A Dança das Lâminas Rubras escrita por João Emanuel Santos


Capítulo 1
Princípio - Parte Um.


Notas iniciais do capítulo

Bem vindo(a) ao meu segundo conto.

Caso você não conheça o primeiro, ele se chama "Impérvia", e se passa no mesmo mundo de "A Dança das Lâminas Rubras".

Vale mencionar novamente que o ambiente em que ambas as histórias se passam é uma fantasia medieval que foge dos conceitos mais fantásticos como dragões, magos e raças diferentes. Apesar disso, comecei esse conto justamente com o intuito de explorar essa parte fantástica ausente, uma espécie de reflexão inspirada em nosso próprio mundo. É uma proposta diferente de "Impérvia".

Sem mais palavras, espero que gostem do conto.Todas as críticas serão mais que bem vindas.



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Certo dia, um homem vindo de um país distante me perguntou se eu acreditava nos Deuses. Na época, eu era apenas um garoto com treze anos de idade, e como todas as crianças que foram criadas por pessoas supersticiosas responderiam, eu disse que acreditava. Mas a verdade era que eu apenas temia ser punido, caso os Deuses de fato existissem e eu dissesse a verdade. Se eu dissesse que não acreditava.

O homem então perguntou se eu acreditava nos Deuses dos outros povos, e riu ao receber uma resposta minha dizendo que eu não acreditava. Ele então me disse que nenhum de nós tem a autoridade para negar a existência de algo ou alguém.

Por motivos que irão se tornar claros em breve, naqueles dias eu o julgava como um homem louco. Então decidi não dar importância a mais uma de suas ideias absurdas.

Mas Gregório, o homem do país distante, estava certo. E com o tempo aprendi que os verdadeiros loucos são aqueles que negam a existência do desconhecido, sem nunca terem se aventurado por lugares inexplorados.

No entanto, essa história não é sobre mim ou sobre Gregório.

Essa história é sobre todos aqueles que buscam pela magia neste mundo inflexível.

Como citei antes, tudo começou quando eu era um garoto de treze anos. Eu vivia num pequeno povoado que ficava no litoral de meu país de origem, o Reino de Alvaterra. Nosso reino acabara de vencer uma guerra contra um dos países vizinhos, retomando vários territórios que estavam sendo ocupados pelo inimigo durante décadas.

Apesar de vencer a guerra, o Reino de Alvaterra entrou num longo período de pobreza, por conta de todo o dinheiro e grãos gastos para sustentar o exército. Os que mais sofreram durante a crise foram os pequenos povoados litorâneos, como o povoado em que eu morava, pois a pouca renda que tirávamos da pesca estava sendo engolida pelas taxas absurdas.

Eu e minha mãe vivíamos e trabalhávamos na única estalagem do povoado. Minha mãe era a dona do local, e eu a ajudava, servindo os clientes e limpando a sujeira que se acumulava todos os dias. E o lugar de fato era muito sujo, pois era frequentado apenas por pescadores bêbados que bagunçavam tudo o que viam pela frente. Eram raras as ocasiões em que hospedávamos um viajante, principalmente após o inicio da guerra.

Naquele dia, eu esfregava o chão de madeira da estalagem, limpando uma mistura de vômito e lama que estava presa nas tábuas. A noite já estava em sua segunda metade e os bêbados finalmente haviam caído em suas camas de feno, que ficavam espalhadas pelo lugar.

–Drystan, você não precisa limpar isso agora, esses porcos só vão acordar depois do meio-dia, descanse um pouco – disse minha mãe, postando uma mão sobre meu ombro.

A verdade é que não me lembro de muito sobre a aparência de minha mãe, talvez por ser muito novo naquela época, ou talvez eu simplesmente tenha apagado isso da minha memória. Mas me recordo dela como uma mulher pequena e rechonchuda, com um espírito forte o bastante para enfrentar os pescadores que tentavam passar dos limites. Não me lembro da cor de seus cabelos, mas assumo que eram claros, assim como os meus.

