Eu voltei para casa e me determinei a treinar, mas primeiro tinha uma coisa que eu necessita fazer, eu precisava mudar minha forma de lutar. Eu precisava lutar usando ambos, cabeça e corpo, não apenas meu corpo. Lutar usando apenas os seus reflexos e sentidos é bom mas poder prever o próximo movimento do adversário usando raciocínio era melhor ainda.

Dado isso, eu resolvi ler livros sobres o raciocínio humano, e estudar um pouco sobre as expressões faciais e seus significados. Não sou muito de ler, por isso passei na livraria mais próxima e comprei dezenas de livros. Em outro lugar, eventos que eu não tinha consciência estavam acontecendo.

Vinte minutos mais cedo:

–O que será que aconteceu? Se perguntava Lizzy.

As lutas de treino ocorrem num espaço-tempo alternativo, que não afeta essa realidade. Simplificando: Ninguém com a exceção dos participantes saberão da luta e enquanto essa luta estiver decorrendo, o tempo ficara pausado.

Lizzy dirigiu seu olhar para o jovem de cabelos prateados:

–Depois de falar com você, Kuro-san ficou estranho, o que você fez?

Ele apenas balançou sua cabeça e respondeu:

–Não faço ideia do que você está falando.

Lizzy ficou irritada e pegando ele pelo colarinho, ela disse:

–Fale logo! O que você fez com o Kuro-san?

No mesmo segundo, Lizzy sentia uma pressão incrível em si:

–Me solte. Você não é interessante, não me importaria de te matar agora.

Lizzy não quis arriscar sua vida, e num impulso, imediatamente soltou Raizer. Ele se retirou e não proclamou mais nenhuma palavras, Lizzy caiu de joelhos no chão depois de ver que Raizer já tinha ido embora:
–O que foi aquilo? Que medo foi aquele? Se perguntava Lizzy tremendo.

Lizzy depois de se recuperar do choque, continuou esperando na fila. Minutos e horas se passaram, e finalmente a venda de informações sobre as bestas divinas começaram a ser vendidas.

Lizzy era a primeira da fila e alegremente deu um passo para frente e iniciou uma conversa com o NPC em sua frente:

–Quanto eu tenho de pagar por informações sobre as bestas divinas?

–100 mil COKs!

–Esse é um preço razoável, apesar de tudo são informações sobre bestas divinas. Pensou Lizzy.

–Negócio feito.

Lizzy escorregou sua mão em meio ao vento e selecionou inventario, foi um movimento muito rápido para se saber quanto era o dinheiro total dela, mas era bem visível aquele saco em sua mão, no saco estava escrito 100.000 COKs com uma caligrafia estranha.

Lizzy entregou o saco para a mulher, a mulher agradeceu e entregou um pequeno papel para Lizzy, já que seria impossível dizer as informações contidas no papel sem que os outros escutassem. Lizzy se desaproximou da multidão e entrou num beco escuro, ela desdobrou o papel e começou a ler.

No momento em que as informações contidas no papel iriam fluir em sua mente, ela ouviu um grito:

–Vocês não são bonitos, pessoas feias como vocês não merecem viver!

Lizzy correu ao lugar e lá encontrou um homem com sua espada apontada para o pescoço de outros três que estavam nocauteados no chão.

O homem de pé exibia curto e sedosos cabelos loiros, um rosto exuberante, olhos azuis como a mais pura água (N/A: Eu sei, água não é azul) junto de um olhar arrogante, ele estava vestido em roupas brancas, que passava a impressão de um príncipe dos contos de fadas.

Lizzy num impulso, acabou por segurar o braço daquele homem antes que ele desferisse o golpe final. Apesar que essa não foi a decisão mais inteligente já que aquele homem era ninguém menos que o Príncipe da tão famosa realeza. Ele se virou para Lizzy, e num movimento muito mais rápido do que ela podia ver tentou decapita-la.

