Garota de Maresia escrita por Mermaid Queen


Capítulo 4
Meu Erro - Paralamas do Sucesso


Notas iniciais do capítulo

gostei de escrever esse capítulo porque eu acho que ficou engraçado
eu tive a ideia durante a aula de biologia sobre artrópodes UAHEAUHE
aqui o link da música: https://www.youtube.com/watch?v=YZibNACT9b8



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/541620/chapter/4

Luke empurrou Jack com o ombro.

– Você rouba! – acusou, fazendo o outro rir.

Os dois garotos apertavam os botões os controles do videogame de Jack freneticamente. O senhor e senhora Lane saíram cedo e foram para a cidade, algo sobre um chuveiro quebrado. Luke ficou bem feliz ao receber uma mensagem de Jack chamando-o para jogar.

– Droga! – gritou Jack, ao ver seu soldado levar dois tiros. – De onde você saiu, cara?

– Jack, você pode parar de gritar? – pediu uma voz mal humorada vinda do corredor. – E, por favor, não me diga que comeu todo o cereal que eu gosto…

Quando Alice apareceu na sala, Luke sorriu. Ela arregalou os olhos abrindo a boca em um “O”, e cruzou os braços rapidamente sobre o peito, talvez tentando bloquear a imagem da camisola curta.

Alice deu meia volta antes que Jack se virasse para encará-la e saiu.

– Essa menina fica me importunando com coias desnecessárias – resmungou, fazendo Luke rir.

Ele não queria que Alice tivesse ido embora.

Na verdade, Luke estava um pouco frustrado com relação a Alice. Por que Alex a teria convidado para sair? De onde eles se conheciam? Será que ela estava interessada?

Que iludido.

Um tempo depois, Alice surgiu de novo. Dessa vez estava trocada, com regata e short. Os cabelos estavam soltos, e isso deixava Luke feliz. O cabelo dela era bonito.

Ele observou com discrição enquanto ela comia e não olhava para a sala. Será que estava com vergonha ou raiva por ele tê-la deixado na festa na noite anterior?

– MEU DEUS, TÁ NA HORA!

Alice e Luke viraram a cabeça para Jack, que tinha gritado. Nenhum dos dois tinha entendido.

– Você tem que voltar a ir no psicólogo, seu maluco – Alice murmurou sem interesse, voltando a olhar para a mesa.

– Para de falar besteira! – sibilou Jack, desligando o videogame e deixando Luke com o controle na mão, se entender. – Vai começar o meu filme!

Alice suspirou.

– Por favor, não me diga que é Velozes e Furiosos.

– É Velozes e Furiosos.

– Você já assistiu a esse filme dez vezes! – Alice se levantou e foi até o sofá. – Não aguento mais!

– Não tente pegar o controle, Alice – Jack disse com seriedade.

– Você sabe que eu pego – replicou Alice, igualmente séria.

Luke não sabia se ria da situação ou se entrava em colapso por Alice estar tão perto dele.

E, para a surpresa dele, Alice se jogou sobre Jack e agarrou sua mão, tentando pegar o controle da TV. As pernas dela estavam por cima das pernas de Luke, mas ela não pareceu se lembrar que ele estava ali.

Luke nunca estivera tão vermelho na vida.

– ALICE, PARA DE SER CRIANÇA! SOLTA ESSE CONROLE, MULHER!

– PARA DE GRITAR E ME DÁ ESSA DROGA, JACK!

E enquanto os dois brigavam, gritavam e se chacoalhavam, Luke permaneceu parado, grudado na confusão. E baixou os olhos para o tapete. E o que viu não podia ser uma aranha. Era muito grande para ser uma aranha.

– AAAAAH, UM DINOSSAURO! – gritou, apontando para a montanha preta.

Alice e Jack pararam no mesmo segundo para encará-lo, e depois para ver o que estava acontecendo.

– MEU DEUS – Jack saiu do sofá tão rápido que parecia ter sido arremessado por um canhão. Ele soltou um grito tão alto e afeminado que se Luke não estivesse tão surpreso e apavorado teria rido por horas.

Ele correu pela porta e bateu-a atrás de si, deixando Luke e Alice sozinhos no sofá. Alice estava balançando os braços para todos os lados, gritando sem sair do lugar.

– O QUE A GENTE VAI FAZER?

Luke segurou os dois pulsos dela e obrigou-a a olhar em seus olhos.

– Não dá para matar essa aranha com um chinelo – falou ele. Estava sério como se suas vidas dependessem disso. – Temos que pensar em outra coisa.

Alice respirou fundo, olhando fixamente nos olhos dele.

– Eu tive uma ideia.

Tão rápida, ela pulou por trás do sofá e sumiu pelo corredor.

– NÃO ME ABANDONA AQUI, GAROTA! – Luke gritou, começando a pensar no que faria sozinho.

E Alice apareceu na sala novamente, segurando um tubo rosa e carregando um olhar assassino.

– O que vai fazer? – perguntou Luke.

– Matar essa coisa – ela respondeu rapidamente, e subiu no sofá por trás, ao lado dele.

Luke piscou e encarou Alice.

– A sua ideia brilhante é espirrar desodorante?