–Se eu não terminar de limpar agora, essa sujeira vai se misturar com a sujeira que os bêbados vão fazer de manhã. E então vou ter uma pilha de sujeira maior pra limpar – eu disse, fazendo uma expressão de nojo, pois o pano que eu usava para limpar a mistura estava ficando encharcado.

–Tudo bem, eu vou dormir. Avise-me se um desses porcos te perturbar – disse minha mãe, se retirando para os fundos da estalagem.

Continuei a trabalhar nas horas seguintes, lavei as poucas mesas que tínhamos com água, depois limpei as demais imundices que impregnavam o chão. Quando por fim me dei por satisfeito, o sol já estava nascendo, iluminando o ambiente escuro através das pequenas janelas da estalagem. Limpar e organizar são tarefas que sempre me deram certo prazer, embora eu nunca entendesse o motivo.

Puxei um banco de madeira e me encostei a uma das paredes, para me deitar e descansar um pouco. Mas quando o fiz, o pequeno sino de ferro que ficava preso à porta de entrada tocou, sinalizando que a estalagem acabara de receber um novo cliente.

Levantei-me do banco, em pressa, e corri até a porta de entrada, de forma desajeitada.

–Bem vindos! – exclamei, ainda com a cabeça abaixada por conta de um tropeço.

Quando me ergui e olhei para a porta, vi duas pessoas cobertas por mantos de cor negra, encapuzados. Uma das pessoas era alta, e a outra entrou mancando pelas tábuas de madeira.

–Desculpe o incomodo, mas os moradores indicaram essa cabana como uma estalagem. Nós gostaríamos de passar o dia descansando aqui – disse a pessoa que estava mancando, revelando uma voz masculina. No entanto eu ainda não conseguia visualizar o rosto dos dois.

–É uma estalagem, sim. As camas custam duas moedas de prata por dia. Se não tiverem moedas, podem pagar com grãos, mas é melhor que sejam muitos grãos – eu disse.

O homem abaixou o capuz de seu manto. Ele possuía um rosto que o dava um ar experiente e confiante, mas ainda assim era jovem. Seus cabelos eram lisos e castanhos, penteados para trás, mas com alguns fios soltos pela testa. Sua barba era cheia e descia pelo rosto até se tornar pontiaguda abaixo do queixo. Os olhos eram verdes, e brilhavam, de forma discreta, como se possuíssem luz própria. Ele tinha uma estatura mediana, fazendo com que a pessoa que o acompanhava parecesse ainda mais alta.

–Você parece ser um garoto bem esperto – disse o homem.

–Quem são vocês? Nunca vi vocês por aqui. São mercadores? – perguntei.

Ele acenou com a cabeça, para que a pessoa que o acompanhava chegasse mais perto.

–Acredito que a palavra que nos define melhor é “andarilhos”. Vamos querer duas camas, por um dia – disse o homem, puxando uma pequena bolsa de moedas de dentro do manto e me entregando quatro moedas de prata.

–Certo, tem duas camas disponíveis nos fundos, levo vocês até lá – eu disse.

O homem parecia não prestar muita atenção no que eu falava.

–Já estamos dentro da estalagem, você devia tirar o capuz – disse o homem, virado para a pessoa que o acompanhava.

–Parar aqui é perda de tempo, Souverain – disse a acompanhante, com uma voz feminina suave. Apesar disso, o sotaque que ela possuía fazia com que o “r” em suas palavras soasse mais arrastado. Eu nunca ouvira um sotaque estrangeiro antes, então julguei a mulher como uma exibicionista.

Por fim, o segundo capuz desceu, revelando um rosto belo e jovem. Os olhos da mulher eram escuros e frios, seguidos por sobrancelhas arqueadas que davam um ar de superioridade a ela. O nariz era fino e arrebitado. O lábio inferior de sua boca era mais grosso do que o lábio superior. Seus longos cabelos eram negros, assim como o manto que cobria seu corpo. Mesmo sendo alta, os seus ombros não eram largos como os de um homem. Ela carregava um grande saco de pano em suas costas, na época achei estranho que uma mulher carregasse toda a bagagem enquanto o homem andava aos mancos.

