Cheguei em casa disposto a tomar um banho calmo antes de ir para a caverna, não ter mais Felicity como minha assistente estava me dando mais dor de cabeça que eu pensei que suportaria. Quando abri a porta da nossa casa havia a mesa de jantar posta com seis lugares, o que indicava que não era um jantar intimo a dois... Entrei na cozinha desconfiado, sentindo o cheiro de comida caseira, precisei olhar em volta algumas vezes e me certificar de estava mesmo na casa certa. Felicity dançava enquanto cozinhava com fones no ouvido cantarolando a música, parei no batente da porta observando a cena, definitivamente eu posso me acostumar com isso!

Chamei por ela, tossi gritei seu nome e nada. Ela nem mesmo se virou em minha direção, completamente concentrada nela mesma e no que estava fazendo no momento. Me aproximei dela como último recurso de me fazer ser notado, a abraçando de costas, com minhas mãos em sua cintura. Felicity se assustou gritando e eu a segurei firme a impedindo que se machucasse no susto.

–Oliver! –Virou com o semblante fechado, mas não conseguiu ficar séria pelo tempo necessário depois que viu o quanto eu ria da situação. –Não podia ter me chamado?

–Eu chamei! Muitas vezes, se fosse um assaltante teria levado a casa toda e você estaria ai dançando. –Ela sorri um pouco envergonhada. –E desde quando você cozinha? –Pergunto chocado.

–A algum tempo... –Ela não parecia estar certa disso. –Peguei a receita da internet. –Assumiu por fim me fazendo segurar o riso. –Sua irmã, Roy e os Diggle’s veem jantar aqui hoje... Foi ideia da Thea e eu não consegui escapar, juro que tentei!

–Sei como minha irmã é. –Respondo compreensivo. –Mas como justificar se Roy, Diggle e eu tivermos que sair no meio do jantar?

–Pensei nisso! Invadi o sistema dos telefones de vocês... –Ergui uma sobrancelha para ela.

–Sabe que sempre pode nos pedir, não sabe? –Pergunto sorrindo e ela volta a atenção para as panelas.

–Como eu estava dizendo, invadi o telefone de vocês e os programei para tocar junto com o alarme do meu sistema de monitoramento da caverna, assim podem fingir uma ligação urgente e Thea em que cuidar da boate, ela mesmo avisou que só queria comemorar nosso noivado conosco.

–Precisa de ajuda com isso? –Pergunto quando ela pega um pedaço de carne em uma mão e uma faca enorme na outra, parecendo não fazer ideia do que faria a seguir.

–Aqui diz para cortar no sentido da fibra da carne. –Ela franze a testa me entregando a faca. –Acho que sim... Preciso de muita ajuda com isso!

[...]

Mais tarde com tudo pronto e a mesa posta, Felicity e eu nos arrumávamos após o banho para o jantar, eu coloquei jeans e um casaco simples e ela estava linda em um vestido verde delicado e sandálias baixas.

–Oliver preciso te dizer uma coisa. –Falou se virando para que eu subisse o zíper de seu vestido para ela. –Preciso ir a Central City por alguns dias, resolver assuntos da QC com a SL. Vou aproveitar e ver como Barry está.

–Não posso viajar por esses dias. –Digo a ela concentrado no que eu estava fazendo.

–Mas você não vai, a cidade precisa de você aqui...

–Deixa eu ver se entendi. –Comecei a dizer a virando para que pudesse a olhar nos olhos. –Quer ir para outra cidade sozinha? Sabe como é perigoso?

–Oliver. –Diz meu nome revirando os olhos. –Barry vai estar lá!

–E em que exatamente isso melhora a situação? –Pergunto incrédulo.

Felicity abre a boca para dar início a discursão iminente, mas a campainha toca. –Salvo pelo gongo! –Fala fechando a cara para mim e indo atender a porta.

Diggle chega com Lyla e Sara, Felicity imediatamente pega a criança e se ocupa de paparicar a nossa afilhada que sorria sem parar para a madrinha que fazia caretas a divertindo. Fiquei conversando com o casal que estava preocupado com as missões que Waller estava enviando, cada vez mais distantes e Sara não conseguia se adaptar a ausência da mãe. Minutos depois Roy chegou e em seguida Thea, sentamos a mesa com o carrinho de bebê de Sara entre as cadeiras de Felicity e Lyla que inconscientemente se reversavam para cuidar da pequena.

