Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 46
Capítulo XLV


Notas iniciais do capítulo

Que saudades de vocês! Tudo bem por aí?
É galerinha eu sumi novamente e realmente não foi proposital ou para deixá-los na curiosidade.
Semana passada minhas sobrinhas vieram dormir aqui a partir de quinta e quem disse que eu consegui escrever? Pior que elas até me contribuíram com ideias, mas optei por aproveitar o tempo com elas - que eu amo demais!

E desde então eu tenho variado entre dias que estou melhorando e dias que estou mal pra caramba. Esse capítulo ficou tanto tempo na minha cabeça que é um alívio finalmente postá-lo. Para vocês terem uma ideia eu trabalhei nele todos os dias e só agora consegui terminar. E não foi por falta de inspiração, eu sabia o que escrever, mas quando não estamos bem ou com dor, as coisas simplesmente não fluem.

Vou me esforçar nos próximos dias para voltar com as postagens, porque eu realmente não quero abandoná-los.

E quero aproveitar esse espaço para agradecer MUITO todo o carinho que eu recebo de vocês, sério, vocês são demais! Definitivamente essa é a melhor parte de tudo, quando vocês conversam comigo e posso ter um feedback.

Por aceitarem minhas opiniões e colocarem as suas de forma madura, sem precisar ofender ninguém.

Eu leio cada comentário e mensagem e realmente vocês são muito carinhosos comigo e a única forma que posso retribuir é escrevendo. Então dedico esse capítulo para todos que não abandonaram ou esqueceram Impossibilidades.

Espero que gostem. Boa leitura, já falei demais!



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Karina pesquisou no Google flores brancas e roxas e apareceram diversas espécies, algumas parecidas com a que tinha em mãos, mas não idênticas. Depois pesquisou flores roxas pequenas e novamente apareceram diversas espécies parecidas, entretanto não a que ela precisava.

–Droga Pedro, isso vai ser mais difícil do que eu pensava. Pensa Karina...

A lutadora realizou outras tentativas de pesquisa, mas estava confusa pela grande quantidade de flores semelhantes. Ao longo da pesquisa anotara na mão as que achara mais prováveis e agora as analisava com mais calma, buscando-as isoladamente no navegador.

–Pode ser Orquídea...mas eu lembro que a que compramos para a Beth de aniversário era maior que essa aqui. Essa Lysianthus parece ter pétalas demais...Violeta? É pequena, mas não sei, o formato parece diferente.... - sua face se iluminou ao avistar a próxima de sua lista– Essa Amor perfeito é a mais provável, até porque o nome é bem sugestivo.

Pesquisou Amor Perfeito branca e roxa e dessa vez encontrou a que procurava. Clicou na imagem para ver as informações sobre a flor:

"O Amor-Perfeito, como o próprio nome já diz, é ideal para quem está apaixonado e para aqueles que desejam um amor duradouro e romântico, porque suas flores são aveludadas e possuem formato de coração. Além disso, as flores são comestíveis e muito usadas em decorações de bolos de casamentos, saladas e outros pratos exóticos. Também são muitos os corantes e xaropes naturais feitos a partir dela.

O Amor-Perfeito teve origem nas regiões de clima frio e temperado da Europa e Ásia, e pertence à família Violaceae, a mesma família das violetas, e seu nome botânico é viola tricolor, justamente porque suas flores apresentam uma mistura de três tonalidades."

–Então você é uma Amor Perfeito? – falou girando a flor em seus dedos. - Ideal para os apaixonados. - sorriu para si. - Ok, a flor é Amor Perfeito, que me lembra...claro, só pode ser o Perfeitão!

Levantou empolgada do banco em que estava e correu para o restaurante, em busca do namorado. Chegando lá encontrou...

–Tomtom!

–Oi K! Tudo bem?

–Tudo! E o Pê?

–Ele me pediu para entregar esse envelope e para você seguir tudo direitinho.

–E você estava aqui só me esperando?

–Aham.

–E se eu não aparecesse?

–Se você demorasse mais 15 minutos eu deveria te ligar para dar uma dica coringa. Agora vai que o Pê está te esperando! Tomtom explicou e saiu em disparada para sua casa. - Tchau K!

–Espera! Aff... - abriu o envelope e leu as instruções.

"Quer dizer que além de linda, você é esperta?

Espero que tenha gostado do jogo, embora o melhor ainda esteja por vir: como toda caça ao tesouro, um baú está a sua espera. Para resgatá-lo você precisa pegar um táxi até o Parque Aroeira (dinheiro no envelope), seguir o canteiro de Amores Perfeitos e finalmente sorrir ao encontrar este que vos escreve.

Te espero.

Amor, Pedro."

–Com o Pê nada é simples né...maluco.

Karina pegou um táxi e foi para o local indicado. Ao chegar no Parque procurou pelas flores, encontrando-as logo na entrada.

–Como eu nunca reparei em vocês antes? - se pôs a caminhar, tocando-as levemente com as pontas de seus dedos. Subiu e desceu pelo caminho até avistar um certo garoto descabelado mais à frente.

