Let it snow? I don't think so escrita por Alexandra Watson


Capítulo 2
E quando você acha que não podia piorar, tcharam


Notas iniciais do capítulo

Bom, não tenho muito o que falar sobre o capítulo, só que ele é longo, então aproveitem.
*Divirtam-se*



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– Bom dia, crianças. Podem entrar.

– Bom dia, senhora ... Molly?

– Isso. Bom, vamos. Nós ainda temos que buscar as irmãs de vocês dois.

Olhamos um pro outro e entramos no carro, ele na frente e eu no banco de trás.

Molly foi dirigindo e conversando comigo no caminho, perguntando sobre minha família e as coisas que eu e Maya costumávamos fazer de tarde. Disse que ás vezes íamos passear no shopping e tudo, já que era sexta. Ela ficava olhando a toda hora para Ron com um sorrisinho devo acrescentar.

– Bom, então que tal nós irmos no shopping hoje?

– É uma boa ideia.

Chegamos na escola e Maya e a filha de Molly, Beatriz (Bia) entraram no carro. Chegando em casa, começou a nevar um pouco. Molly serviu o almoço e devo dizer que ela é uma ótima cozinheira. E, não fosse bastante ela ter servido um dos melhores almoços de minha vida, ela ainda fez um bolo de chocolate perfeito. Eu adotaria ela como minha cozinheira particular se isso fosse possível.

Em determinado momento, umas duas horas da tarde, Molly perguntou se queríamos ir para o shopping.

– Bem, é melhor vocês duas irem colocar roupas mais quentes. Ron, vai no carro buscar as roupas que eu deixei pra você e sua irmã lá.

– Sim senhora.

Ela saiu e eu fui para meu quarto. Como eu já estava de calça jeans, peguei uma blusa de frio mais levinha e depois uma blusa mais grossa. Depois, olhando pela janela, vi que ainda estava nevando um pouco, então peguei um gorro, um cachecol e luvas. Quando estava terminando de me vestir, escutei um barulho na porta e olhei pra trás.

– Era a única porta aberta e eu achei que fosse o banheiro – Ronald olhou para cima e observou meu quarto. – Você quem escolheu a decoração? - ele passou de envergonhado para admirado em menos de dois segundos. Impressionante.

– Foi. Nos mudamos a alguns anos e eu pude redecorar.

– Eu gostei disso, principalmente dessas pequenas luzes na sua estante/cama.

– Obrigada.

– Bom, poderia me dizer onde é o banheiro?

– É a porta ai em frente.

– Valeu – mas ele não foi. Ele ficou me observando.

Eu estava sem reação. Ele começou a vir em minha direção e, digamos que eu não estava tão longe, uns cinco passos de distância dele. Quando ele chegou bem perto, passou a mão em meu rosto e acho que ele ia se aproximar, mas eu desviei o rosto. Ele deu um sorriso meio sem graça e se afastou.

– Obrigado de novo.

Ele saiu e eu fui e fechei a porta. Virei-me para minha cama e me sentei. Sabe aquele momento em que você tem um discurso interno entre você e você mesmo.

“Não, você não está começando a sentir algo por ele, mas talvez você esteja, ou talvez você só esteja confundindo atração física e comportamental com gostar. Ou talvez, por pior que pareça, você possa estar gostando dele porque ele está sendo irritante com você e isso é atraente.”

Estava seguindo essa linha de pensamento quando Maya entrou em meu quarto me chamando para ir.

– Já vou. Deixa só eu colocar minha meia pra colocar meu sapato.

Peguei as meias e coloquei. Só que, a inteligência rara aqui foi descer a escada correndo e, até chegar nos últimos quatro degraus tudo estava bem, mas, chagando no quarto degrau, fui inventar de pular dali. Já havia feito isso várias vezes, mas sem meia. Dei um pequeno pulo mas, percebendo que não, ele não tinha força suficiente para chegar ao chão. Resultado: aterrissei no primeiro degrau desajeitadamente, torci o pé e cai. Eu nunca vou entender como isso aconteceu porque eu só fechei meus olhos e esperei a senhora Morte vir me buscar, mas parece que minha hora não tinha chegado ainda porque alguém me segurou.

– Opa. Cuidado.

– Obrigada, Ronald.

– Não foi nada. Você está bem?

– Tô. Acho que torci o pé, só isso – eu ainda estava no colo dele. – Pode me colocar no chão já.

– Mas você disse que torceu o pé – ele foi em direção ao sofá e me colocou sentado ali. Nesse momento Molly entrou na sala.

– Crianças, o que aconteceu?

