Era uma emboscada! Dentro do Motel havia por volta de quinze homens armados incluindo os irmãos Shepeard. Mesmo percebendo tarde de mais, os capangas não eram exatamente bem treinados e ter o Pistoleiro em nossa equipe aumentou significativamente nosso contra ataque. Sozinho ele dizimou metade da equipe adversária.

–Oliver! –Gritou Roy. –Atrás de você! –Tentei desviar, mas era muito tarde o tiro havia acertado meu peito, do lado esquerdo um pouco abaixo do coração. A dor insuportável me impedia de me reerguer, todo meu corpo parecia queimar, me arrastei para um lugar seguro respirando com dificuldade.

Roy acertou Danny com três flechadas no peito, um círculo perfeito, era o fim para ele. Tigre de Bronze conseguiu pegar o irmão mais velho e estava prestes a matá-lo.

–Não! –Gritei com toda a força que me restava. –Roy, se ele morrer, nós nunca saberemos quem está por trás de tudo isso.

–Preciso tirar você daqui... –Roy dizia, parecendo inconsolável.

–Não Roy. Pegue... Ele...

E assim fui puxado para a inconsciência... Não sei quanto tempo passei desacordado. Quando despertei estava na mansão da minha família em minha antiga cama, havia uma mulher a meu lado. Virei-me com cuidado, tentando evitar a dor que o tiro causara, mas não existia mais ferimento, bom, melhor dizendo não existia nenhum ferimento novo. Olhei para os cabelos louros espalhados por todo o travesseiro a meu lado, ela cheirava a rosas com sua pele clara e macia, totalmente exposta, completamente nua. Meu coração bateu acelerado em meu peito em uma súbita felicidade. Quantas vezes eu sonhei em acordar com ela ao meu lado e sempre escondi esse desejo, mas agora não consigo imaginar porque fiz isso... Toquei seu braço delicado o vendo se arrepiar imediatamente onde nossa pele se encostava.

–Feli... –Comecei a dizer, mas a mulher virou, revelando ser outra pessoa. –Laurel! –Pode parecer estranho, mas me senti imensamente decepcionado por ser ela. O que não faz sentido já que ela é a mulher da minha vida. Não é?

–Bom dia meu amor. –Disse com um sorriso em seu rosto fino, os olhos ainda fechados. –Aonde vai levar sua esposa hoje? –Olhei para minha mão esquerda, onde uma fina aliança dourada estava. Não pode ser! Eu não posso ter me casado com ela, não quero estar casado com ela, não era para ser assim! Levantei-me apressado vestindo as primeiras roupas que encontrei pela frente. Sai sem lhe dar nenhuma resposta.

–Ollie! –Ignorei novamente seu chamado.

Não sei por quanto tempo apenas dirigi minha moto sem rumo, tentando colocar minhas idéias em ordem. Como acabei casado? A última coisa que consigo me lembrar é de deixar Felicity na estação de trem, após avistar Barry, um carro e Diglle ao meu lado. Era isso! Estacionei rapidamente, disquei o numero do Diglle, ele me contaria o que aconteceu em minha vida, não é possível.

–Alô? –disse do outro lado da linha.

–Dig eu preciso de ajuda!

–Oliver é sua lua de mel, vai passar um tempo com sua esposa. –Decretou. –Roy e o Sr Lance estão cuidando da cidade.

–Não Diglle! Eu não sou casado! –Gritei desesperado.

–Oh espera ai! Eu te disse que não era para você beber tanto ontem. –Disse parecendo se divertir. –Da próxima vez escute seu padrinho!

Resolvi mudar de estratégia, afinal ficou claro que ele não estava acreditando em nenhuma palavra do que eu estava dizendo.

–Diglle você pode me encontrar na caverna em vinte minutos? –Pedi.

–Tudo bem Oliver, mas é melhor ligar para Laurel...

–Que droga Diglle, não tem nada o que falar para Laurel. Tudo o que eu preciso é que você me encontre na caverna! –Interrompi já perdendo o pouco de paciência que me restava.

–Tudo bem. –Respondeu parecendo cansado.

–Obrigado. –Disse antes de desligar o telefone.

Cheguei à caverna procurando algo de diferente, qualquer coisa que explicasse o motivo de não saber por que tudo está mudado, eu nunca escolhi nada disso. Em algum momento da minha vida Laurel era exatamente tudo o que queria só que esse momento passou. Há sete anos, no momento em que entrei naquele barco com a irmã dela.

–Oliver! –Chamou Diglle descendo as escadas. –Pelo amor de Deus pode me explicar o que está acontecendo?

Expliquei toda minha história, ele escutou paciente depois de certificar que eu não estava bêbado. –Oliver. Não sei o que dizer. –Disse Diglle assim que terminei.

–Onde está Felicity? –Diglle pareceu tenso por um segundo.

–Oliver ela partiu.

–Como assim partiu? Para onde? –Minha cabeça começou a girar de repente.

–Oliver você está bem? –Perguntou Diglle me segurando pelos ombros.

–Eu estou bem. –Respondi me sentando. –Só termine de falar. –Incentivei.

–Quando ela voltou de Central City, você e Laurel começaram a namora, bom, o namoro estava sério. –Começou a dizer puxando uma cadeira para se sentar a minha frente. –Ela e Barry se tornaram melhores amigos, tenho que admitir... Eu tive muito ciúmes disso... –Ele suspirou saudoso. –Mas após um tempo ela e Ray...

–Espera! –Interrompi. –Como é que Ray Palmer veio parar nessa história?

–É o que estou tentando dizer. –Respondeu em tom irônico. –Realmente ele precisou de muito esforço pra conquistar nossa menina. –Diglle parecia orgulhoso disso. - Mas no dia em que você ficou noivo de Laurel, Felicity finalmente cedeu. Resumindo o babaca machucou os sentimentos dela e você a cara dele.

–Eu? –Como queria me lembrar disso!

–Era você, eu ou Barry, então tiramos no palito. –Disse divertido. –Tenho certeza que você roubou!

–Mas a final onde ela está agora?

–Trabalhando com Barry em Central City, desde que a parceira dele Caitlin Snow se tornou uma super vilã. –Estava claro que ele sentia a falta dela tanto quanto eu. –Ela não conseguia mais ver você e Laurel e toda aquela alegria. Ela te amava.

–Amava?

–Barry acabou se tornado mais que um amigo. –Começou a dizer com cautela. –Eles entraram em um consenso. Um ajudaria o outro a esquecer os idiotas que quebraram o coração deles. E por idiota quero dizer você!

–É John eu percebi que você está falando de mim. – Lamentei. –Eu esperei de mais. Arrumei muitas desculpas.

–Mas olha pelo lado bom. –Começou. –Com Barry namorando ela eu consegui meu cargo de melhor amigo de volta!