–Sabrina, você é quem mais precisa de um descanso. Apenas aproveite a oportunidade para dormir antes de voltarmos a andar – disse o homem.

–Eu levo vocês até as camas – eu disse, com medo de que mudassem de ideia e pedissem as moedas de volta.

Guiei o casal até os fundos da estalagem, uma parte que era isolada das demais camas de feno por uma parede de madeira cinzenta. As camas eram simples, caixas de madeira em forma de retângulo, preenchidas com feno e cobertas por panos. Era um péssimo lugar para se dormir, mas era o melhor que se poderia ter em nosso povoado.

Após levá-los até as camas, me virei para andar em direção à entrada da estalagem, mas fui impedido pelo homem que mancava.

–Garoto, espere. Eu tenho algumas perguntas pra te fazer – disse o homem.

–Perguntas? Que perguntas?

–Quem governa este povoado? Vocês tem um líder? – perguntou o homem.

–Ninguém manda em ninguém aqui no povoado. Mas se você quer saber quem manda nessas terras, acho que é o Conde Alwyn – respondi.

–Entendo, e este Conde costuma receber bem os viajantes?

–Não sei, nunca fui até a fortaleza dele. Mas minha mãe diz que ele é tão pobre quanto nós, então não pode receber ninguém com um banquete ou qualquer coisa assim – eu disse.

–Entendo – o homem coçou a cabeça por alguns instantes, bagunçando o cabelo e fazendo com que mais fios caíssem por sua testa – E poderíamos arranjar algum serviço com esse Conde?

–Trabalho? Não sei – respondi.

–Essa é sua frase preferida? “Não sei” – disse Sabrina, com seu “r” arrastado.

Olhei para ela, irritado com o comentário.

–Sabrina, não seja rude, este garoto nos recebeu bem – disse o homem.

–Me desculpe Souverain.

–Uma ultima pergunta, se me permite – o homem se virou para mim – Existe alguma história que seja muito absurda ou fantasiosa e que tenha acontecido nessa região?

–Como assim? – perguntei.

–Estou perguntando se vocês nesse povoado possuem uma lenda sobre algo místico, ou sobre alguma pessoa extraordinária. É apenas uma curiosidade minha – disse o homem, com um olhar entusiasmado. O olhar se desfez assim que ele notou minha expressão de indiferença.

–Vocês são estranhos. Não façam nada de errado na nossa estalagem, ou eu e minha mãe bateremos em vocês – eu disse, me virando e voltando para a entrada.

Retornei para o pequeno banco de madeira que havia posto ao lado de uma das paredes e adormeci, por conta do cansaço. Acordei várias horas depois, com minha mãe me chamando para servir os clientes. Levantei-me e tomei em minhas mãos uma pequena sardinha frita que estava em cima do balcão onde organizávamos os pagamentos. Enquanto recuperava minha consciência e comia o peixe, notei que o casal de viajantes estava sentado em uma das mesas, próxima da porta. Havia uma terceira cadeira vazia posta a mesa, decidi sentar ali, mesmo sem ser convidado. Pois apesar de julgá-los como pessoas estranhas, eu estava curioso.

–De onde vocês vieram? – perguntei aos dois, enquanto me sentava na cadeira vazia.

–Quem te deixou sentar aqui? – disse Sabrina, áspera.

–Não tem problema, dificilmente tenho uma boa conversa com crianças. Vamos aproveitar essa chance – disse o homem, levando uma caneca de bebida à boca.

–Você disse que vocês dois são andarilhos, então devem ter visto vários lugares, não é mesmo? – perguntei.

–É verdade, tivemos nossa dose de caminhadas por este continente – disse o homem.

–Eu nunca saí do povoado, queria viajar um dia, mas não posso abandonar a estalagem – eu disse.

–Já pensou em se tornar um soldado? Soldados viajam bastante em tempos de guerra – disse o homem.