– A Mi caiu da escada e torceu o pé.

– Então vocês não vão no shopping?

– O Ronald pode ir se ele quiser. Eu não me importo de ficar aqui e ir mais tarde.

– Mãe, porque a senhora não vai com as meninas que eu e a Mi vamos mais tarde de taxi.

– Pode ser. Tudo bem pra você, Hermione?

– Claro, Molly.

– Bom, são duas e meia agora. Nós vamos ver um filme ás três e meia e que vai acabar ás cinco e meia. Se vocês saírem de casa antes das três e meia, me liguem. Se depois, me mande uma mensagem, Ron.

– Tá bom, mãe. Pode ir.

– Ok. Vamos meninas. Tchau crianças.

– Tchau.

Elas saíram e Ron ligou a TV e se sentou do meu lado.

– O que você quer assistir?

– Nada, Ronald. Meu pé já está melhor, eu só torci ele levemente. Não precisávamos ir de taxi.

– Pra falar a verdade eu só queria poder ir separado delas.

– Por que?

– Porque, se nós fôssemos com elas, passaríamos a maior parte do tempo indo em lojas de brinquedos e coisas do tipo. Se formos agora podemos ir pra qualquer lugar. Pode ser?

– Pode ser, Ronald.

– Você pode parar de me chamar de Ronald, por favor?

– Por que?

– Porque minha mãe só me chama de Ronald quando está brava comigo.

– Tá bom, posso chamar você de Ron.

– Bem melhor, obrigado.

– Eu vou pegar meu sapato e nós podemos ir.

– Tá. Vai lá.

Fui pegar meu sapato, coloquei-o e saímos de casa. Ron chamou um taxi e veio até a porta me buscar.

– Ronald – ele me olhou de cara feia. – Ron, não precisa fazer isso. Eu tô bem.

– Deixa eu ser um pouco cavalheiro, por favor?

Levantei uma sobrancelha para ele.

– Ok, você venceu.

Me apoiei nele e fomos até o taxi. Ron deu o endereço para o moço e ele nos deixou no shopping. Paguei o taxista e entramos no shopping.

Ron ligou para a mãe e disse que nós já estávamos no shopping. Primeiro fomos até a livraria a meu pedido. Saímos de lá com uns três livros cada um. Ron também gostava de ler, eu descobri. Depois de lá, passamos em uma loja de jogos e ficamos quase uma hora lá.

Saímos de lá e já eram cinco e vinte. Fomos para a praça de alimentação e compramos um lanche pra comer em casa. Fomos até a saída do cinema e esperamos pelas meninas. Quando elas saíram elas nos disseram que iriam comer e as meninas ainda queriam ir no parque do shopping. Dissemos que queríamos ir pra casa e Molly nos disse que ia ficar até umas nove horas no máximo com as meninas lá e depois ia passar em casa pra pegar o pijama de Bia.

– Mas e o meu, mãe?

– O seu já está lá na casa da Hermione. Eu esqueci de pegar a bolsa da Bia.

– Tudo bem. Nós vamos de taxi até a casa da Mi.

– Se der fome em vocês, peçam uma pizza naquela pizzaria da esquina. Seus pais deixaram dinheiro em cima da geladeira.

– Sim senhora. Até mais tarde.

– Até.

Saímos lá fora e Ron conseguiu chamar um taxi. A questão é que já estava começando a nevar muito. Conclusão: o taxi travou a três quarteirões de minha casa. O motorista, vendo que não tinha como prosseguir, resolveu parar.

– Me desculpem, vocês dois. Mas não tem como ir mais pra frente.

– Tudo bem. Aqui está a corrida até agora.

Paguei e saímos do carro. Começamos a andar, mas depois de alguns minutos, parei.

– Mi, o que foi? – Ron virou-se para traz e veio em minha direção.

– Eu não consigo, Ron. Tá muito frio.

– Mas faltam só dois quarteirões.

– Eu não consigo.

Ele veio em minha direção e me abraçou de lado. Passei meu braço por sua barriga e continuamos andando até que chegamos em casa. Abri a porta, entramos e tranquei a porta. Estávamos encharcados de neve.

Nós nos entreolhamos.

– Banho agora – eu disse.

Empurrei-o para o banheiro do meio (o meu), peguei meu roupão e fechei a porta a sair.

– Tem toalhas no armário. Não precisa ter pressa – gritei lá de fora.

Corri para o banheiro de meus pais, tirei a roupa e entrei embaixo da água quente. Não deixei molhar meu cabelo, que estava seco por causa do gorro, porque só ficaria com mais frio depois.

