I wish escrita por liice, Isa Poke Shugo


Capítulo 5
Capítulo 5




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Drew’s POV

Minhas esperanças para o evento cresceram depois daquele anúncio. E mais ainda quando vi os melhores coordenadores de cada região. Alguns deles eu já conhecia pessoalmente, porque sou muito famoso e divo, e os outros eu já tinha ouvido falar, é claro.

Wallace e Cynthia não precisam de comentário, né? Os melhores do mundo. Além disso, Cynthia além de coordenadora é treinadora. Diva.

Elesa de Unova também estava presente. Ela é líder de ginásio, mas participa de contests regularmente e provou ser a melhor da sua região.

Depois tinha uma menina de Johto. Acho que o nome dela é Marina. Não é tão boa assim, mas os Contests de Johto são bem fraquinhos então é bem fácil se destacar por lá. Ela representava a região de Kanto também, já que essas duas regiões são meio que interligadas e são bem fraquinhas quando se fala de Contest então não tem como ter um representante de cada até porque tem pouquíssimos coordenadores lá.

Eles começaram a descer do palco e alguns coordenadores pararam para conversar, pedir autógrafos, tirar fotos... Decidi sentar um pouco na mesa para relaxar.

— Vou me sentar um pouco, Mel. — ela estava do meu lado, bastante admirada com o aparecimento repentino dos coordenadores.

— Vou com você. Tenho muitas coisas para te falar.

A mesa estava vazia quando chegamos lá. Até Solidad tinha se levantado. Olhei para trás antes de me sentar e a vi tentando chegar perto da Cynthia, que estava rodeada de pessoas. Me sentei ao lado de Melody.

— E então? — comecei. — Quais são as novidades?

— O Elliot esteve na Ilha Shamouti esses dias. — ela deu um sorrisinho tímido e suas bochechas ficaram vermelhas.

— Sério? — sorri de um modo provocativo. Já havia entendido tudo. — E o que ele estava fazendo lá? Não me diga que ele foi para te ver?!

— Claro que não! Acho que já é pedir demais, não acha?

— Não mesmo. Há dias ele só fala de você. — respondi com um sorriso simpático e ela ficou ainda mais vermelha.

— B-bom... Ele me disse que estava procurando algo. O Lugia para falar a verdade. Ficou lá no palácio por dias e... sempre me fazia companhia

— Duvido muito que ele estivesse procurando o Lugia. Pokémons lendários não aparecem tão frequentemente. E pare de negar. Ele estava lá para ver você! Conheço o meu primo o bastante para saber que ele está a fim de você.

— É bom saber disso. — ela pareceu ficar mais confortável com a conversa. — Ele não está em LaRousse, está?

— Não. Está em Lilycove. Foi resolver algumas coisas do seu sogro... — ela me deu um olhar de reprovação amigável e ameaçou me dar um soco. — quero dizer, do tio Ed... e foi treinar também, mas se eu disser que você está aqui, acho que ele termina as coisas em um piscar de olhos para vir aqui te ver.

— Vou te cobrar depois então. — ela retrucou. — Vai ter que avisar a ele que estou aqui. Mas agora, tem uma coisa que eu estava querendo te perguntar desde quando cheguei.

— E o que seria?

— Quem é aquela garota de vestido azul? Vi que ela está junto com vocês mas não a conheço. Alguma colega?

— Ah é a May. Totalmente desimportante. Ignore.

— Sério mesmo? — Melody me olhava com certa desconfiança e com o mesmo olhar de provocação que eu havia mostrado antes. — O jeito que você olha para ela diz totalmente o contrário.

— Do que você está falando, sua doida? — Por essa eu não esperava. Será que ela estava se vingando por eu ter falado do Elliot?

— Você não me engana, Drew. Te conheço desde quando você nasceu.

— Que loucura é essa agora?

— Por que não vai lá dançar com ela? Ela parece estar sem par.

— Mel, você só pode ter bebido antes de vir aqui. Porque eu não consigo pensar em outra explicação para esse absurdo!