Um Jovem que passava por perto viu a cena e decidiu impedi-lo, antes daquela espada tocar Lizzy, Sasesu segurou no ombro dele e perguntou:

–Não tem vergonha de tentar matar uma mulher?

Aquele homem olhou para Lizzy e disse:

–Ah, me desculpe, eu não tinha percebido que uma jovem tão linda estava aqui. Meu nome é Narzo, se você implorar, eu posso faze-la minha namorada.

Lizzy deu um passo para trás e ficou perplexa com aquela mudança repentina de personalidade:

–Então esse é um membro da realeza! Pensava ela.

O jovem loiro voltou seu olhar para os homens no chão:
–Agora se me dão licença, eu tenho que colocar um fim na vida destes pobres seres feios.

Mas novamente Lizzy o parou:

–Porque eu estou fazendo isso? Não sei, mas não posso deixar esse homem tomar vidas como se não fosse nada! Pensava ela.

Dessa vez a expressão dele era diferente, era uma expressão intimidadora e assustadora:

–Se você não se retirar do meu caminho, serei forçado a matá-la junto deles.

Lizzy apenas continuou parada, sem dizer uma única palavra, ela apenas tremia. O loiro não hesitou e tentou matá-la, Sasu prevendo o pior partiu para o ataque. Ele se aproveitou da abertura do inimigo e desferiu um chute rotativo com toda a sua força, Narzo foi arremessado para o meio da multidão antes que percebesse.

Mesmo que o movimento de Sasu tivesse sido necessário, aquela ocasião não era uma das melhores, em questão de segundos os comentários começaram:
–Ei, aquele não é o Príncipe Magico?

–Eu acho que é!

–O que será que ele está fazendo aqui?

–Mais importante, porque ele foi lançado assim?

–Será uma luta?

Aquele príncipe sádico aproveitou essa ocasião para demonstrar seu grandioso poder derrotando aqueles dois pobres insolentes em um duelo, ou pelo menos era isso que ele achava. Ele se levantou em meio à multidão e começou a falar:

–Pobres seres que desconhecem a verdadeira força, eu ensinar-vos-ei não atormentar os mais fracos, mesmo que tenha que apostar minha vida nesse proposito!

Lizzy tinha se perdido totalmente no meio de tantas palavras confusas, já Sasu tinha percebido a verdade por detrás daquelas palavras:

–Então ele está tentando fazer-nos os vilões enquanto ele bravamente derrota-nos, bem jogado mas eu não pretendo perder. Pensou Sasu.

Sasu se aproximou de Lizzy e murmurou algumas palavras em seu ouvido:

–Ele com certeza vai desafiar-nos para um duelo e se recusarmos sua proposta a situação ficará ruim, por isso só nos resta uma única opção…Vencer!

Lizzy balançou sua cabeça para confirmar e continuou estática encostada na parede. Não demorou muito para o previsto acontecer, Narzo colocou a multidão ao seu lado e propôs o duelo.

Diferente das lutas de treino, num duelo é possível para um jogador matar o outro, na maioria dos locais é impossível atacar outro jogador por isso é necessário um luta de treinou, ou um duelo para dois jogadores se enfrentarem. E também quando se mata um jogador sem se estar em duelo, seus itens são retornados para a sua devida conta bancaria.

Lizzy e Sasu receberam uma notificação dizendo que Narzo estava propondo-lhes um duelo simultaneamente, Sasu aceitou sem hesitar, já Lizzy demorou um pouco para responder, mas no final acabou por aceitar.

Ao contrário das lutas de treino que não atrapalham nem influenciam o fluxo de tempo nessa realidade, os duelos apenas teletransportam os espectadores e os lutadores para um campo de batalha muito semelhante ao local onde o tutorial é feito.

Chegando lá dava para ver um gigantesco número de pessoas nas arquibancadas, Sasu parecia não se importar com isso mas Lizzy estava se sentido mal por estar sobre tanta pressão. A cronometragem se iniciou: 3,2,1…GO.

