Love or not Love? escrita por EuSemideus


Capítulo 12
Xl


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa a demora, mas estava atolada. Meu fim de semana se resumiu a: Feira da escola, monitorar festa da escola e estudar pra prova final. Teve um feriado na quarta (ontem) na minha cidade (padroeiro ou algo do gênero) e eu acabei indo no cinema com meu baixinho ver A Esperança part 1. Posso dizer q amei o filme?! E q legendado eh melhor ainda?! Mas em fim, o cap ta aí. Para a felicidade de vcs e da minha melhor amiga!
Espero q gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/542898/chapter/12

XI

Percy

Percy sentiu os raios de sol contra seu rosto, anunciando a chegada de um novo dia. O rapaz respirou fundo, sem abrir os olhos, e o cheiro que tanto amava invadiu suas fossas nasais. Morangos. O odor dos cabelos de Annabeth.

Abriu os olhos rapidamente e encontrou-a ressonando contra seu peito. Os cabelos loiros espalhados pelas pequenas costas da garota, as pernas enroscadas nas dele e uma das mãos pousadas sobre seu abdômen.

A primeira reação de Percy foi pensar que estava sonhando. Que estava naquele mundo onde eram casados e sua vida era perfeita, mas isso logo foi descartado. Ela não estava grávida, como deveria, e o anel dourado que simbolizava a união dos dois parecia nunca ter estado em seu dedo.

Sentiu seus braços a apertarem mais forte e o coração acelerar ao notar que tudo aquilo era real. Lembranças da noite anterior invadiam sua mente. A ligação no meio da noite. A corrida até a casa dos pais dela. O choro compulsivo da loira. A notícia da morte do tio da mesma. E, por fim, o convite para dormir em sua cama.

Percy abriu um sorriso involuntário. Sabia que ela estava frágil e que seus atos naqueles momentos não foram pensados, mas isso não realmente importava. Annabeth estava abrindo uma brecha. Finalmente havia aberto uma pequena passagem na prisão de segurança máxima que era seu coração. Só o fato de ela ter ligado para o moreno e pedido por sua companhia, mostrava que a loira confiava nele. Que ela não tinha medo de deixa-lo entrar. E, agora que estava dentro, Perseu se instalaria e faria questão de nunca mais sair.

Sentiu-se mal por estar feliz enquanto ela sofria, contudo não conseguia se controlar. A ideia de que talvez seus sonhos pudessem, literalmente, tornar-se realidade em um futuro não tão distante, o extasiava. É certo que era muito otimismo por um simples ato impensado, mas fora o bastante para Percy criar esperanças.

Annabeth moveu-se contra seu corpo e Perseu fechou os olhos. Não sabia o porquê, mas preferia que ela pensasse que estava dormindo. Sentiu a cabeça dela mexer e a mão que estava parada em seu abdômen subiu até o peito. Seu toque era leve, como se realmente não tivesse a intenção de acorda-lo. A mão continuou seu caminho, até pousar em sua bochecha. Ela se manteve ali por alguns segundos, mas logo avançou. Percy não pode evitar sorrir quando os dedos finos alcançaram seus cabelos, fazendo uma carícia leve. Mas quando estes tocaram seu couro cabeludo, Annabeth pareceu acordar. Encolheu o braço e limitou-se a voltar a abraça-lo.

O rapaz aproveitou o calor do corpo da loira por mais algum tempo. Sentia as batidas de seu coração, o ritmo da respiração. Qualquer mínimo movimento era notado por Percy.

Já cansado de fingir, o moreno levou uma das mãos aos cabelos da garota, e acariciou-os. Sentiu-a congelar por um momento, mas não parou.

– Percy? - ela chamou sonolenta.

Perseu abriu os olhos, vendo as íris tempestade que tanto amava. As bochechas da loira estavam vermelhas e o rosto ainda manchado pelas lágrimas da noite anterior. Percy limitou-se a abraça-la um pouco mais forte.

– Bom dia - ele respondeu - Está melhor?

Annabeth abaixou os olhos e assentiu.

– Desculpe-me - ela pediu novamente - Eu não tinha o direito de te ligar no meio da noite e pedir que viesse até aqui. Devia ter lidado com isso sozinha, não foi jus...

– Já disse que não tem o que desculpar - ele a interrompeu - Você não pode guardar estes sentimentos para si, Annie, vai te fazer mal. Fico feliz que tenha me chamado.

Percy sorriu, como se para confirmar que estava dizendo a verdade. Annabeth acabou retribuindo o sorriso.

– Obrigada - disse antes de levantar-se da cama num pulo.

A estada de Percy na residência Chase foi rápida e tranquila. O pai de Annabeth estranhou encontra-lo na mesa do café, sendo que nem o conhecia, porém Athena abriu um pequeno sorriso e cumprimentou-o com educação, apresentando-o ao marido. A reação mais interessante foi do irmão de Annabeth, Connor. O garoto olhou Peseu de cima a baixo, como se o analisa-se, e mirou a irmã.

– Seu namorado? - perguntou confuso.