— Ah, qual é? Você disse que ela é totalmente desimportante, ou seja, tanto faz né? Então você pode muito bem dançar com ela. Não vai fazer diferença nenhuma. Aliás — ela chegou mais perto de mim. — É dela que você sempre falava quando voltava dos festivais, né?

Ela ficou olhando para mim com um sorriso vitorioso no rosto, esperando uma resposta. Eu abri a boca para falar alguma coisa, mas não consegui pensar no que. Um longo silêncio se estendeu antes de eu pensar em algo para dizer.

— É dela mesmo que eu sempre falava. — comecei, o que fez o sorriso dela se intensificar — mas antes que você diga qualquer coisa, é porque eu não suporto ela. Sério. Eu sinceramente não sei como ela chegou até aqui. Está em um nível tão abaixo do meu que... Na verdade eu não deveria nem compará-la a mim. Ela está a um nível tão abaixo do Harley; agora sim, uma comparação boa; que, bem...

— Eu já entendi tudo, Drew. — ela me interrompeu. — Vá dançar com ela. Acho que ela tem par sim, então você deveria ir lá antes que ele volte e a chame para dançar.

— Você prestou atenção no que eu acabei de falar?

— Sim, e cheguei a uma conclusão: você tem que dançar com ela agora!

— Tá de brincadeira comigo, né?

— É óbvio o que está acontecendo aqui e só você que não consegue perceber.

— Melody, se a Stella nos ver...

— Ah então o problema é a Stella? Não acho que ela vá se importar muito com isso. Olha ela dançando com o Robert! E mesmo se ela se importasse... Ela não tem mais nada a ver com isso.

— Esse não é o problema. O problema é que isso vai acabar com a minha reputação.

Ela pareceu se aborrecer de uma vez com aquilo. Se levantou e tentou me fazer levantar da cadeira também, à força. Acabei levantando antes que ela pudesse tentar.

— Tá bom! Eu vou. — disse, me virando de costas para ela e começando a andar em direção à May.

“Isso aí!”, ouvi Melody gritando logo em seguida. May ainda estava parada, perto da mesa de doces. Não estava comendo nada pois a festa havia apenas começando, então ia demorar um pouco antes de começarem a comer os docinhos. Mas ela estava olhando para eles com uma expressão desejosa...

Percebi aquele garoto de ontem à noite chegando sabe-se lá da onde. Estava com o mesmo terno tosco da noite passada no cruzeiro. Odeio gente que repete roupa.

Apertei o passo para chegar nela primeiro, o que não foi tão difícil já que eu estava bem mais perto dela do que o Leo (acho que é esse o nome dele, né? Ouvi a Solidad comentando...). Ela franziu a testa quando me viu. Deve ter achado inusitado eu ter aparecido assim do nada. Até eu achei, na verdade.

— Oi. — tentei parecer simpatico, o que não deu muito certo.

Ela respondeu com um “oi” meio seco antes de voltar seu olhar à mesa de doces. Percebi que não tinha muito tempo. Leo estava se aproximando e já tinha me visto “conversando” com ela.

— Então. — continuei, e ela voltou a olhar para mim. — eu estava pensando se você se importaria em dançar comigo... quero dizer, se você gostaria de dançar comigo ou...

— O que? — ela pareceu bem surpresa.

Percebi que ela ia falar mais, só que o Leo já estava quase chegando perto da gente, então fiz algo que nunca achei que fosse fazer na minha vida, muito menos sem ter recebido uma resposta.

Eu segurei a mão dela e a puxei para a pista de dança. Ela só tentou me impedir quando já estávamos quase lá.

— O que está fazendo? — ela disse, soltando sua mão da minha?

— Hã... — tentei arranjar uma desculpa para o meu comportamento apressado. — Estamos indo dançar... Você não disse que queria?

— Eu nem respondi!

— Ah, me desculpe. Então... Pode me responder agora.

— Não, obrigada. Já tenho par. — ela virou as costas e foi andando em direção ao Leo, que olhava feio para mim.

