Story of Us escrita por Sophie Valdez


Capítulo 3
O heroi lufano


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Capitulo bem nomalzinho mas necessario, espero que gostem!!!
Obrigada a todos que estão comentando!!!

Boa leitura!



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Não consegui prestar no discurso da diretora, nem nos avisos. Tentei comer alguma coisa daquele enorme banquete mas meu estomago revirava. Tinha alguns alunos que tentavam puxar papo comigo mas eu só respondia com monossílabos.

Nos primeiros segundos depois do anuncio do chapéu eu senti certo alivio, uma alegria por ouvir que era da Lufa-Lufa, mas assim que o chapéu assim e eu encarei os alunos a realidade veio. Eu tinha ido para a Lufa-Lufa, não para a Grifinória como toda minha família.

Vi Vicky me encarando com um sorriso que não escondia os olhos arregalados, Teddy com a testa franzida, e James... James estava boquiaberto enquanto eu ia até a mesa do canto, recebendo palmas e boas vindas.

_ Aceita pudim? – uma menina de cabelos enrolados dourados me perguntou sorrindo.

_ Não, obrigada. – respondo tentando devolver o sorriso, mas as perguntas me enlouqueciam.

Como meus pais reagiriam? Será que minha família ia me ver como uma desertora? Afinal, eu era a única, ÚNICA, a não ir para a Grifinória. Possivelmente meu pai e meus tios iam se perguntar o que eu não tinha para não ser digna da tão famosa casa. Minha mãe ficaria desapontada, talvez Louis não gostasse mais de mim.

James estava rindo na mesa do centro com os meninos do trem. Como seria nossa amizade agora? Porque com casas diferentes nós ficaríamos mais distantes, não cursaríamos todas as matérias juntas. E será que ele ia querer ser amigo de uma lufana?

O monitor chamou os alunos para ir a Sala Comunal e eu me levantei o seguindo. Passamos por um corredor do lado esquerdo do hall de entrada, o lugar era todo iluminado por archotes e cheia de quadros, alguns com garotas vestidas de maneira bufante que acenavam animadamente.

_ Aqui no fim do corredor fica a cozinha da escola, mas é proibido ficar indo lá, apenas se estiver com muita fome de madrugada ou coisa assim. – O monitor diz apontando para uma pintura de frutas. – E aqui... – ele para em frente uma pintura de natureza morta. – É nossa Sala Comunal. Ela é estritamente restrita a nós, então nada de amiguinhos visitando, e para entrar vocês tem que apontar a sua varinha, girar e falar nossa senha que é: Carpe Diem. Entenderem?

Nós acenamos em concordância. Ele gira a varinha citando a senha e a parede onde estava o quadro range e se afunda um pouco, escorregando para o lado como se tivesse rodinhas. Descemos três degraus da entrada e a passagem se fecha.

A Sala Comunal da Lufa-Lufa era linda e aconchegante. As paredes eram de pedra com tapeçarias bordadas com paisagens alegres, o chão era das mesmas pedras cheio de tapetes. Tinha uma lareira no canto direito cercadas de pufes, almofadas e sofás largos. Perto da porta tinha outro canto com poltronas e uma mesinha de centro, na esquerda o piso era um pouco mais alto e era cheio de mesinhas e cadeiras para estudar e as paredes eram cheias de enormes janelas que mostravam o céu. De frente para mim, no fundo tinham escadas que possivelmente levavam para os dormitórios. Tinham poucos alunos nos sofás conversando e rindo e a sala cheirava a chocolate quente.

_ Bom, aqui está. – o monitor diz abrindo os braços e sorrindo. – Bem-Vindos! Os dormitórios ficam subindo as escadas, do lado esquerdo ficam os quartos das meninas, e do direito e dos meninos. Os nomes estão na porta e seus pertences já estão por lá. As aulas começam amanhã as 8:00 horas, o café é servido a partir das 6:30. Qualquer duvida que tiverem vocês podem me procurar ou a Megan aqui. – ele diz apontando para a lareira onde uma menina de óculos estava encostada sorrindo para nós. – Devem estar cansados, então podem subir se quiserem.

Alguns ficaram perguntando coisas para ele, mas eu subi rapidamente as escadas chegando em um corredor comprido com portas dos dois lados, achei meu nome na primeira porta do lado esquerdo e entrei.