–Então Oliver como foi o pedido? –Thea perguntou interessada me fazendo engolir sem mastigar um pedaço da carne que não estava boa na verdade!

–Ele me pediu aqui em casa. –Felicity se adiantou a dizer enquanto eu virava uma taça de água. Todos os nossos amigos desviaram o olhar, pois sabiam da história real. –Estávamos assistindo TV e tínhamos pedido comida japonesa.

–Oliver fez uma surpresa para ela quando ela. –Corrigiu Roy tampando os buracos em nossa história. –Ele encomendou com um pedido especial.

–Colocou a aliança dentro do biscoito da sorte dela. –Acrescentou Diggle com um sorriso falso.

–Isso parece aquele filme com a Anne Hathaway e a Kate Hudson. –Thea fala sorrindo, eu sabia que deveríamos ter pensado melhor nas possibilidades aquele dia.

–Não tenho muita imaginação. –Olho sugestivamente para a Felicity que segura o riso.

FELICITY

Cheguei a Central City a um dia, Oliver precisou se conformar quando o apresentei o projeto que estava desenvolvendo na frente do Palmer e ele precisou me tratar como colega de trabalho e não noiva. Deve estar planejando minha morte nesse momento, mas não tinha muito o que eu poderia fazer, não sou nenhuma donzela e não vou passar a ser agora para agradá-lo!

–Felicity! –Chamou Caitlin me tirando de meus devaneios. –Cisco acabou de fazer as modificações no aspirador, agora parece uma arma perigosa.

–Vamos. –Respondi pegando meu casaco.

Barry estava enfrentando um inimigo novo, que descobrimos só ser páreo para ele graças a uma arma que Cisco havia criado para pará-lo caso um dia Barry viesse a se desviar de alguma forma, o que desencadeou muitos conflitos entre o time Flash e eu com ajuda da experiência que adquiri durante esses anos ao lado do cabeça dura do Oliver os aconselhei a ir atrás do líder deles, mostra-lo que estariam sempre lá por ele.

Encontramos Barry no chão, com o Capitão Frio pronto para mata-lo. Cisco conseguiu convencê-lo de que aquela arma era realmente perigosa o fazendo recuar e assim salvamos a vida do Barry. Quando voltamos para a SL Caitlin rapidamente capitou o indicio de um sequestro em andamento pela frequência da polícia. Parece que um garoto de sete anos foi levado de sua mãe que fora espancada. Conseguiram encontrar o cativeiro do garoto, mas não podiam entrar, a segurança do local era incrivelmente reforçada e tudo estava lacrado minimamente, nenhum técnico da polícia conseguiu invadir os sistemas para destravar as trancas, Barry não pode fazer nada, não conseguia encontrar nenhuma brecha.

–Preciso invadir o sistema dele. –Digo a equipe de Barry que me olha surpresa. –Mas não vou conseguir fazer daqui. –Era minha hora de agir.

Cheguei ao local com Cisco que jurava que estava incumbido de minha segurança... Sei! Encontramos um painel na lateral do prédio, Detetive West cuidou para que ninguém percebesse nossa interferência e em instantes Barry estava ao meu lado parecendo temeroso.

–Não poderia ter feito isso da SL. –Pergunta preocupado quando consigo destravar a primeira porta.

–Não sou uma donzela, Barry então não me trate como uma. –Respondi rapidamente sem tirar os olhos do que eu estava fazendo.

–Ok. Não está mais aqui quem perguntou, mas sabe que se voltar com um arranhão seu parceiro vai vir atrás de mim querendo vingança. –Sorri do pânico em sua voz.

–Pronto acabei. –Disse a ele.

–Vão para o carro! Agora! –Gritou antes de desaparecer e nós obedecemos prontamente.

Estávamos a porta do carro ao lado do Detetive West quando um garotinho que não deve ter mais que sete anos foi deixado em nossa frente por aparentemente nada, já que com sua velocidade Barry não parecia mais que um monte de poeira. Precisei me apoiar no carro quando olhei para a criança em minha frente... Nunca vi tamanha semelhança em minha vida...