E eu fiquei lá, parado com uma raiva gigante dentro de mim. Não porque ela não quis dançar comigo, mas porque eu fui rejeitado pela primeira vez na minha vida e por ninguém menos do que ela. O que essa retardada tem na cabeça? Preferiu dançar com o cara tosco que repete roupa do que comigo?

Voltei enfurecido para a mesa onde Melody estava sentada. Ela olhava de mim até o casalzinho boquiaberta. Quando sentei do seu lado, vi que ela queria falar alguma coisa, mas estava “impressionada” demais para se expressar.

— Eu não acredito – ela finalmente falou, depois de um longo silêncio.

— Acredite se quiser. — Dava para perceber que eu estava muito puto. — Péssima ideia, Melody. Eu achei que a pior coisa disso tudo era eu ter que dançar com aquela maluca, mas nem isso aconteceu.

— Você não pode deixar as coisas ficarem assim! Dê um chá de sumisso naquele garoto e vá lá de novo!

— Não vou pedir para dançar com ela de novo! Uma vez já foi humilhação suficiente.

— Já sei! — eu mal havia terminado de falar a frase e Melody já veio gritando isso. — Você pode dançar comigo!

— Não entendo de que jeito isso vai resolver o “problema” — fiz questão de frisar a ironia quando falei “problema” — mas vamos lá. Não é como se eu quisesse resolver.

— É simples. Com certeza vai ter um momento em que haverá troca de casais. Sempre acontece isso... é o momento mais clássico e previsível em bailes.

— Já entendi. — eu a interrompi. — Acho uma péssima ideia e sinceramente não sei porque estou fazendo isso, mas se for pra você me deixar em paz... vamos.

Fomos de mãos dadas em direção à pista de dança. Já dava para ver o casalzinho tosco dançando toscamente. Evitei olhar para o terno do Leo. Odeio. Gente. Que. Repete. Roupa! Coisa de pobre!

Eu e a Melody começamos a dançar assim que chegamos. Ela não parava de falar no Elliot. Devia estar muito apaixonada mesmo. Mas aposto o que ela quiser que ele estava bem mais. Continuamos dançando e percebi que May nem tinha nos visto ainda.

Um bom tempo se passou e nada de troca de casais. Comecei a me perguntar porque eu estava fazendo aquilo. Eu definitivamente não queria dançar com a May e muito menos esperar um tempão para isso. Mas queria dançar com a Melody. Isso me impediu de sair da pista de dança e deixá-la sozinha por lá.

Quando minha paciência começou a se esgotar, ouvimos a voz do Dj.

— E ai, galera? Estão gostando do slow dance? Não vamos ficar dançando sempre com as mesmas pessoas. Vamos trocar de par agora, galera!

Fiquei surpreso. Isso relamente sempre acontecia em bailes, mas a minha surpresa era devido ao plano ter dado certo. Quantas vezes na vida um plano maluco e sem noção daqueles acontece de verdade? Fiquei confuso no começo. Melody me despertou da confusão.

— Anda logo! Você ouviu o que o cara falou? — ela me empurrou em direção à May.

May estava sem par, é claro. O Leo estava perdido a alguns metros de distância, tentando encontrar alguém para dançar. Pouco provável que ele consiga.

Andei mais rápido na direção dela. Segurei sua mão direita e sua cintura no mesmo tempo em que a música começou a tocar. Não deu tempo de ela protestar. Missão cumprida. Melody me deixaria em paz por um tempo.

— O que? — ela perguntou, assim que começamos a dançar.

— Oi. — lancei um sorriso meio sem graça. — Agora você não conseguiu escapar, né?

— O que você quer?

— Você está dançando muito rápido. — tentei mudar de assunto. — Tente ir mais devagar e dê passos mais leves, de preferência.

Pareceu funcionar. Ela não insistiu em fazer a pergunta de novo e seguiu meus conselhos. Bem melhor.

— Isso ai. — comentei. — Você não tem muita experiência, tem?

— A primeira vez que dancei valsa foi ontem à noite, então não muita. — ela respondeu, sem olhar para mim.

— Bom, — já comecei a falar com um sorriso bem convencido no rosto. — aquele garoto não te ensinou muito bem, pelo jeito.

