Jogos Vorazes (Hunger Games) - Recomeço escrita por MSBica


Capítulo 20
Reencontrando Velhos Amigos


Notas iniciais do capítulo

Ho ho ho Papai Noel chegouuu hahahaha
Bom amados como eu prometi está aí o meu presente de Natal para vocês que me acompanharam na maior parte do ano. Espero que gostem porque foi feito com muito carinho.
Desejo a vocês um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo. Que 2015 venha cheio de coisas boas.
Boa Leitura!
Amo vocês



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Simplesmente não sei como reagir. Isso é um ato de rebelião sem dúvida, totalmente proposital. Mas quem faria isso? Debra como um recado para todos? De algum modo sei que não. Nossa presidente encontraria modos mais sutis de demonstrar seu ódio por mim do que colocar meu símbolo na televisão. Não. Com certeza não foi ela.
Antes que minha mente possa pensar em outros potenciais suspeitos meu corpo toma a iniciativa. Em movimentos robóticos, como que obedecendo ordens e esperando este momento o tempo todo eu me levanto e sigo para os elevadores. Ninguém tenta me impedir, pois todos sabem que aquele mockingjay flamejante afetou mais a mim do que a qualquer outro. Imagino a confusão de meus filhos na arena. Vendo aquele enorme pássaro flamejante acima de suas cabeças, como um recado. Mas qual recado? Lutar ou ceder? Não sei, não sei, não sei.
Aperto o último botão sem nem saber o porquê. Instintos de caça, talvez. Em alguns segundos chego à Cobertura.
Perco o fôlego. O cerne do Centro de Comando. Onde a mágica acontece. É enorme. Desço as escadas de vidro e vejo o ambiente em que os Gamemakers estão reunidos em volta de uma mesa circular. Acima de suas cabeças, depois de uma enorme escada envidraçada está a Sala do Gamemaker Chefe.
Plutarch me vê antes que eu dê o próximo passo.
"Katniss!" grita "O que está fazendo aqui?"
"Eu..eu..." gaguejo "Eu precisava falar com o...o...Gamemaker Chefe"
"Impossível" diz Plutarch "Ele está ocupado, e mesmo que não estivesse é contra o protocolo um mentor entrar em contato com ele."
"O quê?" digo, irritada "Isso é mentira...o...o...o mockingjay...na...na...arena..."
"Deixe que ela venha!" grita uma voz acima da cabeça de Plutarch.
Procuro a fonte do som imediatamente. Meu olhar sobe dos sapatos lustrosos para o robe roxo, com os pêlos curtos. Até chegar ao rosto.
Meu queixo cai em descrença. É Haymitch.
"Idiota!" grito, me desvencilhando de Plutarch e subindo as escadas mais rápido do que Haymitch poderia sumir.
"Katniss...eu...eu...posso explicar!" diz Haymitch.
Me aproximo. Vejo medo, descrença e algo mais cintilando em seus olhos vermelhos. Dor. Mais dor do que um homem pode suportar.
"Não...há...explicação...para...o...que....você...fez!" grito, cuspindo as palavras. "Você...está...aqui...para...matar...meus...filhos!"
"Não, Katniss, eu juro que não..." diz Haymitch.
"Cale a boca!" digo e arranho seu rosto, formando quatro talhos sanguinolentos em sua face.
"Ai, lindinha, isso doeu!" reclama Haymitch, tentando parar o sangramento. Inútil, ao menos por enquanto.
Haymitch parece perceber o mesmo, pois desiste de deter o sangue. Ele se aproxima de mim, a mão pingando. Fico estática,pois não tenho para onde fugir. Meu antigo mentor me pressiona contra a parede e aperta meu pescoço.
Arfo loucamente, precisando tanto de ar que já não posso aguentar.
Haymitch parece se divertir com isso.
"Viu? É por isso que ninguém te deixa fazer os planos" Seu hálito fede à licor e ele ri, daquele jeito roufenho por causa da velha piada.
"Hay...mi...tch..." arfo desesperadamente.
