Setevidas escrita por tony


Capítulo 17
24 Horas para o sol Sorrir




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O mais engraçado do destino, é quando ele coloca alguém na sua vida e tira tão rápido quanto colocou. — Eu não me importo — Sério! Lucas foi só um estranho qualquer que entrou e agora está saindo da minha vida. É um ciclo. Eu conheço alguém, nos tornamos amigos e depois desconhecidos. Já nem me importo mais.

Abro um largo sorriso e digo: — Não exija demais nos meus treinamentos. — Digo a Bryan que sorri meio sem jeito.

Clara abraça Lupin que está estático observando minha reação de desdém.

— Nash...

— Ele quebrou as regras da tribo dos gatos. — Agrido o menino com as palavras — Precisa ser punido. No mundo humano, você é preso. No conselho, você é condenado.

— Qual é o seu problema? — Lupin pergunta incrédulo. — Ele desperdiçou inúmeras vidas por você.

Fico calado por um instante. As palavras fogem da minha boca.

— Ele errou. — Concluo — E precisa ser punido.

Lupin começa a chorar.

Ele pula a janela e foge para qualquer lugar que sei que não serei bem-vindo. Suspiro.

— E você? — Digo olhando para Bryan — Como tu vai ficar aqui em forma de leão? Se minha mãe ou o Denner abrir o quarto e verem um leão aqui dentro:

1 — Eles irão desmaiar ou ter uma parada cardíaca.

2 — Eles irão chamar o IBAMA

3 — Eles irão me perguntar como um leão entrou no meu quarto

4 — Eles...

— Tá tá. — Bryan diz me interrompendo — Daremos um jeito nisso depois.

— E o que faremos agora?

— Você eu não sei, mas eu voltarei para o zoológico e amanhã nós treinamos no ferro velho.

— Como você sabe do...

— O conselho me falou que vocês treinam lá.

— Ah sim. — Suspiro — O conselho.

Clara se despede de Bryan e sai do quarto sem ao menos olhar pra mim. Ignoro sua reação e tento ir dormir.

Penso em inúmeras coisas com a cabeça no travesseiro. Ele desperdiçou inúmeras vidas por você. — Penso na voz do pequeno Lupin e dou um longo suspiro tentando esquecer.

O sono chega e me leva flutuando para um lugar distante.

Não! Nem tão distante.

Lembro-me de quando acordei deitado no porão e gritei desesperado quando ouvi Lucas falar na forma de gato. Quando o vi na forma de híbrido pela primeira vez. Quando ele me contou sobre as cartas e as tribos. Quando ele me disse que eu era o anteposto. Consigo ir mais além e me lembrar de quando capturei a minha primeira carta e quando eles se comunicaram comigo pra tomar cuidado. No fundo eu estou mentindo. Eu realmente me importo com o Lucas só não consigo admitir.

Acordo em um impulso. Olho para o relógio que marca 02h00min da manhã. Abro a janela, ainda de pijama. Preciso ir atrás de Lucas antes de amanhecer.

Pego uma carta do meu bolso e pulo a janela assim como Lupin fez antes de partir. Antes de chegar ao solo, grito: Vento! Fazendo um vendaval fazer meu corpo flutuar pelas ruas do meu bairro.

É meio estranho flutuar. Nunca voei de avião, mas acho que isso nem se compara. Talvez um paraquedista sinta a mesma adrenalina no corpo que eu estou sentindo agora. Seguro firmemente a carta na mão enquanto procuro por Lupin olhando atentamente cada rua da cidade. Seja lá onde ele se escondeu, fez isso muito bem. O vento que bate contra o meu corpo, bagunçando meu cabelo, é o mesmo que me faz tremer todinho por estar frio. Por isso decido pousar e procurar pelo chão mesmo.

Ao chegar no solo, sinto o cansaço bater no meu corpo.

— Aiin Lupin. Onde você ta? — Digo caminhando pela rua da escola (DE PIJAMA!!).

— Nash?... — Ouço uma voz um tanto familiar me chamar.

Um arrepio percorre as minhas costas e quando me viro sinto meu corpo congelar.

— O que você está fazendo aqui? — Denner pergunta segurando a mão de sua namorada.

— Ééeer... bem... Hum...

— Anda Nathanael, responde!

— Eér... Ei! Pera ae. — Digo colocando a mão na cinta escondendo a carta dos elementos. — O que você está fazendo aqui?! — pergunto.

O maior sorri. — Não conto se você não contar. — Ele diz.

— Feito. — Respondo.

— Só vê se chega em casa antes das cinco. — Denner verbaliza indo em direção contrária. Sério mesmo que ele foge à noite pra namorar até às cinco da manhã?! Palmas pra ele. Seria uma pena se minha mãe acabasse descobrindo.

— Por que ele está de pijama, amor? — Ouço a voz de Layla perguntar ao Denner.

— Sei lá, esse moleque é maluco. — Ele responde.

