"Valente, sei onde estás e morro de desgosto por isso. Cada vez fico mais fraca como tu. Não como, não bebo. Estou desidratada mas nada me dá vontade de viver. Cada vez fico mais doente por não te ter aqui ao meu lado. Mas uma coisa te..." Durante dias fiquei a olhar para esta carta mas cada dia eu ia lendo pior, os meus olhos já mal se abriam, eu relinchava para o meu dono para lhe implorar para me tratar mas só levava pancada. "que homem maldoso"- pensava eu. Como sabia que eu não ia ter ajuda começei a entrar em modo de sobrevivência, quando voltei para a box chamei o King e o Dipsy mas eles não respondiam! Então espreitei para dentro das boxes de cada um e só via escuridão, como se uma nuvem negra se apuderasse daquelas boxes. Foi horrível. Mas eu tinha de sair daquele lugar, no meu antigo lar eu tinha aprendido a abrir a box com a minha boca e esta não era muito diferente. Esperei até o meu dono sair e saí! Virei-me de frente para a rede elétrica e pensei naquilo como os obstáculos que saltava nas aulas e então começei a galopar, a dar balanço mas estava tão franco que tropeço no chão. Não me conseguia levantar, o fim estava certo. Eis que ouço uma voz, eu conhecia aquela voz! Era ela! A Margarida! Ela e eu estávamos juntos outra vez! Ganhei logo um pouco de energia com o abraço que ela me deu! Ela ajudou-me a levantar e montou-me! Estava a acontecer tudo denovo! Ela incentivou-me a saltar! Foi paciente! Mas o meu dono chega e começa aos gritos mas ela disse para eu saltar e nós os dois num grande ato de coragem saltámos e ela giou-me até sua casa onde me tratou!

Será que valente irá sobreviver?