Jack e sua amiguinha doidinha, insistiram tanto, mas tanto que tive que ajuda-los a "fugir, não só os ajudei, como fui com eles. Sim, você não leu errado, eu fui com eles ao tal parque de diversões.

Nunca havia ido em um antes, antão, não fazia ideia de como seria. Fomos de metrô, um tipo de máquina que parecia uma lombriga gigante. Enquanto olhava pela janela, notei que as pessoas usavam outro tipo de traje e as moças andavam com cabelos soltos, mesmo as mais velhas. Um cabelo mais bonito que o outro.

Jack ainda resmungava pelo fato de não termos ido voando, poi segundo ele, chegaríamos mais rápido. A doidinha rebateu, dizendo que chamaríamos muita atenção e que a última coisa que ela queria era isso. Hoje agiríamos como mundanos e não como um garoto que solta gelo pelos dedos, ou uma garota que tem asas e penas pelo corpo, muito menos uma rainha de gelo.

Pela primeira vez, concordei com a tal fadinha. Depois de alguns minutos mais tarde, chegamos ao tal lugar. Devo admitir que fiquei encantada com o que meus olhos viam. Era tudo muito iluminado e grande, pessoas falando alto e dando risadas, gritos vindo das máquinas gigantes. Quem parecia mais encantada do que eu, era a fadinha que estava tão eufórica que pensei que a qualquer momento, ela fosse explodir em um monte de penas (não seria uma má ideia).

— que tal irmos primeiro na montanha russa só para começar? — Sugeriu Jack, olhando para uma máquina tão grande que só de pensar em subir naquilo, meu coração esquentou.
Todos sabem que não sou fã de coisas que envolvam pôr a vida de ninguém, muito menos a minha, em risco. Eu disse que não iria de jeito nenhum e que se eles quisessem poderia ir, eu os esperaria em terra firme.

— A rainha do gelo tem medo de ir em um brinquedo para crianças? — Provocou o ex cabeça branca, com seu matinal sorriso travesso. Ah, como eu odiava aquele sorriso.

— Não estou com medo! — Minha voz saiu mais alta do que eu pretendia. — Só não gosto de ir em máquinas gigantes com nome de montanha russa.

— Como sabe que não gosta se nunca foi? — continuou, debochado.
Fui salva por sua amiguinha que comia uma "maça do amor" e outros doces que não reconheci. — ah, Jack! Tudo bem se a Elsa não quer ir conosco. Esqueceu que alguém precisa esperar pelo Coelhão? Ele odeia esperar e sempre foi o mais temperamental do grupo.

Sim, o tal Coelhão também viria conosco, mas antes disse que iria conseguir um pouco e pó de fada para camuflar sua verdadeira aparência de coelho gigante. Como ou onde ele conseguiria o pó, não foi revelado por ele e nem insistimos em saber.

Devo ter ficado vermelha como um pimentão quando esbarrei sem querer em um casal que estavam se beijando. Jack vendo meu desconforto, começou a rir e a fadinha apenas disse algo parecido com "Que fofos".

Seu rosto redondo e sempre sorridente a deixavam parecida com uma boneca de porcelana. Ela era bonita, sera que Jack não a olhava com outros olhos? Cheguei a ouvir comentários que Jack já tinha uma namorada, seria ela sua namorada? Bom, isso não era de meu interesse.

Quando Jack e sua amiga doidinha estavam prestes a ir na tal montanha russa, um cara bastante alto e com um sorriso triunfante nos lábios apareceu e limpou sua gargante com a intenção de chamar nossa atenção.

— Abram alas, meu povo, o lorde das garotas chegou — Jack e fadinha ficaram boquiabertos e então Jack caiu na gargalhada.

— Coelhão? Não acredito!
— Nossa, você ficou bonitão! — Fadinha disse enquanto dava uns soquinhos fracos nos braços, agora forte, do "ex Coelhão".

Devo admitir que ele havia ficado bastante atraente, mas nada de mais.

Enquanto se exibia aos amigos, Coelhão voltou sua atenção para mim. Deu o tipo de sorriso em que os príncipes davam a suas pretendentes. Um sorriso confiante. Chegou até mim e pôs um dos braços em meu ombro.

— Então, fiquei sabendo que você está solteira e eu também — Fiquei tão sem reação com tamanha ousadia que a única coisa que conseguir dizer foi...

— Hã? — tirei seu braço de meu ombro e me coloquei o mais longe possível dele. Porém o mesmo continuava com seu sorriso cínico me olhando da mesma forma que um conde a três anos atrás, quando eu tinha apenas dezoito anos. Ninguém nunca soube dessa história, pois preferir esquecer apesar de está bem nítido em minha memória até hoje.

— Ah, você faz a linha difícil. Essas são as melhores depois de conquistadas — E deu uma piscadela a Jack que assistia a tudo com um misto de incredulidade e raiva no rosto.

Fadinha apenas dava risadinhas diante da "brincadeira" sem graça do amigo. Jack então fez uma coisa que jamais pensei que ele faria. Aproximou-se de mim e em tom sério disse:

— Quem disse que ela está solteira? — E dito isso me beijou. Nos lábios. Pressionou os lábios gelados como Ice berg nos meus por alguns segundos bastante demorados. Seu gesto pareceu mais mecânico do que sentimental, pois não sentir sentimento de sua e muito menos da minha parte naquele beijo. Foi minha primeira experiencia com isso, então não soube o que fazer, preferir permanecer quieta e sem reação nenhuma.

A fadinha parecia frustada e agora estava cabisbaixa, sua maça se encontrava no chão e o Coelhão parecia incrédulo e desnorteado. Jack estava na mesma situação, tão tonto e desnorteado quanto ele. Pela primeira vez, sem seu sorriso.

A primeira a quebrar o silêncio foi a Fadinha que ainda confusa, perguntou se alguém iria querer uma maça do amor. Eu, imediatamente, disse que iria, Jack e Coelhão negaram com a cabeça.