Use Somebody II escrita por Thaís Romes


Capítulo 22
Aos olhos de Connor


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, como prometi, capítulo novo hoje!
A primeira parte dele está em terceira pessoa, e bom, vocês sabem que eu escrevo em primeira normalmente, mas só fiz isso por ser necessário.
Espero que gostem....



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CONNOR

Connor Hawke cresceu sem um pai, e nunca reclamou por causa disso, no lugar de uma figura paterna ele colocou “substitutos”, que o ensinariam as coisas que supostamente um pai deveria ensinar ao filho. Livros, computadores e qualquer outra coisa que pudesse fornecer algum conhecimento. Aprendeu a jogar futebol com o Google, a mesma coisa com o basquete, depois insistiu para que a mãe o colocasse nas aulas de luta, por que ele era um garoto esperto. E garotos espertos em sua escola, acabavam com a cabeça na privada, Connor estava decidido a não ser um deles.

Quando conheceu Oliver Queen foi estranho, por que algo dentro do coração do garotinho que pensava não precisar de um pai mudou. Ele tinha um pai, de verdade que o amava e estava disposto a participar de sua vida. Não sabia como reagir a isso, então fez o que sabia fazer, pesquisou sobre ele. Os cinco anos na ilha, a morte dos pais de Oliver, seus avós, todos os crimes que sempre tinham alguém próximo a ele como alvo, e o vigilante de Starlling City.

Não foi difícil deduzir que o pai era o Arqueiro, o garoto só precisou olhar quando tudo aconteceu. Quando ele voltou do naufrágio, depois de poucos dias aparece um herói que passa a usar arco e flecha para salvar a cidade? Mesmo a dois meses de fazer nove anos, Connor conseguiu matar a charada. Só não tinha certeza se era mesmo o Diggle que estava usando a roupa do Arqueiro agora que ele se fora, mas não precisou se preocupar com isso, a resposta veio até ele.

Duas semanas após a “morte de Oliver”

Connor estava em seu quarto deitado aos pés da cama, olhando o banner de seu pai na parede acima de sua cabeça. O garoto mal havia se acostumado a ter um pai, e agora precisa aprender novamente como é não ter um. Depois de se mudar para a casa da noiva de Oliver, por que a mãe estava em outro país, Connor tentava ser o melhor possível. Ele percebia o quanto Felicity tentava ser forte por ele, e ele queria ser um bom garoto por causa dela. Por que ela não era sua mãe, o que na cabeça dele significava que ela não era predisposta geneticamente a amá-lo, e ele não faria nada para que ela não o amasse, gostava de Felicity.

–Como foi? –Steve se levanta do sofá na sala e caminha em direção a Felicity que entrava em casa, parando em sua frente.

–John vestiu o traje dele. –responde séria olhando para o nada. –E foi enfrentar um tiroteio ao lado de Roy.

Connor se espreme na porta, encolhido no chão para escutar melhor a conversa dos adultos. -Eles estão dando continuidade ao legado de Oliver. –Steve diz fazendo o coraçãozinho do garoto bater forte no peito e um sorriso que era o misto de tristeza e orgulho se formar em seu rosto.

–Oliver morreu. –Felicity diz a frase como se tentasse se convencer daquilo. –E o único legado dele está deitado naquele quarto, sem um pai nesse momento. –as lágrimas escorrem pelo rosto da garota e Steve desvia o olhar tentando dar a ela um pouco de privacidade em seu luto.

–Sabe que ele deixou muito mais Felicity, Oliver foi um herói.

–E eu só queria nesse momento que ele fosse o pai de Connor, e meu marido. –ela enxuga as lágrimas. –Vou dormir Steve, obrigada por cuidar dele.

Steve a olha com tristeza e força um pequeno sorriso para a mulher antes de pegar seu casaco e ir embora. Connor corre para sua cama se deitando e fechando os olhinhos certo de que Felicity passaria em seu quarto para vê-lo. Ela entra em silencio, ajeitando suas cobertas antes de lhe beijar o alto da cabeça.

–Bons sonhos meu anjinho. –sussurra para ele antes de se afastar.

Connor abre os olhos no momento em que ela sai do quarto, sentindo as lágrimas que ele a tanto tempo havia contido escorrerem por sua face. O pai estava morto, mas heróis não morrem em acidentes de avião, não deveria ser assim. Ele queria sua mãe, ela sempre soube como lidar com sua tristeza, mas Sandra não estava disponível no momento, muito menos Milo, seu padrasto que acabou se tornando um grande amigo.

Em uma coragem súbita, ele levanta da cama arrastando suas cobertas e bate na porta de Felicity. –Connor? –pergunta surpresa escutando pequenos múrmuros de choro do outro lado, e sai correndo para abrir a porta.

