Definição de Perfeição escrita por Apenas mais um escritor


Capítulo 9
Promete?


Notas iniciais do capítulo

[O Nyah, por algum motivo, veio tirar com a minha cara e duplicou o capítulo. Decidi manter esse pois teve mais comentários, mas saibam que li todos do capítulo deletado. Muito obrigado e sintam-se livres caso queiram comentar novamente] Weeeeee, consegui mandar o segundo capítulo. Demorei mas o importante é que tá aqui. Aproveitem.



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Karina perdeu-se. Se antes já estava amando ser mimada, agora, aquele beijo a deixou em êxtase. Mas a lutadora era teimosa demais pra admitir isso. Ele não podia saber que tinha esse poder sobre ela, principalmente agora que ela estava fragilizada. Quando os lábios separaram-se, K fez a maior cara de indignada que conseguiu fingir, desferiu diversos socos fracos no peito de Pedro enquanto perguntava:

– Por que você fez isso? Tá louco?

– Você não faz ideia do quanto seus olhos são lindos. Também não sabe o quanto eu consigo te ler por causa deles. Desculpa, Esquentadinha, mas admite, você queria tanto quanto eu. - respondeu o rapaz.

– Vê se morre. Só nos seus sonhos que eu ia querer. - disse a loira, corando por saber sobre Pedro a entendendo. - Vamos dormir logo.

O roqueiro foi na frente, com K logo atrás dele. Seu nervosismo passou e ela só conseguia pensar no beijo.

Foi diferente daquele beijo no Perfeitão. Aquele, apesar de reconfortante, pareceu um beijo de pena. Esse na casa do rapaz pareceu ter mais desejo.

– Mi casa es su casa, Esquentadinha - disse Pedro, abrindo a porta e dando passagem para a garota. Ao entrar, estranhou. Esperava que o quarto do garoto fosse um completo caos, mas além da capa da guitarra largada, algumas roupas no chão e um pacote de biscoito vazio, no geral, estava tudo organizado.

– Deu sorte que hoje me deu na telha de arrumar o quarto. - Disse Pedro com seu largo sorriso no rosto. Aquele sorriso que Karina começava a não achar que precisava de uma revirada de olhos como resposta.

– Pera, só tem uma cama aqui. O que Tomtom viajar tem a ver com você ter o quarto todo pra você?

– É que, geralmente, quem vem me acordar é ela, e ela tem a chave daqui do quarto.

– Espera aí, você não espera que eu fique trancada num quarto com você, não é?

– Quer que meus pais entrem e vejam você no meu quarto?

– Não, mas... precisa mesmo? Não tem outro jeito?

– Foi mal, mas não. Aproveita pra tomar seu banho enquanto eu arrumo meu colchão e a sua cama.

– Eu vou dormir na sua cama?

– Mas é claro, Esquentadinha. Sou "moleque" mas sou educado. - disse ele, fazendo as aspas com as mãos.

Karina sorriu, pegou um shortinho e uma regata na mochila e dirigiu-se ao banheiro que Pedro havia indicado. Foi um alívio livrar-se das roupas suadas, e gostou ainda mais quando entrou debaixo da água gelada que o chuveiro liberava.

Enquanto tomava seu banho, o corpo dela sofria reações estranhas. Arrepiava-se, tremia e sentia-se mais quente. Tudo isso vinha do fato de estar tomando banho no banheiro de um garoto. Cada gota que escorria pelo seu corpo a fazia ter tremeliques.

– Ai, Karina, se controla, caramba. Não é nada demais. - dizia para si mesma.

– Tá falando sozinha, Esquentadinha? - disse a voz de Pedro, fazendo K dar um pulo.

– Que que você tá fazendo aqui?!

– Tô escovando meus dentes. Posso não?

– Eu tô tomando banho, cacete!

– Não dá pra ver nada, Esquentadinha.

– Não interessa, moleque. Quero privacidade

Karina ouviu o barulho de cuspiada, seguido da torneira e de um "Pronto, fui" e finalmente se acalmou, mas seu corpo não. Depois do susto de Pedro, o coração entrou na confusão e batia a mil.