– Tem alguma ideia melhor? – retrucou ela, erguendo as sobrancelhas.

– Vai fundo – disse ele como resposta.

Alice ficou de pé e depois agachou sobre o sofá de novo, posicionando o tubo contra a aranha e se preparando.

Então ela segurou o botão do desodorante e ele começou a soltar um jato branco sobre a aranha. O aracnídeo-dinossauro começou a se contorcer sobre o tapete, mas sem sair do lugar.

– AAAAAAAAAAAAAAAH! – Alice berrou, sem parar de espirrar o aerossol.

– Acho que funcionou – Luke disse, observando o bicho se encolher.

Alice não parou até o desodorante parar de espirrar. Então ela caiu sentada no sofá e começou a choramingar.

Luke pousou a mão sobre o ombro dela e acariciou-a, tentando confortá-la.

– Está tudo bem, Alice – murmurou. – A aranha já morreu. Foi por um bem maior.

– Era o meu desodorante favorito – chorou ela.

– Mais tarde você pode ir até a cidade e comprar outro – ele continuou, achando graça. – Quer ir para a praia?

Ela fez que sim com a cabeça, e saiu do sofá sem nem mesmo olhar para a aranha morta, que mais parecia um novelo de lã. Ambos saíram da sala e, quando chegaram ao jardim, encontraram Jack sentado de pernas cruzadas na grama.

– O trabalho já foi feito? – perguntou com ar sério.

– Pode entrar, já está tudo bem – Luke disse.

Eles pararam e viram Jack abrindo a porta.

– Que droga de cheiro é esse?! – exclamou, e depois de um tempo, só ocorreu silêncio. – AH, MEU DEUS, QUE NOJO!

Alice e Luke correram para a praia rindo, parando antes na casa dele para que Luke pegasse a prancha.

Depois de nadarem um pouco e ele tentar ajudá-la a se manter em pé por mais tempo, saíram da água e sentaram na areia.

– Surfar de dia é mais fácil – Alice comentou. – Mas à noite é bem mais divertido.

Isso fez Luke sorrir. Estava imensamente feliz e queria ficar ao lado dela por todo o tempo possível.

– Quer vir hoje à noite?

Alice hesitou, mas depois concordou.

– Será complicado, duvido que meu pai concordará com isso. – disse ela, pensando. – Depois que eles dormirem. Umas onze.

– Onze horas para mim está ótimo – Luke confirmou, satisfeito por aquilo ser o mais próximo de um encontro que ele conseguiria no momento.

Queria chamá-la para sair, mas não tinha coragem. E estava com medo de Alice não aceitar, e depois não querer mais vê-lo.

Resolveu deixar essa ideia para lá e se contentar com o que tinha.

Ele gostava da companhia dela, porque era agradável. Alice tinha um corpo bonito, e ele imaginou que ela malhasse. Ela era linda, e não o esnobava como era costume de outras garotas fazer.

– Que quer fazer agora? – ele perguntou, deitando na areia.

Ela o encarou.

– Acho que tenho que ir almoçar daqui a pouco.

– É, eu também – Luke disse e soltou um suspiro. – Na verdade, acho que tenho que ir agora.

E, por um segundo de esperança, Luke pensou ter visto Alice estar decepcionada. Ela colocou-se de pé, e ele levantou logo depois. Apanhou a prancha e colocou-a sob o braço.

– A gente se vê à noite? – perguntou, antes de seguir um caminho oposto ao dela.

– Com certeza – Alice confirmou com um brilho nos olhos.

Ela saiu andando, e Luke fez o mesmo. Alguns metros depois, virou a cabeça.

Ela ficava bem de biquíni.


– Pode me passar as batatas, garoto? – pediu Gary, com a voz arrogante.

Luke obedeceu, de mau humor. Quando chegou à casa, encontrou as coisas de Caroline dispostas na sala de estar. Isso queria dizer que Gary e sua filha ficariam mesmo por ali. E Luke estava rezando para Caroline não se instalar em seu quarto.

– Quem era a garota com você na praia hoje? – perguntou Caroline com a voz irritante.

– Não tinha garota nenhuma comigo na praia hoje.

– Era Alice Lane?

Ele olhou para ela. Caroline deu um sorrisinho.

– Arranjou uma namorada, filho? – Susan quis saber.

Luke bebeu um gole de suco e tentou arranjar paciência. Gary soltou uma risada.

– Já disse que não tenho namorada.

– Alice Lane era a garota que acompanhou Alex ontem na festa – Caroline contou. – Ele é um gato, e ela não é nada de mais. Não sei por que estavam juntos, ou como.

Luke terminou de comer e deixou a mesa. Colocou o prato, copo e talheres na pia e dirigiu-se para o quarto.

Ele não tinha que escutar o que Caroline dizia, até porque era só uma patricinha metida. O excesso de maquiagem e a arrogância na voz só confirmavam isso.

Luke assistiu TV, andou de skate com Jack e caminhou. Mas Alice não saiu de sua cabeça o dia todo. Quando finalmente chegou a hora de sair, ele fechou a porta silenciosamente e foi flutuando até o local do encontro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Só faltam mais 26 capítulos para o desafio terminar hahah



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Garota de Maresia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.