De acordo com a realidade... escrita por maddiesmt


Capítulo 8
cap 8 - A Bomba


Notas iniciais do capítulo

Pq eu sou diferente da globo e n tenho espaço(nem estomago e nem paciencia...) para domingao do Faustão na minha fic e mtu menos imponho meus leitores a um dia sem MPDC... eis que segue o cap 8!Boa leitura!



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–Lepe! Lepe! – Ferdinando gritava desesperado, ja havia procurado em tudo quanto era canto o irmãozinho desaparecido.

Depois que Catarina saiu de sua casa Ferdinando resolveu ele mesmo sair pela cidade a procura do menino ja que seu pai estava procurando de hospital em hospital e Zelão estava indo em todas as delegacias.

Juliana se prontificou a procurar pela escola e perguntar para os amiguinhos, mesmo sabendo que seria sem sucesso ja que nem Pituca, que era a melhor amiga de Serelepe, fazia ideia de onde se encontrava o mesmo.

Gina tinha ido avisar os pais para que os dois ficassem cientes e também pudessem ajudar nas buscas. Seu Pedro rondava as lojas de doce, brinquedos e até o boteco italiano de Seu Giacomo que, junto com a filha Milita e o ajudante de apelido Viramundo, também se prontificaram em ajudar conversando com os outros comerciantes do local. Enquanto isso Dona Tê pedia ajuda de Padre Santo, o pároco da cidade, que logo pediu para que suas beatas fizessem uma corrente de orações e saíssem entre as igrejas da cidade procurando informações.

Catarina reveza sua atenção entre a filha e a ex mulher do marido, que tinha se enfiado na casa dos Napoleão e com a ajuda de Amância, que servia os chás, tentava acalma-las sem muito sucesso ja que a mesma não conseguia para de chorar.

Ferdinando ja estava sem folego, estava procurando a quantas horas mesmo? Nem ele sabia...assim como não sabia mais onde procurar. Relembrou de como foi receber a notícia, mesmo que tardia, de que tinha um irmão. Da alegria do garoto ao chama-lo de mano Nando pela primeira vez, e não deixava de se perguntar o motivo da fuga do menino.

Uma trovoada irrompeu pelo céu afastando vários pássaros, só agora Ferdinando reparava na cor ameaçadora das nuvens.

Resolveu retomar as buscas imediatamente...queria achar o irmãozinho o mais rápido possível!

Do outro lado da cidade Juliana conversava calmamente com um de seus alunos

–Você tem certeza que não sabe de nada Tuim?

–Não professora...até ontem a gente tava comendo bolo colorido da Amância...mas hoje ele não veio mais brincar na hora do intervalo...e nem veio para aula...será que ele foi raptado professora?

–Eu espero sinceramente que não meu querido...vamos rezar para que ele volte pra casa são e salvo e qualquer coisa que você lembrar ou se ele tentar se comunicar você tem que prometer que vai me contar imediatamente esta bem?

–Sim professora, eu prometo!

Ferdinando sentia os pingos fortes da chuva começarem a lhe atingir por todos os lados mas o rapaz não conseguia pensar em parar...ja era o quinto parquinho que visitava e nada do irmão. Precisava encontra-lo o quanto antes... de preferencia antes que a chuva desabasse de vez.

Onde ele estaria? Será que estava com frio? Com medo? Os pensamentos eram tantos que Ferdinando chegou a pensar que iria enlouquecer até q esbarrou em algo...ou alguém. Quando se virou deu d cara com uma certa moça com a qual dividia a casa e outras coisas mais ontem a noite.

–Gina? O que está fazendo aqui?

–Ora essa...to procurando o Lepe! Um menino arteiro e criativo como aquele so pode de ta escondido em um parquinho.- Gina respondeu como se aquilo fosse a coisa mais obvia.

Ferdinando não podia acreditar que tinham tido a mesma ideia...pelo menos uma vez.

–Não tive muito sucesso por aqui...- Ferdinando balançava a cabeça desolado.

–Isso é porque você não sabe procurar direito seu engenheirinho! Ele só pode estar aqui! –Gina apontava na direção do peito de Ferdinando o empurrando levemente com o dedo.

