Por Ludmila #

Eu estava mexendo no meu computador, mas precisamente em uma rede social, quando vi uma coisa que me chamou muito a atenção. Vi uma foto de Federico com uma garota de cabelos pretos e enormes, com a seguinte legenda:

“Obrigada, por tudo, Te amo ♥”

O que mais me chamou a atenção foi que eu não conhecia a garota, mas ela e Federico pareciam se conhecer a muito tempo, pois a foto parecia que eles tinham uma intimidade imensa. E o Federico comentou:

“Também te amo princesa.”

Meu sangue ferveu nessa hora, e não pensei em outra coisa, a não ser pegar o celular e ligar rapidamente para Buenos Aires, mas precisamente para o celular de Federico, precisa de explicações.

_Oi Ludmila, tudo bem? – perguntou assim que atendeu o celular.

_Federico! – praticamente gritei com ele.

_Eita! O que foi?! – ele se assustou um pouco.

Respirei antes que eu gritasse como todas as vezes que eu me estressava. Como eu pude ser tão ingênua, era obvio que ele iria encontrar outra garota, eu não devia ter o feito esperar tanto tempo, deveria ter escolhido logo, mas tem o Diego e... ARRG! Eu sou a pessoa mais idiota que existe na face da Terra.

_Como o que foi?! Você acha que eu sou idiota?! Olha só não precisa esconder as coisas de mim, que quando eu descubro é muito pior! – falei completamente estressada e confesso que também enciumada.

_Hey Hey, da uma segurada aí. – ele disse. – Não estou entendendo o que você está querendo dizer com tudo isso, então me explica o que está acontecendo e o que eu fiz, pois não faço à mínima ideia do por que você estar agindo assim comigo.

_Você está com outra garota, e não sabe o porquê que eu estou agindo assim?! Faça mil favores né Federico!

_Outra garota?! Que garota Ludmila?! – perguntou alterado do outro lado da linha.

_Uma morena, alta, bonita, de dentes excessivamente brancos. Não pense que vai me enganar porque eu vi a foto de vocês dois juntos. E eu sou muito idiota em pensar que você sentia alguma coisa por mim. – falei triste. – Eu te odeio!

Desliguei o celular e me joguei na cama, pensando em todas as minhas atitudes.

Por Violetta *

_Amor, acho que não vou à escola. – falei atendendo o meu celular.

Eu estava falando com o León, ele me ligou, porque eu estava muitíssimo atrasada. Mas a verdade é que eu acordei com uma dor de cabeça fortíssima, e um enjôo daqueles, eu estava muito mal.

_O que aconteceu Violetta?! – escutei-o, e ele parecia meio preocupado. – Você precisa de alguma coisa? Quer que eu vá até seu dormitório? Acho melhor te levar para a enfermaria. – ele começou a falar rápido demais.

_Eu... Eu estou bem, só é um mal-estar, já vai passar. – falei pegando um comprimido em cima do meu criado mudo. – Francesca já me observou hoje de manhã, e disse que eu vou ficar bem. Então relaxe.

_Violetta, a Francesca não é médica, como você quer que eu relaxe?!

_Amor, não surta. – falei engolindo rapidamente o remédio com a água. – Eu vou ficar bem, prometo. E se eu não ficar... Ligo para você e aí você vem aqui, cuidar de mim. – falei um tanto manhosa, confesso.

_Tá bom, tá bom – ele disse em um suspiro cansado. – Qualquer coisa me ligue.

_León, você vai ir para a detenção se atender uma ligação minha, pleno horário de aula. – falei dando uma risada fraca por conta da dor que se alastrava em meu corpo. – E eu posso ligar para o meu pai e para a Angie, eles tão hospedados bem pertinho daqui, esqueceu?

_Tá, mas eu passo aí mais tarde, para te passar a matéria.

_Ficarei grata se você fizer isso.

_E não deixe ninguém comer aquele bolinho, ele é meu. – León disse com tanta seriedade que eu dei risada.

_Não se preocupe. – falei bocejando, o remédio faz efeito rápido. – Tenho que desligar.

_Ok, amo você.

_Eu também. – falei fechando os olhos, assim que a dor em minha cabeça pareceu dar uma amenizada.

Coloquei o celular em baixo de meu travesseiro, e logo fechei os meus olhos. Não deu nem dois minutos e eu caí em um sono profundo.

***

_Violetta – escutei uma voz feminina me chamar, mas até então não reconheci e preferi ignorar, quem sabe não iria embora. – Violetta. – tornou a repetir balançando o meu corpo para lá e para cá.

Abri meus olhos, dando de cara com uma mulher loira. A princípio me assustei, e acho que ela percebeu, pois eu arregalei meus olhos que estavam fechados. Era a minha ex. diretora, ou melhor, namorada do meu pai.

