Sereia escrita por GaelMontenn13


Capítulo 1
AS LÁGRIMAS DA SEREIA


Notas iniciais do capítulo

Dedico, encarecidamente de alma a LM Candweet, pois, sem ela, Sereia não sairia do fundo do mar.



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O vestido se movimentou aos pés de Serena porque ela os agitava ansiosamente. O carro estava realmente diminuindo ou o teto só estava chegando mais perto porque sua cabeça não parava de de girar? Tinha que se manter de olhos abertos. Onde já se vira uma coisa dessas? Uma noiva desmaiando em seu próprio casamento e não podendo comparecer ao evento mais importante de sua vida?

Ah, mas João iria se corroer de ódio e preocupação se a data mais feliz de todos os tempos fosse arruinada pela "fraqueza" da parceira em momentos que facilmente destruíam suas estruturas. As mãos tremeram e o sangue parecia borbulhar, porque mesmo que estivesse suando frio, sentia-se quente e meio febril. Entrelaçou a mão esquerda na mão direita de seu pai, que num ato de consolo, visualizando o nervosismo da filha, pousou os lábios na testa de Serena.

A porta da igreja já estava aberta e os convidados ansiavam a mulher de branco que não temia nada naquele momento, a não ser que parasse de respirar. Nada poderia atrapalhar esse momento a não ser ela mesma. Seus batimentos cardíacos a faziam querer fitar logo o rosto acalentador de João.

"Respire", sussurrou para si mesma em pensamento. "Não estrague tudo, não estrague tudo outra vez." Não podia vacilar, se desacelerar, ficar estática. Seu pai só aguardava que ela desse um passo para frente e aí ele se sentiria bem em guiá-la para os braços de outro homem e pudesse, enfim, se casar.

Serena se pôs firme a entrada, pairada sobre uma faixa de sol, o seu vestido reluzia de uma forma espetacular, e um sorriso se postou em seu rosto, ela estava como uma sereia. Bastava um passo para que sua felicidade se erguesse.

Alberto, pai de Serena, pousou seus lábios sobre sua testa, e com um sorriso se afastou e a entregou a João. Ambos se olharam, e como se fossem um só, sorriram.

Ajoelharam-se de frente ao padre, todos, cabisbaixos, orando para que diante de todos Serena Maria e João Lucas se tornassem, definitivamente, um.

Ouviu-se porém um estampido ensurdecedor, e Serena sentiu gotículas quentes atingirem seu rosto, levemente ela levantou o rosto procurando a origem daquele sangue. Ao virar a cabeça para o lado, vida que nunca ia se tornar única a João, pois ela caíra morto ao teu lado.

Serena imediatamente se postou de pé, estava sem expressão, não conseguia acreditar que aquele sangue que caiu sobre seu rosto era de João, ajoelhou-se novamente, dessa vez não para receber bênçãos, dessa vez para cair em prantos. Serena acariciou os cabelos de João e suas lágrimas caíram sobre seu busto.

Ao passar dos segundos ela se pôs de pé de novo, e olhando desesperadamente para todos os lados da igreja, queria achar de qualquer maneira quem acabara com a sua felicidade, até que viu um homem de óculos escuros parado de pé com uma arma em sua mão direita, conhecia aquele sujeito, Hércules Toledo, um ‘’amigo’’ de João, que foi convidado como padrinho do casal.

Serena, sem pensar, correu em direção a Hércules, com o buquê de lírios na mão, sangue e lágrimas em seu rosto, mas seu pai e sua mãe, Ana, a barraram. Serena viu que sua mãe estava em prantos, e em um gesto calmo e triste conseguiu, apenas, abraçá-la.

Enquanto mãe e filha se abraçavam em prantos, Hércules fugiu pelos fundos da igreja, e a última coisa que Serena conseguia lembrar era de uma vasta escuridão invadir seu ser e cair de costas no chão e acordar em uma cama de hospital, com sua irmã mais nova, Maria Clara, segurando sua mão.


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Notas finais do capítulo

LM Candweet, de novo, minha salvação.



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