Simon estava sentado na beira de um pequeno rio. Os pés descalços mergulhados na água. A noite estava um breu e ele estava sozinho, tremendo de frio.

Izzy veio correndo em sua direção. Seus cabelos negros esvoaçavam como se fossem um véu negro. Seus pés descalços fazia barulho contra a terra enquanto ela chamava desesperadamente o nome do namorado. Sua boca vermelha ficava particularmente linda sob a luz da lua. Aquela boca vermelha, muito vermelha, vermelha de mais.

Isabelle abriu a boca e seu sangue começou a pintar os lábios de vermelhos escuro. Simon arregalou os olhos e tentou se levantar no instante em que ela caiu. Ele chamou o seu nome alto o suficiente para acordar os mortos, suas pernas pareciam de chumbo, Simon não conseguia se levantar.

A mão delicada, porém firme, da garota esbelta estava pousada em seu ventre. Um tapete de sangue a recebia logo a cima do ferimento mortal feito por uma adaga. Izzy esticou a outra mão pálida em direção a Simon tentando chama-lo. Ele sentiu uma lágrima quente escorrer sob sua face, Simon não conseguia mover um músculo se quer. Seus olhos não podiam suportar mais ver a pessoa que ele amava sangrar até a morte bem diante dele e não poder fazer nada a respeito.

Simon sentou na cama como que em um pulo. Seu coração gelado batia como nunca antes. Suas palmas suavam frio. Foi só um sonho, tentou se acalmar mentalmente ainda com a respiração ofegante. A luz entrava parcialmente pela persiana meio aberta quando o vampiro levou a sua mão trêmula ao encontro do celular.

Ele tocou várias vezes até Izzy atender como se Simon tivesse a acordado. Na verdade era exatamente isso que havia acontecido – Acho bom ser uma questão de vida ou morte o raio da razão pela qual você me ligou a essa hora Simon – Ela disse enfurecida com uma voz arrastada.

– Amor – Simon suspirou aliviado ignorando a irritação de Izzy – Você está bem? – Perguntou preocupado.

– Fora o fato de que você me acordou, sim – Ela respondeu um pouco rude, porém divertida. Deviam ser por volta das cinco da manhã. – Mas acho que não podemos dizer o mesmo de você, o que aconteceu: teve um pesadelo? – Izzy completou em um tom zombeteiro.

– Meus pesadelos sempre consistem em perder você – Simon respondeu arrancando-lhe suspiros – Eu te amo Isabelle.

– Eu também Simon, eu também – Ela concordou fechando os olhos – Mas você poderia ter me dito isso um pouco mais tarde, não?

– Talvez – Simon respondeu certo que não – Boa noite princesa.

– Vai dormir Simon – Izzy retrucou prestes a desligar. Ela hesitou um instante antes de desligar e acrescentou em um sussurro – Boa noite amor.