O anjo e o demonio escrita por Lu Rosa


Capítulo 13
Almas juntas




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Ângela não se virou para ver se David a seguia. A vontade que ela tinha era de bater a porta na cara dele. As vibrações fluíam dela fazendo as cortinas da sala balançar. A televisão da sala ligou-se sozinha.

– Ei, será que você pode avisar a Maggie que eu já cheguei? – perguntou David.

Ele recebeu um sim meio abafado e sentou-se no sofá. David sorriu ao lembrar-se da expressão raivosa dela. O colo e o rosto ficavam vermelhos e seus olhos violetas lançavam chispas. Mas ele ficou sério repentinamente ao lembrar-se da conversa que tivera mais cedo com Solomon.

“- David, que surpresa você me ligar!” – Solomon disse assim que atendeu ao telefone.

“- Solomon, eu tinha que falar com você. E você vai me dizer a verdade, nem que eu tenha que ir até ai para arrancá-la de você” – ele já foi dizendo sem rodeios. A noite mal dormida e a meia garrafa de uísque que ele tomara contribuíram para o mau humor matinal.

“- David! O que aconteceu, meu amigo?”

“- Por que nunca me disseram a verdade sobre meus pais?” – ele perguntou.

O silencio do outro lado da linha lhe mostrou que Solomon sabia do que ele estava falando.

“- David... Você tem certeza de que quer falar disso à meia noite?” “Você esqueceu-se do fuso horário, meu jovem?”

“- Solomon, eu sei do fuso horário. Mas eu não consegui dormir, não consigo pensar com clareza. Por favor, me desculpe.”

“- Tudo bem. Eu estava terminando algumas provas da sua turma. As notas caíram. Acho que as alunas perderam o incentivo... Mas quanto à sua pergunta... Quem lhe falou sobre seus pais?”

“- Ormonde.” – David respondeu secamente.

“- Oh.” – Solomon emitiu um som de espanto. – “Não pensei que ele fosse lembrar-se de você.”

“- É. Ele me contou uma história sobre um casal e um garotinho de olhos azuis.”

“- É tudo verdade, David. Sinto muito.” “Foi depois disso que sua mãe se mudou para o Instituto. Eu insisti que ela viesse.”

“- Por isso eu só conheci os meus avós na adolescência.”

“- Sua mãe temia por você e por ela. Mas o alvo era você. Ormonde suga o sangue de crianças por que a energia vital é maior.”

“- Quanto mais eu sei sobre esse demônio, mais vontade eu tenho de acabar com ele. Meu Deus! Crianças!”

“- Por isso é primordial livrar a Terra de tal criatura. David, mas não deixe que seus sentimentos influenciem. Deve tomar muito cuidado com ele. Muitos mais experientes já perderam a vida o combatendo e eu gosto muito de você e do Nigel para perdê-los.”

“- Não se preocupe. Vou tomar muito cuidado com Ormonde. Até porque eu descobri aqui que eu tenho algo muito valioso a perder. Não vou dar chance a ele. Boa noite, Solomon.”

David desligou antes que Solomon pudesse perguntar o que poderia ser tão valioso que ele temesse perder.

Um quebrar de louça e choro de criança despertou David de seus pensamentos. Ele correu pela escada até chegar a um dos quartos. Dois meninos estavam parados ao lado de Margaret. A culpa estampava-se em seus rostinhos. A velha senhora estava recolhendo os cacos de vidro do chão e os colocando numa bandeja.

– Maggie, o que aconteceu? – perguntou ele abaixando-se e a ajudando. Ângela tentava acalmar o pequeno Sean.

– Esses mocinhos pregaram uma peça na velhinha aqui. Achei que eles não estavam no quarto. Então os dois saltaram de trás das portas e me assustaram. Bem, faz um bom par de anos que eu não sou assustada por crianças. Então, quem se assustou foram eles, por que larguei a bandeja com o café deles. Agora crianças, vão ter que tomar o café na cozinha. Vamos, vamos – comandou. Ela voltou-se para o casal que a observava, aturdidos.

– Bem, vocês devem ter percebido que eu estou bem atarefada com meus novos anjinhos. Então David, eu não vou poder ir com você até a Torre. Mas – ela tirou uma chave imensa do bolso. – A chave está aqui e a Dougherty também. Bom passeio. – Maggie entregou a chave a Ângela e correu atrás dos garotos.

David e Ângela olharam um para o outro e para a chave.

– Eu... Eu não posso! – ela entregou a chave a ele e entrou em seu quarto. Calmamente, ele bateu na porta.

– Ângela. Ângela. Abra a porta, por favor.

