Fiquei parado na porta de sua casa sem saber direito o que eu estava fazendo, ou o porquê de estar fazendo isso. Ela estava certa sua decisão de ser minha parceira não teve influencia por seus sentimentos por mim, até por que eles não existiam. Ela estava sendo compreensiva e sábia como sempre, então percebi que sempre foi ela quem me direcionou. Todas as vezes que me vi em conflito ou sem saber que rumo tomar era ela meu norte. Lembrei-me do que ela disse na noite em que conseguimos a cura do Mirakuro.

Seu nariz sangrava, seus cabelos estavam desgrenhados se soltando de seu rabo de cavalo, ela me olhou com a mesma certeza de agora a pouco me lembrando de meu propósito me lembrando de que não estou sozinho e que ela acredita em mim. Tudo se passou como um filme em minha mente...

https://www.youtube.com/watch?v=_r5_CLAmD-8 (assista esse vídeo antes de continuar a leitura, é importante)

–Que merda eu estou fazendo! –Disse dando meia volta.

FELICITY

Deixei meu corpo cair pesadamente sobre o sofá e fiquei olhando aquele maldito quadro do Robin Hood tentando encontrar motivos para justificar a atitude do Oliver, afinal eu prometi fazer isso. As lágrimas escorriam abertamente por meu rosto, respirei fundo tentando não pensar da em todos os acontecimentos ruins desse dia terrível. Não sei quanto tempo fiquei perdida em pensamentos, mas aquela voz seria capaz de me trazer de volta do inferno.

–Você esta certa. –Pulei de susto ao escutá-lo.

Oliver passou pela porta como um furacão e parou a minha frente mudando o peso de uma perna para outra parecendo estar realmente nervoso.

–Está certa em tudo. –Repetiu me olhando nos olhos. –Eu sou um idiota previsível. –Acrescentou se sentando na mesinha de centro a minha frente. –Mas eu não estou mais sozinho.

–Oliver você precisa decidir se me quer em sua vida como... –Parei para pensar, tentando definir que tipo de relacionamento que nós tínhamos. –Isso que eu era... Ou como sua parceira e amiga. Mas por favor, não tente me afastar outra vez. –Pedi com a voz fraquinha.

Oliver me beijou de repente me silenciando. Suas mãos estavam em meu rosto limpando minhas lágrimas e afastando meus cabelos com carinho. Ele parou me olhando nos olhos seu azul diluído cheio de sentimentos indecifráveis.

–Eu não consigo mais fazer isso sem você. –Disse com um pequeno sorriso nos lábios. –E não existe nenhuma forma de tirar você da minha vida. –Acrescentou pegando minhas mãos. –Por que você Felicity é minha vida.

Voltamos a nos beijar por muito tempo sem nenhum dos dois dar nenhum sinal de queria parar ou avançar de alguma forma. Tudo parecia perfeito como estava e naquele momento existia apenas nós dois, nada mais no mundo importava.

–Precisamos fazer isso dar certo. –Disse Oliver se sentando ao meu lado no sofá e aninhando meu corpo no seu. –Por que agora você é oficialmente meu Calcanhar de Aquiles, tanto do mito quanto do homem. –Suspirou acariciando meus cabelos.

–Oliver. –Chamei, levantado minha cabeça para poder ver seus olhos.

–Sim. –Ele me olhava cheio de preocupação.

–Podemos resolver isso comendo alguma coisa? –Pedi o fazendo dar risada. –É que ainda não comi nada hoje e já está anoitecendo...

–Claro. –Respondeu sorrindo. –O que você acha de pizza? –Perguntou.

–Acho perfeito. –Disse animada me levantando para pegar o telefone. –Adoro pizza!

–E eu adoro você. –Escutei ele dizer.

OLIVER

Felicity devorou praticamente a pizza inteira, fiquei me perguntando para onde iria tudo aquilo, olha que eu conheço seu corpo e não existe nada que indique a comilança de hoje. Ela parecia mais tranqüila, todos os incidentes anteriores estavam praticamente esquecidos. Liguei para Roy o pedindo para fazer a ronda com a ajuda da Sara, não queria deixá-la sozinha em casa e também não queria arrastá-la para caverna depois de um dia horrível como este.

–E o que nós vamos fazer agora? –Perguntou com a boca suja de molho. Estiquei minha mão para limpá-la.

–O que você quiser. –Respondi sorrindo. –Podemos assistir a um filme ou tomar um banho. –Sugeri cheio de segundas intenções erguendo uma sobrancelha para ela.

–Muito sutil Sr Queen. –Disse sorrindo antes de se levantar para colocar os nossos pratos na pia.

–Sutileza é um dom! –Me levantei rapidamente para ajudá-la a lavar as louças e limpar a cozinha.

Trabalhamos em silêncio nos sentindo completamente confortáveis na presença um do outro, seu jeito doce e único me deixava encantado. Em cada movimento gracioso, seu sorriso ingênuo, seu corpo... Tudo isso estava me levando além do meu autocontrole. Felicity estava terminando de guardar as vasilhas no armário em cima da pia com dificuldade de alcançar a prateleira mais alta. Segurei em sua cintura a levantando um pouco para ajudá-la.

–Sabe que você poderia fazer isso sem dificuldade, sozinho, não sabe? –Questionou com a voz divertida quando a coloquei de volta no chão.

–Claro que poderia. –Respondi afastando seus cabelos das costas. –Mas como poderia convencer você a tomar aquele banho comigo. –Disse em seu ouvido a sentindo estremecer em meus braços.

–Muito... Muito esperto. –Falou com dificuldade se virando de frente para mim. –Mas eu posso ser fácil... Quer dizer, difícil. –Ergui uma sobrancelha a desafiando.

–Ok. Se quiser jogar eu estou dentro. –Disse beijando seu pescoço com minha mão enterrada em seus cabelos. –Isso vai ser divertido. –Sussurrei em seu ouvido com a voz rouca. –Geralmente os casais fazem as pazes na cama.

–Mas nós não estamos mais brigados. –Sua voz era doce e confusa.

–Podemos fingir. –Sugeri levantando sua blusa e colocando minhas mãos em sua barriga lisa, ela respirava com dificuldade tentando não ceder por pura teimosia.

Tirei minha camisa em um movimento rápido, peguei suas mãos e as coloquei espalmadas em meu abdômen. Ela olhava para meu rosto, decidida a não ceder, mas sem tirar as mãos de lá. Sorri com malicia deslizando as mãos por seu corpo enquanto buscava por seus lábios com urgência, minha língua pediu passagem e ela cedeu, explorei sua boca com paixão enquanto deslizava minhas mãos por suas costas. Por mais que aquele joguinho estava me deixando cheio de vontade não estava mais suportando a brincadeira.

–Pronta para ceder? –Perguntei sério a olhando de cima.

Felicity negou com a cabeça segurando o riso. Foi à gota d’água a joguei por sobre meus ombros a segurando pelas pernas a escutando rir e gritar ao mesmo tempo. Entrei no banheiro e a coloquei dentro do Box do chuveiro com roupa e tudo. Liguei a água que ainda estava fria a fazendo me abraçar.

–Oliver! –Reclamou ainda sorrindo.

–Você teve a alternativa fácil. -Disse antes de tirar sua blusa. –Agora vamos fazer as pazes como manda o figurino!