Birthday escrita por Portinari


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, sobreviventes!

Com essa fic, eu cheguei á óbvia (e preocupante) conclusão que estudar e assistir Disney não faz bem pra minha saúde já comprometida (eu e a minha mania de "sessão nostalgia"). Eu estava em paz, lendo sobre Física e macumbas derivadas, eis que surge aquelas músicas depressivas que eu sei que você chorava quando ouvia quando era menor...

E era uma vez essa fic.
Fim. Fim da minha esperança de estudar, da minha saúde, normalidade (?) e tempo.

Pois é, depois dessa ladainha (relação de amor e ódio com essa palavra :3) toda, tá ai, e se houver algum erro, por obséquio, corrija-me.

Beijos, boa leitura, cidadão :D



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O escuro o envolvia e escondia mais uma vez. Como amigo, e era um jogo novamente, um esconde-esconde, pega-pega, não mais nos corredores da Wammy's. Os corredores agora era ruelas sujas, o brinquedo largado no chão do quarto pela nova brincadeira, não era um tabuleiro de xadrez, era um corpo, e os dormitórios eram bares, becos e lugares imundos.

Mas correram. Perseguiram-se como sempre o fizeram, em ritmo acelerado, jogando coisas no caminho para atrasar o outro, e espremendo-se pelas passagens mais improváveis. Mas, ás vezes, um comodo acabava por se transformar em um beco sem saída, e as janelas eram altas demais para pular, e os muros altos demais para escalar. Só restava-lhe subir na cama, e tentar escapar das cócegas, ou entrar em um galpão, e não tentar escapar.

A porta grande foi aberta, rangendo, e mais uma sombra se recortou contra a luz que lá adentrou. Porém, a luz não mostrava tudo, e não fazia a sombra daquele outro no fim do cômodo.

Encurralado, virado para a parede, ele finalmente parou, ouvindo com atenção os passos que se aproximavam. Sapatos eram ouvidos contra o chão frio e úmido, e ele pensou em como aqueles pés estariam desconfortáveis. Alguém parou bem atrás de si, a respiração ainda ofegante, e puxou-lhe os ombros.

"Te peguei!", e duas crianças se jogaram no colchão, bagunçando-o quando tentavam livrarem-se das mãos alheias, caindo dali ao chão, e rindo até a barriga doer. E descobriam um presente suspeito e mal embrulhado sob a cama. Como se não soubessem qual dos dois o colocara ali...

Olhando Lawliet nos olhos, sem que estes permitissem-se fechar, sentiu aqueles lábios cálidos e delicados nos seus. Uma das mãos pálidas ousou segurar-lhe a nuca, e, pela primeira vez em muito tempo, os olhos negros e carmesim ousaram fixarem-se tão próximos quanto possível. O breve momento, tão fantasioso, quebrou-se, e estavam de volta àquele galpão sujo. Beyond baixou o rosto, e os cabelos lhe cobriram os olhos.

Segurou a franja do outro entre os dedos, e puxou-a descobrindo novamente aqueles olhos, e mostrando-lhe o rosto. Talvez aquelas palavras não fizessem sentido ali, não fossem verdadeiras, ou somente representassem mesmo algo. Afinal, se todas as pessoas as pronunciavam, deveria haver algum significado.

–Feliz aniversário, Beyond.

Por um único momento, Lawliet viu um mínimo sorriso mostrar-se ali. Os cantos dos lábios subiram com leveza, como uma criança que é elogiada por seus olhos azuis. Bonito. Raro. Antiquado. Inocente. Palavras que á muito tempo deixaram de definir Beyond Birthday, fizeram-se presente na mente do detetive.

Sabia que ainda havia uma pequena parte do velho B ali, assustando-se sem deixar demonstrar. Seguiu para a porta, que tentava lançar-lhe alguma luz sem sucesso. Nem um passo, só o inexistente eco dos dedos longos fechando-se em seu pulso.

Ele virou-se, sabendo que não iria encontrar mais aquele sorriso infantil, e sim uma boca adulta, pronta para gargalhar divertida e insana, repuxada quase até o meio das bochechas, os lábios com gosto de geleia, e os dentes brancos. E um brilho, infelizmente, conhecido nos olhos rubros.

Felicidade. Naqueles olhos, extremamente perigosa.

Letais, seus braços envolveram o outro, assim como esse o fez. Os corações batiam paralelos, quase no mesmo ritmo, e os braços tremiam tal era o esforço que ambos faziam para manterem-se unidos.

Num breve instante, eles se separaram. Lawliet tirou a faca embainhada na calça de B, e este fez o mesmo com a pistola na calça do moreno. Atiraram-nos no chão, deslizando para bem longe, até que as sombras os encobrissem e tirassem aqueles infortúnios objetos de suas vistas embaçadas.

Cada qual tirou a própria blusa, idênticas, e poderiam estarem-se refletidos num espelho. Voltaram a envolverem-se naquele abraço quente que tanto almejavam.

As mãos se fizeram ganchos, que arranhavam sem dó a pele alheia, mostrando sua necessidade, carência, que tanto tetaram esconder um do outro.

Em prantos, mordiam os lábios para conterem os soluços, mas deixaram as lágrimas traiçoeiras e quentes rolarem pelas faces, indo se esconderem nos fios negros, ou correrem sobre os ombros.

–Feliz aniversário, Lawliet - murmurou, apertando-o em seus braços, tal qual nos primeiros aniversários que passaram juntos. Estes, claro, entre pianos e rosas, e não no fundo de um galpão sujo.

Ali, choraram tudo que não se permitiram sobre o sangue dos outros, ou sobre os arquivos inúteis. Naquela noite, L procurou mais uma vez aquele sorriso inesperado. Não o encontrou, porém, satisfazia-se por estar com seu demônio espelhado.

Acalentaram-se nos braços um do outro, até que o sol viesse e os obrigasse a sair em outra caçada. Atrás de vitimas, ou de culpados. Afinal, a noite se fora, e fizeram-se detetive e assassino novamente.

Vejam só, a que ponto chegaram os meus amores...


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Notas finais do capítulo

Meu Zeus, eu to viciada nesse shipp... isso não é bom...

#PartiuMendigarPorqueEsseÉOSalárioDoEscritores *um ótimo salário, aliás*
Por favor, me responde com um review :) . O que você achou? Ficou legal, ou lixoso? Posso melhorar alguma coisa na escrita? E o drama? É que é a primeira vez que eu me arrisco com isso, queria saber se ficou legal...
E desculpa o PWP, mas é o meu forte...

Beijos, pessoa que nem conheço e já considero pakas. Boa noite/dia :D
E obrigado por ler