Percy sorriu e Annabeth repreendeu o irmão, mas o moreno notou que ela não negou.

O clima estava pesado. As poucas conversas eram mantidas pelos homens da família Chase, com alguns comentários de Perseu, mas estas logo morriam. As Íris cinzentas de Athena assemelhavam-se a uma tempestade prestes a desabar, e o olhar era exatamente o mesmo de Annabeth. A tristeza e o pesar da perda estampados nos olhos de ambas.

– Filha, eu e seu pai vamos ao velório de seu tio - ela anunciou, chamando a atenção de todos - Queria saber se podia ficar com Connor?

Annabeth assentiu, sem nada dizer. Percy estranhou o fato da mãe da loira nem considerar o fato de que ela poderia querer ir ao velório do tio, mas a garota não pareceu se importar. Em realidade, via-se que havia ficado aliviada. Perseu fitou os quatro, sabendo que daquele dia em diante estava ligado àquela família.

–-----------------------------------------

Percy trancou a porta e sentiu seu corpo relaxar. A sensação de estar em casa era o bastante para que seus músculos descontraíssem, o cérebro diminuísse o ritmo e o pulmão soltasse o ar que o rapaz nem notara que segurava.

O barulho vindo, provavelmente, da televisão, fez o moreno lembrar-se de que não estava realmente em casa. Aquele não era seu apartamento, mas aquilo pouco importava no momento.

– Hey, Percy - cumprimentou Connor do sofá. Os olhos azuis vidrados da televisão e as mãos segurando, firmes, um controle preto.

Os pais de Annabeth haviam partido para o Texas três dias antes, e ficariam lá por mais uma semana.

Desde a morte do tio da loira, Percy não deixara de vê-la ao menos uma vez no dia. Não só porque sentia que era o certo a fazer, mas também porque estava determinado a cumprir a promessa que fizera ao Sr. Chase, no dia em que dormira na casa do mesmo. Cuidaria de Annabeth enquanto ele estivesse fora.

– Oi, cara. Como estão as coisas? - perguntou Percy.

– Bem, eu acho - disse o menino dando de ombros.

Um alerta soou na mente do moreno.

– Acha? - indagou.

Connor pausou o vídeo game e olhou nos olhos de Percy.

– Annabeth não saiu do quarto desde que cheguei da escola - contou o loiro - Ela também não comeu nada até agora.

Percy assentiu, já preocupado.

– Tudo bem, vou vê-la - garantiu o rapaz - Vá dormir Connor, já está tarde.

O garoto assentiu e levantou-se, seguindo para o quarto de hóspedes do apartamento da irmã, que naqueles dias se tornara seu.

Percy encaminhou-se a última porta do corredor. Ele a encarou, branca com maçaneta prateada, e bateu. Sem resposta. O moreno chamou pela garota. Nada novamente. Então resolveu que era hora de entrar.

As janelas estavam fechadas, cortinas esticadas e luzes apagadas. Na cama de casal no centro do quarto se encontrava Annabeth, dormindo tranquilamente e com alguns livros e um laptop a sua volta. Percy acendeu o abajur e notou que ela estava pálida. Preocupado, tocou seu rosto delicado e sentiu-a gelada. Automaticamente lembrou de seu segundo encontro ao acaso com a loira. Ela estava no hospital por conta de um crise hipoglicêmica. Talvez ele pudesse resolver aquilo em casa, mas se não, não se importaria de voltar para o hospital que acabara de sair.

Annabeth

Annabeth sentiu um líquido levemente adocicado tocar sua língua e deslizar por sua garganta. Era ralo como água e o gosto assemelhava-se ao que ela pensava ser o do néctar.

Abriu os olhos a contra gosto. Suas pálpebras, assim como todo o corpo, estavam pesadas. A cabeça doída absurdamente, de maneira que parecia prestes a explodir, e o estômago revirava-se, pronto para rejeitar tal ingestão.

Um par de olhos verdes a encarava, acompanhados de um expressão preocupada. As sobrancelhas juntas e franzidas, os lábios contraídos em um linha fina e o maxilar travado. Involuntariamente, pensou que o rapaz chegava a ficar fofo daquela maneira, mas logo repreendeu tal pensamento.

– Percy, o que está fazendo? - ela perguntou confusa.

Perseu afastou o copo que, já mais lúcida, Annabeth supôs conter água com açúcar.

– Cuidando de você - disse sentando-se cama ao lado dela - Por pouco não te levei para o hospital.

A loira revirou os olhos erguendo o corpo e sentando-se também.

– Pessoas podem ficar dias sem comer - ela afirmou - Não há motivo para tanto.

Percy arqueou as sobrancelhas e apoiou o copo no criado mudo ao lado da cama.

– Se pessoas hipoglicêmicas ficam um dia inteiro, podem ter problemas sérios - ele rebateu - Você não pode ficar sem comer, Annie, é o açúcar que te dá energia.

O rapaz lhe estendeu um prato com pedaços de maçã em forma de cubo. Annabeth suspirou e aceitou, comendo um por um. Percy a observava em silêncio, como se para garantir não deixaria nenhum no prato.

