Convergente II escrita por Juliane


Capítulo 30
Ela




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A noite que se seguiu foi longa, não consegui dormir direito, apenas por breves espaços de tempo. Sempre que caía no sono despertava assustada e ofegante por pesadelos monstruosos. Em muitos deles me vi assassinando as pessoas que mais amo. Em outras tive a oportunidade de vê-los sendo queimados vivos sob o comando de uma figura imponente coberta com um manto negro, o rosto, era apenas uma sombra escondida sob o capuz, seu andar era quase que flutuante o que lhe conferia um aspecto fantasmagórico. Enquanto assistia os corpos de meus pais, Tobias, Caleb e Christina ardendo em chamas a multidão que circundava a fogueira entoava uma canção formada apenas por gemidos e grunhidos, o que deixava a cena ainda mais aterrorizante.

Banhada de suor, dessa vez eu acordei com meus próprios gritos. E por fim resolvi que no que resta desta noite me manterei acordada. Levantei tomei banho e segui com meu ritual de higiene pessoal. Olhei pela janela e vi que o dia ainda não estava se anunciando então troquei as roupas de cama. Estiquei os lençóis umas dez vezes, a cada ruga que encontrava me dedicava a repetir a tarefa, como se esta fosse capaz de apressar o relógio, mas ao contrário, tive a impressão de que os minutos se arrastavam e a cada hora parecia simplesmente uma eternidade. Sentada na poltrona de frente para a janela na expectativa de ver o sol despontando no céu eu me perdi em pensamentos escovando meus cabelos.

Pouco antes do quarto ser invadido pela luz matutina ouço batidas suaves na porta ao que respondo sem me levantar.

_ Entre. - Então as porta abre com um ruído quase imperceptível e Enrico surge com os olhos ainda vermelhos e marcas de travesseiro no rosto.

_ Bom dia Tris! Pensei que fosse te tirar da cama. - Ele diz meio que surpreendido por eu estar acordada, vestida com a cama bem arrumada, ou seja estou de pé há bastante tempo.

_ Na verdade não foi uma noite muito boa para mim. - Digo.

_ Pesadelos? - Ele pergunta e parece compadecido, talvez esse, não seja um mal exclusivamente destinado a mim.

_ Sim. Bem ruins.

_ Eu também tenho, todos os dias. Wes já me deu medicação, mas prefiro não tomar. Eu penso que a dor precisa ser sentida. Preciso do sonhos para que eu possa me lembrar a cada manhã qual é meu verdadeiro objetivo aqui. - Ele diz. Imagino que ou ele é muito corajoso ou um maldito louco masoquista.

_ Eu não tomo medicamentos com essa finalidade, mas cogito a possibilidade de tomar, porque me arrastar dos pesadelos para uma realidade que não é nada reconfortante não é muito agradável. Gostaria de ter alguma paz, ainda que ilusória provocada por bons sonhos. - Digo

_ Você é quem sabe, mas eu acho que os pesadelos são parte do que você é, do que você viu e com entorpecentes você apenas evita o inevitável. Você nunca ouviu falar que a dor faz parte do processo de cura?

_ Não acho que essas feridas tenham cura. Por tanto se houver um remédio que amenize, eu quero! - Eu digo, já impaciente com essa conversa de dor que precisa ser sentida.

_ Tudo bem, desculpe. - Ele fala, seus olhos ternos me fitam com condescendência. Talvez ele entenda ao menos um pouco...

_ Então! Muitas novidades? Descobriu alguma coisa ontem a noite? - Ele quer saber.

_Não sei se é novidade para você, mas Wes disse que corre um boato por aí que o General Sparks faz parte do conselho do Presidente e que a neta dele, que também faz parte do conselho, está participando do treinamento militar.

_ Já tinha ouvido as especulações. E algumas histórias a respeito dos pais da neta do Presidente. Dizem que a menina é fruto do relacionamento da filha dele com o antigo líder da rebelião, ela fugiu com ele e foi capturada por uma força tarefa, ele foi morto, mas o presidente a manteve viva porque estava grávida e ele queria um sucessor que fosse sangue do seu sangue, então quando enfim pôde fazer o parto ele ordenou a sua execução. Dizem que desde então ele cria garota com esse propósito.

_ Interessante. Você tem ideia de quem ela possa ser? - Pergunto.

_ Não, não faço ideia de quem ela seja e nem conheço o Presidente, então não há como comparar semelhanças nos traços. - Ele diz balançando a cabeça negativamente.

_ Vou descobrir. E através da sua neta e do General Sparks vou chegar a até ele. - Afirmo convicta.

