– Tem sangue em você, ai meu Deus você levou um tiro. – Felicity estava nervosa, em questões de segundos desabotôo a camisa de Oliver. – Ok. – Respirou. - Eu imaginei isso, em outras situações. – Oliver a encarou. – Eu falei isso alto? Digo em situações platônicas, olha para seu braço, levou um tiro está doendo? – Perguntou.

– Me explica, que situações platônicas são essas? – Perguntou Oliver.

– O hotel deve ter um kit de primeiros socorros. – Felicity desconversou, abrindo as gavetas da mesinha que tinha no quarto. – Achei. – Ergueu as mãos com uma caixa nelas. Felicity limpou a ferida e retirou a bala do braço de Oliver, fez alguns pontos e enfaixou. – Prontinho, vai doer um pouco até a ferida secar. – Falou.

– Como conseguiu fazer isso? – Perguntou abismado.

– Eu fiz um curso de primeiros socorros. – Respondeu.

– O que mais você sabe fazer?

– Com o tempo você vai descobrir, temos que sair daqui, é questão de minutos para ele chegar aqui, se continuarmos aqui ele vai nos pegar. – Falou ela arrumando as roupas em sua mochila.

– No que eu fui me meter. – Oliver murmurou.

– O que? – Ela cruzou os braços na frente dele. – Em nenhum momento eu pedi sua ajuda, eu estava muito bem sozinha. – Felicity saiu e bateu à porta do quarto, ele se arrependeu do que falou e saiu atrás dela.

– Felicity espera... espera. – Ele gritou, ela olhou para ele.

– Vou continuar minha viajem sozinha, eu não preciso da sua ajuda. – Ela virou as costas para ele.

– Eu salvei você duas vezes, você estaria morta se não fosse por mim, e você nem agradeceu. – Falou Oliver a seguindo, ela se virou novamente para ele.

– Claro, obrigada senhor perfeição, satisfeito agora? – Ela abriu os braços.

– Agora eu estou. – Respondeu.

– Agora me deixa, não quero colocar mais ninguém em perigo. – Ela continuou andando, Oliver a pegou pelo braço, e a puxou, seus corpos se chocaram, estavam bem próximos, um sentia a respiração do outro, ficaram por um longo tempo naquela posição.

– Eu fiz uma promessa, e eu costumo cumprir. – Falou ele soltando o braço dela.

– Ok. – Ela calou.

– Eu vou fechar a reserva do hotel, ai nós seguimos viajem, cadê as chaves da moto? – Perguntou mexendo nos bolsos.

– Não sei, devem estar no quarto. – Responde ela.

– Eu vou buscá-las, já volto. – Oliver entrou novamente no hotel.

– Desculpa Oliver. – Ela falou baixinho, tirou as chaves da moto do bolso, montou nela e partiu sozinha, deixou Oliver, não queria colocar mais ninguém em perigo, muito menos ele, e também não queria acabar gostando dele, tomou a decisão de se afastar, antes que o machucasse, ele já levou um tiro por minha causa, não quero que aconteça algo pior com ele, pensou.

Oliver saiu do hotel atordoando, não tinha encontrado as chaves, saiu e não viu Felicity e nem a moto.

– De novo não, eu não posso acreditar que ela me passou a perna novamente, ela vai acabar morrendo. – Ele se sentou no degrau do hotel, se xingava, estava com raiva de si mesmo, ficou sentado ali, ela tinha levado o pouco de dinheiro que ele tinha, abaixou a cabeça, não tinha o que fazer, ela partiu e o deixou, se perguntava o por que dela ter feito isso.

Felicity já tinha andado quilômetros, sentia sua mente pesada, pensava em Oliver, ele deve estar morrendo de raiva de mim, estúpida, estúpida, por que o envolveu nisso? Maldita seja eu, por querer voltar. Ela deu meia volta com a moto, refazendo todo o caminho, chegou na frente do hotel e viu Oliver sentado, com a cabeça baixa.

– Oli...ver? – Tocou no ombro dele, ele levantou a cabeça.

– No que você estava pensando? Se liga Felicity, tem um bandido perigoso caçando você, por que fazer isso? – Perguntou.

– Eu não quero te meter nisso, não uma pessoa que eu gosto. – Oliver a fitou. – Você não precisa fazer isso. – Ela abaixou a cabeça.

– Isso não depende de você, minha vida, minha escolha. Vamos. – Ele a puxou pelo braço, Viajaram o resto do dia, pararam em uma pousada, que ficava escondida, foram até a recepção, uma senhora atendeu-os.

– Olá, queremos um quarto com camas separadas. – Falou Oliver.

– Lamento, mais só temos um quarto vago e a cama é de casal. – Respondeu a senhora, os dois se olharam. – Pode ser. – Falou Oliver, ela o puxou pelo braço.

– Como assim, você aceita? – O fitou séria,

– Eu estou cansado, é isso ou mais algumas horas de viajem. – Explicou ele, ela concordou, a mulher mostrou o quarto para os dois, era um quarto pequeno, mais aconchegante.

– Sintam-se a vontade. – Falou a mulher, depois saiu, deixando os dois sozinhos, olhavam para os lados, não queriam olhar para a cama, e nem para a cara do outro, Oliver ainda estava com raiva dela.

– Vou tomar um banho. – Falou ríspido, entrou no banheiro sem dizer mais nada para ela.

– O senhor gentileza volta a atacar. – Felicity tira da mochila um tablet, senta-se em uma poltrona que tinha no quarto, lembrou que na manhã que ela e Oliver tomaram café juntos, ela disse que poderia ajudar ele, a encontrar o policial traidor, sorte que tinha salvado em seu tablet todos os arquivos que envolvia tráficos de droga, e os traficantes que Oliver tinha prendido, ficou um tempo ligando pontos, e procurando por pontas soltas.

– Isso. – Jogou as mãos para o alto. – Ele não é mesmo o corrupto, ele é inocente. – Gritou. Oliver escutou o grito dela, se enrolou em uma toalha rapidamente, e saiu do banheiro.

– O que aconteceu? – Perguntou preocupado.

– Eu descobri o policial corrupto. – Ela pulou nos braços dele, num impulso beijou os lábios dele.