Sai de lá uns dez minutos depois. Coloquei o roupão e fui em direção ao meu quarto, que ficava ao lado do de meus pais. Antes que pudesse abrir a porta, alguém, Ron, é claro, segurou meu pulso.

Olhei assustada para ele – o fato de ele estar de toalha na cintura, ter um físico muito, mas muito impressionante e ser uns bons centímetros mais alto do que eu ajudou. Ainda bem que eu estava de roupão, porque se eu estivesse de toalha teria largado ela na hora em que o vi e teria sido muito mais constrangedor do que já foi.

– Você sabe onde minha mãe colocou minha mochila?

– Não. Já olhou na sala, cozinha?

– Já. Será que posso dar uma olhada ai? – ele disse apontando para meu quarto.

– Claro.

Ele entrou e eu fiquei esperando na porta. Após uma rápida olhada, ele viu a mochila em cima de minha poltrona, pegou e saiu.

– Se importa de eu usar o quarto de sua irmã?

– Fique à vontade.

Entrei em meu quarto e me troquei. Continuei com o cabelo preso num coque, que havia feito para tomar banho. Sai de meu quarto e a porta do de minha irmã estava aberta e Ron não estavam mais lá. Fui até a cozinha e ele estava lá, de frente para o forno e o fogão.

– O que está fazendo?

– Esquentando nossos lanches e fazendo batata frita.

– Mas nós compramos batata frita – eu disse, mas ai ele apontou para o lixo e eu vi os saquinhos de batata ali. – Por que você jogou fora?

– Elas estavam frias e úmidas e não tem como requenta-las.

– Então você sabe cozinhar? – me sentei no balcão, de frente pra ele.

– Minha mãe me ensinou algumas coisas. Eu acho legal quando não se está com preguiça.

– Eu também acho divertido, mas quase nunca tenho oportunidade pra isso.

– Não seja por isso – ele se virou para mexer as batatas e, depois de tira-las do fogo se virou para mim com o prato na mão. – Você pode me ajudar com o jantar hoje.

– Mas sua mãe vai deixar que nós cozinhemos hoje?

– Sobre minha mãe – ele foi até a janela da cozinha e levantou a cortina. Lá fora só se era possível ver o branco no branco. – Temos que ligar pra ela porque eu duvido que ela vá vir até aqui.

– Me dá seu celular que eu ligo pra ela enquanto você termina isso.

– Tá bom. Põe no viva voz – ele me entregou o aparelho. Disquei o número com a descrição “mãe” e, depois de três toques, Molly atendeu.

– Ron? Vocês estão bem? Chegaram em casa?

– Molly, sou eu, Mione. Nós chegamos, já tomamos banho e Ron está esquentando os nossos lanches. Vocês vão vir?

– Então, Hermione, as meninas e eu estamos aqui no shopping e ainda está nevando muito. Você se importa se nós passarmos a noite na minha casa, que é aqui perto? Eu sei que parece estranho eu estar supondo que você durma sozinha em uma casa e tudo ...

– Obrigado, mãe – Ron disse ao meu lado.

– A questão é que eu já liguei para seus pais e eles disseram que se você concordar, você pode ficar ai e ai amanhã de manhã nós voltamos.

Olhei constrangida para Ron.

– É claro que tudo bem, Molly. Fique ai com as meninas e amanhã de manhã, se tiver parado de nevar, vocês voltam.

– Obrigada pela compreensão Hermione. Eu guardei o que sobrou do bolo de chocolate num pote no balcão e lembre-se do dinheiro na geladeira.

– Ficaremos bem, Molly. E o pijama de Maya?

– Ela pode pegar emprestado um dos de Bia. Ron achou o dele?

– Achou sim.

– Ele está ai do se lado?

– Está. Pode falar.

– Ron, pegue um dos cobertores de Hermione, se ela não se importar, e durma no sofá, tudo bem?

– Molly, ele pode dormir na cama de Maya. Eu faço questão.

– Nesse caso, obrigada de novo Hermione. Eu vou desligar que as meninas continuam brincando no parque daqui de dentro e daqui a pouco nós vamos embora. Umas nove horas eu vou ligar de novo pra saber como vocês estão.

– Ok. Molly. Até mais tarde.

– Até mais. Se cuidem e juízo.

Não gostei do juízo no final, mas pela voz dela parecia ser de tipo, não queimem a casa ou coisa do tipo.

Ron tirou os lanches do forno e fomos para a sala. Peguei o prato de batata frita e uma garrafa intocada de refrigerante na geladeira. Nos sentamos no chão, em frente a mesinha de centro. Ron colocou meu prato em minha frente e começamos a comer.