–Posso ficar aqui, só um pouquinho? –ele diz com os lábios trêmulos, assim que ela abre a porta o olhando cheia de afeto.

–Claro querido. –Felicity o pega em seus braços e Connor deixa que suas lágrimas escorram por sua face, a abraçando da mesma forma que faria com sua mãe. –O que aconteceu?

–Ele morreu... –diz baixinho com voz de choro. –Meu pai. Ele nem pode me ver lutar.

Felicity se lembrou da promessa que Oliver o havia feito na semana em que conheceu o filho. E não teve tempo para cumpri-la, assim como não teve tempo para se casar com ela, duas promessas e uma vida curta demais para realizá-las. Ela aperta mais seus braços em volta de Connor que chorava em silencio.

–Vem. –diz o deitando do lado que Oliver costumava dormir. –Você sabe que seu pai te amava, não sabe? –Felicity se deita em frente ao garoto o olhando nos olhos, ele assente balançando a cabeça. –Se ele pudesse Connor, estaria presente em cada dia de sua vida. –sorri doce para o garoto.

–Mas ele não pode. –Connor fala a surpreendendo. –Por que ele era um herói, e heróis precisam cuidar do mundo todo. Não tem como ele fazer tudo o que promete para quem ele gosta.

–Ai meu amor. –Felicity respira fundo com tristeza tentando não desabar, mas o rosto angelical do garoto não permitiu que ela mentisse para ele naquele momento, Oliver morreu, e se a verdade ajuda com que seu filho lide melhor com isso, ela não o contrariaria. Mas aquele não era seu segredo, então apenas o abraçou o aconchegando em seus braços, e um encontrou o conforto que necessitava no outro.

–Eu te amo Connor. –fala baixinho para o garoto que sorri sonolento, satisfeito que apesar da falta de predisposição genética, tenha conseguido fazer com que ela o amasse. –E vou estar sempre aqui por você.

OLIVER

Dias atuais...

–Pai. –sua voz sai baixinha em meio ao choro dele, sinto suas mãos pequenas em minhas costas enquanto eu o abraço com todo cuidado. Connor se afasta com os olhos brilhando e abaixa meu capuz, vejo o maior sorriso do mundo surgir em seu rosto e não posso evitar de sorrir da mesma forma. –Uau! –exclama impressionado.

–Mas você já sabia, não? –pergunto de brincadeira tirando a máscara que fica pendurada em meu pescoço.

–É, mas ver de perto é muito mais maneiro. –dou risada e escuto a da Felicity ao nosso lado, que a esse ponto eu não sabia se ela sorria ou chorava.

–Tem só mais uma coisa...

–Eu sei do lance de guardar seu segredo pai. –me interrompe tocando meu ombro. –Não vou contar para ninguém que sou filho de herói. –promete com tanta seriedade que chega a ser cômico.

–E não é só isso amor. –Felicity começa a dizer se sentando ao lado dele que a olha atentamente. –Ninguém sabe que seu pai está vivo, e por enquanto, ninguém pode saber. Consegue guardar esse segredo? –pergunta a ele sorrindo. Connor balança a cabeça afirmando e volta a me olhar ainda impressionado.

–Mas e se eu não conseguisse pai? –a expressão de seu rosto é estranha.

–Acha que não consegue?

–Não, eu consigo. –dá de ombros. -Só estou curioso, o que você faz com as pessoas que não guardam seu segredo.

Felicity engasga surpresa, eu engulo em seco antes de ajudá-la, pensando em alguma forma de responder isso. Connor permanece sentado com seus olhos cheios de inocência sobre nós, ainda esperando por uma resposta. Felicity respira fundo se recompondo.

–Eu sou um gênio da informática Connor, e trabalho com seu pai. –começa a dizer olhando para mim com o rosto tenso. –Você se lembra daquele filme MIB? –O garoto concorda. –Eu tenho um desmemoriador daquele na bolsa, e seu pai também anda com um. –começa a improvisar em seu jeito atrapalhado, e eu preciso prender o riso, pois meu desmemoriador se chama direito e esquerdo, com o sobrenome punho. –Nós colocamos os óculos escuros e pedimos a pessoa para olhar para ele. E bum! –faz a explosão com as mãos e Connor se assusta antes de sorri da careta dela. –A pessoa não se lembram de mais nada.

–Uau! –ele a olha boquiaberto, e de repente, eu ser o Arqueiro não é a coisa mais legal no quarto, mais uma vez ele olha para Felicity como se ela fosse a coisa mais incrível do o mundo. E o que ela contou nem é a verdade.