O moreno havia sido de grande ajuda nos dias que haviam se passado. Annabeth não tinha palavras para descrever o quanto seu apoio emocional havia sido importante para ela. Por mais que odiasse admitir, ansiava pelos momentos em que o mesmo a visitava. Nem mesmo Thalia conseguiu com que ela sentisse-se tão bem quanto ele. E, mesmo negando a si mesma, sentia falta de seus braços protegendo-a durante a noite.

Por benção divina, Annabeth havia conseguido uma licença de um semana por conta do luto. Suas crises de choro não eram constantes, mas quando ocorriam, a garota precisava de um bom tempo para se recompor. Esconde-las de Connor era a tarefa mais difícil. Fechava-se no quarto, como fizera naquele dia, e tentava ao máximo afastar as lembranças que a massacravam. Enfiava-se de cabeça nos estudos, em sua tese e em projetos, afim de abafar a dor, mas de pouco adiantava. O pior era que ela sabia que nunca pararia de doer. Com o tempo amenizaria, e ela aprenderia a conviver com tudo aquilo, mas a cicatriz ficaria lá para sempre.

– E Connor? - ela perguntou quebrando o silêncio e colocando o prato, já vazio, no criado mudo, ao lado do copo.

– Já foi dormir - disse o moreno.

A dor de cabeça diminuiu aos poucos e a loira impressionou-se ao notar que desaparecera, juntamente das dores no corpo e do cansaço infundado.

Annabeth olhou nos olhos de Perseu e ele segurou seu olhar. Ela não sabia dizer qual era o nome daquele tom de verde na paleta de cores, mas sem dúvidas iria descobrir. Nunca vira um verde mais bonito.

– Obrigada - ela pediu.

Percy balançou a cabeça.

– Já disse que não há motiv...

– Deixe-me falar, Percy - ela pediu interrompendo-o - Obrigada, não só por estar me ajudando nesses últimos dias, mas por tudo. Por ter entrado na minha vida sem permissão e nunca mais saído. Por se tornar tão importante para mim e deixar que eu me tornasse para você. Por me mostrar um lado bonito nas pessoas...

Annabeth sentiu seus olhos marejarem e respirou fundo.

– Por me apoiar quando eu mais precisei - ela disse prendendo as lágrimas - Muito obrigada por tudo.

Annabeth não saberia dizer como aconteceu, ou quanto tempo demorou para que ocorresse. Quando se deu conta, suas mãos estavam nos ombros de Perseus, seu peso sobre os joelhos dobrados e os lábios contra os do moreno. Os dele moveram-se contra os seus e as mãos do rapaz movimentaram-se, parando em suas costas e nuca, e puxando a loira para mais perto.

Seu cérebro clamava para que se afastasse, mas seu coração dizia para segura-lo mais forte. A luta estava acirrada, porém um dos lados teve sua vitória quando Percy aprofundou o beijo e ela somente retribuiu. Suas mãos subiram involuntariamente para o pescoço do rapaz e seus dedos brincaram com os fios de cabelos em sua nuca. As lágrimas corriam livremente por seu rosto, mas aquilo não era importante no momento.

Uma sensação calorosa invadiu o coração de Annabeth. Ela sentia pequenos choques prazerosos nos pontos onde ela a tocava e sua mente pareceu ficar em branco por um momento. Não sabia o que estava fazendo e, pela primeira vez, não se importava com as consequências daquilo. Percy lhe fazia bem, protegia-lhe e cuidava com todo carinho. A felicidade que invadia a garota sempre que o via não era algo comum. Por mais que se negasse, estava nutrindo mais do que uma amizade pelo rapaz. O que era, exatamente, nem mesmo Annabeth poderia dizer.

Percy se afastou vagarosamente e encostou a testa na dela. Pela primeira vez a loira notou o quanto seus batimentos estavam acelerados. Ela sentiu os dedos do moreno passearem por sua face e seus olhos se abriram. Uma imensidão verde a fitava e um sorriso notório estava estampado no rosto do rapaz a sua frente.

– O prazer foi todo meu - ele respondeu por fim.

Annabeth nada disse. Ela simplesmente sorriu e deitou-se na cama. Sentiu um corpo juntar-se ao seu e braços a rodearem. Automaticamente aconchegou-se a ele. Não dormiu, pois o sono não se fazia presente, mas sim ficou aproveitando a sensação de paz que tudo aquilo lhe trazia, antes que sua consciência voltasse a ativa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ta meio pequeno, mas foi o q eu consegui fazer. Porém, sinceramente, acho q certos acontecimentos compensam o tamanho! Heheheh
Eu tb preciso agradecer a Biancaamacedo, Lizzy Jackson, ReDiAngelo e Annabeth fray Lanckaster pelas lindas recomendações! Eu estava num dia particularmente ruim e quando vi cinco recomendações nas minhas notificações, quase chorei de alegria! Sim, cinco, Annabeth sabe pq!
Bjs, até!
EuSemideus