"Qual era o plano, lindinha? Vir aqui e tentar matar o Gamemaker Chefe? Você já foi mais ardilosa, meu bem."
Arfo, sem conseguir responder.
Haymitch me aperta mais forte e continua. O hálito de licor é inebriante.
"Mas acho que te devo uma explicação, né? O que acha?"
Não consigo responder, mas Haymitch toma meu silêncio como um 'sim' e prossegue.
"Não morri, lindinha, como é óbvio, mas fiz aquele pequeno teatro de doença por bebida porque fui obrigado."
"O...o...o que...isso...tem...a...ver...com..." estou quase sufocando agora. É como repetir a cena do Treze e Peeta.
"Com eu ser o Gamemaker Chefe?" ri Haymitch "Bem...nossa amável presidente forjou os Games, para que seus filhos estivessem neles e vocês fossem os mentores...para isso, claro ela precisava de mim fora da jogada...e foi o que ela fez...então pareceu...bem...hum... pitoresco que eu fosse o Chefe"
Não posso crer...quando Debra me disse que a participação da minha família nesses Games tornava as coisas mais interessantes era disso que falava. Odeio aquela mulher. Quero matá-la.
Arfo, sem forças para lutar.
"Não estou completamente curado, ainda...mas a bebida, sua mãe e Andrea me ajudaram. Fui eu que coloquei o mockingjay na tela. Sabia que..."
Antes que Haymitch terminasse as portas de entrada se abrem num rugido e uma mulher grita.
"Mas que diabos está acontecendo aqui?"
Haymitch me solta como se eu fosse uma boneca de pano. Caio pesadamente no chão metálico e fico lá, respirando, sôfrega grandes porções de ar.
"Mas que diabos está acontecendo aqui?" repete a mulher e dessa vez, apesar da minha visão embaçada consigo reconhecer quem é. Debra.
"Nada, senhora presidente" disfarça Haymitch.
"E o que ela está fazendo aqui?" pergunta Debra, ao me ver.
"Tentou invadir a Sala de Controle, senhora" responde Haymitch numa voz monocórdica " Queria libertar os filhos."
Quase grito de frustração. É mentira! Mas percebo...a voz monocórdica, a obediência, a mentira...É Haymitch.
Haymitch fingindo que o telessquestro ainda funciona nele. Haymitch me protegendo. Haymitch sendo meu mentor. Por que os Games ainda não terminaram. Nunca terminam de fato. Agora eu sei. Sinto vontade de abraça-lo e passar por cima de tudo o que houve, mas sei que não posso. Ainda estamos atuando.
"Isso é verdade?" pergunta Debra, se dirigindo à mim.
Sem palavras demonstro que sim. Mostro minhas feridas no pescoço e os arranhões sanguinolentos no rosto de Haymitch. Quando nossos olhos se encontram os de Haymitch me mandam uma mensagem 'Perdão'.
Aceito sem hesitar.É Haymitch apesar de tudo.
"Pois bem..." diz Debra, terminando com o momento de desculpas "Acho que não vai conseguir o que quer, Srta. Everdeen"
"Sra. Mellark" rosno para ela, surpresa por ter tanta potência em minha voz.
"Ah, sim" diz a presidente, rindo "Sra. Mellark. Bem...Não vai conseguir o que quer Sra. Mellark. E ainda pioraremos a pobre situação das torradas"
Debra se encaminha para um dos computadores e digita alguns comandos no teclado. Haymitch não tenta impedí-la. Atuando. Atuando. Seus olhos me pedem perdão novamente. Ele sabe o que Debra está fazendo. E não é bom. Mas ele não pode impedí-la. Atuando. Atuando.
Quando Debra aperta o último botão a Arena aparece ampliada nas quatro paredes da sala, como estívessemos dentro dela. Dentro do espetáculo de horror em que meus filhos lutam. Hungries por todos os lados. Canhões disparam, mas não sei quantos nem para quem. Quero gritar mas não tenho mais forças. A última coisa que vejo é um pequeno garoto loiro escalando a escuridão em busca de uma nesga de luz. Dou um meio sorriso e desmaio.


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