I'm forever yours escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 33
Capítulo 32




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Os dias que se seguiram foram de adaptação e clima estranho. Pedro e Karina só conseguiam ficar juntos se houvesse mais alguém por perto, além da filha é claro. Estavam sempre com os pais, irmãos ou amigos; do contrário, Pedro pegava Ana Clara e passava um tempo só com ela.

Porém, mesmo que ainda fosse uma coisa inconsciente, Clarinha desejava por estar com ambos os pais, juntos. Então, ela sempre pedia que jantassem ou passeassem juntos, mesmo que o resultado fosse, obviamente, a esquentadinha e o guitarrista se engalfinhando.

Mas a pequena tinha uma sorte muito grande, que podia ser traduzida em: tios aliados. João, Fabi, Jade, Cobra, Bianca, Duca, Mari e Jeff já haviam se unido, sem ninguém saber, para dar uma ajudinha ao ex-casal, e quando a criança contou aos padrinhos que queria que os pais parassem de brigar quando estivessem sozinhos, acabou se tornando aliada daquele grande complô.

“Nós temos que encontrar uma maneira de os dois ficarem com a Clarinha, sem brigar.” Bianca abriu a reunião, que estava sendo realizada no apartamento de Jade e Cobra, já que Anabelle ainda tinha poucos dias de vida.

“Fazer o Pedro e a Karina ficarem no mesmo ambiente sem brigar. Uau, quer descobrir a cura do câncer também?” Zombou Cobra.

“Esse seria exatamente o tipo de piada que eu faria, se eu mesmo não estivesse doente.” João deu um suspiro exageradamente dramático. “Mas ele tá certo... Da primeira vez eu precisei trancar eles dois em um banheiro.”

“Seria uma excelente ideia, se um dos dois estivesse disposto a dar o braço a torcer.” Lembrou Jade, ninando a filha. “Daquela vez, o guitarrista já tava de quatro e a K estava amolecida. Agora, ele ainda está ferido com a mentira; ela ainda tá com medo de se reaproximar.”

“Resumindo a minha dama: se trancarmos os dois no banheiro, teremos um duplo homicídio.”

“Tá bom, gente, já sabemos que a situação é complicada... Agora ao invés de ficarmos batendo nessa tecla, que tal tentarmos achar uma solução?” Pediu Duca, chamando a atenção de todos.

“E se a Clarinha for dormir no Pedro?” Propôs Jeff, recebendo um olhar descrente de todos.

“Não, gente, a ideia é boa.” Garantiu Mari. “Olha... Quando a Clarinha dormiu lá em casa pela primeira vez, ela teve febre no meio da noite.”

“O mesmo que quando dormiu comigo.” Bianca captou a ideia.

“E aqui, e na casa do João e da Fabi, na casa dos avós...” Jade sorriu, quase começando a pular no lugar.

“Exato. Ela sempre fica meio doentinha quando dorme em um lugar diferente pela primeira vez. Com o Pedro, não deve ser diferente.” Concordou Jeff. “E nada une mais um casal do que um momento tenso com o filho. Palavra de especialista.”

A esposa segurou sua mão, recebendo um beijo nos lábios. Os demais vibravam, contaminados pela ideia do casal de amigos.

“Muito bem... Bianca, você e o Duca não vão sair com eles hoje?” Perguntou Fabi.

“Vamos levar as crianças no cinema.” Concordou a atriz.

“Ótimo... Então vocês precisam dar um jeito de fazer isso acontecer. Joguem a ideia para a Clarinha, convençam o Pedro, sei lá... Mas deem um jeito de deixar isso combinado para sábado.”

“Isso é daqui três dias.” Lembrou o lutador.

“E o próximo sábado é daqui 10, e até lá os dois já vão ter se matado.” Cobra havia pego a filha da esposa, para que ela se sentasse. “Aqueles ali são que nem pólvora e gasolina... Só falta a faísca que vai fazer tudo ir pelos ares, seja para o bem ou para o mal. E nós temos que ajudar que seja para o bem.”

~P&K~

Pedro estacionou em frente à casa de Karina, mandando uma mensagem avisando que havia chegado. Não tardou para ela e Clarinha aparecerem o procurando, mas não o encontrando.

“Aqui.” Ele abriu a janela do veículo, as chamando.

“Papai, você trocou sua caminhonete?” A filha veio correndo, parando apoiada à janela.

“Troquei... A senhorita ainda é muito pequena para ficar andando no banco da frente da caminhonete, tem que andar no banco traseiro e com o assento para uma criança da sua idade e tamanho.” Ele indicou a nova aquisição, um assento que elevava a criança para que o cinto a prendesse melhor.

“Uau.” Exclamou Karina, surpresa, enquanto ajudava a filha a sentar.

