I'm forever yours escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 55
Capítulo 53




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Aquela praça nunca havia estado tão linda. Maravilhosamente enfeitada com arranjos de flores, mesas e cadeiras, fotografias do casal que em breve se uniria em matrimônio. Na Fábrica de sonhos, o camarim da Ribalta era usado como o “cantinho da noiva”, que normalmente estaria rabugenta com tanta paparicagem, mas naquele dia estava aérea.

Sentada no sofá, trajada com um robe branco e com o cabelo cheio de frescuras, observava as daminhas terminarem de ser aprontadas. Ana Clara levaria as alianças, obviamente, mas não seria a única a entrar. Alan e Lara puxariam o cortejo, seguidos por Marcos, que guiaria Julinha e Ana Luz. Apenas Anabelle e Pedrinho não entrariam, por motivos óbvios.

As quatro meninas estavam em pé nos banquinhos, sendo arrumadas por todas as mulheres presentes. Os vestidinhos brancos perfeitamente combinados, apenas as fitas de cetim na cintura as diferenciando.

“Ka, agora é sua vez... Vamos colocar esse vestido? O noivo já deve estar chegando.” Jade apareceu saltitante, a filha batendo palminhas em seu colo. “Fala para a tia que você está animada, Belle.”

Bel, Bel, Bel.” A criança cantarolou.

“Tá bom, ela só sabe falar o nome dela ainda, mas você entendeu.”

“Entendi, Jade.” A noiva riu, se levantando. “Cadê essa tenda que eu chamo de vestido?”

“Ninguém mandou esquecer o remédio, Ka.” O comentário de Bianca arrancou risos, mas só a loira sabia o real significado dele.

“Ainda não acredito que você aceitou essa saia toda cheia de babados e rendas. E usar uma flor no cabelo.” Observou Mari, enquanto ajudavam a grávida a colocar a peça.

“Culpa da dona Ana Clara e seu poder de persuasão. Ela queria longo, mas consegui vencer a batalha para ser na altura do joelho. Menos babados e rendas.” Contou Karina, observando a filha de soslaio.

“Mas eu não menti quando disse que a mamãe fica linda assim, toda arrumada. E esse vestido deixou ela parecendo uma princesa.” A menina se aproximou depressa, sorrindo e fechando os olhinhos.

“E o Matheus está quieto, Ka? Se ele estiver muito agitado, é melhor você ficar sentada até a hora da cerimônia.” Dandara perguntou à enteada, enquanto a neta bufava.

“É melhor essa geleca ficar quietinha e não estragar o casamento do papai e da mamãe. Ela já não pode mais lutar e brincar comigo, pelo menos casar ela pode?” A menina ficou irritada, fazendo todos rirem de seu jeito esquentadinho.

“Não fale assim do seu irmão, Clarinha, você fazia a mesma coisa quando estava na barriga da mamãe. E eu ficava quietinha, sem lutar e sem fazer bagunça, cuidando de você, que nem eu estou fazendo com o seu irmão.” A mãe a repreendeu, vendo-a bufar.

“Por que você e as meninas não vão ver se o Alan e o Marcos estão prontos, hein? Nós vamos assim que terminarmos de arrumar sua mãe.” Propôs Tomtom, vendo a sobrinha assentir.

As crianças saíram correndo depressa, descendo as escadas com uma barulheira. Na academia do Gael, os homens se concentravam. Era uma inversão engraçada, Pedro no ringue e Karina na Ribalta. Pelo menos, era isso que Gael pensava naquele momento.

“Papai, por que aquela geleca que tem ficar na barriga da mamãe? Que droga.” Clarinha se pôs a reclamar assim que viu o pai, e assim como as mulheres, os homens começaram a rir do jeito da esquentadinha em miniatura.

“Grãozinho, por que tanta braveza com o seu irmãozinho? Você gostava tanto de quando a tia Fabi, a tia Jade e a tia Sol estavam grávidas, estava tão ansiosa para ver os bebês.” Pedro se ajoelhou diante dela, a abraçando.

“Mas daquela vez, os nenéns não iam matar elas como a geleca vai matar a mamãe.” Ela disse emburrada, atraindo novamente a atenção de todos os adultos.

“E de onde você tirou essa informação, baixinha? De que o seu irmão vai matar a sua mãe?” Perguntou João, ajoelhando ao lado da sobrinha.

“Eu ouvi o vovô e a vovó conversando que, quando a mamãe tava grávida de mim, ela ficou doente e quase morreu, e que o médico disse que se ela tivesse outro bebê, ia ser pior. E vocês disseram que o geleca escolheu vocês dois como papai e mamãe, quis vir para a barriga da mamãe. Por que ele quis isso se sabia que ia matar ela? Que ia fazer mal? Por que vocês deixaram ele vir, papai?” Perguntou a criança com os olhinhos repletos de água, partindo o coração de Pedro.