–Mas a guerra acabou, e os soldados estão desempregados – eu disse.

–Nós estamos numa era em que guerras terminam e começam em questão de semanas, garoto. E aqueles que menos irão sofrer durante essa era serão os soldados.

–Isso não faz o menor sentido. Os soldados tem que lutar, e podem morrer nas batalhas, como eles irão sofrer menos que nós?- perguntei.

–Basta olhar para o lugar onde você mora, vimos pessoas morrendo de fome do lado de fora da estalagem. Faça um esforço e tente entender – disse Sabrina, olhando para mim com indiferença.

Senti raiva ao ser contrariado por ela mais uma vez.

–Qual o seu problema? E por que fala desse jeito estranho? – eu disse, desafiando a mulher.

Fui esbofeteado nas costas de minha cabeça.

–Drystan! Pare de se meter na vida dos clientes! – disse minha mãe, me chamando pelo nome após me bater com força.

–Por favor, não precisa fazer isso, o garoto apenas está curioso – disse o homem, gesticulando com suas mãos enquanto falava.

Nossa atenção foi tomada por gritos, vindos do lado de fora. Minha mãe me empurrou para que eu me sentasse novamente na cadeira.

–Fique aí, e não arrume confusão – disse minha mãe.

–Gritos. O que está acontecendo? – perguntou o homem que mancava.

–Soldados do Conde Alwyn – eu disse, em voz baixa.

O homem olhou para Sabrina com seriedade. Ela respondeu com um aceno de cabeça, depois olhou para o lado direito de sua cadeira, só então percebi que o grande saco com a bagagem dos dois estava ao lado da mulher.

A porta da estalagem foi aberta com um pontapé, batendo na parede e voltando, num grande estrondo.

–Quem é o dono dessa estalagem? – gritou um homem vestindo cota de malha e um elmo de metal.

–Eu sou. Desejam passar uma noite aqui? – disse minha mãe, se pondo na frente de Sabrina.

O soldado entrou na estalagem, seguido por outros dois homens vestindo equipamentos para uma guerra. Aquele tipo de situação era comum no país, soldados desempregados que atormentava as pequenas vilas e povoados com sua força.

–Não queremos dormir nesse lugar imundo, só queremos alguma coisa pra beber – disse o soldado. Era possível sentir de longe o hálito dele, com certeza ele havia bebido antes mesmo de ir até a estalagem.

–Drystan, vá buscar as bebidas – disse minha mãe, com um tom tenso.

–Por que todos esses rostos feios? Um homem que arriscou a vida para salvar esse país não tem o direito de beber? – disse o soldado, após percorrer o ambiente com o olhar.

–Meu Senhor Brandon, talvez devêssemos ir para outro lugar, essas cabanas não tem nada além de merda para oferecer ao Senhor – disse um dos soldados, se dirigindo ao soldado que estava mais embriagado.

Só então entendemos que o líder dos soldados era um nobre. Os pescadores que estavam na estalagem imediatamente abaixaram as cabeças, mas minha mãe permaneceu na frente de Sabrina, imóvel. Apesar disso, os soldados não deram atenção ao desrespeito.

–Tem razão, esse lugar fede. Eu pensei que encontraria ao menos uma mulher pra me divertir durante a noite, eu mereço uma recompensa dessas depois da guerra, não é mesmo? – disse o nobre, se virando para trás para cobrar risadas de seus soldados.

O nobre por fim percebeu que minha mãe estava tentando esconder Sabrina. Parei de servir a bebida e continuei a olhar para a cena com atenção, eu estava atrás do balcão da estalagem.

–Ei, Ei. Parece que a viagem foi bem recompensada – disse o nobre, empurrando minha mãe e fazendo com que ela caísse com força no chão a vários passos de distância.

–Mãe! – vociferei, saindo de trás do balcão.

O homem que acompanhava Sabrina estendeu sua mão para mim e fez um gesto para que eu parasse.

Eu obedeci.