– Como está seu lanche?

– Muito bom. Melhor que o original, eu acho. O que colocou nele?

– Segredo. Mas me diga, você é alérgica a algum tipo de comida?

– Canela.

– Nesse caso, tudo bem. Pode comer tranquilamente.

Olhei para ele e depois para meu lanche. Estava realmente bom e ele não ia me dizer o porquê. Terminamos de comer e perguntei se ele iria querer bolo.

– Por que nós não deixamos pra comer bolo depois de pedir pizza?

– Você ainda vai aguentar comer pizza?

– Agora não, sua boba. Mas ainda são sete horas. Quando forem umas nove e meia nós vamos estar com fome de novo.

– Tem razão. Então, o que quer fazer?

– Não sei. Que filmes você tem ai?

– Vem comigo.

Me levantei e fui em direção a meu quarto. Ele me seguiu e mostrei a ele onde ficavam os filmes. Era um pequeno armário o local onde eu deixava meus filmes. Ele abriu, se sentou no chão e começou a ver os filmes que eu tinha. Me sentei na cama e esperei. Depois de ver todos, ele deixou três de lado. Um musical antigo, um desenho e um filme de terror.

– Por qual quer começar? – ele se levantou e me mostrou os três filmes.

– Por qual você quer começar?

– Terror. Tudo bem?

– Claro. Esse que você escolheu é ótimo. É bom que você tenha estômago forte.

– Vou fazer o possível. Vamos.

Comecei a segui-lo, mas ai me lembrei de que estava frio e peguei meu cobertor. Cheguei na sala e ele estava colocando o filme. Arrumei o sofá para ficar maior (sofá cama) e me deitei. Quando ele terminou de colocar o filme, se deitou ao meu lado e eu ofereci um lado da manta pra ele. Depois de receber um sorriso disfarçado, mas malicioso, ele aceitou e se cobriu.

O filme começou e eu tinha me esquecido de como ele era horrível. É, essa era a intenção, mas da última vez que eu havia visto esse filme estava com Harry e ele havia visto metade do filme por mim enquanto eu cobria o rosto com sua camisa e ele ria de mim.

Chegou em uma parte do filme em que eu ainda não sabia o que acontecia porque sempre tampava meus olhos. Dessa vez não foi diferente, mas o que usei foi o pijama de Ron.

– Então quer dizer que a senhorita sabe-tudo-não-princesinha tem medo de filmes de terror?

– Só desse, ok? Dá pra prestar atenção pra me contar depois? Porque faz muito tempo que eu não vejo ele.

Ele riu e passou o braço por mim e eu cheguei mais perto e me deitei nele. Sim, eu havia conhecido ele hoje e já estava praticamente deitada em cima dele e ele ia dormir na minha casa, mas eu não podia fazer nada. Pelo menos não quanto a parte de ele ter que dormir na minha casa. Isso era culpa da neve, mas o fato de estar praticamente deitada e cima dele eu acho que não. Mas não podia evitar sentir uma certa atração por ele e a sensação de que já o conhecia, mas não me lembrava ao certo quem era.

Malditas partes dos filmes em que eles só ficam investigando o mal e você começa a ficar entediado e a única coisa que tem pra se fazer é observar a pessoa ao seu lado, nesse caso, Ron. Acontece que, diferente do que eu pensava, não era só eu que fazia isso, mas Ron também. Ficamos nos encarando por uns bons segundos até que ele aproximou o rosto do meu e me beijou. E eu retribui. Devo admitir, ele beija bem. Não que eu tivesse muita experiência no “ramo”, mas podia dizer que ele beijava bem.

Quando me afastei, ele continuou me olhando.

– O que foi?

– Nada.

– Ron, você pode me dizer. Pode me dizer qualquer coisa – estranho. Eu havia conhecido ele hoje, por que estava dizendo isso? Mas alguma coisa me fez dizer isso.

– Mas nós nos conhecemos hoje sabe-tudo. Como posso dizer qualquer coisa pra você?

– Não me estranhe, mas eu tenho a sensação de conheço você. É impossível, eu sei, mas tenho.

– Talvez não seja tão estranho assim. Talvez você me conheça, só não se lembre muito bem de mim.

– É impossível, Ron. Como eu poderia esquecer seu nome? Como eu poderia esquecer seu ... – não, não é possível – cabelo ruivo ...

– Devo admitir que fiquei um pouco chateado por você não lembrar de mim assim que me viu, mas vou relevar.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo, amores.
Tentarei não demorar tanto.
Beijinhos.
— A



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