De acordo com a realidade... escrita por maddiesmt


Capítulo 6
Capítulo 6 - O novo emprego.


Notas iniciais do capítulo

Gente brigada msm pelos elogios, sugestões, apoio...to descobrindo com vcs um novo hobby pra minha vida!hahaha! Sei que a fic anda meio morninha mas isso ja vai mudar...começando por hj. É que existem certos aspectos que precisam ser colocados em contexto para que a estória não fique sem pé nem cabeça...então...paciência pequenos gafanhotos!hahah!
Bom aqui ta o nv cap!Espero que gostem! Boa leitura!=)...



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Renato esperava pacientemente o amigo engenheiro sentado em uma das mesas do boteco italiano.

– Amigo Renato! Como vai?!- Ferdinando aproximou-se fazendo o médico levantar do assento e lhe dando o terno abraço com tampinhas nas costas.

– Vou bem meu amigo só cuidando do meu pai que ainda não está totalmente recuperado mas pelo jeito como ele anda tomando os medicamentos direitinho creio que no máximo semana que vem ele já estará apto a voltar a sua rotina.

– Que bom saber meu amigo – os dois se sentam e são atendidos por uma jovem garçonete

–Bom dia! Gostariam de pedir algo? – A moça de olhos azuis e leves sardas espalhadas pela face esperava pacientemente a resposta dos amigos que encaravam o menu.

– Eu gostaria de uma soda italiana – Ferdinando disse sem tirar os olhos do cardápio.

Renato estranhou a ausência de galanteios do amigo e resolveu ele próprio fazer o seu. – E eu gostaria de um café puro bem forte bela senhorita. – Renato deu o seu sorriso mais malicioso que foi correspondido por um revirar de olhos da moça que saiu rapidamente para atender outra mesa.

–É amigo Renato parece que você não aprendeu nada do que eu lhe ensinei na época de república.

– A pare de bobagem amigo Ferdinando...eu é que estranhei sua falta de “atenção” para com a bela moça.

– Eu não reparei nela mesmo –Ferdinando balançou os ombros despreocupadamente.

–E isso teria alguma razão? –Renato questionou com um sorriso malicioso nos lábios...esperava o dia em que veria o amigo se apaixonar verdadeiramente.

Uma onda de memória sobre os últimos acontecimentos lhe invadiu a mente e se surpreendeu ao sentir uma sensação quente lhe dominar o corpo ao lembrar do quase beijo na madrugada.

– Razão nenhuma apenas estou focado em me arranjar como engenheiro agrônomo. – Disse Ferdinando balançando a cabeça de forma negativa mais para abandonar os pensamentos sobre a ruiva do que para enfatizar sua resposta.

–Sei – Renato sabia que havia algo que o amigo estava escondendo...mas sabia que com o tempo ele mesmo iria contar o que estava acontecendo.

– Me diga como andam as coisas com seu pai?

–Ai nem me fale amigo Renato ele continua me amolando com essa história de politica...o único momento em que fico em paz é quando estou na casa que estou agora...ja que la ele não se atreve a me procurar por motivos óbvios!

Os drinques chegaram e Renato voltou a cortejar a garçonete que o ignorou completamente fazendo com que Ferdinando escondesse o riso. O amigo não tinha mesmo o menor tato com mulheres e Ferdinando até hoje não conseguia entender como perdeu Juliana para o médico. Briga essa que quase fez terminar uma amizade cheia de cumplicidade.

– Mas me diga...como anda Juliana?- Renato sondou e Ferdinando o lançou um olhar que beirava a pena.

– Amigo...ja lhe disse para esquecer aquela uma. –O engenheiro aconselhou com o ar reprovador.

– Meu amigo mas eu não entendo! Estávamos bem ...estava certo de que iria me casar com ela!

Ferdinando suspirou...não queria voltar a velha discussão mas que outro alguém senão ele para por um pouco de realidade na cachola do jovem médico.

– Pois eu acho melhor você tratar de esquece-la pois ela não demorou muito a fazer o mesmo com você.

– O que você esta querendo dizer? Você está sabendo de algo que eu não sei.

–Estou apenas lhe aconselhando a esquecer de uma vez por todas essas história. A Juliana é uma moça escorregadia, ela é insegura e não demora muito para mudar de opinião sobre tudo até sobre rapazes.

– Essa ultima parte me faz lembrar de um certo engenheiro agrônomo amigo meu.

Ferdinando o fitou com olhos que poderiam fuzilar um exercito.

–Mas me diga como anda a convivência naquela casa. Fico surpreso de que ainda continue lá e vivo.

–Pois amigo nem me fale que ontem quase fiz uma besteira!

–Mas como assim?

Ferdinando desenrolou a estória como Renato sabia que faria e deixou o amigo médico com um sorriso maroto nos lábios!