–Ei, mulher, por que não me acompanha até a minha fortaleza e passa a noite comigo? Prometo que não vai se arrepender. Vai gostar tanto que nem vai querer me cobrar depois – disse o nobre, com um sorriso nojento.

Sabrina olhou para o homem que a acompanhava, com uma expressão de interrogação, como se pedisse permissão para fazer alguma coisa.

– Perdoe-me Senhor, mas você parece ser um nobre. Num grau de um a dez, qual a sua importância nessa região? – perguntou o homem que mancava, encarando o nobre.

–Você tá brincando comigo? Essas terras pertencem ao meu pai, e quando ele morrer, tudo isso aqui vai ser meu – disse o nobre, aos berros.

–Então, em teoria, o Senhor ainda não é o Senhor dessas terras, é?

O silêncio tomou conta do ambiente.

–Está querendo uma briga? – disse o nobre, levando a mão até uma espada que estava no lado esquerdo de sua cintura.

–Eu? Querendo uma briga? Nunca! Sou uma pessoa extremamente pacifista – o homem que mancava olhou para Sabrina – Mas por outro lado, minha companheira de viagem pode pensar diferente. Você quer uma briga, Sabrina?

–Sim. Eu quero – respondeu Sabrina, tentando eliminar seu sotaque estrangeiro e copiando a pronuncia de seu companheiro.

O homem que mancava rapidamente se jogou para a esquerda, caindo de costas no chão e abrindo caminho para que Sabrina atirasse a mesa de madeira em cima do nobre. E em apenas um instante, ela removeu seu manto negro e avançou em direção aos outros dois soldados, que estavam paralisados de surpresa.

Sabrina ergueu sua perna direita, fazendo um golpe em arco que acertou um chute na cabeça do segundo soldado. E antes que o terceiro soldado puxasse sua espada, Sabrina girou seu corpo, aproveitando o movimento do golpe, e ainda de costas, começou a erguer sua perna esquerda assim que a direita encostou-se ao chão. E um novo chute surgiu, acertando o queixo desprotegido do terceiro soldado.

E em segundos, uma mulher havia derrubado três homens com equipamento de guerra, sem usar arma alguma.

Só então pude observar Sabrina com mais atenção. A roupa que ela usava debaixo do manto era uma camisa preta praticamente colada a seu corpo, com os ombros descobertos. A calça, também preta, parecia ter sido cortada na altura das coxas, mostrando sua pele por um trecho que terminava em longas botas pretas que subiam acima dos joelhos. As botas possuíam proteções de metal na frente e nas laterais das canelas. Eram roupas incomuns em qualquer lugar do continente, depois Sabrina me explicou que elas a ajudavam a se movimentar melhor enquanto lutava. Suas pernas eram longas, e pareciam ser fortes. E apesar da altura, Sabrina não possuía um corpo menos feminino.

Mas apesar de ter deixado dois dos soldados inconscientes, o nobre embriagado estava se levantando do chão.

–Sua puta! O que você fez? – gritou o nobre.

–Pedi uma briga – respondeu Sabrina.

O nobre rapidamente se pôs a correr até a porta da estalagem, abandonando seus companheiros.

O homem que mancava caminhou normalmente até minha mãe, erguendo uma mão para ajudá-la a se levantar.

Eu estava boquiaberto, enquanto olhava para Sabrina.

–Quem vocês são? De verdade – perguntou minha mãe.

–Meu nome é Gregório Villa, e esta mulher que gosta de bater em homens covardes se chama Sabrina. Nós somos mercenários independentes – disse o homem que até pouco tempo atrás mancava.

–Vocês são loucos! Atacaram o filho do Senhor dessas terras! – disse minha mãe.

–Não importa! Depois desse susto, aquele homem nunca mais vai voltar aqui! – eu disse.

Mas como em muitas outras vezes, eu estava enganado.

Pois os nobres carregam um orgulho maior do que o das pessoas comuns, e aquele homem transformaria seu orgulho no meu pior pesadelo.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler, toda crítica será mais que bem vinda.