_ Okay, mas antes de pôr esse seu plano mirabolante em prática que tal tomarmos café? - Ele fala em tom zombeteiro e me irrito profundamente por ser motivo de chacota, mas resolvo que a partir de agora terei que escolher quais batalhas irei lutar e essa definitivamente não vale o esforço.

_ Vamos lá. - Digo enquanto me dirijo à porta sem olhar pra ele.

Fazemos todo o percurso até o restaurante num absoluto silêncio. Quando passamos pelas portas de vidro ele resolve falar.

_ Não quis ofender, vi que você ficou chateada.

_ Tudo bem, não espero que você dê ao meu plano a mesma importância que eu dou, então tudo bem mesmo. - Digo sem emoção alguma, pois a raiva já passou.

_ Não, é sério. Eu não quis menosprezar. Foi mal. - Ele insiste.

_ Já disse que tudo bem!

_ Okay, vamos mudar de assunto então. Depois do café vamos até o centro de comando pra ver se conseguimos encaixar você no curso de piloto e no treinamento militar.

_ Ótimo!

_ Você falou com Wes? - Ele quis saber.

_ Falei, mas não pedi sua permissão, não exatamente.

_ Hum... E como ele reagiu?

_ Acho que não foi tão ruim, ele achou imprudente. Mas quer saber?! Eu não me importo.

_ Okay, por sua conta e risco então.

Tomamos o café em silêncio, estou tão focada no meus objetivos que conversar agora seria uma distração desnecessária. Estamos atravessando as portas de vidro quando Alejandra passa por mim e me dá um jogo de ombros me empurrando contra Enrico. O sangue sobe para o meu rosto na mesma medida que a raiva inflama meu corpo.

_ O que você pensa que está fazendo! - Enrico grita enquanto segura o braço dela.

_ Nada! Essa imbecil que está no meu caminho! - Ela responde num tom de voz ainda mais alto.

A minha vontade agora era de partir pra cima dela com tudo, mas em vez disso respiro fundo, tentando manter a calma.

_ Não fomos devidamente apresentadas, sou Beatrice Prior, mas acho que você já sabe. Então melhor você não ficar no meu caminho, caso contrário as coisas podem ficar interessantes! - Eu digo entredentes num tom de voz baixo e ameaçador enquanto olho profundamente naqueles olhos estreitos e amendoados. Depois que as palavras saem da minha boca eu não me reconheço mais.

Ela solta uma gargalhada que é quase um grunhido e responde com o sarcasmo implícito em cada sílaba:

_ Enrico não deve ter falado sobre mim, mas sou Alejandra, a namorada dele!

_ Namorada?! Você enlouqueceu de vez? - Enrico fala irritado.

_ Agora que ela chegou você vai me desprezar? Já esqueceu das noites que passamos juntos. - Ela fala, mas dessa vez seu olhar inquisitivo passeia de Enrico para mim. Talvez procurando algum sinal de ciúme da minha parte.

_ Alejandra, não seja infantil, as coisas acabaram entre nós muito antes da Tris chegar. - Ele diz.

Definitivamente não quero participar disso, eles que lavem sua roupa suja sozinhos. Então eu simplesmente passo entre eles e saio para o refrescante ar da manhã. Quando já estou há uns 20 metros distante Enrico corre na minha direção e Alejandra o segue. Estou vendo que não vou me livrar fácil dessa garota.

_ Enrico! Você vai ficar correndo atrás dela o tempo todo?! Temos que conversar! - Ela grita enquanto corre atrás dele, literalmente.

Nossa, como isso é humilhante, não me sujeitaria a tal papelão.

_ Me deixa Alejandra! Você não se toca! Não quero nada com você! - Ele responde e eu apresso o passo para me afastar da cena, mas vejo que não vai ser possível.

_ Você não vai se livrar de mim assim tão fácil! - Ela responde e nesse momento eu decidi parar para que eles não sigam para dentro do complexo aumentando ainda mais nossa plateia.

De braço cruzado eu olho para ambos enquanto se aproximam. Quando estão perto o suficiente para que eu não precise gritar eu digo:

_ Alejandra, não existe nada além de amizade entre o Enrico e eu. Vou dizer a você o mesmo que eu disse a ele: Eu amo o Tobias, vou continuar amando, não importa o quão longe estejamos. Então pode ficar tranquila, que de minha parte não há perigo algum. - Eu digo e ela revira os olhos para minha explicação.

Enrico está me olhando descrente e pelo visto muito magoado!

_ Não tem nada a ver com a Tris! Alejandra, eu não quero namorar com você, eu não te amo! Você merece alguém que te goste verdadeiramente! Essa sua obsessão por mim não vai te levar a nada! - Ele se dirige a Alejandra mas olha para mim de forma ressentida.