Ele aguardou e a porta se abriu. Ângela estava perto da janela. O perfil era iluminado pelo sol matinal e David engoliu em seco ao ver o corpo delineado pela janela francesa e ser tomado pelo desejo por ela.

– Ângela, é só uma Torre. Por que tem tanto medo. – ele a segurou pelos ombros, forçando-a gentilmente a virar-se para ele.

– Eu não sei. É um terror imenso. Você me acha louca? – os olhos violetas dela estavam escuros de medo.

Ele abraçou Ângela balançando-a como se ela fosse um bebê.

– Não. Nossos medos existem para nos tornar corajosos. Mas isso somente se os enfrentarmos. – Ele a afastou um pouco para olhar nos olhos dela.

– E então? Um lindo dia começa. Por que não fazer dele o primeiro dia do enfrentamento de seu medo? Eu ajudarei você. – O sorriso encorajador era imenso.

Ângela suspirou fundo.

– Está bem. Estou em suas mãos, professor.

***

– Então sua amiga desapareceu como Reston? – David perguntou enquanto guiava o carro que finalmente resolvera funcionar.

– Sim. O carro dela foi encontrado com todos os pertences. – ela olhou pelo vidro do carro. Seus olhos ardiam com vontade de chorar. – Susan e eu crescemos juntas. Sou madrinha de batismo de um dos filhos dela. Se ela estava com problemas por que não me disse? Estou com uma sensação de que algo terrível aconteceu com ela.

David preferiu não comentar. Já tinha uma idéia do que acontecera com Joseph Reston e Susan Colllins. E os outros casos de desaparecimento que vira no jornal aquela manhã.

– Olhe lá! Chegamos. – David disse animado.

Ângela viu apreensiva a Torre se aproximar cada vez mais. Seu coração foi acelerando as batidas. Era como se ela soubesse de algo que não podia dizer.

– Toda essa área pertencia ao castelo. – ela esclareceu, saindo do carro. – Vê? A Torre é a única construção ainda inteira. Mas o chefe do clã tinha sido previdente. Nossos tesouros foram escondidos lá. – ela apontou uma caverna – A chamam de Béal an diabhal ou Boca do Diabo. Existe um fosso de dez metros. Toda a fortuna do clã tinha sido escondida lá. Com a orientação do Padre Patrick e do administrador do clã que sobrevivera também ao ataque, Moira ordenou a retirada gradativa dos tesouros. Depois do incêndio, o clã, quer dizer Moira Dougherty, se mudou para onde hoje é a nossa casa. Era uma casa rústica, mas confortável. Com o passar dos anos, foram feitas as mudanças até transformá-la no que ela é hoje.

– Mas a Torre continuou intacta. – constatou David pegando a câmera fotográfica.

– Sim. E isso faz dela fonte de muitas lendas. As pessoas dizem que ela se mantém de pé por magia. Um sortilégio lançado pela filha do chefe do clã no dia da tragédia. Mas quem pode afirmar com certeza? Não existem documentos comprobatórios disso. Nenhum relato de testemunha. Nada. Então...

– Então vamos descobrir se as lendas são verdadeiras. – ele trancou o carro e caminharam até a entrada da Torre.

David observou que o lugar era ermo demais. Somente um carvalho frondoso era testemunha do caminhar deles. O carvalho e as borboletas que revoavam entre as flores.

Ângela e David chegaram até a porta da Torre. Ele entregou a chave a ela.

– Minha senhora. Faça as honras. – com um floreio ele entregou a chave a ela.

– Obrigado meu senhor. – a jovem curvou-se numa reverencia, entrando na brincadeira.

Mas quando ela colocou a chave na fechadura e abriu a porta, uma lufada de vento sacudiu os cabelos dela.

– Provavelmente o ar que entra pelas flecheiras. Vamos. – David começou a subir os degraus.

– Eu não vou entrar aí. – ela disse da porta.

David parou de subir os degraus e voltou-se para ela.

– Por quê?

– Eu não gosto desse lugar. – Ângela entregou a chave para David. – Quando você terminar de tirar suas fotos, encontre-me no carro. – ela começou a caminhar em direção ao automóvel.

David desceu os degraus e correu até Ângela.

– Ângela, - ele posicionou-se de frente a ela. – não acredito que você está com medo.

– Eu não estou com medo. – ela disse irritada. – Mas eu não sou obrigada a ir.

– Tenho certeza de que você vai gostar da vista lá de cima. Ora, vamos... – David inclinou a cabeça para o lado. Ângela pensou ter visto ele fazer um biquinho com os lábios...

Ela balançou a cabeça, inconformada.

– Você aprendeu direitinho com ela, não é?

Ele sorriu.

– Sua avó é uma mulher muito sábia. Tenho muito que aprender com ela ainda. – David estendeu a mão para a jovem e eles correram em direção à Torre.