Ela não respondeu. Continuamos dançando e percebi que ela estava bem incomodada com isso. Pensei em simplesmente parar por ali, ir até Melody e dizer que foi realmente uma má ideia; mesmo tendo funcionado. Pensando nela, olhei em volta para ver com quem ela estava dançando, porém, logo percebi que ela não estava mais na pista.

Perscrutei o salão e a achei sentada na mesma cadeira em que estava antes de irmos dançar. Ela dava um discreto “joinha” para mim.

O pior daquilo tudo é que ela não estava sozinha. Robert e Stella estavam lá também. Robert estava olhando para o lado oposto da pista. Nem me percebeu, mas Stella olhava perplexa para mim com uma expressão não muito amigável. Às vezes até falava algumas coisas no ouvido da Melody e a vadia concordava. Falsa.

O tempo começou a passar mais devagar. Queria parar de dançar logo e deixar a May em paz, porque ela parecia não estar gostando nada daquela situação. Tive a ideia de conversar um pouco, só para não ficar muito desconfortável.

— Então. — ela voltou a olhar para mim. — Tem algumas coisas erradas ainda na maneira como você dança mas acho que isso você vai aprendendo com o tempo. Ah e por favor, não imite o que o Theo faz. Ele dança muito mal.

— Leo. — ela me corrigiu, seca.

— Tanto faz. Eu nunca ouvi falar dele antes. Me pergunto por que ele está aqui. — dei um sorrisinho de escárnio.

— Você é insuportável! — ela pisou no meu pé, de propósito.

Devo dizer que não foi uma pisada fraquinha. Foi forte. Tipo, muito. Me segurei para não gritar. Ela me deixou lá morrendo de dor e foi embora. Exatamente nessa hora o dj falou para voltarmos aos nossos pares normais. Fui quase mancando até a mesa onde as meninas e o Robert estavam e pude perceber a May voltando a dançar com aquele frouxo.

Stella rolou os olhos de uma maneira bem antipática quando me viu chegando e desviou o olhar quando eu sentei ao lado da Melody, fingindo que não havia me visto chegar.

— Ela pisou no meu pé. — eu disse bem baixinho para a Melody, abafando um grito de dor.

— É. Eu vi. Você falou alguma coisa antes, Drew. Deve ter deixado ela com raiva.

— Eu só falei mal daquele garoto. Será que ela gosta tanto dele assim?

— Hm... — Melody me olhou com uma expressão desconfiada e um sorrisinho irritante. — Parece que alguém está com ciúmes. Por que está se preocupando tanto com isso?

— Que história é essa? — Stella se virou e arrastou a cadeira para mais perto da gente, se intrometendo na conversa.

Pronto. Agora começa a confusão. Fiquei olhando da Melody para a Stella, tentando decidir se respondia a pergunta da Mel primeiro ou se eu simplesmente ignorava as duas. É claro que a última opção não estava nem perto de ser possível.

— Er... Eu não estou preocupado. — comecei a falar depois de um considerável silêncio. — E quem te convidou para a conversa, Stella?

— O que está acontecendo, John? — Stella era a única pessoa que me chamava pelo segundo nome, às vezes. Ela parecia bem aborrecida por ter ficado de fora do barraco do dia. — Vocês podem, por favor, me explicar? — Olhou para a Melody dessa vez.

— Era só um desafio que eu fiz a ele — Melody começou a inventar uma desculpa. Se bem que não era mentira. Foi tipo um desafio mesmo. — Falei para ele dançar com aquela garota lá. — Apontou para a May.

— Eu não acredito nisso, John! Você foi e ainda por cima deixou ela pisar no seu pé.

— O que? Não é como se ela tivesse perguntado antes se podia e eu respondesse “sim”. A vadia simplesmente pisou no meu pé e tudo aconteceu rápido demais para dar tempo de eu perceber e tirar meu pé do caminho!

— Foi a cena mais ridícula que eu já vi na minha vida! — ela falou alto o bastante paro o Robert perceber e voltar seu olhar para nós três.