“É complicado, grãozinho.”

“Não, não é.” Karina apareceu na escada, descendo já vestida, as mulheres vindo gritando atrás dela.

“Filha, você não pode aparecer até a hora do casamento, pelo amor de Deus.” Gael a repreendeu, mas ela o ignorou. Se aproximo do noivo e da filha, encarando todos.

“Vocês podem deixar nós três a sós, por favor?” Ela pediu, recebendo acenos afirmativos.

Os presentes foram se dirigindo para a saída, deixando apenas a pequena família no recinto. Karina sentou na beira do ringue, e Pedro e Clarinha a seguiram.

“Ana Clara, você já sabe de onde os bebês vêm, não adianta tentarmos te enganar. Existem métodos de evitar isso, mas às vezes acontecem alguns acidentes e eles não funcionam. Foi assim quando eu engravidei de você, e foi assim agora, quando eu engravidei do seu irmão.”

“Mas você não pode fazer nada, mamãe? Tomar nenhum remédio, que nem o tio João quando ficou doente?” Perguntou a pequena, ansiosa.

“Não, grãozinho. Essa doença acontece porque o bebê está na barriga da mamãe. A única cura que tem, é não ter um bebê lá dentro ou tirar o bebê de lá. Então temos que cuidar da mamãe até que o Matheus esteja pronto para nascer, e ela fique curada dessa doença.” Pedro explicou calmamente, e os olhinhos da menina se encheram de lágrimas.

“Quer dizer que eu que deixei a mamãe doente?”

“Não, Clarinha, claro que não. Essa doença que a mamãe tem, a minha mãe também tinha. E como se fosse uma herança ruim, entende? Algo que não se pode controlar.”

“As mulheres que tem essa doença escolhem não ter filhos, para não colocar suas vidas em risco.” Pedro completou a noiva, que também começava a se emocionar.

“E por que você quis ter a gente então, mamãe? Eu vi na TV que tem mulheres que interrompem a gravidez. Você podia ter feito isso, não podia?”

“Isso é uma escolha, filha. Algumas mulheres engravidam de homens que não amam, ou não querem ter filho e nem se acham prontas para ser mães. Elas então interrompem a gravidez, porque acham que é o melhor a fazer. Mas eu não achei. Eu amo o seu pai, nós sempre quisermos ter vocês, e mesmo assustada eu queria ser mãe. Eu achei que valia a pena o risco.”

“Toda pessoa é diferente, grãozinho, e não podemos julgar ninguém. Eu penso assim: quando duas pessoas se amam, como eu e sua mãe, é criada uma ligação mágica. Essa ligação, de alguma forma, é como um sinal, que chama por algo ou alguém. Ela chamou por você, e chamou pelo seu irmão.”

“Mas e se algo acontecer com você, mamãe? E se dessa vez for pior, que nem o vovô disse?” Clarinha estava angustiada.

“Então, você e seu irmão vão ter o papai, assim como eu e a tia Bianca tivemos o vovô Gael. E vocês vão cuidar e proteger um ao outro, assim como nós fizemos; e eu vou cuidar e amar você lá de cima, que nem minha mãe o fez. Não é a presença física que faz de nós uma família, Clarinha, mas sim o amor. Todos nós erramos, fazemos coisas que magoam uns aos outros, mas é o amor que nos faz perdoar e voltar a ficar juntos. Não importa onde eu ou o seu pai estejamos, nós sempre vamos amar e cuidar de você e do seu irmão.” Prometeu Karina, abraçando a filha com força.

“Eu te amo, mamãe.” Sussurrou a pequena.

“Eu também te amo, princesa.”

“E eu amo vocês duas, muito.” Pedro as abraçou, os três sorrindo com os olhos fechados. Após alguns segundos, ele se afastou, puxando o rosto da filha. “O papai tem que te contar uma coisa, grãozinho... A Believe vai acabar.”

“Como?”

“Não, a Believe não vai.” Karina interrompeu o futuro marido. “Você não precisa ficar aqui para cuidar da gente, Pe. Não importa onde você estiver, se aqui, no Nordeste ou na Europa, eu sei que você vai largar tudo a qualquer hora se nós precisarmos de você.”

“Mas eu não quero estar do lado do mundo se vocês precisarem de mim. Eu quero estar aqui, do seu lado, em cada ultrassonografia que ainda vier, quando as contrações começarem, quando o Matheus nascer. Eu quero estar aqui para ver o recital de ballet da Clarinha mês que vem, quando o dente mole dela cair, quando ela ralar o joelho. Eu quero passar cada noite de cólica do nosso esquentadinho em claro, ver o primeiro sorriso dele, te ajudar a dar papinha. Eu tive uma vida maravilhosa de rockstar, esquentadinha, está na hora de ter uma vida de pai de família. E o pessoal da banda sente a mesma coisa.” Pedro se ajoelhou em frente à Karina, segurando sua mão.