Mas na porta, ela ainda resistiu um pouco. Era como se algo a impedisse de subir os degraus gastos pelo tempo. David apertou levemente sua mão dando-lhe apoio junto com um sorriso encorajador. Ainda de mãos dadas e ele com uma lanterna, pois apesar de ser dia, interior da Torre era escuro.

Degrau após degrau eles foram subindo. Ângela caminhava com os olhos fechados como se temesse ver algo. David sentia seu coração bater furiosamente a cada degrau.

Quando eles chegaram ao último degrau, Ângela sentiu no rosto os raios do sol e então abriu os olhos. Ela se maravilhou com a paisagem. Do lado esquerdo onde eles estavam via-se a caverna chamada de Béal an diabhal ou Boca do Diabo por causa das formações da entrada que lembravam dentes.

– Eu não sabia... É tão lindo aqui... – ela olhou para David. – Obrigada por ter insistido comigo para que eu subisse. Eu nunca teria visto essa maravilha.

– Você nunca teve a curiosidade de vir? – David olhava para a paisagem, tão maravilhado quanto ela. Ele bateu algumas fotos da paisagem e também da caverna imaginando que ali seria um bom esconderijo.

– Eu sempre via a Torre da janela do meu quarto, ela sempre me pareceu tão sombria. Acho que era por causa das histórias que eu ouvia desde criança.

– Historias que podem ser verdade. – ele abaixou-se um pouco antes da amurada, quase no meio da Torre. – Olhe isso aqui.

Ângela caminhou até onde ele estava e abaixou-se também.

– Isso não é desgaste do tempo. Isso foi causado pela lâmina de uma espada. – ele bateu mais algumas fotos.

Ela passou o dedo sobre o sulco na pedra bruta. Era uma linha curva. Ela sentiu um suor escorrendo pelas suas costas ao perceber que a marca era quase idêntica ao sinal que ela tinha nas costas.

– Se Ormonde atingiu o casal aqui, foi preciso muita força. Um homem comum, mesmo um guerreiro, não conseguiria transpassar dois corpos e ainda causar essa marca em pedra bruta – Ângela olhou para David – Mas uma prova que só são histórias.

– Mas Ormonde não era um homem comum. – David olhou seriamente para ela e eles se levantaram. – Ângela, o que eu vou lhe contar somente três pessoas aqui em Raphoe sabem e uma delas está olhando para você agora. Ormonde não era humano. Ele era um vampiro.

Ângela ficou olhando para ele como se estivesse esperando algo do tipo “É primeiro de abril!” ou “Peguei você!”. Então ela começou a rir.

Inicialmente, David ficou olhando ela se contorcer de tanto rir. Depois ele segurou nos ombros dela forçando-a olhar para ele.

– Isso é muito sério, Ângela. A Besta de Donegal era um vampiro, e ainda o é.

– Ah, vamos David. Você quer que eu acredite que um bandido que existia no final do século 17 era um vampiro que ainda está vivo?

– Sim. - ele acenou com a cabeça.

– Não. - ela balançou a cabeça, negando. – Essas coisas não existem.

– Eu pertenço a um Instituto que investiga aparições de seres sobrenaturais. E eu posso dizer a você: Essas coisas existem sim. E caminham entre nós.

– Ah! Agora você vai me dizer que Ormonde está caminhando entre nós.

– Você não poderia ter dito melhor, Ângela. Caminhando aqui entre nós.

Ângela ficou calada olhando para a campina, pensando no que ele dissera.

– Quem é? – ela virou-se para ele

Ele a olhou surpreendido.

– Quem é?

– Quem ele é. Você disse caminhando aqui entre nós. Então ele está aqui. Nesta cidade. – ela calou-se por um minuto. – Então é por isso... Por isso você veio. Por ele. Pelo vampiro. Não tem livro nenhum, não é?

– Não. – David admitiu. – Eu só usei o fato de ser um historiador pra dizer que estava escrevendo um livro. Mas na verdade eu vim por que vi uma reportagem sobre a empresa da sua família.

– E?

– E reconheci o seu novo diretor financeiro. Ele é Ormonde. A Besta de Donegal.

– O senhor Cartwright? Não acredito!

– Pode acreditar, Ângela. Muitos se deixaram levar pela camada social e boa aparência que ele apresenta. Dão-se conta do erro muito tarde, infelizmente.

– Não por isso. Eu não me senti à vontade com ele desde o primeiro momento. Mas assim, andando entre as pessoas... Não posso acreditar. Quando se fala em vampiros, a primeira coisa que vem à minha cabeça é castelos escuros, caixões, o que você vê nos filmes e histórias de terror.

David deu uma risada sem humor.