A garota continuou na sua rotina de banho e, ao sair, encontrou mais um conflito. Será que ela deveria dormir sem sutiã, apenas com uma blusa por cima como faz em casa? Não queria ter que colocar o sutiã, pois achava-o desconfortável, mas pensou em uma opção que supria as duas necessidades. Pegou um top que ela havia trago e aí sim pôs a blusa. Depois de arrumar-se e secar o cabelo, assim como Pedro, começou a escovar os dentes. A garota ainda podia sentir os lábios do roqueiro colocado nos seus e, novamente, recebeu tremiliques. Quando saiu do banheiro, encontrou a cama de Pedro completamente arrumada e o rapaz estava deitado num colchão ao lado.

– Tá bonita, hein, Esquentadinha.

– Cala a boca.

Ela deitou-se na cama e ambos ficaram se encarando, até que Pedro tomou a iniciativa e disse:

– Esquentadinha, eu fiz muita coisa pra você hoje. Será que agora você me diz por que vc tem estado tão estranha? O que te incomodou mais cedo? Por que você teve que vir dormir aqui?

Karina demorou a dizer. Já não estava tão emocional e já tinha descontado grande parte do ódio nos sacos de pancada da academia. Então, por fim, disse:

– Conhece o Duca, lá da academia?

– Aquele da cabeça raspada que a Bia conversa direto?

– É, ele mesmo. Minha irmã tá namorando ele.

– Pô, que legal.

– É... o problema é que eu sempre fui afim dele. E descobri ontem, na praça, que eles tavam se pegando. Isso... isso me magoou muito. Eu não fui a escola e passei a tarde contigo pra eu poder esquecer tudo isso. Acabei me divertindo bastante, aliás.

– Entendo... e por que dormir aqui?

– Quando cheguei em casa do nosso encon... passeio, - Pedro sorriu com a confusão da garota - eu encontrei os dois na cama.

– Que isso, mas já?

– Ela me disse que eles têm namorado faz tempo. Então foi isso. Quando você me encontrou, eu e Bianca tínhamos acabado de discutir e eu tava saindo.

– Onde você ia?

– Pra academia, ué. Você me seguiu até lá, lembra não, lesado?

– Isso eu sei. Mas e depois, Esquentadinha? Você não pretendia ir pra casa.

– Sinceramente? Eu não fazia ideia. Se não fosse por você, eu podia estar até agora na rua, procurando um lugar pra ir... brigado, Pedro.

O rapaz percebeu que ela chorava e se aproximou, para secar suas lágrimas. Aproveitou para roubar um selinho da menino, fazendo ela dar um pequeno sorriso.

– Esquentadinha, você pode me odiar, mas eu nunca largo do teu pé, ok? - disse ele, acariciando seus cabelos loiros.

– Eu não te odeio. Você que me irrita. - disse ela, abrindo um sorriso maior.

– Eu adoro te irritar.

Seguiu-se um silêncio, com Karina recebendo carinho de Pedro, até que este a deu outro selinho e disse :

– Boa noite, Esquentadinha.

– Boa noite.

Alguns minutos depois, K estica-se e pergunta a Pedro:

– Cê tá acordado?

– Aham

– Sobre aquele lance de não largar do meu pé... é sério?

– Totalmente.

– Promete?

Pedro virou-se. Encarou a lutadora nos olhos, estudou-a e disse:

– Prometo.

Karina abriu um sorriso e pôs-se a dormir.

No meio da madrugada, K acordou, assustada. Teve um pesadelo. Sonhava que Pedro dizia ter se arrependido de ajudá-la. Quando olhou pro lado, o rockeiro roncava e ela não pôde deixar de sorrir. Virou-se para sua cama e tentava dormir novamente. Revirava-se de todas as formas possíveis, até que, no tédio, olhou de novo para Pedro. O espaço junto ao rapaz parecia muito confortável, e Karina odiava sua mente por fazê-la pensar essas coisas.

Finalmente, a garota reuniu coragem e deitou-se ao lado de Pedro, aninhando-se no peito dele.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de aproveitar esse espacinho aqui pra esclarecer algo que eu percebi que confundiu muita gente. Eu sou um homem heterossexual do sexo masculino. Vejo muita gente me confundindo com autora e, sinceramente, não me incomoda. Eu gosto que vocês apreciem a história independente do sexo, mas só pra avisar os confusos. Comenta mais coisa, gente. Amo amo amo seus comentários.