Destinazione escrita por Nancy


Capítulo 15
Armadilhas


Notas iniciais do capítulo

Eu sempre dou uma olhadinha na data em que a fic foi atualizada pela última vez e olha... que vergonha. Mas tamo aí.
Peço desculpas pelo abandono descarado.
Leiam a historinha linda e no final Charlie fala com vocês.



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Semanas intensas se seguiram após o reencontro de Maya e Ezio. Após o ataque público aos Bórgia, se aproximar deles não era nada fácil, a segurança era reforçada e embora os guardas não fossem páreo para os assassinos, a chance se conseguir sucesso em uma nova emboscada era quase nula.

O ódio de Maya pela invasão de Césare em seu país não havia abrandado com o passar das semanas, pelo contrário, o fato do Bórgia se esconder em seu castelo como um rato em uma toca a irritava ainda mais.

Embora Maya fosse – por vezes – impulsiva, ela havia concordado com Ezio que o caso com Maquiavel e as cartas devia ficar apenas entre eles e La Volpe, uma vez ele sendo uma grande figura para a Ordem, seria arriscado entrega-lo sem ter provas de que não possuía seguidores dentro da guilda.

A ordem crescera de forma incrível, com novos recrutas e aliados, cada assassino fazia o melhor que podia para trazer informações e ainda mais pessoas para a causa. A movimentação dos assassinos começava a ser notada em toda a Itália e novamente o nome “Auditore” podia ser ouvido em sussurros ao vento. Mas a passo que a irmandade crescia, os Bórgia também reuniam forças, afinal o embate seguinte não seria fácil para nenhum dos lados, mas eles contavam com a vantagem de que os assassinos buscavam o confronto, eles não. E embora o plano A fosse jamais entrar em confronto direto com um exército, a cada dia aquilo se provava menos eficaz, uma vez que quanto mais tempo se passava, menos informação era coletada, pois cada brecha era coberta, cada janela permanecia fechada e não havia nada que os assassinos pudessem fazer sem que entrassem em algum combate.

Após algumas semanas nessa situação que Maya classificava como “brincadeira de gato e rato”, uma guerra fria se instaurou pela capital, novos recrutas da ordem apareciam mortos ou simplesmente não apareciam nunca mais, o que deixava Ezio, La Volpe e Maya se perguntando se haviam sido comprados ou se seus corpos estavam murchando em algum lugar onde jamais seriam encontrados.

Finalmente depois de semanas brincando de gato e rato, reunindo informações, sempre trabalhando com base em boatos e coisas que ouviam de terceiros, o conselho decidiu que era hora de se mover e colocar um fim no reinado tirânico dos Bórgia, mas falar era fácil comparado com a magnitude do que estava por vir.

x

Na madrugada daquela terça-feira nublada e fria, estava marcada a data do ataque ao castelo onde Césare estava havia semanas, naquele mesmo dia – corria o boato – uma caravana chegaria com suprimentos para o castelo, o que dava aos assassinos a oportunidade perfeita para se infiltrar e expulsar os ratos da toca. Porém, todos sabiam que Césare jamais sairia em campo para uma batalha, não fosse ela planejada por ele mesmo assim como a luta em Monteriggioni. Por esse motivo Maya havia pedido para que fosse ela a se infiltrar nos aposentos dele enquanto os assassinos chamavam a atenção na porta da frente. Quando a luta esquentasse, Ezio entraria com outro grupo para dar suporte e então La Volpe e seus ladrões entrariam no castelo para destruir o que pudessem e roubarem o que fosse de mais importante, como documentos e suprimentos.

Apesar da resistência maior dos guardas mais bem treinados, os assassinos conseguiram interceptar o comboio antes que ele se aproximasse do castelo. Vestidos com as roupas dos guardas e devidamente indicados como os soldados dos Bórgia, os assassinos adentaram o primeiro portão qual era fortemente vigiado por guardas maiores e mais fortes dos que eles estavam costumados a enfrentar. Logo o comboio foi direcionado para uma área grande ao lado do portão principal pelo qual haviam adentrado o castelo, aquela era uma inspeção rotineira, pela qual qualquer um que passasse pelos portões era submetido. A intenção não era lutar ali, afinal a missão daquele primeiro grupo era a infiltração no castelo para dar apoio caso Maya precisasse e chamar a atenção dos guardas do lado de fora para que assim o próximo grupo não tivesse problemas em passar pelo portão.

— Alto! – Um dos soldados ergueu a mão para que a primeira carroça estacasse onde estava. O assassino que a escoltava se aproximou do homem que exibia a insígnia de capitão no uniforme e se apresentou formalmente, copiando a forma como os soldados dos Bórgia eram instruídos a fazer. Com um aceno de cabeça o homem ordenou que os demais soldados se afastassem de seus postos para que a revista fosse feita sem interferências. Apesar de tensos, os assassinos mantiveram-se sob o disfarce o tempo inteiro, o plano era impecável e foi executado com maestria pelos recrutas nos quais Ezio havia confiado tão prontamente. O que não podia ser subestimado era o estado de loucura de Césare Bórgia.

Um a um os assassinos disfarçados foram degolados sem ter a chance de se defender. O pouco tempo de treinamento não lhes dera a habilidade necessária para escapar de uma emboscada daquelas. Não houve gritos ou espalhafato que denunciasse o que estava acontecendo do lado de dentro. Os telhados das casas ao redor estavam vazios, sem nenhum aliado que visse aquela tragédia. O episódio que ficou conhecido como “manhã sangrenta” pela ordem italiana, foi rápida e silenciosa, de modo que o plano continuou a correr sem que ninguém desconfiasse. Para os assassinos - ainda do lado de fora esperando o sinal para atacar - tudo estava correndo bem.