“Surpresa, Karina? Eu sei cuidar da nossa filha, como você pode ver.” Ele soltou ácido, e a loira já preparou uma resposta dura.

“Ah não, já vão começar a brigar? Se for assim, não quero ir no cinema.” Reclamou Ana Clara, fechando a cara.

“Ninguém vai brigar, filha.”

“É, grãozinho. Eu e sua mãe só brincamos um com o outro.”

“Brincadeira mais chata e sem graça, eu hein.” A menina começou a brincar com sua boneca, enquanto a mãe assumia o banco da frente.

“Trégua, pode ser?” Sussurrou a loira.

“Trégua.” Suspirou Pedro, saindo com o carro.

O caminho até o shopping não era longo, e logo, aquele projeto quebrado de família passeava pelos corredores, Clarinha agarrando uma mão de cada um dos pais, feliz por estar passeando com eles.

Pedro foi parado algumas vezes por fãs em busca de autógrafos, e a situação ficava bem estranha quando as pessoas viam que Ana Clara era filha dele, além do fato de ele estar acompanhado de Karina. Ele teria que ligar para Wallace assim que saísse dali, e precisariam decidir o que fazer com a situação.

“Caramba, essas meninas são muito chatas.” Reclamou Clarinha, após mais um grupo de adolescentes histéricas se aproximarem da mesa onde estavam.

“Por que elas ficam vindo atrás do Pedro?” Questionou Alan.

“Porque elas são fãs dele, filho. Elas gostam das músicas dele, de ouvir ele tocar, e por isso querem conhecer ele, tirar foto e pegar um autógrafo.” Explicou Duca, rindo da cara emburrada de Karina. “Desacostumou a dividir o guitarrista, hein K?”

“Cala a boca, Duca.” Rosnou a loira, enfiando um punhado de batatas na boca. “Essas menininhas ficam postando nas redes sociais, e o número de malucas triplica.”

“Daqui a pouco a gente entra no cinema, maninha.” Prometeu Bianca, olhando o relógio.

Nesse momento, Pedro reassumiu seu assento. Havia despachado o grupo de fãs a muito custo, ansioso por desfrutar do momento com a filha e a família. Alan era muito pequeno quando havia terminado com Karina, mas a cumplicidade entre eles veio tão facilmente quanto da primeira vez. E Ana Luz era um doce de criança, mas ainda muito pequena para ir ao cinema.

“Clarinha, conta para o tio... Quando você vai dormir lá em casa de novo? Faz tempo que você não vai lá.” Duca puxou assunto, atraindo a atenção do filho e da sobrinha.

“Pode ser hoje?” Ela pediu, mas Karina negou. “Ah mãe...”

“Ah mãe, nada. Amanhã você tem aula cedo, mocinha, e o Alan também.” Lembrou a mãe, autoritária.

“E no sábado? No sábado pode?” O plano estava indo para um caminho torto, já que Pedro parecia alheio a conversa. Foi então que Bianca lembrou de algo brilhante.

“Não dá, crianças, porque domingo é dia dos pais.” Isso atraiu a atenção de todos na mesa. “E todo mundo tem que ficar com o próprio pai, não é?”

“É mesmo...” Alan virou para Clarinha, começando a falar como se fosse experiente. “A gente tem que ir, pular em cima do papai, acordar ele, encher de beijos e dar o presente. É sempre assim.”

“Mas o papai mora em outra casa.” Lembrou a menina, sua voz começando a ficar chorosa. “Eu não vou conseguir fazer certo.”

Pedro e Karina se olharam alarmados e surpresos, sem saber o que fazer com a novidade. Com tudo que estava acontecendo, ninguém parara para lembrar que o dia dos pais estava chegando, e isso incluía todos os amigos do ex-casal, além de seus próprios pais.

“E se você dormir na casa do papai?” Propôs Pedro, surpreendendo Karina. “E aí você pode fazer tudo isso na hora que acordar.”

“Pode?” A menina coçou os olhinhos, manhosa. O guitarrista encarou a ex-namorada, que apenas assentiu.

“Pode, princesa. Aí você passa o dia dos pais com o papai.” Um sorriso iluminou o rosto da criança, que pulou no pescoço de Pedro.

“Meu primeiro dia dos pais com um papai.”

“E meu primeiro dia dos pais com uma filha.” O rapaz sorriu de volta, beijando o rosto dela com carinho. “Esse já é o melhor presente do mundo.”

Karina não conseguiu evitar o sorriso afetuoso para aquela cena maravilhosa, seu coração se enternecendo. Duca e Bianca sorriram cúmplices e vitoriosos. O primeiro passo estava dado.


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Notas finais do capítulo

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