_ Você falando em obsessão?? Para quem ficava dia e noite na sala de controle olhando para essa daí?! - Ela cospe as palavras como se elas contivessem fel.

_ O que eu faço ou deixo de fazer da minha vida é problema meu! - Ele rebate.

_ Olha só, dá para vocês pararem com essa cena? Está ficando feio, tem gente olhando. - Eu digo enquanto indico com a cabeça as pessoas paradas ao nosso redor.

_ Cena?! Você chega e se mete na nossa vida e eu não tenho direito de reclamar de volta o meu lugar?! - Alejandra diz com a raiva implícita na voz.

_ Seu lugar?! Se você aceitasse a condição de amiga seu lugar estaria garantido! Mas você insiste em complicar as coisas entre nós! Você quem nos afastou! - Ele diz e estou irritada pois estou no meio desse circo, alvo da atenção de todos.

_ Amiga?! Nós dormimos junto! - Ela grita e quem não tinha se dado conta da discussão pára para olhar.

_ Sim! Dormimos juntos! Eu estava me sentindo sozinho! Você se aproveitou da situação! - Ele grita de volta e juro que eu queria desaparecer agora!

_ Não acredito que você está me acusando de me aproveitar da situação! Você é inacreditável! Em momento nenhum você deu a entender que não queria, que estava sendo obrigado! - Ela continua gritando e mais pessoas estão se reunindo a nossa volta.

_ Não disse que você se aproveitou de mim, porque não sou e nem era uma criança inocente! Disse que você se aproveitou da situação! Se eu não estivesse tão triste pela morte dos meus pais não teria deixado as coisas chegar ao ponto que chegaram.

_ Você é inacreditável mesmo! - Ela diz e tenta encenar um sorriso que acaba por parecer mais uma careta do que qualquer outra coisa.

_ Alejandra, não quero confusão! Quero apenas ficar em paz, pode pensar o que quiser de mim, só me deixe em paz.

_ Isso não vai ficar assim Enrico! Vocês dois vão pagar! - Ela ameaça enquanto se afasta caminhando de costas e olhando com tanta raiva que se fosse possível nos teríamos ardido em chamas pelo ódio em que ela emana.

_ Como quiser Alejandra! - Ele diz dando as costas a ela.

_ E vocês?! Saiam daqui! O show acabou! - Enrico diz aos espectadores gesticulando com as mãos.

Quando a população se afasta ele se volta para mim com as duas mãos no meu ombro.

_ Desculpe. Não sei o que dizer. - Ele diz por fim, baixando os olhos.

_ Não diga nada! Apenas vamos esquecer!

_ Okay.

_ Então! me leve ao centro de comando quero inciar o curso ainda hoje se possível.

Ele sorri animado. A preocupação com o que aconteceu se dissipa perante a sua empolgação e não consigo evitar o sorriso que aparece no meu rosto.

_ Vamos lá!

*********

Chegamos ao centro de comando que fica há 2 níveis a baixo da superfície e me pergunto: existem quantos níveis mais, abaixo no meus pés e o que contém em cada um deles? Estamos parados em frente a uma recepção aguardando enquanto a recepcionista, uma moça vestida com uniforme militar, seus cabelos castanhos presos num coque severo e no topo da cabela um quepe verde musgo, combinando com o tom do seu traje.

_ Soldado James, quero falar com o Capitão Cameron.

_ Um instante, vou ver se ele pode lhe atender.

A recepcionista não tirou seu headphone para falar com Enrico, ela abaixa os olhos para o seu teclado e e digita 4 números que vejo terem 4, 0 , 7 e 5 e aguarda. Depois do que imagino ser uns 6 toques de telefone alguém atende do outro lado ao que ela responde:

_ Capitão Cameron, aqui é a Soldado James. O soldado Gonzalez está aqui para vê-lo.

A voz do outro lado responde algo inaudível para nós.

_ Sim, senhor. - Ela tira o headphone, olha para Enrico e diz:

_ O Capitão Cameron vai recebê-los.

Enrico acena com a cabeça e segue em direção a uma porta atrás da recepcionista.

_ Vem Tris! - Ele chama, quando percebe que não o segui e eu obedeço.

Ele abre a porta e nos deparamos com um estreito e longo corredor. As divisórias são feitas de chapas de madeira, parecem ser tão finas que qualquer conversa do lado de dentro poderia ser ouvida, no entanto o silêncio impera no local, como se todas as salas que estão dispostas há intervalos regulares de aproximadamente uns 5 metros, estivessem vazias. Nas portas há identificação apenas por números. Os algarismos partem do 221 e ao longo do caminho, até que dobramos a direita em uma bifurcação vejo a última porta cujo número é 237. Então vejo mais portas só que desta vez há intervalos pequenos e cada uma delas contém o nome e a patente do seu ocupante. Há vários com o título de capitão, mas a que me chama a atenção é a única sala que há do lado esquerdo do corredor, onde na porta posso ler: General Sparks.