O quarto era retangular e tinha seis camas, três de cada lado, com um baú no pé de cada cama, além de criado mudo, cortinado, e nossos malões. Minhas coisas estavam na cama do fundo, ao lado das janelas e eu sorri com isso. Peguei meu pijama e me troquei. Quando comprei meu uniforme já deixei pago o uniforme da casa, e enquanto estava no banquete um conjunto de vestes com detalhes amarelos já tinham chegado ali.

Suspirei encarando o texugo bordado na minha capa e pensei se nesse momento James, Molly, Fred, Vicky, Teddy e seus amigos estavam se divertindo no salão da Grifinória, e se talvez estivessem falando de mim.

Deitei-me embaixo das cobertas grossas e encarei o teto. Eu nunca entendi o preconceito com os lufanos. Eles eram alegres, amigos, leais, gentis e corajosos... Mas apesar disso nunca tinham o prestigio merecido. Não eram bons do Quadribol, não venciam a Taça das Casas, nunca se destacavam nos estudos. Lufanos eram apenas... Lufanos.

Infelizmente eu não era apenas Dominique... Eu era Dominique Weasley, a ovelha negra da família a partir de agora.

Ouço risinhos e segundos depois meninas abrem a porta entrando conversando. A primeira tinha lágrimas nos olhos e se dobrava de rir, mas se controlou quando reparou que eu a encarava. Desviei os olhos para o teto novamente e fingi não estar prestando atenção.

_ Weasley? – uma delas pergunta e eu me viro olhando para a de cabelos negros e olhos castanhos. – Meu nome é Joanna Watson. Você está bem?

_ Prazer, e sim, estou ótima. – digo limpando a garganta. – Só com sono... Boa noite. – me viro na cama e fecho os olhos percebendo o sono enorme que estava.

_ Boa noite...

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Tive um sonho estranho. Estava em casa, em um dia de sol, me levantei e caminhei para a cozinha pensando se aquilo era real ou não. Meus pais estavam na mesa, assim como meus irmãos, dei bom dia mas ninguém me respondeu, então gritei alto. Minha mãe olhou para mim com tristeza, meu pai com raiva e meus irmãos com vergonha. Do nada comecei a ouvir risadas, minha família se transformou em texugos e vieram para cima de mim, tentei gritar mais não conseguia. Acordei ofegante e pela janela vi que estava bem cedo.

Nenhuma das outras meninas tinha acordado ainda. Me levantei, peguei minhas vestes, uma escova de dentes e uma bolsinha com sabonetes e shampoo. O banheiro no corredor estava vazio, entrei no chuveiro e tomei um banho rápido, me troquei, guardei minhas coisas, penteei o cabelo e desci as escadas.

No salão comunal tinha alguns alunos conversando em meio a bocejos, passei reto e sai de lá respirando fundo o ar gelado que passava no corredor. Felizmente o Salão era ali perto, então não tive problemas em chegar lá. Tinham alguns alunos por lá comendo também e logo identifiquei os cabelos loiros idênticos aos meus de Victorie.

_ Bom dia Vicky. – disse passando pela mesa dela. A loira se vira abrindo um sorriso que parecia de pena, o que me incomodou.

_ Domi! Como você está? Dormiu bem? – ela pergunta com a voz doce e se afasta no banco me dando espaço. – Sente aqui.

_ Dormi bem, sim... Estou ótima. – minto abrindo um sorriso. – Acho melhor eu sentar na minha mesa...

_ Tudo bem. – Vicky responde dando de ombros. – Já escreveu para papa e mama?

_N-não... ainda não... E-eu estava com sono. – gaguejo com o coração acelerado. Como seria a reação deles ao lerem que eu era uma lufana agora?

_ Não precisa ficar nervosa sabe... Eles não vão ficar bravos. – ela diz baixinho. – Não há motivo para ficarem...

_ Não estou nervosa, só estava com sono. Vou escrever em breve. – digo mais firme por causa da voz de pena da minha irmã. – Se você vai escrever antes, não conte nada por favor, quero que eles saibam as novidades por mim.

_ Ok...

_ Vou comer.

_ Até Domi! – ela diz e eu me afasto me sentando no mesa do canto. O salão se encheu bastante enquanto conversei com Vicky e se enchia cada vez mais com conversas. Como não comi muito no jantar eu simplesmente ataquei os bacons e ovos mexidos, bebi dois copos grandes de suco e mostrei a todos meu estomago Weasley.

