De acordo com a realidade... escrita por maddiesmt


Capítulo 10
Cap 10 - Razões.


Notas iniciais do capítulo

Menininhas!!Mtu obg pelo carinho d vcs!!Quando eu perco a inspiração vcs vão la e me devolvem...e eu ja entrei nesse circulo vicioso que é escrever essa fic e ver a alegria que eu posso proporcionar com ela..!Se ela ta boa hj é graças a vcs...!! Esse cap foi mtu especial pra mim...pude colocar e evidenciar fatos do passado que não foram bem esclarecidos na novela...e misturei emoções...confesso que até chorei ao escrever a primeira parte do cap..por razões que quem convive mais cmg ira entender bem..enfim...eu confesso q chorei, ri e tive arrepios ao escrever o cap 10...e sem mais enrolar-vos..Boa leitura!!



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–Opa opa opa...deixa eu te ajudar com isso ! –Ferdinando tentava retirar o saco de areia das mãos de Gina sem muito sucesso.

–Ferdinando eu ja lhe disse que estou bem! Agora deixa eu fazer meu trabalho sossegada e não me amola as paciências! – Dizendo isso Gina retirou de vez o saco das mãos de Ferdinando e se afastou do engenheiro.

–Calma não precisa ser grossa não ora...so estou tentando lhe ajudar.- Ferdinando falava indignado porém não estava surpreso com a reação da moça.

O rapaz voltou sua atenção para a lista de produtos que estava esperando receber e foi cumprimentado pelo dono da loja.

–Não ligue pra ela não filho...ela sempre foi assim... sabe como é...quase que nem uma jaguatirica. – Dizia Seu Pedro risonho e Ferdinando podia quase que jurar que o homem tinha orgulho do jeito selvagem da filha.

–Não se preocupe Seu Pedro...eu ja me acostumei com os rompantes da sua filha.

–É...a mãe dela disse que eu eduquei ela errado e que é por isso que ela não arranja namorado.

Ferdinando tirou a atenção dos papeis imediatamente e a repousou os olhos no homem a sua frente. Ali estava a explicação para tanto desprendimento e a fonte que precisava para arrancar informações sobre a colega de trabalho. O engenheiro só não sabia o porque que estava ávido por essas informações.

–Errado não seu Pedro...a Gina tem o jeito dela e não ha nada que se possa fazer.

–Eu também acho! E o que ela tem de bom filho....é que ela não engole nada enrolado!

–Nem me fale...

–O que você disse filho...

–Nada não Seu Pedro....e que, pelo que posso me lembrar, ela sempre foi assim mesmo.

– Desde meninota...- Seu Pedro ria com a lembrança da filha arteira correndo atrás dos alvos com o estilingue em mãos.

–Mas me conte amigo Ferdinando...como andam as coisas lá na casa do vosso pai? – Seu Pedro estava curioso...apesar das divergentes opiniões e da tal briga estrondosa que tivera a anos atrás com pai do rapaz...o homem não podia deixar de sentir uma grande amizade pelo ex amigo.

– Ah seu Pedro – Ferdinando dizia dando um suspiro cansado – As coisas pro meu lado melhoram ja que estou ajudando a resolver a confusão que a Clotilde arrumou mas toda vez que se toca no assunto de política naquela casa...a briga volta e eu saio de lá mais desgastado e com mais certeza de que não quero isso na minha vida.

–É o amigo deve saber o que faz...apesar de que se fosse candidato ja teria o meu voto. –Pedro dizia orgulhoso e completou – Você é responsável Ferdinando, inteligente e honesto...estamos precisando de alguém assim para esse país.

–Eu agradeço os elogios do amigo mas peço que evitemos esse assunto...a política só me traz lembranças tristes...e se o amigo me der licença...eu vou verificar o que está faltando para esperarmos o carregamento.

Ferdinando se afastou com os olhos murchos e grudados no chão e ao ve-lo passar com tal expressão a ruiva foi ao encontro do pai que observava o engenheiro se afastar com olhos de pena.

–Mas o que foi que aconteceu pai?

–Eu falei coisa errada filha...