_O que você está fazendo aqui? – perguntei sonolenta, me sentando na cama, onde ela também estava sentada.

_León me ligou e pediu para que eu passasse aqui, Francesca emprestou a chave do dormitório. – disse com um sorriso de canto. – Você está se sentindo bem? – perguntou me olhando preocupada.

_Sim – murmurei, e era verdade, eu estava melhor, graças ao meu remédio.

_León achou melhor não contar ao seu pai, pois ele poderia surtar. – riu.

_Talvez – falei pensativa. – Você veio até aqui para saber se eu estava bem. É isso? – perguntei achando estranha aquela visita.

_Também, mas eu vim aqui, tratar de alguns assuntos. – ela disse desviando o olhar do meu e fitando um ponto fixo qualquer.

_Que assuntos? – perguntei curiosa.

_Sobre eu e o seu pai. – suspirei cansada.

_Ah, pensei que fosse importante. – murmurei.

_Mas é importante. – ela disse voltando a olhar diretamente em meus olhos, e logo tomou ar para continuar. – Eu e o seu pai vamos nos casar. – soltou a bomba em cima de mim.

_O que?! – não acreditei. – Você não pode estar falando sério.

_Nunca falei tão sério em toda a minha vida. – ela disse.

_Como vocês decidem uma coisa como essas sem me consultar?! – perguntei totalmente alterada. – Será que vocês não pensaram em mim antes de fazer essa... Essa... ARG!

_Pelo contrário, pensamos muito a seu respeito. – ela disse no mesmo tom que eu, só que um pouco mais sério do que eu estava acostumada. – E decidimos que era o melhor a se fazer.

_Vocês não podem fazer isso. Nem se conhecem direito, nem sabe o que sentem um pelo outro direito. – falei confusa.

_Claro que sabemos. Violetta, somos adultos, conhecemos o nosso mundo, sabemos que somos diferentes em vários aspectos, mas nos amamos, e queremos construir uma vida, uma história juntos.

_Eu não consigo acreditar em uma coisa dessas. – falei colocando meu rosto entre as mãos.

_Pois essa é a realidade. – ela disse prontamente. – Agora só resta você aceitá-la. – Eu achei que ela foi meio dura nessa parte.

_Aceitar? – falei rindo ironicamente. – Você quer que eu aceite, uma mulher, que eu mal conheço, para substituir o lugar de minha mãe? Uma mulher que eu mal sei as intenções, para ser a esposa de meu pai? Não acha que está querendo de mais?

_Você acha mesmo que eu quero ocupar o lugar de sua mãe? – ela perguntou se levantando e eu assenti sem medo algum. – É óbvio que eu não quero. E minhas intenções com o seu pai, e principalmente com você, são as melhores. Eu não sei o porquê você pensa que eu vou estragar a vida de vocês dois.

_Você não passou pelo que eu passei. Não teve que agüentar meu pai depressivo logo após a morte da minha mãe, muito menos uma mulher, que se tornou sua madrasta e logo em seguida a vilã de sua vida. – limpei a garganta. – Não sabe o tanto que sofri com coisas que meu pai me disse quando estava com uma mulher que o induzia a fazer coisas ridículas, apenas para me ver mal.

_Mas eu não sou essa mulher! – ela praticamente gritou. – Se eu fosse metade dela, não teria te ajudado a vir para cá, para encontrar seu namorado. Não teria ajudado um pouco em sua reconciliação com o seu pai.

_Vai ver você queria me ver longe, como Jade também queria quando me mandou para um internato aos quatorze anos.

_Eu jamais faria isso com você. – ela disse me olhando, pela primeira vez naquele dia, serenamente.

_Por favor, vai embora, quero ficar sozinha. – falei limpando a primeira lágrima que ousou a escorrer.

Ela não pestanejou, nem falou nada. Pegou a bolsa e saiu de meu quarto. E eu agradeci mentalmente com isso. Não queria ela por perto, pelo menos não agora.

¨¨¨¨

_Eu odeio estar sentindo isso.

_Vilu, é normal, você está insegura com relação a esse casamento amiga. – Francesca disse enquanto sentava na poltrona a minha frente.

_É amor, é normal, mas não fique pesando na vida do seu pai, ele tem o direito de ser feliz, e se ele acha, que a Angeles é a mulher certa, é porque ela é.

_Não, vocês não entendem. – falei me ajeitando nos braços de León. – Eu só quero o bem do meu pai e também o meu, mas nunca ficamos bem, ou ele arranja uma mulher que o faça bem, mas o influencia em diversas coisas más, ou fica sozinho e solitário. Eu não gosto disso. Não entendo o porquê de a minha mãe ter morrido... Eu seria muito mais feliz se ela estivesse aqui.