But I will be waiting for you to say you want

me to be with you.

I'll live in your love in your dream forever, and

ever. Oh

Após muita insistência da parte do despertador, o loiro conseguiu, finalmente, abrir seus olhos amendoados. Sentia-se numa ressaca profunda. Uma ressaca de tristeza.

Sua vontade era de ficar deitado, apenas olhando o teto. Mas forças interiores o obrigavam a ir para a escola. Pelo menos para impedir que certo ‘inquilino’ não se aproxime muito de Uke. Essa sede de atenção deu-lhe animo, levantando rapidamente da cama. Um sorriso de vingança se apoderava daquele rosto de porcelana.

Tomou um revigoroso banho, pôs seu uniforme com vontade, arrumando e desamassando com perfeição cada centímetro daquele tecido, que tanto odiava. Maquiou-se, deixando um invejável aspecto de perfeição no rosto. Era isso que queria. Inveja ao seu redor. Atenção.

Não era uma sensação que gostaria de sentir todo dia, ainda mais por sempre evitar acontecimentos assim. Mas hoje, para Takashima, era um dia especial.

Todos da casa o viam com um ar estranho, um ar mesquinho, mas não fizeram um comentário se quer. Apenas observaram.

                                                                      ~~~

Ao chegar na escola, foi o centro das atenções. Tanto de professores, funcionários e alunos. Grande parte alunas.

–Oh Takashima –san! Você está mais perfeito do que já é - dizia uma fã com uma voz arrastada.

– Oh ~ Takashima - san! Poderia autografar a minha revista? – E um montinho de garotas se formava em volta do loiro

– Claro, dear  ~ Qual seu nome mesmo? Ahm ... Sayuri?

– Sim!!! – após a confirmação, fez uma pequena dedicatória naquela revista de moda, cujo próprio rosto estava estampado, como matéria principal.

Tal fã saiu correndo ao outro montinho formado no corredor – ELE SABE MEU NOME, POR KAMI-SAMA! ELE SABE MEU NOME  - Seguidos de comentários como “aaah, que invejinha sua Sayu !” , “ Como ele é lindo e atencioso!! “. Aquilo fazia seu sorriso crescer infinitamente.

Dirigiu até a sala de aula, colocando seu material na sua carteira. Mudando seu costume, deu uma volta pelo colégio, mostrando sua beleza  e exuberância. Alguns pais de alunos o paravam, cumprimentando e pedindo alguns autógrafos e fotos.

Após o sinal ter tocado, voltou à sala. A atenção da mesma voltou para ele. Aquilo até que o divertia, mas o principal alvo não dava a mesma atenção. Aquele Alex o tirava do sério.

–Takashima-san! Bem vindo! Estava falando agora de você para Uke.

– Hum, sim. Bom dia – apresentava um olhar vago,direcionado ao moreno.

E o professor chegou. Pediu silêncio a classe e começou a aula. E as mesmas passaram voando. Enquanto os pensamentos de Kouyou passavam vagarosamente, sempre bem planejados para hoje.

Na última aula, quando conseguia ficar perto de Uke, comentou:

– Sabe aquela loja gigante de música? Vamos hoje?

– Nossa! Claro, estou louco pra ir !

– SHHHHH – dizia o professor.

–Combinado, após o sinal, vamos direto. Que tal chamar o Myv?

– Claro!!

– SHHHH – a classe inteira estava virada para os dois.

– Gomen! – após isso, as aulas correram livremente.

                                                                 ~~~

– WOW ! Quanta coisa! – Uke olhava admirado para a loja.

Myv e  Kouyou riam da situação do moreno. Mas não podiam dizer muita coisa,pois estavam encantados com a quantidade de instrumentos, tão coloridos e variados que eram penduradas nas paredes e espalhados pelas estantes e chão. Um verdadeiro paraíso.

Após quase duas horas de tanta procura, chegaram a um acordo de comprarem logo o que precisavam e irem comer. Estavam famintos.

– Nossa!  Olha que bateria linda, kouyou! Meu sonho é ter uma bateria desse estilo. Completa e que possa ser estilizada facilmente.

– Muito bonita mesmo! – E mais planos começavam a serem traçados enquanto olhava para aquele moreno, parecendo uma criança numa loja de doces. – Vamos pagar?

– Vamos, claro.

Miyavi havia comprado cordas de aço para seu pequeno violão, e mais um adesivo. Uke pegou algumas peças para arrumar sua bateria. Kouyou comprou uma guitarra nova. Curvada de cor vinho puro.

– Nossa, nunca tinha visto uma guitarra assim.

–É, nem eu. É nova no mercado.

Após aquela fila imensa no caixa, chegou a vez dos garotos.

– De-me as coisas, eu pago pra vocês.

– Não, que isso!

–Dá logo que a gente tá atrasando a fila do caixa! – Entregou todos os objetos e apontou a moça do caixa a guitarra que queria comprar – E, para entrega, como fazem?

A garota, totalmente tatuada e estilosa, explicou alguns modos de entrega e pagamento.

– Então entregue aquele modelo – apontava na direção, entregando o modelo anotado no papel  - juntamente com a minha guitarra. Amanhã de tarde. – Disse num tom quase inaldível.

– Eh?

– Hã?O que?Apenas pedi para entregar minha guitarra na minha casa.

– Ah, tá, pensei ter ouvido outra coisa.

Foram diretamente ao shopping, almoçar. Suas barrigas roncavam como gatos pedindo carinho.

                                                                     ~~~

Após outro dia de aula, o moreno foi se divertir um pouco na casa do loiro. Mas ao chegar, ficou curioso com uma quantidade gigante de caixas no meio daquela sala tão chique.

– Desculpa a pergunta, mas o que são aquelas caixas? – dizia num tom infantil e curioso.

– São suas.

– Eh?

– É o que ouviu mesmo. São suas – Dizia com um sorriso tremendo no rosto

– E posso saber o que é?

–Sim

– E o que são?

– Abra a caixa.

– Como você é complicado garoto! Custa dizer?

– Custa

– O que?

– Tempo e saliva. Veja com seus próprios olhos e sinta com suas próprias mãos.

Uke olhava para o loiro com um ponto de interrogação estampado na sua face, acompanhado com aquelas covas em suas bochechas. Era impossível não estar feliz num momento desses, mesmo não tendo idéia do que seja.

Abriu cuidadosamente uma pequena caixa, onde residia parafusos e porcas.

– Parafusos?

– Continue a abrir.

Foi para uma caixa maior, abriu vagarosamente, aproveitando aquela ansiedade e suspense. E viu alguns pratos dourados. Pratos que faziam parte de um conjunto.

–Não! Tá brincando?

Correu para uma caixa média grande. Viu os tambores

– É aquela mesmo?

– É, aquela que você gostou. Aquela bateria que você quase encharcou a loja toda com a baba . – Ria do próprio comentário.

– OMG. MUITO OBRIGADO! – Correu e abraçou o loiro. O mais forte que conseguia, sem parar de dizer ‘obrigado’.

Aquilo fazia o loiro tão feliz, que era capaz de chorar naquele abraço tão aconchegante. E teimosas como sempre, aquelas lágrimas escorregaram sem permissão daqueles olhos amendoados que demonstravam estar cheios de tristeza e necessitados de carinho.

Whenever you look in my eyes, there are so many

smiles and tears.

I was born to love feel so deep inside.