“Mas e os seus fãs? Sua carreira?”

“Qual é, eu vou continuar ganhando rios de dinheiro o resto da vida por direitos autorais. Além de um ótimo guitarrista, eu sou um excelente compositor. Já tive dezenas de propostas, mas nunca aceitei porque queria ser exclusivo da Believe. Pode ter certeza, parado eu não vou ficar.” Os três riram do comentário dele, Clarinha segurando a mão dos pais. “Existem milhares de listas na internet, de casais que se divorciam pela carreira, de pais não presentes na vida dos filhos... Hoje o mundo começa uma nova lista, ou talvez adiciona mais alguém a uma pequena: a de um guitarrista que largou os palcos porque sua prioridade sempre foi, e sempre vai ser, sua esquentadinha e seus dois filhotinhos. Nada no mundo é mais importante do que vocês.”

“A gente vai ficar bem, mamãe. Nós quatro.” Garantiu Clarinha, sorrindo para os pais.

“Até a geleca?” Perguntou Pedro.

“Acho que eu posso começar a chamar ele de Matheus. É o nome dele, não é?” Ela sorriu envergonhada, sendo abraçada pelos pais.

O momento fofo poderia durar para sempre, se não fosse interrompido pela porta da Fábrica se abrindo.

“Hã, desculpa interromper, mas o pessoal lá fora já está impaciente. O pastor está ameaçando ir embora, e olha que nem estamos muito atrasados.” Gael apareceu, meio sem jeito. “Capiroto, você pode ir lá para o seu lugar?”

“Na verdade, pai, se você não ficar triste, pode esperar com a Dandara lá? Todos vocês, por favor, já podem ir para o altar?” Pediu Karina, secando os olhos. O mestre assentiu, confuso, saindo novamente. “Vamos?”

“Mas com quem você vai entrar?” Perguntou Clarinha.

“Você já vai ver, filha.”

~P&K~

Na praça, todos aguardavam com ansiedade. No altar, os pais e padrinhos já estavam posicionados. Do lado de Karina, Bianca, Duca, Cobra e Jade; do lado de Pedro, João, Fabi, Sol e Wallace. Na porta da Fábrica, Mari e Jeff esperavam com as crianças, para organizá-los na entrada.

“Jeff, pode pedir para começar a música.” Pedro entreabriu a porta, sussurrando para o amigo. Ele concordou, fazendo sinal para Rominho, que concordou. A banda começou os inesquecíveis acordes de Esse Seu Jeito.

Alan e Lara deram as mãos, começando a caminhar pelo corredor. Marcos equilibrou Ana Luz, a amparando pelo caminho. A surpresa de todos foi quando Julinha começou a caminhar levando as alianças, papel que deveria ser de Clarinha.

Quando Jeff e Mari finalmente abriram as portas da Fábrica, Sol começou a cantar. Todos se emocionaram ao ver Pedro e Karina aparecendo juntos, cada um segurando uma das mãos da filha, que sorria largamente entre eles.

Os três, juntos, atravessaram o corredor até o altar, parando diante do pastor. Eles soltaram a mão da filha, entrelaçando seus dedos. A pequena no entanto não os deixou, sendo abraçada por ambos, que a queriam ali naquele momento.

O pastor deu início a cerimônia, mas logo foi interrompido. Alan e Ana Luz não se aguentaram e correram até os pais, seguindo o exemplo da prima. Julinha também não demorou muito para pular no colo de João, e logo Lara e Marcos haviam disparado no corredor ao encontro dos pais.

“Mais alguma criança quer ficar com os pais?” O pastor perguntou aos risos, se divertindo com aquela situação.

“Já que tá podendo, segura as pontas aí, seu pastor.” Pediu Wallace, correndo até a sogra e pegando Junior. Cobra e Fabi o imitaram, pegando Anabelle e Pedrinho. “Segue o bonde aí.”

Com os risos de todos os presentes, a cerimônia voltou a acontecer. Dezenas de revistas noticiavam tudo da barreira que a polícia havia feito, acompanhada de centenas de fãs histéricas. Mas era como se nada disso existisse naquele momento.

Aquele momento era de Pedro, Karina, Clarinha e, porque não, Matheus. A realização de um sonho antigo do guitarrista e da esquentadinha, a concretização da família que tanto haviam almejado.

Afinal estavam juntos, para sempre.


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Notas finais do capítulo

E o último capítulo se foooi. Hoje a noite, postarei o epílogo, mas espero comentários, hein? Gostaram? Não gostaram?
Ai, gente, to sem palavras, preciso de um momento. To muito emotiva.
Lembrando que ainda podem enviar as perguntas pra Clarinha, ok?
Beijos e eu amo vocês
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