Setevidas escrita por tony
O mais engraçado do destino, é quando ele coloca alguém na sua vida e tira tão rápido quanto colocou. — Eu não me importo — Sério! Lucas foi só um estranho qualquer que entrou e agora está saindo da minha vida. É um ciclo. Eu conheço alguém, nos tornamos amigos e depois desconhecidos. Já nem me importo mais.
Abro um largo sorriso e digo: — Não exija demais nos meus treinamentos. — Digo a Bryan que sorri meio sem jeito.
Clara abraça Lupin que está estático observando minha reação de desdém.
— Nash...
— Ele quebrou as regras da tribo dos gatos. — Agrido o menino com as palavras — Precisa ser punido. No mundo humano, você é preso. No conselho, você é condenado.
— Qual é o seu problema? — Lupin pergunta incrédulo. — Ele desperdiçou inúmeras vidas por você.
Fico calado por um instante. As palavras fogem da minha boca.
— Ele errou. — Concluo — E precisa ser punido.
Lupin começa a chorar.
Ele pula a janela e foge para qualquer lugar que sei que não serei bem-vindo. Suspiro.
— E você? — Digo olhando para Bryan — Como tu vai ficar aqui em forma de leão? Se minha mãe ou o Denner abrir o quarto e verem um leão aqui dentro:
1 — Eles irão desmaiar ou ter uma parada cardíaca.
2 — Eles irão chamar o IBAMA
3 — Eles irão me perguntar como um leão entrou no meu quarto
4 — Eles...
— Tá tá. — Bryan diz me interrompendo — Daremos um jeito nisso depois.
— E o que faremos agora?
— Você eu não sei, mas eu voltarei para o zoológico e amanhã nós treinamos no ferro velho.
— Como você sabe do...
— O conselho me falou que vocês treinam lá.
— Ah sim. — Suspiro — O conselho.
Clara se despede de Bryan e sai do quarto sem ao menos olhar pra mim. Ignoro sua reação e tento ir dormir.
Penso em inúmeras coisas com a cabeça no travesseiro. Ele desperdiçou inúmeras vidas por você. — Penso na voz do pequeno Lupin e dou um longo suspiro tentando esquecer.
O sono chega e me leva flutuando para um lugar distante.
Não! Nem tão distante.
Lembro-me de quando acordei deitado no porão e gritei desesperado quando ouvi Lucas falar na forma de gato. Quando o vi na forma de híbrido pela primeira vez. Quando ele me contou sobre as cartas e as tribos. Quando ele me disse que eu era o anteposto. Consigo ir mais além e me lembrar de quando capturei a minha primeira carta e quando eles se comunicaram comigo pra tomar cuidado. No fundo eu estou mentindo. Eu realmente me importo com o Lucas só não consigo admitir.
Acordo em um impulso. Olho para o relógio que marca 02h00min da manhã. Abro a janela, ainda de pijama. Preciso ir atrás de Lucas antes de amanhecer.
Pego uma carta do meu bolso e pulo a janela assim como Lupin fez antes de partir. Antes de chegar ao solo, grito: Vento! Fazendo um vendaval fazer meu corpo flutuar pelas ruas do meu bairro.
É meio estranho flutuar. Nunca voei de avião, mas acho que isso nem se compara. Talvez um paraquedista sinta a mesma adrenalina no corpo que eu estou sentindo agora. Seguro firmemente a carta na mão enquanto procuro por Lupin olhando atentamente cada rua da cidade. Seja lá onde ele se escondeu, fez isso muito bem. O vento que bate contra o meu corpo, bagunçando meu cabelo, é o mesmo que me faz tremer todinho por estar frio. Por isso decido pousar e procurar pelo chão mesmo.
Ao chegar no solo, sinto o cansaço bater no meu corpo.
— Aiin Lupin. Onde você ta? — Digo caminhando pela rua da escola (DE PIJAMA!!).
— Nash?... — Ouço uma voz um tanto familiar me chamar.
Um arrepio percorre as minhas costas e quando me viro sinto meu corpo congelar.
— O que você está fazendo aqui? — Denner pergunta segurando a mão de sua namorada.
— Ééeer... bem... Hum...
— Anda Nathanael, responde!
— Eér... Ei! Pera ae. — Digo colocando a mão na cinta escondendo a carta dos elementos. — O que você está fazendo aqui?! — pergunto.
O maior sorri. — Não conto se você não contar. — Ele diz.
— Feito. — Respondo.
— Só vê se chega em casa antes das cinco. — Denner verbaliza indo em direção contrária. Sério mesmo que ele foge à noite pra namorar até às cinco da manhã?! Palmas pra ele. Seria uma pena se minha mãe acabasse descobrindo.
— Por que ele está de pijama, amor? — Ouço a voz de Layla perguntar ao Denner.
— Sei lá, esse moleque é maluco. — Ele responde.