Enrico bate de leve duas vezes tirando-me do meu torpor, então me dou conta que paramos em frente a porta do Capitão Cameron. Por um longo tempo não ouço ruído nenhum, ninguém grita um "pode entrar". Então a posta se abre ruidosamente e revela um homem alto e forte que deve ter por volta dos 40 anos. Ele sinaliza com a mão esquerda para que entremos e nos sentemos nas cadeiras posicionadas à frente de sua mesa.

Obedecemos, e nos sentamos em silêncio, ele fecha a porta, dá a volta e se senta-se em sua cadeira e nos lança um olhar interrogativo.

_ Bom, Capitão Cameron, agradeço por ter nos recebido. Essa é Betrice Prior. - Enrico introduz o assunto.

_ Sim, eu sei quem ela é. - Ele responde secamente.

_ Ela é muito boa em combate e está muito interessada no curso de pilotagem.

_ Quero me tornar um soldado, senhor. - Eu digo, pois além do curso de pilotagem preciso ficar próxima de Sparks e da neta do Presidente.

_ Entendo. Vai fixar residência aqui senhorita Prior. - Ele levanta as sobrancelhas e me me encara com os olhos inquisitivos.

_ Não tenho para onde voltar e a vida aqui pode ser muito entediante, quando se está presa a uma cama de hospital, ou restrita ao seu dormitório. - Tento convencê-lo.

_ Os dois cursos já iniciaram, creio que poderá ingressar somente no próximo semestre. - Ele responde impassível.

_ Ela já tem muita noção, faltam apenas as aulas teóricas, eu posso me voluntariar para passar as lições a ela e então o senhor aplica uma prova e se achar que ela é qualificada ela ingressa na turma em andamento. O que o senhor acha? - Enrico tenta convencê-lo.

_ E porque eu deveria conceder o benefício a ela? O que ela tem de especial que os demais alunos não têm?

_ Na verdade senhor, acho que ela teve um treinamento muito severo na sua facção, a Audácia, não sei se o senhor soube ou acompanhou, mas teve muitos testes físicos e psicológicos nos quais eu duvido que a maioria dos nossos soldados passassem e ela foi aprovada em todos com louvor. Imagino que seria uma importante aquisição para o batalhão. - Enrico justifica.

_ Sim, mas pelo que soube ela pôs o seu antigo regime de facções abaixo. - Ele diz e me olha mais uma vez com aqueles olhos escuros intimidadores.

Mas do contrário do que ele esperava eu não me intimido, estou muito resignada em lhe mostrar o meu valor.

_ Dê-me um motivo pelo qual lutar e verá o meu verdadeiro valor. - Eu digo sustentando seu olhar e dessa vez parece que o surpreendi.

Ele pondera por um instante, com uma das mãos ele tamborila os dedos na sua mesa de mogno e com a outra ele gira uma caneta entre os dedos e mantém o olhar fixo em mim... Ele está medindo as minhas reações e depois do que parece ser uma eternidade ele diz:

_ Senhorita Prior, vou lhe conceder uma chance, apenas uma. Aplicarei as provas na próxima segunda as 7 horas da manhã na sala 228.

_ Obrigada Capitão Cameron, o senhor não se arrependerá! - Digo, pensando que possivelmente irá, se eu conseguir de fato pôr o meu plano em prática.

_ Obrigada Senhor! - Enrico se apressa em agradecer.

_ Não se atrase Senhorita Prior, caso contrário entenderei que a senhora desistiu e não haverá uma segunda chance.

_ Entendi, não me atrasarei. Obrigada. - Digo enquanto me levanto e Enrico me segue. Enrico faz uma pequena mesura ao Capitão Cameron e fecha a porta atrás de si. Quando já estamos no corredor não consigo evitar, dou um soco no ar em comemoração.

_ Parabéns garota! Você convenceu o Capitão! - Enrico diz com o sorriso de orelha a orelha.

_ Sim! Até que foi fácil... Já estava preparando um arsenal de motivos... - Eu digo rindo... Como se de fato eu tivesse tanto valor assim.

_ Não duvido. - Enrico concorda ainda sorrindo.

_ Bom vamos lá, você tem muita coisa para me ensinar nos próximos dias. Vou precisar de todo o tempo vago que você tenha. Tudo bem? - Eu pergunto.

_ Com certeza! Sou todo seu baby! - Ele diz e dá uma piscadela.

Eu reviro os olhos e balanço a cabeça negativamente. De agora em diante estudar, estudar e estudar!


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