Pelo fato de pertencer a realeza, todos já tinham conhecimento das habilidades de Narzo. Ele era um Magiko que utilizava os mais variados feitiços enquanto lutava com uma espada de esgrima, mas a plateia nem Narzo possuíam conhecimentos das habilidades de Lizzy e Sasu. Mesmo que pequena, isso dava-lhes uma vantagem.

Sasu pegou seu estrondoso machado e partiu para o ataque, em resposta ao ataque de Sasu, Narzo apontou uma mão em sua direção e disse:
–Desaceleração!

Como já dito anteriormente, Paladins não possuem muita velocidade, por isso era impossível para Sasu se esquivar desse feitiço. O feitiço diminuiu consideravelmente a velocidade de Sasu fazendo com que seus ataques se tornassem lentos demais, mas mesmo assim ele continua futilmente atacando, a espera de uma chance.

Narzo se aproveita da situação para se exibir e levar seus fãs a loucura, alguns minutos se passaram e Sasu já estava bem próximo da exaustão. Pelo menos ele tinha conseguido fazer Narzo se cansar um pouco, em mais um de seus ataques fúteis ele gritou:

–O que esta esperando mulher? Aproveite essa chance e acabe com ele!!

Lizzy que estava apenas deslumbrando a luta dos dois foi encorajada pelas palavras de Sasu, e resolveu agir. Ela pulou em Narzo e tentou corta-lo com suas adagas, mesmo tremendo ela foi capaz de fazer um pequeno corte no rosto de Narzo.

Quando abriu os olhos ela pode ver claramente, a visão da ira:
–Desgraçada!!!!!! Como ousa cortar o meu precioso rosto!!!!! Gritava ele perdido em fúria.

Ele avançou na direção dela numa velocidade incrível:
–Eu vou morrer? É assim que eu vou morrer? Essa eram as únicas que se passavam na cabeça daquela pobre e assustada jovem.

Ela fechou seus olhos e esperou a dor, a última imagem que ela se lembrava de ver era a de Narzo fora de si desferindo um corte em sua direção. Mas por mais que esperasse, a dor não chegava, ela com medo lentamente abriu os olhos.

O que ela via era uma enorme poça de sangue mas aquele sangue não era seu, mas sim de outra pessoa:
–Voce? Você me protegeu?

–Cale a boca! Se ele te matasse, eu não conseguiria vencer essa luta! E eu tenho certeza que o Kurokawa teria feito a mesma coisa. Dizia ele segurando fortemente a espada que estava cravada em sua barriga.

–Mas…Você se machucou por minha causa!

–Cale a boca! Agora não é hora para conversas, corte esse narcisista desgraçado enquanto eu estou segurando sua espada.

Lizzy apenas limpou suas lagrimas e partiu para o ataque, Narzo tentava retirar sua espada do estomago de Sasu mas Sasu impedia-o com todas as suas forças:
–Ei, você não vai me matar não é? Eu te dou o que você quiser, só não me mate! Implorava Narzo para Lizzy.

Lizzy sem hesitar continuou atacando, depois de vários de golpes a vida de Narzo beirou zero:

–Não me compare com um da sua laia, eu não mataria você independentemente do que acontecesse. Retrucou Lizzy.

Narzo não possuía forças para agradecer. O duelo terminou e todos foram teletransportado de volta, Lizzy correu carregando Sasu com todas as suas forças para evitar a multidão e parou no beco escuro de mais cedo, ele pegou uma poção de cura de seu inventario e se curou. Lizzy tinha se lembrado de uma coisa da luta e iniciou uma conversa:

–Você disse Kurokawa antes certo?

–Sim, você conhece alguém com esse nome?

–Sim.

–É, parece que temos que conversar. Eu conheço uma sorveteria aqui perto, gostaria de ir lá, assim podemos conversar sobre isso e outras coisas?

Lizzy apenas balançou a cabeça para responder e sorriu.

Sasu respondeu com um simples sorriso também.