Cheguei com Roy no local cada um em sua respectiva moto. Barry já havia cuidado da segurança externa. Não existe muito que fazer quando se está trabalhando com o homem mais rápido do mundo. Encontramos todos os capangas caídos, desacordados e desarmados, Barry assoviava uma canção encostado a parede parecendo o retrato da serenidade.

–Ele é muito exibido! –Reclamou Roy admirado com as armas destruídas ao redor do herói.

–Vivo dizendo isso... –Murmurei tirando uma flecha da aljava, pronto para invadir o local. –Felicity. –Chamei no comunicador.

–Estou ouvindo. –Disse prontamente.

–Nós vamos entrar, tem a nossa localização. Entre em contato com Sr Lance ao menor sinal de problemas. –Instrui.

–Entendido. –Respondeu em seu modo profissional. –Oliver?

–Sim. –Respondi mesmo sabendo o que viria a seguir.

–Tome cuidado. –Um pequeno sorriso surgiu em meu rosto.

–Vou tomar.

Fiz um gesto para Barry sugerindo que fosse a frente, ele desapareceu no mesmo instante dentro do prédio. Entrei em seguida com Roy cobrindo minha retaguarda, Barry se adiantou em cortar a energia para facilitar a nossa parte do trabalho. Não tivemos nenhum problema em invadir o local, o que era estranho, mesmo tendo Barry em nosso time.

–Felicity. –Chamei novamente.

–Oi Oliver.

–Consegue acessar as câmeras de segurança do prédio e descobrir se existe alguém dentro?

–Vou precisar de um minuto. –Respondeu.

Barry voltou a se juntar a nós. Caminhamos lado a lado em silencio procurando algo ou alguém suspeito, mas o prédio estava limpo. Felicity entrou em contato mais tarde dizendo que não estava conseguindo hackear o sistema do prédio, como ultimo recurso, Barry percorreu todo o prédio, confesso que deveríamos ter usado esse como o primeiro recurso nos pouparia um tempo enorme.

–Encontrei. –Disse Flash parando em nossa frente. –Tem uma garota incrivelmente linda e um ninja , estão no laboratório. É uma sala secreta que fica acoplada a um escritório, mas tem escadas...

–Deus! –Reclamou Roy bufando. –É como ter a Felicity em campo. –Soltei um riso baixo que não pude evitar.

–Só nos leve ao local Flash. –Pedi.

Nós o seguimos ao escritório que ele havia descrito. Nunca julgaria que o laboratório estaria em um lugar desses. O prédio todo parecia uma espécie de RH empresarial. Quando Barry tocou um ponto especifico da parede, ela se deslocou abrindo uma porta estreita com uma escada em espiral, assim que passamos pela passagem ela imediatamente começou a se fechar.Olhei para Barry assustado, ele apenas negou com a cabeça. –Claro que com sua velocidade ele não precisou se preocupar com esse detalhe anteriormente. –Abri a porta ao final da escada e pude contemplar o familiar laboratório que antes fora meu cativeiro. Só que no centro dele estava a Miss Psicopata e um ninja portando uma espada samurai a seu lado.

–Você demorou Sr Queen. –Disse a Psicopata.

–Desculpe, mas não consegui encontrar sua residência com o Google maps. –Respondi com ironia na voz e uma flecha apontada para seu peito.

–Como pode ver, eu segui o conselho de sua namorada. –Falou abrindo os braços e mostrando o ambiente a seu redor. –Nenhuma morte desde que a conheci.

–Se eu fosse você não diria uma coisa dessas, ele costuma ser ciumento e você parece estar a fim da namorada dele. –Disse Flash com sarcasmo.

–Felicity, mudou minha vida. –Começou cheia de admiração na voz. –Ela me viu como eu fui um dia. Antes de me tornar esse mostro de uma perna só.

–Não é que ela está apaixonada! –Deixou escapar Roy enquanto tinha o ninja na mira de seu arco.

–Por que me atraiu aqui então? –Perguntei dando fim ao papo furado.

–Minha chefe queria ver você. –Respondeu, apontando para o ninja.

Só então reparei em sua estatura pequena e esguia, me lembrava alguém... A forma com que segurava a espada indicava que não treinava há tanto tempo assim com o objeto, não estava totalmente familiarizada.

–Por que vem tentando me matar? –Perguntei com a voz intimidadora. –E por que estava atrás da Felicity?

–Não queria matar você ou sua Felicity. –Respondeu uma voz familiar, mais conhecida do que qualquer outra, uma voz pela qual eu mataria sem pensar duas vezes. –Só estou cansada de mentiras.

Roy deixou o arco cair de sua mão e parecia em choque. Abaixei o meu, tirando o capuz que escondia meu rosto. Ela tirou a mascara do seu revelando o rosto familiar e amado. Meu coração se apertou, vendo a única pessoa que pensei estar livre em minha família...

–Speed! –Pronunciei o apelido com cuidado, mas com a mesma adoração de sempre. –O... O que... Aconteceu com você? –Perguntei atônito.

–Muita coisa. –Respondeu vagamente. –E vocês foram uma delas. –Disse para mim e Roy com um olhar gélido. –Precisei me transformar em algo mais forte do que Thea Queen era, e fiz o que tinha que ser feito para isso. –Ela soltou a espada que estava em sua mão. –Nunca quis machucar você. Contratei os Irmãos Shepeard para ficar de olho e me avisar se algo acontecesse. Já Alice. –Disse apontando para a ruiva psicopata. –Ela queria vingança, e eu queria ver por mim mesma do que você é capaz, já que dizer a verdade não é uma de suas habilidades, então a usei para atrair o Arqueiro, e funcionou.

–Felicity poderia ter morrido. –Disse mais para mim mesmo que para ela.

–Claro que não! –Respondeu. –Mesmo eu sabia que vocês dois passariam no teste. E se não passassem eu não permitiria que Alice matasse você ou a mulher que você ama.

–O que fizeram com você? –Roy em fim saiu de seu transe. –A Thea que eu conheci nunca aceitaria a morte de pessoas, independente das circunstancias. –Falou parecendo estar enjoado.

–A Thea que você amou não existe mais. –Respondeu o olhando com ar superior. –Da mesma forma que o Roy em quem eu confiei.

–Speed. –Chamei. –Por que você fez tudo isso? –Questionei com medo da resposta.

–Por mais que tenha tentado te odiar Oliver eu não consigo. –Ela falou com a sua antiga voz doce por um segundo. –Vim avisar vocês, ajudar...