–Mas que diacho de coisa errada foi essa pro Ferdinando sair daqui com cara de bezerro. – Gina não escondia a preocupação com o jovem engenheiro.

–Eu...sem querer...o lembrei da fase mais triste e difícil da vida dele...da época que ele perdeu a mãe...

Ferdinando sentou na frente da loja que trabalhava para esperar o carregamento e foi invadido por lembranças dolorosas.

Parecia que tinha sido ontem...ele corria pela casa grande com bandeirinhas e botons com a cara do pai estampada. Sempre foi muito empolgado com as campanhas e sempre tinha os jingles decorados na ponta da língua...assim como os discursos do pai.

Lembrava-se da sua mãe...sempre elegantemente arrumada, ela tinha um dom natural de organização e sabia planejar todos os acontecimentos como ninguém.

Ambos estavam orgulhosos pelo andamento das eleições aquele ano...parecia que Epa iria mesmo virar prefeito da cidade. O candidato tinha o apoio do sempre amigo Pedro Falcão representante da classe média, dos comerciantes liderados por seu Giacomo, do interior representados por seus empregados da fazenda e dos profissionais da saúde como o pai do doutor Renato e Mãe Benta a chefe das enfermeiras do hospital mais respeitado da cidade ...sem esquecer dos diretores das escolas...inclusive aquela em que seu filho estudava.

Tudo estava nos conformes...e caminhando bem até que um acidente de carro levou a pessoa que era a alma da campanha. Ela tinha se atrasado naquele dia por que houve um problema com o buffet que tinha organizado...e ela, sendo a perfeccionista que era, foi resolver o problema pessoalmente.

Quando solucionou tudo ela pegou o carro e se dirigiu para o comício do marido que ja a esperava com o filho na sede da campanha. Ela não precisava ir...mas tinha feito uma promessa portanto não ligou para a chuva torrencial que estava caindo. Foi então que aconteceu...um carro desgovernado a atingiu...levando para longe a alma e inspiração daquelas eleições.

Naquele dia Epaminondas desistiu da candidatura arrancando criticas e perdendo aliados. E o filho vendo a total falta de compreensão para com o pai e vendo o quanto a política havia lhe tirado...resolveu nunca mais se aproximar daquela senhora que lhe tirou a mãe..o pai...e os sonhos.

Ferdinando enxugou as lágrimas que lhe cobriam a face...e foi surpreendido com uma mão que lhe tocava o ombro.

Ao levantar o olhar encontrou Gina olhando para o horizonte de forma que não pudesse observar a curiosidade estampada no rosto do engenheiro.

–Você ... você não quer me ajudar com uns sacos de areia lá no deposito?

Ferdinando sorriu com o pedido da moça. Ela não daria o braço a torcer e o confortaria naquele momento difícil ...mas o surpreendeu com o convite de tira-lo das lembranças doloridas.

–Claro...vamos... - O engenheiro levantou-se e se dirigiu ao local acompanhado da moça.

Juliana recolhia suas coisas depois de mais um dia de aula quando foi surpreendida por um de seus mais aplicados aluninhos.

–Professora!

–Olá Zequinha...você esqueceu alguma coisa?

–Ora não me chame desse nome dona Juliana...me chame de Lepe mesmo...

–Está bem...mas você também pode parar de me chamar de dona...estamos combinados? –Juliana estendeu a mão cheia de anéis quase infantis para o aluno que não demorou a aperta-la selando o acordo.

–Então o que faz aqui? Não era pra você está com a pequena Liliane esperando o Ferdinando?

– O mano Nando não vem pegar a gente hoje...o pai Epa fez questão de vir ele mesmo ...parece que ele deu uma acalmada na agenda política essa semana.

Juliana não pode deixar de sentir o coração pesar...isso significava que o segurança do amigo provavelmente não vinha acompanha –la de volta para casa como sempre fazia.

–Entendo...mas então o que faz aqui? Seu pai vai ficar preocupado...não?!

–Ele sabe que estou aqui...na verdade so vim aqui completar a minha missão.

–E que missão é essa posso saber?

Lepe retirou um pequeno envelope vermelho da mochila e o entregou para professora.