 

Maya escorregou pelos esgotos silenciosamente, sempre se aproveitando de seu tamanho para se esconder atrás de colunas ou em lugares de pouca luz. Até mesmo ali embaixo havia ronda de guardas e embora o número fosse muito reduzido, ela precisava tomar cuidado, pois qualquer passo fora da linha e semanas inteiras de planejamento seriam jogadas fora e ela não podia se dar ao luxo de acabar com a emboscada como fizera nas ruas de Roma ao se precipitar para matar Césare.

  Chegar aos aposentos do Duque de Valentinois não foi tarefa fácil, além de aproveitar das sombras que o nascer do sol proporcionava, Maya teve de lidar com alguns guardas que não deixavam seus postos por nada. Matando silenciosamente e se esgueirando por passagens sem luz, ela finalmente chegou à torre onde Césare se enclausurava. O aposento era grande e luxuoso, uma enorme cama ficava no centro do cômodo redondo, protegida por cortinas de veludo vermelho que permaneciam abertas, as grandes janelas de vidro estavam fechadas, preservando o calor dentro das paredes, mas iluminando o ambiente com pouca luz antes que o grande astro se erguesse além as montanhas. Na cama, coberto por uma manta tão luxuosa quanto o resto do aposento, deitava-se o Duque. Maya se aproximou lentamente sem produzir um ruído sequer, nem mesmo sua respiração podia ser ouvida. Armada com sua lâmina oculta no bracelete, ela chegou perto das cortinas sem ser notada, observou Césare respirar tranquilamente, crente de que ali nada poderia machuca-lo.

“Mal esperas pela surpresa. ” Foi o que Maya pensou ao ativar a lâmina de seu bracelete. Mas Césare não era burro, tampouco inconsequente. Ele sabia com quem estava lidando e não teria vivido tanto tempo caso fosse descuidado. Aquela era a mais ardilosa das cobras.

O “corpo” do Duque desapareceu como um holograma falhado. Maya já havia presenciado isso em seus sonhos, quando as pessoas se “desfaziam” no ar, mas ela demorou alguns segundos para entender o que estava acontecendo. Estava tão certa de que daria um fim naquela situação, que não imaginou qualquer reação.

— Parece um abutre correndo para pegar a carne ainda fresca. – A voz de Césare ecoou do corredor, onde um homem de cabelos pretos usava a porta como escoro. Nas mãos ele segurava um objeto redondo e dourado qual Maya pôs os olhos imediatamente, desviando o olhar da cama e fixando os orbes verdes em seu alvo. Mentalmente ela se culpava por ser inocente e precipitada, seu sentimentalismo a cegava e cedo ou tarde ela sofreria por isso. – Você é patética, princesa. – A voz do Bórgia parecia vir de mais de um lugar, como se ele estivesse presente em todos os cantos do cômodo. – Veja só no que se meteu. Devia ter ficado em casa, assim me pouparia de muitos trabalhos, dentre eles o de te matar.

Maya avançou com fúria crescente na direção do Duque, que simplesmente desapareceu novamente para então reaparecer ao lado da cama. O ódio era visível no rosto da escocesa.

— Vai ficar surpreso com o modo como tudo pode acabar, Bórgia. – Ela cuspiu as palavras com raiva. Um sorriso malicioso cresceu nos lábios de seu oponente, despertando-lhe ainda mais ódio.

— Vou? Por que princesa? Acha que eu não posso te matar? – Ele riu fanaticamente, analisando o artefato brilhante em sua mão. A expressão inconsciente de Maya a entregou, pois logo ela percebeu o motivo de Césare saber do que a Maçã era capaz. A risada psicótica ecoava de todos os cantos e dessa vez a assassina não se precipitou para ataca-lo, pela primeira vez em anos ela sentiu medo, não por sua vida, mas pelo que ele seria capaz de fazer se ela não o matasse. Quanta informação ele possuía? Ele havia conseguido descobrir algum tipo de arma que podia feri-la, estava blefando ou era como ela?

Um segundo de incerteza.

Um segundo em que sua concentração falhou.

Maya foi atingida pelas costas por um chute covarde que a jogou no chão. Ela ergueu-se em seguida, os lábios sangrando e a espada já em punho, pronta para apunhalar Césare, mas ao invés do Duque, esfaqueou um dos guardas pessoais dele, quem a havia chutado. Logo em seguida então veio a dor lancinante no abdome, o gosto de sangue na boca... A voz ficou presa na garganta, engasgada com o próprio sangue, cega com as lágrimas. Confusa e sozinha, Maya encontrou o chão frio de pedra dos aposentos de Césare e a última coisa que viu foi seu rosto com a expressão triunfante, os lábios se moverem para declarar o que seria, para ela, suas últimas palavras:

— Eu vou tirar tudo de você e ninguém vai me impedir, “Imortal.”.


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Notas finais do capítulo

WHAAAAATAFUCK CHARLIE????
Yep, I love you too reader.
Bem, segue-se aquela desculpa de sempre: estou trabalhando feito camela e não tenho tempo para postar, por isso estou aproveitando para postar hoje já que estou no meu último dia de férias coletivas.
Não se preocupe, já estou escrevendo o outro, ainda hoje eu posto e no final da noite posto um terceiro.
Mamãe ama vocês.



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