— Hã... — ele pareceu meio confuso no começo. — O que está acontecendo? Algum problema?

— Não, mô. — Stella sorriu para ele. — Só o Drew sendo um idiota.

— Como é que é?! — Arqueei uma sobrancelha — E que história é essa de “mô”?

— Não vai me dizer que está com ciúmes? — ela chegou perto de mim e disse quase sussurrando.

— Não! Mas...

— Vamos para um lugar mais calmo, môzinho. — ela me ignorou completamente e saiu da mesa com o Robert, ou melhor, môzinho.

— Eu dançando com a May foi a cena mais ridícula que a Stella já viu na vida? — comecei a falar com a Melody depois que o casal se afastou o suficiente da mesa. — E essa cena que acabou de acontecer aqui? Môzinho?? Mas que história é essa de môzinho?

— Por favor, Drew. Acalme-se.

— Tudo bem. Vou ignorar o que ela disse. — suspirei e fiquei em silêncio por uns poucos momentos. — Se o Leo não estivesse aqui — recomecei a falar. — eu poderia estar dançando com a May até agora e — percebi um olhar desconfiado vindo da Melody — er... e eu não teria ouvido essas besteiras que a Stella falou...

— Está com ciúmes?

— Você presta atenção no que eu falo? Eu apenas teria ficado muito feliz se não tivesse ouvido as besteiras da Stella.

— Eu não acredito nisso. — ela sorriu. Um sorriso zombador. — Você gosta dela, espertão. Só você que não percebe.

— Eu não a suporto. — Falei de uma maneira quase pausada. Frisando cada palavra, porque parecia que ela ainda não tinha entendido.

— Por favor, não me faça rir! Olha, se você quiser dançar com ela de novo pode deixar que eu dou um jeito. Eu posso conversar com o dj, falar pra ele mandar os casais de antes voltarem a dançar ou sei lá, eu dou um jeito.

— Melody, parece que você não me entendeu.

— Não, Drew. Na verdade eu entendi sim. E muito bem. — ela suspirou — Mas acho que ficar tentando te provar isso é perda de tempo então me diga, o que exatamente você falou para ela ficar com raiva e pisar no seu pé?

— Eu... — havia me esquecido completamente daquilo apesar de meu pé ainda estar doendo. — Eu só falei para ela que nunca tinha ouvido falar no Leo. Acho que ela deve ter ficado ofendida. O porquê eu não sei.

— Ele está jogando charminho pra ela. E ela está caindo nisso! Você tem que fazer alguma coisa, Drew!

— Já chega disso! Eu não tenho e não vou fazer nada!

— Ai meu Arceus! — Melody se levantou da cadeira e olhou fixamente para alguma coisa que estava atrás de mim.

Olhei para atrás e não vi ninguém menos que o Elliot perto da entrada do cerimonial. O garoto alto de olhos e cabelos pretos parecia confuso e olhava de um lado para o outro. Parecia estar procurando alguém, ou melhor, procurando a Melody. Ele ainda não tinha nos visto, pelo jeito. Percebi alguém passando por mim quase correndo. Era Melody, é claro, indo na direção dele.

Não sei quem avisou para ele que a Melody estava aqui. Talvez ele tenha passado na casa dela e alguém avisou pra ele. De qualquer jeito lá estava ela correndo em sua direção e Elliot só a percebeu quando ela estava bem perto e o surpreendeu com um abraço que quase o fez cair.

Depois de um longo abraço e algumas palavras trocadas eles finalmente começaram a andar em minha direção. Bom, pelo menos ela não me deixaria sozinho aqui. Não demorou muito para eu começar a ouvir a voz da Melody se aproximando e Elliot me cumprimentando logo em seguida.

— E ai, Drew. — ele disse enquanto se sentava.

— Oi. Eu não esperava te ver aqui. Veio só por causa da Melody, né?

Um rubor se formou em suas bochechas, junto com um sorrisinho enquanto ele abaixava o olhar e Melody acabava de se sentar ao seu lado.