Esse pequeno contato entre os dois fez o sangue de Ferdinando ferver. O engenheiro não conseguia acreditar que até em momentos críticos como aquele, ela queria e estava conseguindo desafia-lo.

–Se você se acha tão esperta me diz como ainda não achou o Lepe?

–Porque ele sabe se esconder bem...não é um frangote que nem o irmão.- Gina cruzou os braços e agora olhava para Ferdinando com ar de deboche.

–Eu ja lhe disse pra você parar de me chamar assim...

–Ou o que..em seu frangote?

Ferdinando não se conteve mais e a agarrou novamente dessa vez levando suas duas mãos a nuca da moça conduzindo seus lábios, agora molhados pela chuva que desatou a cair ,ao encontro dos lábios quentes dela.

O rapaz prendeu seus dedos pelos cabelos molhados da ruiva e dava leves puxões regendo o beijo com maestria. Ela não teve nem tempo de raciocinar e resolveu mandar os pensamentos pra longe. Conseguia sentir todos os músculos do rapaz e a mão firme dele em suas costas fazia com que ela quisesse ficar ainda mais grudada nele.

Gina não resistiu a tentação de percorrer o corpo do rapaz com uma das mãos enquanto a outra mantinha- se segura no pescoço do engenheiro. Ela quase não sentia a fabrica leve da camisa de botão que ele vestia ja que a mesma estava encharcada e grudada no corpo do rapaz. A moça conseguia delinear cada traço do peitoral dele e a sensação da ponta dos dedos dela explorando seu corpo de forma tão deliciosa fazia Ferdinando esquecer que estavam em um lugar público.

Gina ainda mantinha o uniforme que, infelizmente hoje não era branco e sim preto, mas nada que Ferdinando pudesse reclamar ja que, assim como o outro, este também deixava a vista e a disposição a parte que separava o cinto do uniforme e era ali que Ferdinando começava a sua sessão de toques...irresistível para ela. Poderiam ter ficado ali por horas se a chuva não tivesse aumentado consideravelmente fazendo com que os dois se separassem quase sem ar e com a sensação de um quase afogamento.

A areia estava começando a ficar enlameada e a visão do engenheiro começava a falhar diante da forte chuva que agora caia mas ele podia jurar que tinha visto um traço de desejo nos da ruiva que ainda estava sob seu enlace. Gina percebeu as mãos de Ferdinando ainda em sua cintura e se soltou rapidamente e antes que pudesse dizer algo foi cortada por Ferdinando.

–Eu acho melhor a gente encontrar algum lugar para se proteger dessa chuva e depois recomeçamos as buscas - O som das trovoadas misturadas com o som dos pingos se chocando com superfícies era tão alto que Ferdinando teve que gritar para ser ouvido pela ruiva.

Gina apenas balançou a cabeça concordando e vasculhou o local com o olhar encontrando no centro do parquinho uma casa na arvore.

–Ali – Gina apontou a casa para Ferdinando e saiu em disparada com o engenheiro logo atrás.

Ao chegarem na casinha ambos tomaram um susto com o que encontraram...

–Lepe?! Maninho o que você está fazendo aqui! Você não sabe o quanto nos deixou preocupados!

Ferdinando correu de encontro ao irmão que estava encolhido em um canto da casinha com uma trouxinha de roupas ao seu lado.

–Ora essa mano Nando eu fugi de casa...não queria ficar mais la agora que descobri que tudo não passa de uma mentira e que eu nem sou seu irmão de verdade.- Lepe confessava cabisbaixo.

Ferdinando trocou olhares preocupados com a ruiva que fez uma cara de quem também não estava entendendo nada.

O engenheiro balançou a cabeça negativamente fazendo com que vários pingos abandonassem seus cabelos encharcados.

–Mas do que você está falando irmãozinho? Pode contar o que aconteceu e eu lhe prometo que vou lhe ajudar a resolver se você prometer também que vai voltar pra casa comigo.

–Mas eu nem sei se você ainda vai me querer na sua casa quando descobrir o que eu sei!

–Ora essa ..isso quem decide sou eu..e eu nunca vou lhe abandonar....seja esse motivo qual for...estamos entendidos?!