Pedro estava sentado encostado em uma árvore dedilhando o violão, aparentemente perdido em pensamentos. Quando a viu se aproximar levantou com um sorriso radiante.

–Esquentadinha!

–Pedro! - Karina correu os metros que faltavam e praticamente pulou em cima do namorado, beijando-o e quase o derrubando no processo.

–Opa! Acho que isso quer dizer que você gostou.

–Eu amei! E meu tesouro?

–Caramba que ansiedade! Calma, vem... - puxou-a para uma manta que estava estendida na grama, com uma cesta e uma caixinha ao lado. Eles sentaram-se e ele pegou a caixinha.– Finja que é um baú. - sorriu meio sem graça.–É que não deu tempo de comprar um, tive que improvisar.

–Eu ainda estou me perguntando como você teve tempo de criar tudo isso, sério.

–Depois do show eu não consegui dormir, acabei elaborando tudo isso.

–Você ainda não dormiu?

–Não. - confessou.

–Pedro! Não deveria ter feito isso...

–Eu queria. Vai dizer que não gostou?

–Gostei, mas não às custas do seu sono né.

–Noites para dormir não irão faltar. Você estava tão feliz e isso me fez tão bem. E aí eu não conseguia parar de pensar em como fui um babaca na última semana e como você merecia mais que um pedido de desculpas. Tudo o que eu quero é te fazer bem, linda.

–Você faz, muito! - respondeu beijando-o enquanto sorria.

–Tem uma música que não sai da minha cabeça desde que nos reconciliamos, acho que traduz bem o que estou sentindo. Posso tocar?

–Claro!

"Essa não é mais uma carta de amor
São pensamentos soltos
Traduzidos em palavras
Pra que você possa entender
O que eu também não entendo

Amar não é ter que ter
Sempre certeza
É aceitar que ninguém
É perfeito pra ninguém
É poder ser você mesmo
E não precisar fingir
É tentar esquecer
E não conseguir fugir, fugir

Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender

Posso brincar de descobrir
Desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você
Eu tô tranquilo, tranquilo

Agora o que vamos fazer
Eu também não sei
Afinal, será que amar
É mesmo tudo?
Se isso não é amor
O que mais pode ser?
Estou aprendendo também."

Karina colocou a caixinha e o violão do namorado de lado e foi para seu colo, deitando-o de costas na grama. Olhando em seus olhos, ela penteou os cachinhos dele para trás.

–Nós dois estamos aprendendo, Pê.

Beijaram-se delicadamente. A loira ficou acariciando o rosto do guitarrista enquanto o admirava.

–O que foi, linda?

Ela deu de ombros e ele reparou que seus olhos azuis estavam marejados.

–Tá chorando? Falei algo errado? - questionou preocupado e ela negou com a cabeça.

–Você consegue expor seus sentimentos com tanta facilidade, eu invejo isso.

–Quem disse que é fácil? É que eu já desenvolvi uma certa cumplicidade contigo, mas no começo eu me tremia todo.

–De medo de apanhar ou de vergonha?

–Um pouco dos dois, acho.– eles riram da confissão.– Mas olha só Esquentadinha, você pode até não ser muito boa com palavras, mas algumas ações suas são bem transparentes para mim.

–Tipo o quê?

–Tipo o olhar, ou um sorriso. Às vezes um sorriso diz muito...

–Será que é possível com um olhar eu te mostrar a imensidão do que eu sinto por ti?

–Não sei...mas quando você me olha assim, eu sinto diretamente aqui. - respondeu pegando a mão dela e colocando em seu peito.

E quando você canta para mim, eu sinto diretamente aqui.– ela devolveu, repetindo o gesto e colocando a mão dele em seu peito. –Que cara é essa?

Com a mão aí eu estou sentindo coisas em outro lugar.– Pedro respondeu levando um soco de brincadeira da namorada que acabou por cair na risada.

Babaca.

–Mas você me ama mesmo assim. Deixa eu te mostrar uma coisa.

–Depois dessa fico até com medo do quê.

–Que mente poluída!

–Você quem começou.

–Não é nada nesse sentido. Quero te ensinar a dar um abraço que conecta coração com coração.

–Como é isso?

–Vem cá. - a puxou para ficar em pé. - Você passa um braço sobre o meu ombro e o outro por baixo, assim. Viu? –Pedro se ajeitou, puxando-a para mais perto e abraçando com mais força. - "É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço."

–De quem é?

–Mário Quintana.

–Esse Mário sabia das coisas.

A barriga de Karina roncou alto, interrompendo o momento e fazendo Pedro rir.

–Meu Deus! Tem um monstro aí dentro?

–Eu não comi nada até agora, tá?

–Tadinha. Ainda bem que seu namorado é muito inteligente e pensa em tudo.puxou–a de volta para a manta e foi tirando várias delícias de dentro da cesta.

–Meu namorado ou a minha sogra?