–Uma pessoa que eu gosto muito me pediu para lhe entregar isso aqui professora...e eu prometo que eu nem li! Ta ai do jeitinho que ele mandou. Agora deixa eu ir que eu disse que não ia me demorar! Inté amanhã professora!

Lepe pegou as coisas e saiu em disparada em direção a saída.

Juliana olhava o envelope em suas mãos e logo identificou a letra forte da carta sem remetente. Com os olhos cheios de lágrimas a moça levou o pedaço de papel ao coração e a abraçou como se estivesse abraçando o próprio dono do gesto romântico. Sem perder tempo colocou a carta na bolsa e correu para casa a fim de ler o seu conteúdo sem ser interrompida e julgada por suas respostas emotivas.

Ferdinando voltava pra casa sozinho...ficou até um pouco mais tarde para ajudar no descarregamento do material e quando chegou em casa estranhou o silencio. A professora devia ter saído com o amigo segurança...e Gina bom essa uma devia estar no banho ou trancada no próprio quarto...

Ferdinando jogou as coisas na mesa da sala e se dirigiu para o seus aposentos quando ouviu uma doce voz cantarolar uma moda antiga que o lembrava da infância na fazenda.

Ao seguir a bela voz se deparou com a porta entre aberta da ruiva e não pode evitar espiar o que acontecia por la.

Pela fresta Ferdinando pode ver a ruiva entretida com a música enquanto caminhava pelo quarto do armário para a frente do espelho e do espelho para o armário....ela estava concentrada escolhendo a roupa que iria vestir depois do banho.

Ferdinando não conseguia desgrudar os olhos dela...admirava cada movimento da ruiva...a face desgostosa que ela fazia quando pegava uma blusa que não gostava... a dúvida de não saber se a calça que agora estava em suas mãos combinava com a blusa que tinha acabado de pegar do armário e a frustração ao jogar o conjunto na cama...Ferdinando sorria com a falta de paciência da moça até para coisas simples como era escolher a roupa que iria vestir para jantar em sua própria casa. Mas o sorriso desapareceu quando a observou parar de cantar e começar a se olhar com mais atenção no espelho...ele a viu colocar os cabelos soltos em um coque bagunçado e passar os dedos na curva entre seu pescoço e seus ombros...lugar ja conhecido pelo engenheiro. Gina continuou a passear pelo pescoço e subiu em direção aos lábios...passando levemente a ponta dos dedos e automaticamente fechando os olhos. Ferdinando repetiu os movimentos da ruiva levando seus dedos aos próprios lábios e lembrando do gosto doce dela e de como ela conseguiam fazer com que perdesse o controle. Quando abriu os olhos Ferdinando perdeu a respiração...a ruiva passava as mãos na cintura fina e ja havia retirado o cinto característico de suas roupas de trabalho.

Observou sem fôlego a moça retirar a blusa sem cerimônia alguma...afinal não sabia que estava sendo vigiada.

Ferdinando conseguia enfim ver as costas brancas e quase nua da ruiva...contrastando com a renda do sutiã preto que vestia. O corpo dela era escultural com os ombros pequenos, a cintura fina e curvas que Ferdinando ja havia explorado porém nunca tinha visto. O rapaz sabia que estava brincando com fogo...se a ruiva o pegasse ali no flagra...ele estaria perdido...mas não conseguia se afastar da imagem dela.

Da direção que o engenheiro estava ele não conseguia observar nada além do rosto da moça no espelho e suas costas...e agradecia por não ter uma visão completa da moça sem a camisa ...caso contrario tinha certeza que não teria se controlado.

Ele observou atento a ruiva passar as mãos pelo pescoço mais uma vez e descer o toque por toda a extensão do corpo o que provocou arrepios no rapaz e fez com que o mesmo sentisse a calça apertando.

Ferdinando prendeu a respiração quando observou a mão da moça se dirigir para o fecho do sutiã e quando estava forçando a abertura do acessório um barulho de porta fez com que a atenção dos dois fosse tirada.

Ferdinando correu rapidamente para o quarto como uma criança com medo de ser pega e tomou cuidado para não fazer barulho ao entrar. Encostou-se na porta do próprio quarto, agora fechado, e escorregou até o chão sentando de vez com a respiração acelerada e uma agonia dolorida na direção do fecho da calça.

