República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 4
Velha infância


Notas iniciais do capítulo

Meninas amoras, ia postar este depois da facul, mas não seria justo com vocês!rs
Amanhã tem mais! Ainda não vi os comentários da anterior, mas agradeço por tudo! Assim que chegar prometo um retorno à todas!
Desculpem qualquer erro lindas!
Boa leitura! Beiiijos!



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Sentada, na noite um tanto quanto fria, Gina estava no jardim, naquele balanço que desde o início a convidava a refletir. Há dias, na realidade há uma semana toda, os pensamentos dela tornavam-se confusos. Sobre ela. Sobre sua vida. Sobre tudo. Aquilo, que a alguns dias havia acontecido tinham deixado ela perdida, chorosa, sensível, apaixonada. Apaixonada?!

– Ara que eu não me permito gostar daquele um! – Ela pensava alto sobre o engenheiro e seus sentimentos.

Sentiu uma pequena mão lhe afagar as costas, depositando um delicado beijo em sua cabeça.

– Posso saber por que está novamente aqui sozinha minha amiga?! – Juliana dizia, tentando fazer Gina se abrir.

– Não é nada não Juliana, coisas do curso... trabalhos, só isso! – Gina desconversava enquanto via a amiga sentar-se ao seu lado no balanço.

– Gina... Eu sei que você é fechada, e gosta de falar pouco de si. Eu compreendo seu jeito. Até sua braveza – Ela deu um risinho – mas eu sei que algo além da universidade está te perturbando já há algum tempo. – Foi direta e sincera. Juliana se preocupava realmente com a amiga.

– Ara Juliana eu já disse que não foi nada! Eu simplesmente to mais quieta. Só isso. – Gina estava irredutível, até o momento.

– Pois bem... e será que esse nada tem algo a ver com nosso amigo Ferdinando? – Juliana indagou, vendo a amiga arregalar os olhos.

– Mas eu não acredito que aquele um te contou do beijo! – Ela chiava furiosa pela indiscrição do rapaz.

– MEU DEUS! Não Gina, na verdade eu achei que vocês tivessem brigado por esses dias, porque ele anda tão quieto quanto você... Mas MEU DEUS! Gina me conte! Ele te beijou?! – Juliana não escondia um largo sorriso em sua boca, e dizia isto com uma animação que para Gina era incompreensível.

– Ara que eu falei demais já! – Gina estava brava consigo mesma por ter deixado escapar. – Mas você Juliana nem se atreva a contar para ninguém, nem pra ele que eu lhe disse, está ouvindo?!

– Juro juradinho que da minha boca não sai nada! Agora me conte! – Ela jurava cruzando os dedos em frente a boca.

– Contar o que Juliana?! Que aquele um me beijou a força? Que me fez de novo sentir raiva de mim mesma?! – O tom de Gina ainda era ríspido, mas Juliana sentia nele uma mágoa profunda.

– Ora Gina, mas beijo nenhum é inteiramente forçado. E se você se rendeu não devia ficar com raiva de si mesma. Apenas obedeceu o que seu coração sentia. – Juliana tinha as palavras certas, mas não sabia de tudo. Alias, aparentemente, só Gina se lembrava de tudo.

– Juliana, o que eu vou te dizer, como já pedi, fica aqui, ok?! – Disse Gina se virando de frente para a amiga.

– Tudo bem, já lhe jurei, mas o que foi?! – Juliana estava curiosa

{...} Naquela pequena escola na Vila de Santa Fé, os dois pequeninos no auge de seus 6, 7 anos corriam. E apesar da longa cabeleira ruiva, a menina mais parecia um outro molequinho ao brincar com o amiguinho de lindos olhos azuis. Eram inseparáveis, assim como seus pais. Mas essa amizade, assim também como a de seus pais, acabaria.
– Rápido Nando! –Ela dizia sorrindo para o amigo atrasado.
– Ara que você corre demais Gina! Espera aí! – Ele dizia.


Quando chegaram a beira de um riacho, Gina olhou para Nando, segurou sua mão e declarou:
– Agente há de ser amigo pra sempre Nando!
–Pra sempre Gina! – Ele enfatizava. {...}

– Mas que coisa mais linda Gina! – Dizia Juliana com os olhos marejados. – Não entendo... por que tem tanta raiva assim dele hoje em dia?!

– Porque não foi assim que acabou Juliana. – Gina falava com pesar e raiva nos olhos.

{...} – Nando, vamos lá pra casa comer bolo? – A garotinha convidara depois da aula.
– Ara Gina, vamos à minha casa, a Amância fez um doce pra gente!
– Ara que eu num posso... Falei pra mãe que depois da aula ia pra casa. – dizia tristonha.
– Não tem problema, então, eu vou pra minha casa e depois passo na sua pra mode agente brincar até o jantar! – Ele dizia entusiasmado.
– Você é um baita amigo Nando eu gosto muito docê. Então eu lhe espero! – Ela disse beijando-o carinhosamente na bochecha.

– Nando tá namorando com a Maria moleque! Tão namorando! – Os meninos da escola começaram a cantar debochadamente após verem o inocente beijo.

–Ara que eu num to namorando ninguém! Muito menos a Gina! – Ele dizia em defesa.
Muito menos eu? – Gina dizia já chorando de vergonha.
– Ara Gina, eu vou embora! – Ele disse correndo, deixando os olhos castanhos de Gina tornar-se vermelho de tanto chorar.

Depois disso nada mais foi igual. Nando se afastou de Gina, por completo. E ela dele. Nunca havia sido tão magoada. Tão ferida. Ela se fechou para tudo e todos. Aceitando até que por muito tempo, quer realmente era um molequinho. {...}

– Nossa Gina! – Juliana dizia pasma e chorosa pela triste história.

– Pois é Juliana. E tudo só piorou quando o pai brigou com o pai dele por política. E eu tenho raiva daquele frangote! – Ela dizia enxugando a solitária lágrima escorrida.

– Mas Gina... Ele era um menino apenas... As pessoas mudam.

– E eu uma meninota... mas nem por isso esqueci. – Ela dizia se defendendo – Ainda mais depois do que ele fez aqui. Se eu nunca tinha beijado alguém Juliana, a culpa era dele. Ele me fez ter medo de gostar de novo de alguém.

Juliana estava achando incrível e carinhosa a forma como a amiga estava se abrindo com ela. Resolveu não mais teimar. Afagou seus cabelos, encostando a em seu colo. Deu lhe beijo na testa e resolver deixar Gina voltar a seus pensamentos. Ela precisava refletir.

– Bom, eu vou fazer o jantar e lhe deixar um pouco em paz. Se precisar, sabe que sempre estarei à disposição. – Ela se levantou e foi em direção à porta.

Gina se via novamente sozinha, agora rodeada de lembranças. Recentes. Antigas.

Naquela última semana havia se sentido estranha sem ver direito e nenhuma palavra trocar com o engenheiro. Pensava nisto também.

Mas isto logo mudaria, tendo em vista a pessoa que se sentou no banco ao lado do seu.


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Notas finais do capítulo

Amanhã voltamos a esquentar! rs Beijos!



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