– Os tempos mudam... Hoje um vampiro pode ser quem ele quiser. Até um rock star.

– E ele... O senhor Cartwright... Está envolvido com aqueles desaparecimentos? – ela perguntou em voz baixa.

.- Possivelmente. Eu teria que investigar mais. Mas tenho quase certeza que sim.

Ela se encaminhou para os degraus

– Eu tenho que avisar ao Neil. Ele está procurando um possível sequestrador. Se ele continuar investigando, poderá bater de frente com essa criatura.

– O delegado é tão bom assim? – David perguntou

– Neil? Era o melhor investigador da policia de Donegal. Mas ele apenas lidava com humanos, não com vampiros.

Eles começaram a descer os degraus em direção á saída. Quando David e Ângela chegaram ao carro, ele a impediu de abrir a porta.

– O que foi? – perguntou ela.

– Ângela, há dois motivos pelos quais eu contei a verdade a você. – ele respirou fundo. – O primeiro é que, em outro momento da minha vida, eu jurei livrar a humanidade desse monstro. Foi o juramento de um jovem idealista quando estava debruçado sobre o corpo de seu mentor que ele considerava um pai.

Ela olhou para ele, imaginando quanta dor aqueles olhos azuis carregavam.

– E o segundo?

– O segundo motivo é esse... – ele aproximou-se colando seus lábios aos dela.

Ângela espalmou as mãos no peito largo enquanto David a segurava pela cintura puxando o corpo da moça contra o seu. Uma sensação de reencontro tomou conta dos dois. Enquanto beijavam-se, as mãos de ambos corriam pelas costas, braços, rosto, cabelos. Descobrindo-se. Reconhecendo-se.

Eles separaram-se e ficaram se olhando. Um sorriso brincava nos lábios de ambos ainda surpresos com a intensidade do que os atingia. Ângela deu uma risada feliz, quando David, sem aviso, suspendeu-a nos braços e rodopiou com ela como um casal de adolescentes.

Ele parou de rodar e a desceu, mas manteve as mãos na cintura dela.

– Oh, David. – Ângela espalmou as mãos no peito dele, sentindo as batidas do seu coração – como isso pode acontecer assim tão rapidamente?

– Você mais do ninguém deveria saber, querida.

– Acha mesmo que minha avó está certa? Que já nos encontramos em outras vidas e agora nos reencontramos?

– Eu não acredito cegamente em reencarnação. Mas sei que eu sinto como se toda a minha vida tivesse procurado você. Como se meu corpo estivesse pela metade e agora estivesse inteiro novamente com a união de nossas almas.

– “Corpos separados, almas juntas” eram as palavras que eu ouvia no meu sonho.

– Como era esse sonho? – perguntou ele pegando na mão dela para voltarem ao carro.

– Bem, eu ouvia sons de batalha, trovões e raios. Vestindo um vestido branco eu subia os degraus daquela torre – apontou para a Torre Dougherty – e já tinha visto minha família toda ser morta, então eu subi na Torre para me matar. Eu estava prestes a me jogar quando um homem subiu as escadas. Seu rosto era difuso, mas ele gritava meu nome. Era o meu grande amor. Ele carregava uma espada, mas me abraçou quando eu me joguei em seus braços. Ele estava muito ferido, mas ainda sim seu abraço era quente e forte. Então, a Besta de Donegal chegou. Eles lutaram e o meu amor perdeu. No momento em que a Besta iria desferir seu golpe mortal, eu me joguei em cima do corpo do meu amor e morri com ele. Antes de morrer, eu recitei algumas palavras. Só me lembro da frase “Corpos separados, almas juntas”.

– Eu acho que sei quem era ele. Apesar de não acreditar. Eu era o primeiro homem. Eu sei, por que eu tive o mesmo sonho, mas não chegava a lutar com a Besta de Donegal. Mas você estava lá e era o seu nome que eu gritava, meu amor.

– Oh David. Então estávamos destinados desde sempre. – ela encostou a cabeça no peito dele.

– Morrendo e renascendo para nos achar. – ele disse a ela

– “Procurarei e procurada serei”. – Ângela declarou.

David pegou o rosto dela entre as mãos vendo como os olhos dela se iluminavam ao fitar os dele.

– E nunca mais vamos nos perder. Vamos, temos muito que fazer. Ormonde está ai fora, à espreita. E ele não irá mais fazer nenhuma vitima, eu prometo a você.

Eles voltaram ao carro e Ângela deteve-se para olhar a Torre mais uma vez.

– Ângela?

– Eu apenas a olhava. Ela não é mais um símbolo de desgraça para mim. Agora eu sei que ela é um símbolo do amor. Do bem contra o mal.

Mais tranqüila, ela entrou no carro e os dois voltaram para a cidade.


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