— Vai ficar aqui sentado? — sussurrei para ele. — Cai fora daqui e vai dançar com ela. E para de enrolar. Tenho certeza que você ainda não a beijou. Com certeza não puxou a mim...

— Você fala como se fosse mais velho que eu — ele respondeu, já se levantando. — Melody, que tal a gente ir dançar um pouco?

— Claro! — ela não tirava os olhos dele e parecia hipnotizada pelos mesmos.

E eu fiquei sozinho lá de novo. Não por muito tempo, felizmente. Percebi Solidad se aproximando da mesa logo depois que eles saíram. Foi quase como se ela estivesse esperando eles saírem de lá para ela ir.

— Oi, Drew. Que surpresa o Elliot aparecer agora. — ela se sentou e deu um leve sorriso para mim.

— Melody não parava de falar dele quando fomos dançar. E o Elliot fala umas 100 vezes mais dela. Já passou da hora de eles assumirem algo sério.

— Tenho certeza de que ainda vai demorar um pouquinho. — Ela forçou um sorriso e depois abaixou o olhar.

— Parece incomodada, Solidad. — comentei. Ela estava meio inquieta. — Onde você estava esse tempo todo?

— Eu fui tentar pegar um autógrafo da Cynthia, e consegui! — ela sorriu e me mostrou um papel autografado. — Depois disso fiquei andando por aí e... Vi o Robert e a Stella algumas vezes.

— Eu sinto muito. — disse isso só para fazê-la se sentir melhor, porque pelo meu tom de voz não pareceu que eu realmente sentia muito. — Se isso ajuda, eu não acho que o Robert vai querer algo sério com a Stella e se quiser, não vai durar muito tempo. — Isso pelo menos era verdade. A Stella não faz o tipo do Robin.

— Ajuda, sim. — ela sorriu.

Nesse momento, uma música muito familiar começou a tocar. Demorei um pouco para perceber que era meu celular tocando e Solidad me deu um olhar de “É sério isso?” quando percebeu também.

Baby, can’t you see

I’m calling

A guy like you

Should wear a warning

It’s dangerous

I’m fallin’

Eu tinha que parar de botar aquelas músicas como toque de celular. Olhei para a tela do meu iPhone 6 plus para ver quem estava me ligando e não era ninguém menos que a Daisy, a irmã da Misty.

Me afastei da mesa o mais rápido possível, querendo atender o telefone logo para a música parar de tocar e nenhuma outra pessoa do salão perceber. Atendi quando estava fora do cerimonial.

— Alô?

— Dreeeeeew!! Você não sabe o que acabou de acontecer! — ela parecia estar chorando do outro lado da linha, mas não por uma coisa ruim. Parecia estar emocionada.

— Não precisava gritar desse jeito! E por que você está chorando?

— Drew, é o Josh. Ele me pediu em casamento.

— O quê? Isso é sério?

— Sim!

— Não acredito! Parabéns a vocês dois. Acho que essa é a primeira coisa que meu irmão fez em anos que vai deixar o tio Ed feliz!

— Ah! O tio Ed! — ela exclamou — Eu tenho que ligar pra ele agora mesmo pra contar a novidade ! Tchau, Drew. Você vai ser o padrinho! Beijos, tchau.

Nos despedimos e ela desligou o celular. Gostaria de ver a cara do meu tio quando recebesse a ligação dela. Ficaria feliz pelos dois. Daisy também era sobrinha dele. Ela é filha da irmã da esposa do tio Ed. E não, isso não faz ela ter relação de parentesco com o meu irmão, então fiquem tranquilos.

N/A: Pra ficar mais fácil de perceber como o Josh e a Daisy não são parentes mesmo tendo o mesmo tio, imagine um primo seu por parte de pai e outro por parte de mãe. Apesar desses dois primos seus serem sobrinhos do seus pais, eles não são parentes entre si (na maioria dos casos).

Voltei para mesa e contei tudo para Solidad, que passou o resto da noite tentando ligar para a Daisy e parabenizá-la. Não sei se ela conseguiu, já que eu saí da festa um pouco depois. Estava bem cansado e mal podia esperar pelo começo do evento amanhã.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado : )