Unpredictable Love escrita por Bruna Neuer


Capítulo 14
Find another one ‘cause she belongs to me


Notas iniciais do capítulo

Capítulo no POV do Tommy e a música é Steal My Girl do One Direction.
Só vou avisar que esse capítulo está muito fofo.



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Hoje seria a grande cerimônia de abertura do Torneio Tribruxo. Eu havia colocado o meu nome no Cálice sem motivo nenhum, e hoje eu vejo que essa foi uma das maiores burrices que eu já fiz na minha vida. Estou com (muito) medo de ser escolhido campeão para participar dos desafios, pois se for eu o eleito, há grandes chances de eu deixar essa vida.

Eu também não quero que a Beatrice ou James sejam eleitos campeões. Não gosto de ver ninguém que eu goste em situações de vida ou morte e eles são claramente as pessoas que eu mais gosto aqui (ah, é claro, eu também gosto dos meus irmãos mais novos).

–Vamos logo, Thomas! Quanto mais cedo esse troço acabar, mais cedo nós podemos treinar para o Quadribol. – James estava extremamente angustiado, parecia até que ele nunca tinha ido a uma estreia de um jogo de Quadribol. –Não sei se você se lembra, mas hoje a Grifinória vai jogar e amanha somos nós!

– Estou pronto – disse enjoado, sério eu estou muito nervoso e eu não gosto de mostrar esse tipo de sentimento.

–Eu sei que você está nervoso, cara. – James disse de uma maneira tão reconfortante que até parecia que ele se importava. – Não precisa fingir que não está.

Eu adorava o fato de James e eu termos nos conhecido há tão pouco tempo, mas mesmo assim nós sabemos praticamente tudo um do outro. De novo eu digo, era para eu ter vindo para Hogwarts muito antes.

Nós chegamos muito cedo ao salão. Só haviam poucas pessoas sentadas alheias em suas mesas ou não, pois há pessoas de outras escolas aqui que não sabem onde sentar. Vi alguns garotos de Durmstrang sentando-se à mesa da Grifinória e outros estavam aqui na mesa da Sonserina. Conhecia alguns deles, infelizmente. A parte boaa é que ninguém tinha vindo falar comigo, até o momento.

–Thomas Hale, é você? – Christian Andersen, um garoto mais novo que costuma se comunicar comigo em Durmstrang veio falar comigo.

–Christian, é claro que sou eu – eu disse de um jeito monótono.

–Nós de Durmstrang, achamos que você tinha desaparecido pelas mãos de Você-Sabe-Quem! Mas não, você veio parar aqui... – Andersen continuo.

–Você fala “aqui” como se Hogwarts fosse pior que Durmstrang, eu acho melhor você respeitar os donos da casa, cara. – James havia se intrometido na conversa, é claro, ele não pode perder uma brecha que possivelmente levaria a uma discursão.

–Eu não quis dizer isso “cara” – Andersen respondeu para o garoto. – Foi bom vê-lo, Thomas. Até mais!

Eu fiz menção de responder, porém ele já havia ido embora.

–Ele era seu amigo? –James perguntou a mim com uma pontada de ciúme, do tipo: “Eu sou seu amigo, quem é esse cara? O que ele faz aqui?”.

–Não, eu só falava com ele. –respondi.

Eu estava tomando um café com leite simples quando Beatrice chegou. É evidente que ela estava acompanhada de George. Ela não me notou, é claro. Também não tinha porquê de ela me notar. Ela sentou-se no mesmo lugar de sempre, porém havia um garoto de Durmstrang lá, o cara que se acha vulgo Louis Elliot. Isso não pareceu incomoda-la, ela só falou algumas coisas para ele e depois foi tomar seu café.

George com toda certeza estava incomodado, ele não parava de balançar a perna e olhar para o lado. Quanto a Louis Elliot, ele parecia estar se divertindo ao lado da minha Beatrice. Ele meio que ficou “amiguinho” dela de uma hora para outra, pois eles estavam conversando. Eu não gosto nem um pouco disso.

–Hey Tommy, você já percebeu que o garoto de Durmstrang tá dando em cima da sua namorada? – James sussurrou para mim de modo que ninguém que estivesse na mesa da Sonserina ouvisse.

–Já, contudo ela não é minha namorada, infelizmente – respondi do mesmo modo que ele havia perguntado.

–Você tá com ciúmes! – James disse rindo, menino estranho, uma hora sério outra hora debochando – Relaxa, Tommy, ninguém vai te roubar ela, bom eu acho.

–Ah claro, todo mundo em Hogwarts dá em cima dela, James, caso você ainda não tenha percebido – falei irônico.

Dumbledore havia começado a falar e eu nem tinha percebido.

–... Sejam bem-vindos ao primeiro dia do Torneio Tribruxo! – Dumbledore dizia com enorme alegria (será que ele gosta de ver jovens morrendo?) - Em momentos o Cálice estará pronto para nos contar os nossos grandes ganhadores.

O salão estava ensurdecedor, estou contando as horas para sair desse maldito lugar. E ainda tem mais, o cálice estava fazendo uns barulhos horrendos! Até que um papel saiu de dentro dele e ele resolveu calar a boca.

–A Campeã de Beauxbatons é... Kaya Jones! – suspense pra que, né Dumbledore?!

Então era esse o nome da garota que veio na frente das outras moças de Beauxbatons! Achei que o nome dela fosse Taylor, ela tem muita cara de Taylor.

–Muito bem, muito bem. – falava Dumbledore.

E os barulhos do Cálice voltaram... Dessa vez um papel carbonizado saiu de lá de dentro.

–O Campeão de Durmstrang é... Louis Elliot! – Dumbledore disse e nossa que surpresa! Ninguém sabia que era ele o escolhido...

A parte boa disso tudo é que ele saiu de perto da minha Beatrice. Existem bilhões de mulheres no mundo e esse cara veio logo querer roubar a minha! Isso não é certo.

Agora estava na hora do campeão de Hogwarts ser anunciado.

Por favor, que não seja eu, por favor, que não seja eu...

–Por final, o último Campeão do Torneio Tribruxo é... – O salão parecia ter ficado congelado pelo suspense, isso estava me fazendo mal – THOMAS HALE!

O quê! Não! Era o meu fim!

–Vai lá Tommy! Parabéns! Ai que emoção, que eles crescem! – James estava tentando me acordar do meu mundo. – Ei cara, terra para Tommy!

Vamos Thomas, você tem que ir lá. Eu me levantei como se estivesse indo rumo à morte. Estava tudo rodando ao meu redor, e eu claramente não podia desmaiar agora.

–Parabéns, meu jovem! – Dumbledore me cumprimentou e me posicionou junto aos outros campeões.

Dumbledore ainda tentava dar um último aviso a nós.

–Todos vocês estão sendo convidados para o nosso Baile de Inverno anual – anunciava – Não é necessário vocês viram acompanhados de um par, vocês podem ir muito bem sozinhos, a final nos estamos nos tempos modernos!

Eu tenho que arrumar coragem para convidar a Beatrice para ir comigo.

O diretor havia dispensado todos os outros alunos e agora falava conosco.

–Antes do começo do jogo da Grifinória e Lufa-Lufa, nós iremos ter uma reunião em minha sala, espero vocês lá. – depois falar ele sumiu diante de nossos olhos, literalmente.

Nós nos entre olhamos e depois seguimos o nosso caminho. James estava a minha espera na entrada do Grande Salão.

–Você vai convidar a Beatrice para o Baile de Inverno, não vai? – perguntou James.

–É claro. – respondi – E você vai convidar a Alyssa que eu tô sabendo, né?

–Claro que não, é ela que tem que convidar – James havia ficado vermelho, eu sei que ele gosta dela da mesma forma que ele sabe que eu gosto da Beatrice.

–Isso é errado, onde está o seu cavalheirismo? – eu perguntei.

–Acho que ele nunca existiu, Tommy, e você sabe muito bem disso – mesmo ele tendo falado isso, eu duvido que ele não exista.

–Olha quem está vindo ai! – depois de ele acabar a frase eu me virei para trás e dei de cara com a Beatrice.

–Vai embora. Agora! – eu disse para ele.

O que ela quer comigo? Sou sempre eu quem a procura, não ao contrário. Por Merlin, será que ela pode andar mais rápido.

–Oi, Beatrice – falei com um sorriso desesperador, eu tenho que aprender a controlar meu sentimentos.

–Oi, Thomas, parabéns por ter sido escolhido – ela disse com o sorriso mais fofo que eu já havia visto nos seus lábios.

–Obrigado, você estava chorando? Seu nariz está vermelho – fiquei preocupado assim que vi, não quero que ela esteja triste ou algo assim. Bom. Poderia ser que ela estivesse só nervosa. Afinal, o jogo de Quadribol e daqui a pouco, porém ninguém fica vermelho de nervoso, não no nariz.

–Não, eu só estou com uma alergia feia da minha maquiagem – não acredito que ela estava mentindo para mim, eu sei quando ela mente e certamente ela estava fazendo isso agora.

–Eu sei que você está mentindo – eu e o meu bocão tivemos que falar.

–Eu não estou mentindo! Como você sabe? – Beatrice parecia um tanto ofendida pelo fato de eu saber tanto sobre ela, mas é uma coisa inevitável. Eu convivo com ela quase todos os dias.

–Hm, primeiro você acabou de admitir e segundo, toda vez que você mente você coça o seu nariz ou levanta a sobrancelha de um modo diferente. – respondi sobre o questionamento dela.

Como uma pessoa pode ficar muito bonita, mesmo chorando? Eu não sei. Hoje em especial ela estava linda, os seus longos cabelos ruivos estavam presos em uma grande trança. Com o cabelo desse modo, os olhos dela ficavam realçados, e eu adorava eles.

–Mas como você sabe disso, Thomas? – como é que eu vou responder isso? “Eu sei disso porque eu fico admirando você todos os dias” (não posso dizer isso, ela vai achar que eu sou doido).

–Já passei muito tempo com você durante as aulas, sei quando você mente para um professor. Todavia isso não vem ao caso, porque você estava chorando? Você não pode mentir. – Essa foi a resposta mais enrolada que eu já dei na minha vida.

–Não devo satisfações a você – não acredito que ela me disse isso, sério. Tudo o que eu menos quero no mundo é que ela brigue ou fique chateada comigo. Ela falou isso de um jeito tão duro que eu não deveria mais insistir no assunto, mas novamente, eu insisti.

–Qual é Beatrice, para de ser tão dura, não tem problema se mostrar frágil de vez em quando – Só quero que ela saiba que pode contar comigo sempre quando precisar.

–Não fui escolhida pelo Cálice, Thomas, pronto é isso – Nunca esperei que ela iria me responder por causa disso.

–Eu teria ficado feliz em não ter sido escolhido para morrer em “praça pública” – tentei fazer graça para anima-la, mas eu não sou nem um pouco bom nisso. Preciso ter aulas de “Como ser engraçado” com o James.

–Thomas, eu queria muito isso – Beatrice estava falando como uma criancinha que acabou de deixar seu pirulito cair no chão, mas eu entendo como é querer uma coisa desesperadamente e não conseguir obtê-la.

Quando ela acabou de falar, eu a abracei. Foi uma coisa espontânea; natural. Eu fiz sem pensar, mas ela parece ter gostado. Eu também gostei (e muito), tipo, eu nunca saio abraçando garotas por ai, na verdade eu nunca tinha abraçado uma garota antes (nem beijado, tudo bem que foi na cabeça dela).

Pensei no que aconteceria se alguém nos tivesse visto abraçados no meio do corredor que leva para a Sala Comunal da Sonserina. Depois pensei: “Eu não ligo”. De qualquer forma, o corredor estava escuro, quase não dava para ver o que estava acontecendo nele.

–Eu sei que você não está pedindo isso, mas se desse para trocar de lugar com você, eu não faria isso nunca sabe por quê? – estou tentando anima-la de qualquer jeito.

–Não sei Thomas, não sei. Você disse que não queria morrer – ela me respondeu na defensiva. Ela sempre estava na defensiva.

–Porque eu não quero perder você, eu preciso de você – isso era verdade, não posso mentir. Eu não sei o que eu faria sem ela. Tudo bem que ela não me dá toda a atenção que eu queria que ela desse, mas mesmo assim eu não posso viver sem ela. Beatrice faz parte de mim, ela é minha e eu não ia deixar nenhum cara da Durmstrang rouba-la de mim. Nunca nessa vida.

–Thomas... – a garota estava confusa, pela primeira fez na vida eu havia visto ela confusa. Beatrice sempre falava de um modo tão afirmativo que parecia até poder governar um país inteiro sem medo algum.

–É verdade, pode parecer estranho, mas você é minha melhor amiga – eu estava confessando uma coisa atrás da outra, pois ela merecia (e precisava) saber disso. Não quero ser trocado pelo Louis Elliot.

Ela não estava olhando diretamente nos meus olhos, outra coisa que ela nunca fazia. Ela sempre falava nas pessoas olhando nos olhos, às vezes era até incomodo. Talvez isso signifique ela tem sentimentos reais por mim.

Eu, pela primeira vez, estava desesperado para ela fazer contato visual comigo. Precisava fazer com que ela olhasse para mim, queria ler as suas expressões. Foi então que eu segurei a mão dela que era fina e delicada como a de uma boneca. Ela pareceu não se incomodar, pois ela havia me abraçado de novo e eu senti as suas lágrimas nas minhas vestes (talvez as lágrimas dela não sejam mais pela tristeza de não ter sido escolhida pelo Cálice, e sim porque ela estava confusa).

–E o James? – ela perguntou olhando nos meus olhos. Eu estava tão encantado com o momento que quase não respondi.

–Meu melhor amigo. Bom até hoje, ele ainda é um homem. Amanhã eu não sei de nada. – eu estava sorrindo como nunca antes.

–Você também é um dos meus melhores amigos. – ela disse rindo (deve ser por causa da parte do James), Beatrice havia parado de chorar. – Bom, eu tenho que ir agora, caso não meu irmão vai me matar.

–Tudo bem, boa sorte no jogo. Eu estarei lá – ele disse. – Quando eu a respondi já estava muito longe.

Eu não queria voltar para o dormitório. James ia me questionar tudo o que havia acontecido e isso era uma coisa que eu ainda não estava preparado para falar com alguém. Resolvi ir até o lago e pensar em tudo o que eu tinha acontecido hoje, eram realmente muitas coisas. De qualquer modo, James merece saber o que aconteceu, então resolvi contar para ele após o jogo de hoje.


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Notas finais do capítulo

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