–Mas não me diga isso!!Você um engenheiro agrônomo formado em uma das melhores universidades do exterior, um Napoleão...rendido aos encantos de uma Falcão?!uma roceira que ainda por cima é inimiga politica do seu pai! –Renato não pode conter a risada que agora dominava a mesa.

–Nem me fale Renato...eu não sei o que me deu! Isso é loucura só pode!

–Pois eu acho que você está começando a se apaixonar por aquela roceira!

–Ta ficando doido Renato! –Ferdinando agora ria com o amigo só de imaginar a situação.

Ao voltar pra casa Ferdinando se viu caminhando na direção da loja de artigos de jardinagem que pertencia a Seu Pedro Falcão inimigo politico do seu pai...a mesma loja em que trabalhava a filha dele...uma ruiva que lhe atormentava os pensamentos.

A curiosidade foi mais forte que o orgulho e resolveu entrar sem saber o que realmente esperava encontrar.

A localizou no balcão...os cabelos presos em um coque desgrenhado mais que combinava perfeitamente com a face concentrada da moça. Ela conferia algo na prancheta cheia de papeis e depois procurava o que quer q estivesse escrito na prateleira cheia de materiais. Não sabe quanto tempo ficou ali...admirando cada movimento que a moça fazia, o jeito como tirava a mecha de cabelo que insistia em cair em sua face, o modo como ela passava a tampa da caneta perto dos lábios enquanto os olhos cerravam e procuravam atentamente o que quer que fosse, cada suspiro de cansaço que dava cada vez que puxava algo pesado da prateleira, o modo como o uniforme conseguia realçar suas curvas ao mesmo tempo que lhe lançava o mistério de descobrir algo além dele.

– Doutor Ferdinando! – Uma voz forte lhe tirou a atenção da beldade que continuava o trabalho sem notar a presença do engenheiro.

–Olá Seu Pedro Falcão! como vai? –Olhando o senhor com roupas de lida na qual compunham botas altas , calça jeans, camisa de linho e um chapéu enorme Ferdinando entendeu o que realmente veio fazer ali!

–Vou muito bem Seu Pedro...na verdade vim aqui para lhe falar...será que podemos?

–Claro filho...vamos para o escritório onde Ferdinando passou a contar toda a briga com o pai e de como estava precisando começar realmente sua vida sem a politica. Contou que era grato a sua filha por te-lo acolhido e ouviu do pai da ruiva que até ele estava surpreso com a atitude da filha.

A conversa fluiu e no final chegaram em um acordo que surpreenderia a moça que ja se preparava para ir embora.

–Oh pai! Ja acabei de conferir o estoque ..ta tudo certinho então to indo pra casa! O senhor ainda precisa de mim?- Gina entrou no escritório e se surpreendeu com a pessoa que encontrou la. –Mas o que esse frangote tá fazendo aqui?

–Gina olha os modos! –Seu Pedro repreendeu a filha que continuava a lançar um olhar incomodado para o engenheiro! – É e melhor você começar a se entender com o doutor Ferdinando ja que ele agora é o mais novo Engenheiro Agronomo deste estabelecimento.

–É o que?!

–É isso mesmo Gina...parece me que vamos ter que trabalhar juntos. – Ferdinando tinha um sorriso desafiador.

–Mas o pai ficou lelé das ideias?!

–Ora essa por que?! Já fazia um tempo que eu estava procurando um profissional formado para tomar conta das perguntas dos clientes e da terra lá do sitio. A decisão já esta tomada. E vocês dois tratem de se respeitar. Não quero briga por aqui!

Os dois concordaram e saíram do escritório a primeira a passos fortes e irritados com o engenheiro ao seu encalço logo atrás rindo de mais uma vitória.

– Então vamos pra casa juntos?!

–Eu vou pra casa...você vai pra onde você quiser! – Gina pegou suas coisas e se dirigiu a saída. Como ela conseguia ser tão difícil? Ele não tinha ideia mas isso o atraía cada vez mais.

Juliana chegou cedo naquele dia...teria que sair dali a algumas horas para voltar para a escola já que hoje seria dia das aulas noturnas para os adultos.

Se preocupou em pegar a correspondência e achou ali uma carta diferente das contas que já se amontoavam em sua caixa de correio.

O envelope era de um azul piscina e as letras eram tão fortes que deixavam marcas no papel. Estava endereçada a ela...mas não havia remetente algum.

Subiu rapidamente para o apartamento jogou as contas na mesa da cozinha e seguiu para seu quarto onde se sentou na cama e com dedos nervosos começou a abrir a carta.

Se deparou com apenas algumas linhas escritas...mas com as palavras mais lindas que um dia havia lido. Nunca recebera carta de nenhum de seus antigos namorados... e agora que estava solteira sentia realmente que nunca havia sido amada tão verdadeiramente como o dono daquelas letras fortes parecia lhe amar.