_ Senhorita... – ouço me chamarem e me viro encontrando uma mulher loira, com os cabelos presos em um rabo de cavalo. Ela usava óculos de gatinho e trajava um vestido preto simples. – Eu sou a professora Simmons, de Transfiguração. Aqui está seu horário.

_ Obrigada. - digo pegando o pergaminho. Minha primeira aula era daqui meia hora de Feitiços, depois Poções, Almoço, Transfiguração e Herbologia. Ela segue entregando os horários para todo mundo e termino meu café para pegar meus materiais. Aceno para Teddy e Fred que estão comendo torres de panquecas e saio do salão, grito quando alguém segura meu braço.

_ Ai meu ouvido Nique! – o ser diz me soltando e eu bufo nervosa.

_ James! Até quando vai ficar me assustando assim? – pergunto retoricamente e lhe dou um tapinha rindo. – Idiota.

_ Bom dia Dominique. – Nicholas McLaggen diz se aproximando com Aaron Thomas.

_ Bom dia McLaggen, Thomas. – respondo meio incomodada. – Estão meio atrasados pro café não?

_ Ah sim... É que fomos dormir meio tarde ontem. – James diz rindo e sendo acompanhado.

_ Nossos outros colegas de quarto ficaram uma fera conosco. – Aaron diz limpando lágrimas nos olhos.

_ Mas valeu a pena... Principalmente por causa do...

_ COMETA ! – eles gritam juntos e caem na risada enquanto eu os encaro confusa.

_ Hãm... O que? – pergunto e James respira fundo.

_ Ah, é que nós estávamos... Deixa pra lá, se eu contar vai perder a graça, e você não vai entender mesmo Nique. – James diz dando de ombros.

_ Bom, é melhor vocês tomarem café. – digo começando a me afastar. – Até o almoço.

_ Espera aí. – James diz me segurando enquanto os outros entram no salão. Meu amigo estava mais sério agora e me olhava meio encabulado. – Quero falar com você.

_ Fala ué.

_ Não... É que... Quero saber como você está. – ele diz bagunçando os cabelos e me encarando com certa preocupação. – Você não foi para a Grifinória e... deve estar triste não é?

_ Estou bem. Minha sala comunal cheira a chocolate quente. – respondo inclinando um pouco a cabeça fazendo ele rir um pouquinho.

_ Eu sei que está com medo de contar pros seus pais. – James afirma e eu suspiro. – Não fique assim... Tio Gui e Tia Fleur vão entender. E qualquer coisa, você pode contar comigo, certo?

_ Certo. – digo sorrindo. – Agora vai comer seu preguiçoso. – ele abre a boca se fazendo de ofendido e vai embora rindo.

Me dirigi até meu quarto um pouco mais feliz por James não ter agido diferente comigo. Peguei os livros que ia usar nas aulas, pus na mochila e desci olhando um pouco mais a fundo a Sala Comunal. Em um canto mais afastado tinha uma estante de livros que não tinha notado, incluindo uma coleção de contos sobre Helga Hupplepuff. Ao lado das cadeiras tinha um texugo dourado gravado e a vista das janelas era o lago negro. Na parede ao lado da lareira tinha uma foto de um jovem bonito, que devia ter seus dezessete anos, na placa embaixo tinha seu nome e me aproximei para ler.

_ “Cedrico Diggory. Um jovem e bravo lufano que enfrentou com coragem e determinação o Torneio Tribruxo. Infelizmente Diggory foi brutalmente assassinado em uma armação no fim do Torneio, mas sua memória continuará sempre conosco. Ele será sempre lembrado como um exemplo de coragem e autruismo. Um autentico herói lufano.”

Encarei por um tempo o rosto de Cedrico. Minha mãe já tinha me falado sobre ele, já que participaram do mesmo torneio. Ela ficava muito abalada ao falar daquele episodio, e sempre me disse que o campeão de Hogwarts que morreu era uma ótima pessoa. Talvez ela não ficasse decepcionada ao saber que fui para a mesma casa que Cedrico Diggory. Ele era ótimo, e era lufano...

Respirei fundo me convencendo a escrever a carta para meus pais e fui para minha aula.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Vou postar outro amanhã, então quero comentários!!!

Beijoss...