–Não vou negar que ela ajudou, mas a maior parte fui eu quem fiz. Lanchinho de peito de peru com ricota e de salame com queijo, suco de mamão com laranja, torta de frango com requeijão, bolo de milho, cupcake, brigadeiro e algumas frutinhas.

–Nossa, quanta coisa gostosa! Mandou bem. Mas e meu baú? Ainda não abri!

–Abre depois que comer, vamos!

Karina estava realmente faminta e comeu tudo o que tinha direito, deixando somente os brigadeiros para provar mais tarde.

O tempo permanecia agradável, céu aberto e calor, com uma leve brisa soprando. Ficaram um tempo deitados brincando com as nuvens, Pedro falando as coisas mais descabidas.

–Capitão Sparrow, posso abrir minha arca do tesouro agora?

–Cara se fosse para eu escolher ser algum personagem, seria esse! Jack Sparrow é muito foda!

–E bobo e palhaço como você!

–E gatão também.

–Ah não Pê, desculpa, mas não tem nem comparação.

–Eu sei, sou muito mais gato né!

–Mil vezes o Johnny Depp!

–O quê? E você fala isso na minha cara?

–Desculpa, mas é o Johnny Depp. –deu de ombros.

–Então vai pedir a arca do tesouro para ele!

–Nem vem! Eu levei horas para desvendar as pistas e conquistar a minha arca!

–Olha que coisa e perdeu o direito sobre ela em poucos segundos! – sentou-se cruzando os braços.

–Você ficou mesmo com ciúmes? Era só brincadeira!

–Era nada! – fez bico.

–Desculpa Pê, eu estava brincando.

–Não, você prefere aquele pirata feio.

–Prefiro você. Mas ele não é feio.

–Depois dessa vou até embora. - brincou e saiu andando.

–Volta aqui moleque, quero minha arca.

–Tá vendo isso? - falou olhando para o céu– A gente passa a noite preparando a surpresa para a pessoa, se dedica, escreve coisas bonitas, toca música, prepara lanchinho. E aí a pessoa não está preocupada se você vai embora, ela está preocupada que não vai ganhar a arca.

–Eu sou uma ingrata. Agora dá a minha arca! Ou eu vou ter que pegar?

–Pegue se for capaz. - desafiou e saiu correndo com a caixinha em mãos, sendo perseguido pela loirinha, por entre as árvores do parque.

Ele corria fazendo gracinhas e ela não sabia se o perseguia ou se dava risada das palhaçadas.

–Esses dias sem treinar e já ficou sedentária hein?

–Não vale, você trapaceia Pedro!

–Não é trapaça, é minha estratégia. - explicou deitando-se na grama, cansado.

–Prefiro minha estratégia. - resmungou deitando ao lado dele.

–Que estratégia?

–Essa. - falou distribuindo vários beijos pelo rosto do namorado e terminando com um beijo demorado nos lábios.

–Também estou preferindo. - ele brincou meio bobo.

–É? -beijou novamente os lábios dele – Agora me dá minha arca! - reclamou dando um soco no braço dele.

–Ah! Sem violência!

–Então me dá! ameaçou dar outro soco.

–Diz quem é o pirata mais gato então!

–Pedro Ramos é o pirata mais gato do mundo!

–E mais sexy que o Johnny Depp?

–Muito mais!

–Agora sim você está merecendo o tesouro. - respondeu estendendo a caixinha para ela que pegou com um sorriso de orelha a orelha, sentando em seus calcanhares.–K. você não me falou das flores, foi difícil descobrir?

–Amor Perfeito? Caramba você pegou pesado! Eu não entendo nada de flores.

–Se fosse fácil não teria graça.

–Verdade e eu realmente gostei dessa flor.

–Você não conhecia?

–Nunca tinha visto. Mas não é essa flor que o Puck usa para enfeitiçar os casais em Sonho de uma noite de verão? - Pedro olhou surpreendido pelo comentário da amada que estranhou a cara que ele fez– Por que tá me olhando assim?

–Você lê Shakespeare?

–Todo mundo lê esse livro para escola, você não?

–Li, mas só quem gosta do livro lembra de um detalhe assim. Você gostou não é?

–O livro é legal, o que tem demais?

–Nada, só não esperava você gostar de um livro assim.

–Menos Pedro, só porque eu luto não quer dizer que não tenho sensibilidade para entender Shakespeare. E para de me olhar assim.

–Esquentadinha! – reclamou mostrando a língua para ela.

–Vamos ver o que temos dentro da minha arca de tesouros!

Soltou a fita que prendia a caixinha e a abriu.


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Notas finais do capítulo

Parece que passou um século, mas só eu surtei quando vi essa foto da rosa?

A Bella postou bem no dia que postei o capítulo da rosa na sacada e obviamente achei engraçado. Ainda nessa vibe de brincadeira, vamos ao quiz:
Na opinião de vocês>
a) Foi uma PUTA coincidência
b) O Rafa lê Impossibilidades
c) A fic está em sintonia com o casal

Apenas quero dizer que: "Na sincronia entre coincidência e destino, cá estou eu à espera de que esse amor não seja simplesmente um acaso."