Juliana leu, releu e decorou todas as vírgulas da carta. Sentiu o coração palpitar e arrepios percorrer –lhe o corpo. Por fim caiu na cama abraçada a carta. Fechou os olhos e torceu com toda a sua alma para que o dono de tamanho gesto romântico fosse o segurança que a acompanhara ontem até a escola.

Seus pensamentos apenas foram interrompidos pelo som da porta batendo e de vozes se alterando. Os amigos com quem dividia a casa haviam chegado...sem sombra de dúvidas. Juliana consegui ouvir as ofenças do quarto em que estava...sinal de que a discussão ja havia começado a algum tempo.

Pensou se valeria a pena ir até la e intervir mas a preguiça de o faze-lo era maior...ia deixar que os dois continuassem sozinhos e iria torcer para que não se matassem.

–Mas você não sabe o que ta falando!

–Eu?!Quem falou tamanha burrice foi você!!

Os dois, agora colegas de trabalho, estavam no meio de uma discussão calorosa que nem lembravam mais como havia começado.

–Isso não teria acontecido se você não fosse um frangote! – Gina ja tinha atirado a bolsa na mesa da sala e colocava as mãos na cintura enquanto fazia o olhar mais implicante que conseguia.

–Frangote eu?!So por que eu não pretendo começar uma carreira política?! –Ferdinando estava fora de si...nunca tinha sido levado ao seu limite em apenas alguns segundos e aquela uma tinha o dom para tal.

–Sim um frangote! So mesmo um covardão como você pra ter medo de uns votinhos aqui e ali! –Gina dizia rindo da reação que provocara no rapaz que estava vermelho de raiva.

Os dois não tinham reparado porém se aproximavam cada vez mais a cada palavra que diziam.

–Do que que você me chamou?! – Ferdinando não podia acreditar em seus ouvidos. Aquela uma não tinha nenhum senso de perigo.

–CO-VAR-DÃO! – Gina separou bem as silabas enfatizando ainda mais o xingamento. Os dois já estavam no meio da sala...separados apenas por um dedo de ar.

–Ora essa...vou lhe ensinar a nunca mais me chamar de covarde... – A voz de Ferdinando era ameaçadora e seus olhos já estavam fixos nos lábios da ruiva.

–A eh... e como ? posso saber seu CO-VAR-DÃO! –Gina finalizou desafiante.

Ferdinando não conseguiu mais se controlar em um gesto rápido colocou uma das mãos na cintura da moça enquanto a outra pousou na nuca da ruiva fazendo com que seus lábios se encontrassem numa mistura de raiva e desejo.

Gina se perdeu totalmente no ato...não conseguia acompanhar pensamento algum e as sensações que explodiam em seu corpo eram tantas que ela não conseguia enumerar...a única coisa que acompanhava era o ritmo frenético com que Ferdinando lhe acariciava os lábios. O contato forte fez com que ela apoiasse as mãos no peito do engenheiro caso contrario poderia ter caído ja que suas pernas estavam bambas. A moça estava tão absorta nesse borbulhar de emoção que acabou dando permissão para que o rapaz aprofundasse o beijo lhe arrancando um suspiro rouco da garganta ao sentir a língua da moça quente e tão desejosa como a dele.

Ambos perderam a noção do ambiente ao redor e começaram a andar enquanto não desgrudavam os lábios apenas pararam quando as costas da moça fizeram um barulho surdo ao se chocar com a parede da casa...fazendo com que o porta retrato que estava pregado perto deles caísse e se estilhaçasse no chão. Nada que tirasse a atenção do casal que cada vez que aprofundavam ainda mais as caricias e os beijos mas desejavam que aquilo não terminasse nunca.

Gina ja passava os braços pelo pescoço de Ferdinando que pressionou ainda mais o corpo da ruiva contra a parede levando suas mãos a cintura da moça que agora mordiscava de forma deliciosamente dolorosa os lábios do rapaz. Onde tudo aquilo levaria? Nenhum dos dois estava exatamente preocupado com aquilo no momento.

Juliana que estava no quarto estranhou o silêncio súbito que percorreu a casa logo depois do ultimo xingamento.

E ao ouvir o barulho de algo quebrando resolveu então conferir se os amigos ainda estavam vivos.

Ao chegar na sala se deparou com a cena constrangedora de ver ...aqueles que até alguns segundos atrás eram inimigos naturais... pressionados contra uma das parede da casa envoltos em um beijo de tirar o fôlego de qualquer um.

Juliana conteve o riso, fez o máximo de silêncio que pode e voltou para o quarto torcendo para que , até a hora que devesse voltar para escola, os amigos ja tivessem terminado o que quer que tivessem começado.


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