Toda você é tão linda, tão perfeita…

–Austin pára com isso, por favor. Não fala mais nada. – Implorei sem olhar em seus olhos. Ele colocou suas mãos em minha cintura e me puxou para mais perto, à medida que também se ia aproximando.

Ele desviou delicadamente os cabelos que cobriam uma parte de meu rosto e colocou os atrás da minha orelha. Subiu suas mãos por meu corpo até chegarem a meu rosto, os arrepios que ele me causou foram inevitáveis. Ele acariciou meu rosto de forma carinhosa e se aproximou mais de mim, a ponto de fazer nossos corpos se encontrarem. Continuei com meu rosto abaixado e com os olhos fechados, mas ele pareceu não se importar com isso. Sua respiração quente ia e vinha à medida que ele respirava. Ele aproximou mais meu rosto do seu e beijou minha testa de forma doce… levantou um pouco meu rosto e deslizou seus lábios para a pontinha do meu nariz e beijou ele… levantou mais um pouco meu rosto e repousou seus lábios quentes nos meus. Deu um pequeno selinho e depois aprofundou um pouco mais o beijo. Tudo acontecia como que em camara lenta, tipo cena de cinema. O beijo era calmo, lento, romântico e com desejo. Nossas bocas se combinavam perfeitamente, como se tivessem sido feitas uma para a outra. Á medida que o beijo avançava o meu coração ia batendo mais e mais depressa… os nossos corpos estavam tão colados que eu conseguia sentir o coração de Austin bater no mesmo ritmo que o meu. O beijo durou o que me pareceu muito tempo e eu não queria terminar ele tão cedo, mas assim que todo o ar em meus pulmões acabou nós nos separamos com alguns selinhos. O Austin passou seus pequenos beijos de meus lábios para o meu rosto, como se estivesse trilhando um caminho e depois me abraçou fortemente.

–Me perdoa, por favor!

♥ Continua ♥


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Acham que a Ally deve perdoar já o Austin ou deve fazer ele sofrer mais um pouquinho?

Comentem, favoritem, acompanhem e recomendem.

Amo muito vocês ♥