Imbranato

E desculpa se te amo e se nos conhecemos

Há dois meses ou pouco mais

Desculpa se não falo baixo

Mas se não grito morro

Não sei se sabes que te amo...

Dizer que Sakura era uma pessoa alma e tranquila não é a melhor forma de começar uma descrição sobre ela. Ela era totalmente o posto daquilo. Era agitada, mandona, dramática demais e nervosa. E todos os defeitos que ele classificava de ruim para se encontrar numa candidata a namorada.

Mas que candidata? Sakura já era namorada dele e não havia volta, porque apesar de toda aquela classificação, e do fato dela ser o total oposto dele, apenas aumentava o sentimento que ele nutria por ela. Tudo acontecera tão rápido que ainda era difícil acordar e acreditar que ela realmente estava ali, dormindo ao lado dele.

Claro que as coisas, ainda mais por envolverem a garota de cabelos exoticamente rosa, não tinha sido tranquilas até chegarem a estar dividindo o mesmo apartamento. Ele sempre a considerou irritante. O jeito de falar, aquele solhos verdes brilhantes que pareciam sair de orbita quando queria alguma coisa, aquela mania dela de morder o lábio quando estava perto dele, tudo naquela garota exalava irritação.

Quando começaram a trabalhar juntos em um projeto do escritório de arquitetura quer os empregava as coisas ficaram piores. Tinham que dividir a mesma sala, respirar o mesmo ar, e ele se via obrigada a sentir o aroma de limão que ela soltava pelos cabelos. Ele não gostava de limão. E a rotina de trabalho obrigava eles permanecerem juntos.

Brigavam mais do que tudo. Ele sempre calmo e concentrado, ela sempre agitada e dispersa com tantos detalhes. Ele era lógico e ela a criação. Mas o convívio começou a fazê-los estar mais próximos, e ele percebeu que começou a gostar do cheiro de limão que ficava no ar quando a garota mexia nos cabelos. E ela começou a olhá-lo de uma forma que ele considerou meiga, e até mesmo tímida.

Não foi necessário mais do que trinta dias juntos para trocarem o primeiro beijo. Beijo este que veio acompanhado de outros e outros. Enquanto ela desenhava o projeto ele lhe roubava beijos, longe da vista dos chefes, é claro. Enquanto ele fazia as contas das estruturas ela lhe afagava os ombros, relaxando-o. Ninguém conseguia acreditar que em tão pouco tempo haviam desenvolvido aquele tipo de relação, mas não há explicação para as coisas que acontecem no coração.

E desculpe se rio, me entrego ao embaraço.

Olho pra ti fixamente e tremo.

À ideia de te ter do meu lado.

E me sentir somente teu.

E estou aqui e falo emocionado.

E sou um atrapalhado! E sou um atrapalhado!

Ele gostava de ouvir a risada dela, e Sakura gostava de observar o silêncio dele. Dizia que podia ficar olhando horas para ele sem se cansar, apenas observando os traços que ela considerava tão perfeito. Era uma nova sensação para ambos. Aquela sensação de estar apaixonado, de fazer tudo por quem se ama. Eram sentimentos que nunca pensaram sentir.

Junto com o amor veio o sentimento de posse, de pertencimento, ambos tinham personalidades fortes, e isso conflitava. Principalmente quando Sasuke dizia que achava que ela estava sorrindo demais para o cara responsável pela copiadora do escritório. Sakura apenas ria e dizia que ele era o ciumento mais fofo do mundo.

Ele se sentia abobalhado toda vez que ela dizia que o amava, daquele jeito tão meigo, tão sincero e carinhoso. Aprendera que amar e ser amado era verdadeiramente um milagre, e que não havia outro nível de felicidade maior que aquela. Mesmo opostos, se completavam. O que um não conseguia o outro podia ajudar, essa completude era o grande diferencial do relacionamento deles e que a cada dia se tornava mais forte. E toda vez que ela sorria ele sentia que a melhor sensação do mundo é ver um sorriso e saber que o motivo é você.