Gina voltou a colocar a blusa do trabalho bem a tempo de Juliana bater de leve em sua porta.

– Gina! Posso entrar?

– Entra! - Ela gritou de dentro do quarto jogando as roupas que estavam empilhadas na cama de volta para o guarda- roupa.

–Ué...você está só em casa? –Juliana foi entrando e por algum motivo procurava o amigo engenheiro pelo quarto da amiga.

– To sim...quem que haveria de ta comigo?

–Ora o Ferdinando...vocês sempre voltam do trabalho juntos. –A amiga afirmou de maneira óbvia.

– Aquele um ficou pra ajudar o pai com o material que chegou.

– Hum..- Juliana resolveu acreditar na estória e começar a desabafar com a amiga...como sempre fazia.

–Ai minha amiga! hoje eu recebi outra carta do Zelão! – disse Juliana mostrando o envelope vermelho para a moça.

–E...?

–E que eu não me contive...pensei em ler aqui quando chegasse mas meu coração andava tão acelerado e minha curiosidade era tanta que vim lendo pelo caminho mesmo! E você não vai acreditar! Ele me convidou para jantar! –Juliana disse quase gritando! Sua empolgação era tão contagiante que Gina não pode deixar de sorrir com os pulos e gritinhos que a amiga dava.

–Então você vai mesmo namorar aquele um...- Disse Gina como se tivesse constatando um fato.

–Ai e que ta...eu não sei minha amiga...dessa vez quero agir diferente...Eu gosto por demais do Zelão mais ainda não tenho certeza de que isso seja amor...

–Se não é amor é o que então...?

Juliana observou a face intrigada da amiga e sorriu maliciosamente...

–Pode ser só fogo ne minha amiga...mas disso você sabe bem...- Juliana estava cutucando, literalmente, a onça com os dedos fazendo com que a ruiva se afastasse da amiga.

–Mas do que é que você ta falando Juliana...

–A não se faça de desentendida minha amiga! Você ainda tem que me contar sobre aquele seu beijo de tirar o folego com o doutor Ferdinando...

–Ué mais qual deles?

Juliana sentiu o queixo cair e os olhos arregalarem com a revelação inocente da amiga...

–Quer dizer que aconteceu mais de uma vez?

–Oi?

–Você acabou de falar!!Você e Ferdinando se pegaram de novo?!Quando? Onde? Vocês ficaram so no beijo mesmo ou...

Gina não deu tempo da professora terminar a frase...ja estava vermelha feito um tomate.

–Ah..Juliana vamo parar com essa prosa por que você sabe que eu não gosto de falar dessas coisas.

–Ahh Gina..por favor...

–Não Juliana –Dizia a ruiva definitiva.

–Ta bom...mas me responda uma ultima coisa...

Gina levantou uma sobrancelha e fez uma cara de que permitia apenas uma pergunta...e que não iria garantir resposta.

–Você gostou desses tais beijos?

Gina ficou pensativa por um instante...e Juliana não sabia se ela estava pensando sobre o conteúdo da resposta ou sobre se o revelaria.

–Ahh Juliana para de bobagem..

–Gostou o não gostou?

Gina mordeu os lábios e resolveu acabar logo com o assunto.

– É...inté que eu gostei.

–Ahh!!Eu sabia ..eu sabia!!! –Juliana voltava a pular e dar gritinhos agudos que faziam com que Gina sentisse um leve incomodo nos ouvidos. – Vou escrever aqui na parede.. “Gina e Ferdinando”.. –Juliana brincava de escrever os nomes dos amigos com os dedos na parede do quarto da ruiva.

–Mas você larga de ser besta Juliana!

Juliana misturava risos com pedidos de desculpas...ela adorava ver a expressão confusa da amiga e a sua falta de jeito de lidar com situações inusitadas.

As duas ficaram no quarto por um bom tempo...conversando amenidades...enquanto o engenheiro saia para mais uma vez...tomar um banho bem gelado.


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Notas finais do capítulo

Cap 11 vem ai... - O Jantar!!