Valente, é o meu cavalo. Agora doente e fraco… mas nem sempre foi assim. Ele já foi um potro brincalhão e inocente, já foi um jovem cheio de vigor, já foi adulto cheio de maturidade, mas sempre foi parte da minha alma, e continua a ser, independente do que acontecer

. Ainda era jovem quando me separaram da minha mãe. Fui levado para um sítio muito agradável, tratavam-me sempre muito bem. Mas sentia faltava-me alguma coisa que nenhum desses tratadores poderia oferecer. Passou-se muito tempo, até que ela chegou. Ela olhou para mim mas avançou para Lunar. Senti um bocado de inveja, mas tinha de me controlar pois gostava muito de Lunar, e não era por causa de ele estar a receber a atenção dela que eu deixaria de me dar com ela. Quando ela voltou, ouvi um bocado da conversa… descobri que o nome dela era Margarida Teixeira. Relinchei de alegria e um tratador olhou-me preocupado com medo de eu estar doente. Olhei também para ele e pensei: “Então? Eu não estou doente! Estou feliz, descobri o nome dela!” Mas ele não compreendeu. Não queria saber. Estava feliz. Passou-se alguns dias e eu já tinha perdido a esperança de a reencontrar. Então aconteceu. Ela voltou e… olhou para mim! Um dos meus tratadores preferidos selou-me pois a Margarida não parecia entender-se muito bem com as estribos… mas depois… depois montou-me! E assim seguimos para a aula. Eu adorei a forma como ela montava! Tinha as mãos suaves e não era nada bruta! Mas depois a aula acabou e ela foi-se embora, fiquei triste, porém rezei para que ela voltasse!