Ignoro e volto a procurar por Lupin. Como dei sorte por Denner não me ver flutuando, decido passar a andar a pé. As ruas estão desertas e meu corpo já está pedindo cama. Continuo a caminhar até que desisto e vou correndo para o zoológico.
Olho para o relógio 03h50min. Se eu não conseguir chegar ao conselho antes de amanhecer, irei me esquecer de Lucas pra sempre. Não posso deixar que isso se repita. Não outra vez.
O grande portão do zoológico me impede de entrar. Há várias correntes que circulam o portão. Pego uma carta do bolso da calça e olho para certificar-se que era a correta. Força! Grito agarrando as correntes e quebrando-as sem nenhuma dificuldade. Empurro o portão e corro para a parte dos leões. Todos estavam dormindo, mas ao me ver ou ouvir (Esses animais são sensíveis demais) começam a rugir, os macacos a gritarem, as onças à se aproximar das grades da jaula e os demais fazendo barulho do jeito que pode.
— Bryan! — Grito acordando o leão que está deitado em cima de uma rocha ao lado do lado.
Em uma rajada de luz, o leão transforma-se em menino que logo corre para o meu alcance.
— O que faz aqui? — Ele diz se aproximando.
— Você precisa me levar até o conselho.
— Eu não posso fazer isso.
— Por quê?
— Eu sou o seu mestre e guia agora, você terá que aceitar isso querendo ou não. O conselho não irá mudar de ideia se o anteposto pedir.
— Uma vida está em jogo.
— Você quis dizer três né? — Bryan diz em tom irônico. — Ele é o único da história da tribo dos gatos que gastou tantas vidas em um curto período de tempo.
— Vidas gastas por mim. — Digo — Ele sempre quis me proteger.
— Nash, não é assim que as coisas funcionam...
— Eu sei. — Interrompo o menino — É por isso que eu preciso chegar lá à tempo, antes que uma injustiça seja cometida.
O ruivo olha nos meus olhos e logo solta um longo suspiro. — Ok. Eu irei te ajudar, mas antes de qualquer coisa eu preciso saber se você tem certeza que quer fazer isso. — Ele diz — Desafiar o conselho e entrar no local na hora do julgamento é quase como um motim.
— Eu não me importo. — Falo dando de ombros — Só preciso que me leve até lá.
— Só tem um pequeno problema.
— E qual seria?
— Eu não sei como te levar pra lá.
— QUE?! — Grito.
— Eu não me transportei simplesmente pra lá Nash, ninguém consegue fazer isso. Foram eles que me chamaram e me levaram até eles.
— Como?! Então como eu ...
— Existe uma lenda. — O menino diz pensativo. — Dizem que existe a asa do desejo que foi criada por Shat.
— Asa... do desejo?
— É, mas isso é lenda.
— Lenda?!
— Sim, eu não acredito muito nessa especulação.
— E o que essa asa é capaz de fazer?
— Realizar um desejo, ora bolas. — O ruivo verbaliza em tom de óbvio.
— Qualquer desejo?
— Sim. Mas como eu disse antes, isso não passa de uma...
— E como podemos conseguir essas asas?
— Aí, não me diga que você...
— É minha única chance e não temos muito tempo.
— Okay, okay. Se você insiste, mas eu não me responsabilizo se essa viagem for uma perca de tempo.
— Como assim?
— Além de achar que essa asa não existe, há também a diferença de tempo entre o mundo dos humanos e as doze tribos sagradas.
— Não entendi...
— Vinte e quatro horas lá, equivalem à aproximadamente uma hora aqui.
— Então temos uma chance.
— Não diga com tanta certeza. — O ruivo diz me deixando impaciente. — A lenda diz que a asa se encontra dentro do templo da tribo das águias.
— E como faremos pra chegar até lá?
— O plano é o seguinte. Nos transportaremos para a tribo dos leões, cruzaremos a fronteira... — Ele diz em tom de desdém. — Depois seguiremos para a tribo das águias e entraremos no templo onde a suposta asa se encontra.
— Você disse que não sabia se transportar.
— Eu disse que não sabia me transportar para o dentro do templo do conselho. — Corrige — É diferente.
— Tanto faz. — Digo — E o que precisamos fazer?
— Antes eu preciso te advertir de uma coisa.
— O que?
— Se você não conseguir voltar antes de vinte quatro horas, você ficará preso dentro das tribos.
— Preso? Mas...
— Pra sempre. — Ele completa me deixando estático.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Oi pessoal :3
O que estão achando de SETEVIDAS? Bem, agora que o Nathan irá atrás do Lucas, será que ele irá conseguir voltar a tempo? E quanto à Lupin, será que ele irá perdoar Nash por suas atitudes. E Clara? Bem, todas essas questões serão respondidas nos próximos capítulos.
Bjus e por favor, não deixem de comentar ^-^