Mas eu me sentia orgulhoso dos dois, e da parceria entre eles. Não me importo de perder para Felicity. Eu tiro minha aljava das costas a colocando em um canto, e nos sentamos Felicity e eu na cama com as costas apoiadas na parede e puxamos Connor para nosso meio. Ele segura minha mão com força, como se temesse que eu desaparecesse mais uma vez, e olho para o outro lado vendo sua outra mãozinha segurando a mão de Felicity da mesma forma. Ela acaricia seus cabelos vendo os olhos do garoto se fecharem aos poucos, e sua cabeça tomba para meu colo à medida que o sono chega. Percebo que esse é o melhor momento da minha vida, enquanto eu velo o sono do meu garoto, ao lado da mulher que amo.

–Acho que ele dormiu. –falo depois de uns vinte minutos.

–Dormiu a muito tempo. –dá de ombros. –Mas é tão lindo que não dá vontade de parar de olhar. –pensa alto me fazendo sorrir. –Okay... Vamos deitar ele direito, ou o pobrezinho vai acordar todo dolorido.

–Você tem se saído bem em tudo isso Felicity. –digo a ela cheio de gratidão na voz.

–Sandra me ajudou muito. –sussurra se levantando e eu pego Connor com cuidado o deitando direito na cama. –Steve, Thea, e até mesmo Roy. –conta tentando minimizar seu crédito. –E Connor é o melhor garoto que já conheci. –eu o cubro dando um beijo na alto de sua cabeça. Felicity se abaixa fazendo o mesmo. –Bons sonhos meu anjinho. –sussurra em seu ouvido antes de se afastar.

Pego meu arco e aljava do chão antese de sairmos em silencio do quarto, ando a seu lado, apenas sentindo o cheiro de nossa casa, misturado a falta que eu sentia de tudo isso. Entramos em nosso quarto e a vejo tirar o casaco branco que usava, e jogá-lo sobre a poltrona. Vou em sua direção a ajudando a tirar o restante de sua roupa, e ela faz o mesmo com meu uniforme.

–MIB sério? –não consigo conter a pergunta que estava em minha mente.

–O que queria dizer a ele? Que temos os irmãos?

–Que irmãos amor? –pergunto já segurando o riso.

–O arco e a aljava. –aponta para os objetos no canto do quarto.

–Não os uso sempre, só quando preciso de informação, quando quero dar fim a al... –Felicity me silencia com um beijo. –Muita informação? –questiono com os lábios nos dela que confirma balançando a cabeça.

–A viagem foi cansativa? –pergunta com ar inocente quando se afasta e eu sorrio com malicia para ela em resposta.

–Nunca vou estar cansado para você. –a tomo em meus braços a carregando para nossa cama.

Depois que fazemos amor, nos deitamos exaustos lado a lado eu percebo que ainda preciso acertar mais uma coisa. –Felicity?

–Oi. –se vira em minha direção quase me fazendo esquecer o que queria quando vejo seus olhos azuis me fitarem encantados.

–Vou contar a Thea, vou dizer a ela que estou vivo e que eu sou o Arqueiro. –conto e ela apenas balança a cabeça.

–Pensei que faria isso. –respira fundo e parece que algo nessa história a incomoda.

–O que foi? –passo a mão em seu rosto afastando o cabelo de sua face.

–Só tenho medo que ela conte ao Merlin que você está vivo. –Felicity estremece, e pela primeira vez percebo a dor enorme que ela vem contendo durante todo esse tempo.

–Esses meses foram um saco para você, não foram? –minha voz é cheia de pesar, e vejo ela forçar um sorriso triste afim de amenizar o que passou.

–Só não posso... –uma lágrima escorre por seus olhos. –Não consigo, te perder mais uma vez Oliver.

–Hey! –a puxo para meus braços a segurando com firmeza. –Isso não vai acontecer, não vou a lugar algum. –sussurro acariciando seus cabelos.

–Você é um herói. –ela se afasta sorrindo com tristeza. –Connor me disse, no primeiro dia que ele realmente acreditou que você estava morto, uma coisa que me marcou.

–O que?

–Heróis precisam cuidar do mundo todo, por isso nem sempre cumprem as promessas as pessoas que eles amam. Bom, não foram com essas palavras, mas a idéia era essa.

–Esse garoto é esperto. –falo mais para mim mesmo do que para ela, que concorda se acomodando mais uma vez em meus braços. –Eu preciso tentar com Thea. –sussurro em seu ouvido.

–Eu sei, só me promete que vai deixar que todos te ajudem nisso.

–Não pretendo fazer mais nada sozinho. –respondo e ela se afasta mais uma vez para me olhar, só que agora com um sorriso de pura satisfação no rosto.

–Finalmente! –sussurra e eu sorrio para ela.


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Notas finais do capítulo

Comentem, me digam o que acharam okay?
Bjs