Eu havia perdido um pouco da primeira aula, Layne e eu ficamos um pouco sem graça depois do que havia acontecido, quem não ficaria? Não nos falamos mais naquele dia, ainda mais, os olhares estranhos do outro colégio haviam voltado. Eu estava vivendo a mesma coisa do outro colégio, mas não tão intenso. As pessoas apenas me olhavam com cara feia, já no outro colégio me enchiam mais, derrubavam meus livros, ás vezes escreviam no meu armário, e também me olhavam estranho, de uma certa forma eu deveria estar pelo menos um pouco feliz com isso. Mas, não estava, é claro.

Eu não queria passar por tudo aquilo de novo, tem ideia de como isso é? Eu simplesmente não quero! NÃO QUERO!

Eu tinha que dar um jeito.

–*****-

Eu estava indo para casa, meus pais não iriam mais me buscar no colégio nem me levarem, o trabalho deles "comia" os seus tempos livres, mas eu realmente não me importava e ainda não me importo. Eu me sentia ( e ainda sinto ) melhor sozinha.

Eu tenho que admitir, eu estava com um pouco de falta de Layne, me enchendo no caminho de casa. Pela primeira vez me sentia solitária.

Quando havia chegado em casa, deixei a mochila no sofá, ouvi um grito :

– Natalie? Poderia vir aqui no porão, por favor?

Era a voz de minha mãe, nem passou pela minha cabeça " O que ela já está fazendo aqui? " realmente, me lembrei do homem morto no porão. " AI MEU DEUS" pensei, fui correndo até o porão tropeçando cada degrau que descia, com a sorte de não cair que nem uma patife da escada. Cheguei lá e minha mãe estava com algumas sacolas colocando alguns objetos velhos :

– Natalie? - Ela parecia estar meio assustada, com a minha cara de preocupação - Por que a correria?

– Nada, não...- Cruzei os braços - Você... Por acaso achou algo de estranho no porão?

Eu me lembrava de ter deixado o defunto no meio do porão.

– Não, filha. Afinal, por que a chave do porão estava em seu quarto?

Tive que pensar muito rápido para dar uma resposta, mas ainda passava pela minha cabeça : " Cadê o cara morto? ".

– Sei lá...

– Natalie, você parece cansada e confusa, vai para o seu quarto descansar, eu logo faço o almoço...

– Ok...

Fui subindo as escadas com os pensamentos batendo na minha cabeça:" O que aconteceu com o cara?". " Foi um sonho?".

Eu estava muito confusa e fui mesmo para meu quarto e caí na cama como uma pedra, fechei os olhos, mergulhando em meus pensamentos.