Lepe balançou a cabeça concordando.

– Então me diga...o que aconteceu para você fugir de casa assim...

Lepe hesitou por alguns segundos mas resolveu falar logo tudo de uma vez.

–É que a minha mãe recebeu uma visita ontem ...eu não sei exatamente quem era mais ele ficou para o café hoje de manhã...e eu ouvi minha mãe falar...que nunca tinha deixado de ama-lo...e que a prova do tal amor era eu...justo eu mano Nando!! Ela disse que eu não sou filho do pai Epa ! e muito menos seu irmão ou irmão da Pituquinha! – Lepe estava sendo forte mas não conseguia olhar nos olhos de Ferdinando...assim como não conseguiu evitar uma lágrima teimosa de explorar seu rosto e cair solitária na madeira do chão da casinha.

– A Clotilde disse isso? E ela sabe que você ouviu?

–Não...eu tava escondido. –Lepe deu de ombros.

Ferdinando não conseguia acreditar na estória. Era verdade que não gostava de Clotilde por motivos muito além do jeito interesseiro e falso com que ela dirigia a palavra...mas aquilo ja era crueldade.

Ferdinando levantou o olhar do menino e o olhou nos olhos emocionado.

–Me escute Lepe e me escute com atenção...você sendo ou não meu irmão de sangue...isso não me importa...o que interessa é que você é meu irmão porque é assim que eu sinto que deve ser. O que eu tenho por você é um amor de irmão e ninguém nunca vai mudar isso você me entendeu?!

Lepe balançou a cabeça afirmativamente e deu um sorriso agradecido seguido de um abraço apertado no irmão.

Gina admirava a cena e teve que admitir...aquele um tinha mesmo um jeito muito especial com crianças...tanto que fazia seu coração amolecer a cada palavra que ele falava.

Ferdinando olhou em direção saída e percebeu que a chuva havia amenizado.

–Então ? Pronto para voltar para casa e comer um belo pedaço de bolo de chocolate da Amância?!

–Sim!- Lepe deixou que um sorriso iluminasse seu rosto contagiando os dois adultos que agora trocavam olhares aliviados.

Os três saíram da casinha e foram em direção a casa dos Napoleão...Gina conversando com o garoto de forma animada e Nando dando telefonemas garantindo a todos que o meninos estava em sua guarda e que estava bem.

Ao chegar em casa foi abraçado por todos! E quando questionado do porque de ter fugido calou-se imediatamente. Ferdinando percebendo o clima que se instalara sugeriu para que o menino fosse brincar no quarto com Pituca enquanto pediu que os adultos interessados na conversa o acompanhassem até o escritório do pai.

Gina se despediu das crianças deu um ultimo olhar na direção de Ferdinando que ainda apontava a direção do escritório para a mãe de Lepe e resolveu sair pela porta dos fundos.

–Gina! –Ferdinando gritou fazendo com que a ruiva parasse onde estava a um passo da saída.

A moça se virou para encontrar um Ferdinando com um brilho diferente nos olhos.

–Eu queria lhe agradecer pela ajuda.

–Não precisa agradecer não...o menino é muito querido por todos.

–É sim!- Disse Ferdinando com um sorriso orgulhoso e feliz nos lábios.

–Então tá...eu ja vou indo. – Gina se virou para ir embora mas Ferdinando lhe segurou o braço fazendo com que ela voltasse para a posição anterior...porém dessa vez muito mais próxima dele.

–Gina ...sobre o que aconteceu mais cedo...eu.. – Ferdinando se atrapalhava para falar...afinal...nem ele sabia o que dizer...

–Esquece...é melhor a gente esquecer...aquilo foi uma bobagem...- Gina afirmou mais para si mesma... tentando se convencer.

–É...é melhor mesmo... até mais tarde. – Ferdinando a olhou com um misto de confusão e decepção.

–Até...

Gina deixou a casa respirando forte...não sabia onde mas tinha esquecido como se respirava em algum lugar.

Ferdinando observou a moça se afastar e quando a perdeu de vista lembrou-se da missão que teria que enfrentar...respirou fundo e entrou...não seria nada fácil resolver a bomba que soltaria.


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