Ignoro e volto a procurar por Lupin. Como dei sorte por Denner não me ver flutuando, decido passar a andar a pé. As ruas estão desertas e meu corpo já está pedindo cama. Continuo a caminhar até que desisto e vou correndo para o zoológico.

Olho para o relógio 03h50min. Se eu não conseguir chegar ao conselho antes de amanhecer, irei me esquecer de Lucas pra sempre. Não posso deixar que isso se repita. Não outra vez.

O grande portão do zoológico me impede de entrar. Há várias correntes que circulam o portão. Pego uma carta do bolso da calça e olho para certificar-se que era a correta. Força! Grito agarrando as correntes e quebrando-as sem nenhuma dificuldade. Empurro o portão e corro para a parte dos leões. Todos estavam dormindo, mas ao me ver ou ouvir (Esses animais são sensíveis demais) começam a rugir, os macacos a gritarem, as onças à se aproximar das grades da jaula e os demais fazendo barulho do jeito que pode.

— Bryan! — Grito acordando o leão que está deitado em cima de uma rocha ao lado do lado.

Em uma rajada de luz, o leão transforma-se em menino que logo corre para o meu alcance.

— O que faz aqui? — Ele diz se aproximando.

— Você precisa me levar até o conselho.

— Eu não posso fazer isso.

— Por quê?

— Eu sou o seu mestre e guia agora, você terá que aceitar isso querendo ou não. O conselho não irá mudar de ideia se o anteposto pedir.

— Uma vida está em jogo.

— Você quis dizer três né? — Bryan diz em tom irônico. — Ele é o único da história da tribo dos gatos que gastou tantas vidas em um curto período de tempo.

— Vidas gastas por mim. — Digo — Ele sempre quis me proteger.

— Nash, não é assim que as coisas funcionam...

— Eu sei. — Interrompo o menino — É por isso que eu preciso chegar lá à tempo, antes que uma injustiça seja cometida.

O ruivo olha nos meus olhos e logo solta um longo suspiro. — Ok. Eu irei te ajudar, mas antes de qualquer coisa eu preciso saber se você tem certeza que quer fazer isso. — Ele diz — Desafiar o conselho e entrar no local na hora do julgamento é quase como um motim.

— Eu não me importo. — Falo dando de ombros — Só preciso que me leve até lá.

— Só tem um pequeno problema.

— E qual seria?

— Eu não sei como te levar pra lá.

— QUE?! — Grito.

— Eu não me transportei simplesmente pra lá Nash, ninguém consegue fazer isso. Foram eles que me chamaram e me levaram até eles.

— Como?! Então como eu ...

— Existe uma lenda. — O menino diz pensativo. — Dizem que existe a asa do desejo que foi criada por Shat.

— Asa... do desejo?

— É, mas isso é lenda.

— Lenda?!

— Sim, eu não acredito muito nessa especulação.

— E o que essa asa é capaz de fazer?

— Realizar um desejo, ora bolas. — O ruivo verbaliza em tom de óbvio.

— Qualquer desejo?

— Sim. Mas como eu disse antes, isso não passa de uma...

— E como podemos conseguir essas asas?

— Aí, não me diga que você...

— É minha única chance e não temos muito tempo.

— Okay, okay. Se você insiste, mas eu não me responsabilizo se essa viagem for uma perca de tempo.

— Como assim?

— Além de achar que essa asa não existe, há também a diferença de tempo entre o mundo dos humanos e as doze tribos sagradas.

— Não entendi...

— Vinte e quatro horas lá, equivalem à aproximadamente uma hora aqui.

— Então temos uma chance.

— Não diga com tanta certeza. — O ruivo diz me deixando impaciente. — A lenda diz que a asa se encontra dentro do templo da tribo das águias.

— E como faremos pra chegar até lá?

— O plano é o seguinte. Nos transportaremos para a tribo dos leões, cruzaremos a fronteira... — Ele diz em tom de desdém. — Depois seguiremos para a tribo das águias e entraremos no templo onde a suposta asa se encontra.

— Você disse que não sabia se transportar.

— Eu disse que não sabia me transportar para o dentro do templo do conselho. — Corrige — É diferente.

— Tanto faz. — Digo — E o que precisamos fazer?

— Antes eu preciso te advertir de uma coisa.

— O que?

— Se você não conseguir voltar antes de vinte quatro horas, você ficará preso dentro das tribos.

— Preso? Mas...

— Pra sempre. — Ele completa me deixando estático.


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Notas finais do capítulo

Oi pessoal :3
O que estão achando de SETEVIDAS? Bem, agora que o Nathan irá atrás do Lucas, será que ele irá conseguir voltar a tempo? E quanto à Lupin, será que ele irá perdoar Nash por suas atitudes. E Clara? Bem, todas essas questões serão respondidas nos próximos capítulos.
Bjus e por favor, não deixem de comentar ^-^



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